Sem outras respostas (1)

À medida que viajavam para o norte da região mais quente do sul, o clima ficou mais frio. Elena se preocupou com Mirabelle, cobrindo sua irmã com outra camada de cobertor enquanto ela estava deitada na cama.

 “Como você está se sentindo? Você está com muito frio?”

 “Não, estou bem agora.”

Estavam a meio caminho entre o sul e a capital. Por causa da saúde fraca de Mirabelle, sua jornada foi significativamente atrasada, embora elas inicialmente tenham partido com pressa. A saúde de Mirabelle era a principal prioridade, então Elena ordenou que a comitiva parasse em uma pousada.

 “Vou aumentar o aquecimento nesta sala, então você deve se sentir melhor em pouco tempo. Eu vou sair em breve, então fique na cama se você estiver cansada.”

 “Tudo bem. Lamento que você tenha que ir sozinha.”

 “Não se preocupe com isso.”

Elena sorriu e gentilmente acariciou a testa de Mirabelle. O joalheiro enviou uma mensagem logo após elas deixarem o Castelo Blaise, informando que o enfeite de cabelo foi concluído mais cedo do que o esperado e poderia ser entregue na metade do caminho. Como não houve necessidade de atrasos, Elena marcou uma hora para buscá-lo hoje. Ela planejou originalmente que ela e Mirabelle saíssem juntas, mas Mirabelle estava enfraquecida e Elena planejava apenas uma viagem rápida.

 “Descanse bem.”

Ela puxou o cobertor de Mirabelle até o queixo e se levantou. O ponto de encontro não era longe da pousada, então ela não demoraria muito.

Dalkag–

Ela fechou a porta com cuidado para evitar perturbar o descanso de Mirabelle, então foi para seu quarto ao lado de Mirabelle para pegar o recibo do alfinete de borboleta.

Contudo…

Assim que ela entrou em seu quarto escuro e sem iluminação, ela sentiu uma presença sutil. Elena prendeu a respiração e se concentrou em localizar o esconderijo do intruso. Seus olhos escarlates varreram a área, pousando em um armário alto ao lado de uma grande janela. Elena deu um passo em sua direção. De repente, uma voz baixa de um homem rompeu a escuridão escura.

 “Como você sabia que eu estava me escondendo aqui?”

Não era exatamente uma pergunta, mas uma observação de que ela viu seu disfarce. Assim que Elena ouviu a voz, ela o reconheceu como Kuhn imediatamente.

 “O que você está fazendo se escondendo no quarto de outra pessoa?”

 “Eu estive esperando porque você se foi por um tempo. Mas como você me detectou?”

Kuhn pareceu bastante surpreso que Elena descobriu sua posição. Ela hesitou por um momento, sem saber como responder à pergunta. Ela não achava que ele seria enganado por uma desculpa falsa.

 “Bem… vamos deixar isso para a imaginação de Sir Kasha.”

Sem dizer a verdade nem mentir, ela preferiu inventar uma história. Kuhn entendeu que ela não queria elaborar os próprios métodos e escolheu uma resposta simples.

 “Eu compreendo…”

Ele avançou na escuridão, a luz fraca da janela destacando sua figura. Ele está segurando os documentos que trouxe.

 “Esta é a informação sobre os Krauses que você solicitou.”

 “Obrigada.”

Embora ela quisesse ler o relatório imediatamente, ela tinha um compromisso anterior. Ela pegou o recibo do joalheiro de sua mesa e colocou os documentos que Kuhn lhe entregou no mesmo lugar.

 “Eu tenho que sair um pouco para pegar algo. Você não tem que me seguir, pois não é longe daqui e eu serei escoltado pelos meus cavaleiros. Você pode esperar aqui até eu voltar?”

 “Você tem outro trabalho para mim?”

 “Agora não, mas posso depois de verificar o relatório.”

Kuhn pareceu preocupado por um momento, mas então respondeu calmamente.

 “Tudo bem.”

Kuhn concordou que seus serviços de escolta não eram necessários com os cavaleiros Blaise por perto. Acima de tudo, ele iria economizar mais tempo esperando aqui ao invés de sair e voltar, e ele sempre teve que manter uma certa distância de Elena para não despertar suspeitas dos outros cavaleiros. Ele poderia fazer o que Elena pediu. Mas… ele não podia antecipar tudo. Kuhn tirou um objeto do tamanho de uma mão do bolso da jaqueta.

 “O que é isso?”

 “É um sinalizador de fogos de artifício desenvolvido pelo General. Se algo perigoso acontecer com você, acenda-o. Já sei as direções daqui para onde você está indo. Se o sinalizador disparar, estarei lá em dez minutos.”

Elena pegou o sinalizador com um olhar perplexo e então olhou para ele. Ele parecia ter insinuado que já conhecia toda a programação dela, mas ela admirava sua atenção aos detalhes.

 “Eu entendo. Farei isso caso se torne perigoso.”

Elena guardou cuidadosamente o sinalizador.

 “Vejo você em breve.”

 “Retorne com segurança.”

No final da breve despedida de Kuhn, Elena saiu correndo do quarto. A hora marcada para o encontro com o joalheiro estava se aproximando.

* * * * *

O sol afundou completamente abaixo do horizonte, cobrindo as ruas com uma escuridão profunda e penetrando até o quarto de Elena, onde Kuhn estava parado em silêncio. Ele observou Elena pela janela enquanto ela partia com seus cavaleiros. Finalmente, ela desapareceu gradualmente nas ruas, mas Kuhn não fez nenhum movimento.

Tick. Tack.

O ponteiro dos segundos do relógio ecoou alto no silêncio mortal. Este foi o silêncio usual para Kuhn. Até de repente-

Wachachang!

Os olhos de Kuhn se voltaram para o som de algo quebrando. Se ele se lembrava corretamente, vinha do quarto onde a irmã de Elena estava hospedada. Parecia óbvio que ela havia quebrado algo por engano.

 ‘Não há razão para eu verificar…’

O princípio de Kuhn era Elena. Sua irmã não estava envolvida nisso. Ele olhou para fora novamente com olhos cinzentos indiferentes, quando outro som chegou a seus ouvidos.

Seug, seug.

Um som de arrastamento no chão. E estava se aproximando do quarto de Elena. Kuhn se escondeu no escuro, assim como quando Elena entrou pela primeira vez na sala. A porta se abriu lentamente e a primeira coisa que passou foi o som de respirações ofegantes.

 “Hah, hah… Irmã…”

A voz dela parecia que estava prestes a desaparecer, e ele podia sentir que sua condição era séria. Ele ouviu o som de pés caminhando contra o chão. Antes que ela mal cruzasse a soleira, seu pequeno corpo trêmulo desabou completamente no chão.

 “Uh, irmã… isso… dói.”

Kuhn olhou para Mirabelle deitada no chão. Ela parecia um pequeno animal. Era por causa de seus braços e pernas magros? Apenas um pequeno esforço parecia cansá-la, e ela era tão frágil que poderia morrer se fosse deixada sozinha. Um pouco de preocupação corroeu a consciência de Kuhn.

 ‘Eu a ignoro…?’

Kuhn não seria responsável se Mirabelle morresse. Ele testemunhou a morte inúmeras vezes, e muitas por suas próprias mãos. A morte não era nova para Kuhn, e ele se tornara insensível a ela.

No entanto, Elena sabia que Kuhn estava esperando neste cômodo. Se Mirabelle morresse, ele poderia ser acusado falsamente. Ele não hesitou muito.

Tubug, tubug.

Ele caminhou em direção a Mirabelle de uma maneira incrivelmente relaxada para alguém que tinha uma pessoa doente na frente deles. Ele não entendeu por quê. Não era porque ele estava com medo do ressentimento de Elena que ele estava se movendo agora. Ele poderia adicionar isso a uma pilha de ressentimentos de outras pessoas, e não faria diferença. Por alguma razão, ele se lembrou de um pequeno pássaro ferido que viu nas ruas um dia. Ele sabia que era apenas um capricho, mas não conseguia se controlar. Ele não poderia dizer que era a decisão certa continuar se escondendo nesta sala e ignorar a situação.

 “Onde você sente dor?”

Mirabelle ficou surpresa ao ver um homem aparecer de repente no escuro. Antes ela havia tirado uma soneca curta e acordado com uma dor de estômago. Ela tentou chamar a empregada, mas sem querer quebrou algo ao lado dela. Era um barulho mais alto do que o de uma campainha, mas ninguém apareceu na sala. Ela foi forçada a ir para o quarto de Elena com fortes dores e, inesperadamente, encontrou este homem misterioso.

 “Haah, hah… quem… é você?”

Tradução: Sa-chan

Revisão: Sa-chan

Obrigada pela leitura. ^-^, Junte-se a mim e outras pessoas que acompanham as obras da scan no discord: