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    Vamos voltar um pouco no tempo…

    Cinco dias antes do julgamento de Sophia. O local era a guilda de aventureiros, um dia depois da reunião desastrosa no escritório de Linda. Após a reunião, um grupo suspeito apareceu na guilda. Um daqueles homens encapuzados chamou a atenção de Rory, por isso ela seguiu o grupo, mas acabou dando de cara com Edward.

    “Vamos conversar amanhã”, foi o que o marquês disse. Mas onde ele estava? 

    Kurone e os outros dormiam profundamente naquele momento. 

    — Esperou-me muito, senhorita Rory? 

    — Já ia entrar aí e te puxar pelo colarinho.

    — Desculpe, desculpe por fazê-la esperar demasiadamente. A senhorita Linda disse que alguns dos moradores estão adoecendo, então vamos até à mansão para buscar mantimentos. Não queria adiar a nossa conversa, então, se importaria em nos acompanhar até a mansão, senhorita Rory? 

    — Não me importo… — Rory estreitou os olhos para a sugestão do marquês. Não era algo incomum, Edward era um homem tão suspeito que constantemente era alvo do olhar afiado da garotinha. 

    — Onde está seu companheiro, o senhor Nakano? 

    — Dormindo, eu acho. 

    — A relação de vocês parece complicada… 

    — Mestre Edward, a carruagem está pronta.

    Quem interrompeu a conversa entre Rory e Edward foi a cocheira com aparência masculina, Amélia. 

    — Perfeito. Vamos indo, senhorita Rory? 

    — O idiota… 

    — Ah, não se preocupe. Com a Amélia na carruagem, vamos retornar antes do senhor Nakano acordar. 

    Quem também aguardava na carruagem era a empregada de óculos que frequentemente se esfregava em Rory, Elsie. A reação da loli ao ver a empregada com um ar de fujoshi era sempre de repugnância e naquele momento não foi diferente.

    — Roryjinha também vai para a manshão? 

    Aquela maneira de falar era irritante. Quantos anos ela acha que tinha?

    — Sim, sim. Vamos, senhorita Rory? 

    A carruagem saiu logo cedo da vila Grain em direção à mansão Soul Za. O caminho era percorrido ligeiramente e todos do interior balançavam de um lado para o outro. Além de Edward, Elsie, Rory e Amélia, também estavam na carruagem dois aventureiros que se voluntariaram para ajudar com os mantimentos: Alan, o espadachim e Ari, a arqueira. 

    — Roryzinha, shegure em mim para não she mashucar! 

    — Encoste um dedo em mim e você morre.

    — D-deshculpa!

    — Como esperado da senhorita Rory, sempre sendo sincera.

    — Estamos nos desviando do assunto principal, quem eram aqueles homens encapuzados?

    — Ai, como sempre, a senhorita é direta, isso chega a doer no meu peito. Mas ouça, há certas coisas que ainda não podem ser divulgadas…

    — Como o fato de um daqueles homens ser um demônio?

    — E-eh?

    — Não se faça de idiota, acha que eu não consigo sentir a presença de demônios como a sua empregada?

    O olhar frio da garotinha caiu sobre a empregada de óculos ao seu lado. Como sempre, apesar daqueles serem apontamentos graves, Rory os falava com se não fossem nada.

    — Oh… Então a senhorita percebeu.

    — Desde o nosso primeiro encontro. Fiquei curiosa e queria saber por que um nobre como você, que supostamente devia servir o rei, tem um demônio como empregada. Será, que por um acaso, você tem envolvimento com o rei demônio?

    — Não vamos nos precipitar, isso é uma longa história…

    — N-não penshe errado, Roryjinha, na verdade…

    O alvo dos olhares tanto do marquês quanto da loli tentou se explicar.

    — O que estão escondendo de mim?

    — Estamos sendo atacados!

    O grito de Amélia interrompeu a conversa no interior da carruagem.

    Eles foram cercados rapidamente. Os monstros vinham de dentro da floresta.

    — São orcs!

    Novamente. Orcs não tinham inteligência, então por que esperaram um momento oportuno para atacar a carruagem?

    — Vamos continuar nossa conversa depois.

    — Certamente.

    Em um salto, Rory saiu do interior da carruagem pela janela e subiu até o teto.

    — Vocês não passam de monstros idiotas!

    A cena da vila se repetiu mais uma vez. Os monstros eram eliminados um por um pelos tiros precisos da garotinha com um fuzil. Amélia, Alan e Ari também ajudavam no combate. Na verdade, apenas Ari com seu arco colaborava. A mira da arqueira era impressionante, o espadachim não podia atacar diretamente e Amélia — segurando uma besta — não tinha precisão.

    — T-tudo bem com vo-você, senhorita Rory?

    A arqueira, Ari, perguntou preocupada ao ver o cansaço visível da garotinha.

    — Sim. É melhor acabar com isso rápido. Vão todos para dentro da carruagem.

    A maneira mais fácil e rápida para eliminar os monstros era uma rajada ininterrupta… Porém, Isso custaria muita mana, algo precioso para a garotinha que estava longe de sua fonte abundante de energia vital.

    — Tsc! O idiota só não está aqui na hora que eu preciso.

    Era uma decisão extrema, mas extinguiria todos os monstros.

    — Não saiam da carruagem.

    Quando foi mesmo que começou a se preocupar com humanos? O sentimento que sentia naquele momento não era preocupação, na verdade, sentia apenas nojo de si mesma por fraquejar, passar muito tempo com um humano a fez sentir empatia novamente por essa raça.

    “Se você é forte, deve proteger aqueles mais fracos.” A frase preguiçosa e nada original daquele delinquente invadiu a mente da garotinha.

    — Espere, senhorita Rory, temos um problema!

    — Hã?

    — É o marquês!

    — Ele não eshtá aqui! — Elsie completou a fala da cocheira.

    Como ele desapareceu? Até alguns minutos, ele conversava com Rory. Não estava pelos arredores nem na carruagem. Só haviam monstros verdes ao redor.

    “Algo está errado.” O fiapo de cabelo na cabeça de Rory balançava de uma lado para o outro. Não era um bom sinal. “Para onde o idiota foi?” Forçando a visão pelo campo verde, a garotinha procurou pelo marquês.

    — Droga.

    Os orcs já estavam muito próximos da carruagem. Edward ficaria para depois, o foco naquele momento era exterminar os monstros. O cão do fuzil foi puxado e Rory preparou-se para iniciar o clímax do massacre.

    Gritos ecoaram por toda a floresta. Um por um, os monstros eram eliminados pela loli com um fuzil militar.

    — Morram, morram, morram, morram.

    Entre todos os gritos, o mais horripilante dali era o da garotinha que se divertia com o extermínio das criaturas. 

    “Apenas um monstro pode matar outro”, essa frase descrevia bem a situação de Rory.

    Os ouvidos das pessoas dentro da carruagem estavam tampados devido aos tiros, por isso não podiam escutar a risada diabólica da garota — se bem que Ari e Alan já viram o sorriso horripilante de perto. Em alguns minutos, tudo o que restou no chão foram os corpos sem vida dos monstros. 

    — Meu trabalho está completo.

    Rory caiu sobre o teto da carruagem. Custou tanta mana quanto pensava, mas pelo menos acabou… Ou assim pensou.

    Um estalar de dedos vindo do outro lado da floresta chamou a atenção da garotinha deitada.

    Claro. Não podia ser diferente. Humanos eram nojentos, não importava a era. Covardes, fracos, gananciosos e acima de tudo…

    — Edward, Filho da…

    Traidores.

    A voz fraca da garotinha foi cortada por um raio de luz despencando do céu.

    A carruagem onde Rory, Amélia, Elsie, Alan e Ari estavam foi completamente carbonizada. Seria mais uma morte para a conta?

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