Capítulo 68
“Boom”
Era mais uma explosão, que acabava de ter sido realizada naquela escola.
Dentro do grande colégio; crianças, professores e outros funcionários corriam desesperadamente em direção às saídas.
Os extensos corredores que compunham os dois andares do colégio estavam um verdadeiro caos: livros, cadernos e mochila se encontravam jogados pelo chão, além da quantidade de fumaça vinda das explosões, que dominava o lugar.
Em um dos corredores do segundo andar, homens com roupas especiais de tom negro, equipados com poderosos fuzis e coletes pesados, passeavam por ali. Eles caminhavam lentamente em meio às crianças desesperadas, analisando cada uma delas.
Eram cerca de dez homens no total. À frente daquele esquadrão, dois membros em especial lideravam o resto: Salvador e Kayber.
Salvador estava com sua clássica máscara negra, acompanhada de seus óculos circulares avermelhados.
Kayber estava com um penteado diferenciado: todos os fios azuis de seu cabelo estavam encaracolados. Ele manuseava uma espada de pequeno porte.
Aquela espada era chamativa, já que possuía detalhes únicos, como a estrutura do rosto de um dragão esculpida ao longo de sua lâmina, além de pequenas esferas de rubi implantadas em seu cabo.
O som dos gritos das pessoas que estavam do lado de fora daquele colégio era facilmente audível.
De repente, os capangas, que avançavam lentamente, foram surpreendidos por dois seguranças do colégio, que saíram rapidamente de uma das portas daquele corredor, disparando com suas pistolas na direção do esquadrão.
Os mafiosos foram pegos de surpresa.
— VÃO PARA O INFERNO, TERRORISTAS DE MERDA! — gritou um dos seguranças, realizando seus primeiros disparos.
Porém, antes mesmo que aqueles primeiros projéteis pudessem atingir algum deles, uma parede fosca, transparente e repleta com uma energia roxeada, surgiu entre o esquadrão de capangas e os seguranças.
Salvador demonstrou um grande reflexo ao realizar aquele feito.
Após segundos, com os pentes de suas pistolas, descarregados, os seguranças se tremeram diante daquele poder.
— Vamos ser justos… agora é a nossa vez! — falou Salvador, cruzando seus braços.
Logo, aquela parede se quebrou; se materializando em pequenos pedaços de vidro energizados, que foram disparados na direção dos seguranças.
Mesmo com uma fracassada tentativa de fuga, os dois seguranças tiveram suas costas atingidas pelos vidros.
Salvador caminhou até aqueles corpos.
Ele recolheu as armas daqueles dois, que estavam esparramadas sobre o chão.
Naquele ponto, nenhuma criança estava ali perto.
— Os outros já estão dominando as saídas principais do colégio. E pelo visto, não há mais seguranças por aqui… a não ser que estejam escondidos como esses fracassados estavam… — afirmou Kayber.
— Ainda não tivemos o nosso disfarce comprometido, então vamos nos separar. Achem o irmão daquele homem. Rainn Kaliman. Tenho certeza de que ele ainda está nesse prédio… — ordenou Salvador.
*
Fora do colégio, dezenas de pais estavam reunidos em meio a gritaria e a intensa fumaça do local que toxicava o ar.
Os seguranças e funcionários que estavam na parte externa, auxiliavam os pais e as crianças traumatizadas.
Os primeiros carros de bombeiro estavam chegando, acompanhados de algumas viaturas do NCC.
Emmeline estava entre os pais desamparados, que rogavam para que seus filhos estivessem bem em meio aos destroços da escola.
A companheira de Slezzy estava preocupadíssima. Seus olhos lacrimejavam, enquanto observava a escola em chamas.
— Se acalmem! Os bombeiros solucionarão o problema! Tudo isso… não passa de um pequeno incêndio de origem ainda desconhecida! Então… por favor, não tentem atravessar essas portas, é suicídio! — alertou um dos seguranças dali.
Algumas crianças saíam pela porta principal do primeiro andar, com partes de seus corpos cheias de ferimentos. Elas eram recolhidas por seus respectivos pais, à medida que abandonavam o prédio.
Emmeline não avistou o rosto de Rainn ou Harvim, dentre aquelas crianças que escapavam
Então, logo depois de alguns minutos, a jovem de cabelos pretos com pontas roxeadas começou a chorar desesperadamente, sobre seus próprios braços.
No entanto, não demorou muito para que ela fosse surpreendida.
A jovem escutou alguns passos de trás de si; como se alguém viesse em sua direção.
Rapidamente, ela se virou, ainda enxugando suas lágrimas.
Dois homens armados e fortemente equipados, caminhavam até ela.
Eram Sanches e Slezzy.
Devido à face pintada de branco e repleta de detalhes pretos, Emmeline demorou para reconhecer o rosto daquele garoto. E mesmo assim, só o descobriu por causa de sua conhecida afeição. Ao identificá-lo entre aquela camuflagem, ela sorriu.
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