Após algumas horas de descanso, já era hora do próximo treino do “grande dia”.

    Enquanto esperavam Roy; Jean e Kine conversavam com outros militares, fora da cabana.

    — Vocês foram o grande destaque do dia! Devem ter impressionado bastante o General! — comentou um soldado que estava dentro daquele rodeio de conversa.

    — Se eles estão nesse nível… com apenas essa idade, esperem só pra ver quando crescerem, pessoal! — comentou outro militar.

    Os garotos avistaram o Capitão, que caminhava calmamente até a cabana.

    — Saiam daqui! — gritou o responsável por aquele esquadrão, espantando os outros soldados. — Vão cuidar dos seus afazeres!

    Os soldados, envergonhados, correram dali em meio a algumas risadas.

    Logo mais, o Roy entrou na cabana, berrando:

    — HORA DE ACORDAR!

    Clay e Slezzy levantaram-se em questão de segundos, após o berro do Capitão, ficando de pé em seguida.

    Roy sorriu para os dois, e logo se virou, retirando-se dali. Os agentes, confusos, apenas o seguiram.

    Enquanto caminhavam em direção a próxima prova, Slezzy, disfarçadamente puxou uma conversa com Clay, de forma que ninguém ao redor pudesse escutá-los. Ele sussurrava:

    — Clay! Ei, Clay!

    — Han? Slezzy? Por que tá falando desse jeito? — respondeu, cochichando. Era evidente que o jovem ainda estava com bastante sono.

    — O que!? Você ainda está dormindo por acaso? Ah, isso não importa. Enfim… eu acho que tem… alguma coisa de errado com essas crianças!

    — O que você está querendo dizer com isso?

    — Você… por acaso… não estranhou nem um pouco o fato de que duas crianças conseguiram correr por sete quilômetros; sem parar, sem demonstrar ao menos um simples cansaço?

    Clay suspirou e o respondeu, ainda sussurrando:

    — Eles eram da Ordem Azul, Slezzy! Qualquer um que passa por ali, transforma o seu corpo em uma verdadeira máquina! Independentemente da idade.

    Slezzy o indagou, mais uma vez:

    — Espera… E aquela coisa… em uma hora da corrida, a Kine, ela… colocou as mãos em nossas costas! Aquilo… foi como se ela tivesse aplicado uma seringa de adrenalina! Eu passei a não sentir mais dor… em qualquer parte do meu corpo! Nem qualquer cansaço!

    Clay colocou a mão no ombro de Slezzy, dizendo calmamente:

    — Você está pensando demais, colega! Apenas relaxe! Se concentre na próxima prova. Essa pira só vai acabar te prejudicando.

    O grupo chegou a um lugar distante da cabana inicial.

    Aquela parte do campo era a dita área de tiro ao alvo, mas improvisado.

    Havia estandes de madeira e dezenas de alvos de papelão, dentre curta, média e longa distância; cercados por uma extensa vegetação.

    Um militar, alto e forte, se aproximou e os recebeu.

    — Capitão Roy! Então… esse é o mais novo grupo de treinamento da FMA?

    — Olá, Saith! Exato! Eu os trouxe para que colocassem a mira em prática, com o melhor atirador do nosso exército!

    “Então, esse é o franco atirador daquele dia”

    Saith estava com um rifle de precisão em suas mãos. Suas roupas militares pareciam que estavam prestes a explodir, devido aos seus enormes músculos. Ele utilizava óculos. Além disso, não era possível ver detalhes aprofundados sobre o seu cabelo, devido ao boné que trajava. Sua afeição não era tão jovem.

    — Ouçam-me, jovens — disse Saith, com uma voz firme e grossa — Todas as armas que estão dentro deste clube, são verdadeiras. Então, agora é a melhor hora para que vocês demonstrem um pouco de responsabilidade! E como a estande está praticamente desocupada, vocês poderão usufruir de todas as armas disponíveis! Eu os guiarei nesse treinamento! Aliás, recomendo que conheçam a nossa clássica carabina silenciada… a arma mais precisa que nosso exército pode oferecer.

    — Ótimo! Eu me despeço de vocês aqui! Quando terminarem o treinamento ao fim da tarde… subam até o vestiário, troquem-se e recolham seus pertences. A partir daí, estarão dispensados! — Roy se despediu e partiu em direção ao prédio da FMA. — Até amanhã de manhã!

    O grupo caminhou para dentro do clube improvisado.

    Mas antes que Slezzy pudesse adentrá-lo, Saith o confrontou:

    — Ei!

    — Sim, senhor!? — respondeu Slezzy, com um pouco de medo.

    — Da próxima vez; peça pro velhote do Sanches te dar ao menos uma arma, ao sair por aquelas ruas! — alertou, rindo logo após.

    Slezzy, tomado por uma pequena vergonha, não o respondeu.

    Logo, caminharam para dentro do clube; e lá, iniciaram mais uma etapa daquele treinamento.

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