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    Independentemente (1)


    Depois de se apresentar aos servos do palácio, Elena encontrou-se com Carlisle para prestar seus respeitos ao Imperador e à Imperatriz. Carlisle usava suas roupas formais habituais, exceto por uma gravata ao redor de seu pescoço. Ela olhou para ele com curiosidade, mas depois se afastou quando seus olhos se encontraram. Ela ainda sentia um pouco de vergonha depois do beijo na sala de treinamento.

     “Amarre pra mim.”

     “… O quê?”

     “Eu ouvi que as mulheres de outros homens fazem isso todas as manhãs.”

     “De quem você ouviu isso?”

     “Dos meus subordinados.”

     “Por favor, peça á uma das empregadas para fazer isso.”

    A testa de Carlisle se enrugou com a rejeição de Elena.

     “Por que eu deveria pedir uma empregada a fazer isso quando minha esposa é perfeitamente capaz?”

     “Eu…”

    Elena hesitou, e soltou um suspiro. Depois, devagar, ela admitiu sua inabilidade.

     “… Não sei como fazer isso.”

    Os olhos de Carlisle se arregalaram de surpresa.

     “Você nunca fez isso antes?”

     “Não havia em quem eu poderia fazer isso. Meu pai e meu irmão são cavaleiros, e normalmente usam uniformes.”

    Os uniformes dos cavaleiros tinham gola em pé, portanto não havia motivo para usar uma gravata. Mesmo quando seu pai e seu irmão tinham que usar uma, eles pediam a uma das criadas para fazer isso, não a Elena.

    A boca de Carlisle gentilmente arqueou-se para cima.

     “Então eu posso ser seu primeiro.”

     “… Eu realmente não sei como fazer isso.”

     “Está tudo bem.”

     “As pessoas podem falar mal de mim se virem você com uma gravata desarrumada”

     “Então eu corto a garganta deles.”

    Ela ficou chocada com a casualidade com que ele fez seu comentário. Ela não sabia dizer o quanto era verdade e o quanto era uma piada.

     “Temos que ir logo.”

     “Em que isso importa?”

    A resposta de Carlisle a pegou desprevenida. Ela estava prestes a recusar novamente, mas ela conhecia a futilidade disso e pegou a tira de pano da mão de Carlisle.

     “Eu avisei.”

     “Eu sei.”

    Carlisle se abaixou, Elena se concentrou em amarrar a gravata ao redor do colarinho de sua camisa. Quando ela olhou para cima, viu que o olhar dele estava fixo nela.

     “… No que você está pensando?”

     “Linda.”

    Sua resposta apareceu do nada. Elena arregalou os olhos enquanto olhava para ele. Ele falou novamente, sua voz como se fosse de veludo.

     “Minha esposa é tão linda.”

    As pontas dos dedos de Elena ficaram mais trêmulas do que antes, e de repente ela se deu conta do quão próximos eles estavam. Sua respiração fez cócegas na testa dela. Ela não queria que ele notasse que as maçãs do rosto dela estavam coradas, então ela terminou apressadamente de amarrar a gravata. Não parecia tão ajeitada quanto o trabalho de uma empregada, mas era aceitável o suficiente.

     “Terminei.”

    Carlisle acariciou cuidadosamente a gravata com um olhar de satisfação.

     “Eu deveria ter me casado com você antes.”

    Elena alternou o olhar entre Carlisle e a gravata, e falou com um olhar perplexo em seu rosto.

     “Porque eu fiz a sua gravata?”

     “Sim. Talvez eu lhe peça para fazer isso todas as manhãs.”

    Elena muitas vezes se perguntava o que se passava na cabeça de Carlisle. Ele estendeu sua mão em direção a ela como um sorriso caloroso em seu rosto.

     “Vamos lá então.”

    * * * * *

    Elena e Carlisle chegaram ao Palácio do Imperador a tempo para sua reunião. O guarda fez uma reverência e abriu uma enorme porta embelezada com ouro puro.

    – Kkiiieu.

    Além das portas havia um interior luxuoso, e sentado dentro estava o Imperador Sullivan, com um aspecto mais doentio do que antes, e a Imperatriz Ophelia, de beleza elegante. Elena lembrou-se da planta rara que recebeu da Imperatriz aparentemente generosa. Ophelia não era alguém a ser subestimado.

     “Cof cof—bem vindo.”

    Sullivan reteve um ataque de tosse com a parte detrás da mão enquanto cumprimentava Carlisle e Elena. Uma carranca apareceu no rosto de Carlisle.

     “Você parece pior hoje.”

     “À medida que você envelhece, cada dia é diferente. Não há nada com que se preocupar.”

    Sullivan acenou descuidadamente sua mão, mas Elena achou que ele parecia mais doente.

     “Como foi sua noite no Palácio Imperial, minha querida?”

    Elena piscou e se virou para olhar para o rosto de Sullivan.

     “Graças aos cuidados do pai e da mãe, nada me faltou.”

    Era uma resposta rotineira, mas não parecia ser a que ele estava procurando.

     “Sim, minha nora pode dizer todo tipo de palavras adoráveis. Mas é verdade que Carlisle lhe deu um enorme presente de retorno? O palácio está agitado por causa disso.”

    Elena acenou com a cabeça enquanto recordava a pequena fortuna que Carlisle lhe havia dado. Ela ainda estava envergonhada com isso.

     “Sim. Carlisle se preocupa muito comigo.”

    Sullivan sorriu.

     “Haha, não adianta tentar convencer meu filho do contrário, não é?”

    Ao ouvir isto, Ophelia respondeu com um sorriso doce.

     “É uma bênção quando um casal se dá bem.”

     “Assim como nós?”

    Os olhos de Ophelia brilharam como uma cobra, mas o olhar desapareceu em um instante e ninguém notou.

     “Verdade… é uma grande benção.”

    No entanto, Elena sentiu que algo estava errado. Sullivan e Ophelia pareciam amigáveis na superfície, mas de alguma forma parecia que estavam pisando em gelo fino. Elena não conseguia expressar isso em palavras. Ela logo desistiu de tentar avaliar a misteriosa relação deles, e em vez disso pretendia observá-los por enquanto.

     “Recebei as flores que enviou hoje. Vossa Majestade.”

    As palavras de Elena capturaram os olhos de Sullivan e Carlisle, e ela continuou.

     “Ouvi dizer que é uma planta rara só encontrada no Reino de Sibena. A floração simboliza a harmonia e a fertilidade.”

    Se a planta era realmente prejudicial, ela teria que fazer Ophelia dizer que foi ela mesma quem as enviou, de modo que não poderia alegar o contrário mais tarde. Os olhos da imperatriz tremeluziram, mas ela sorriu e respondeu casualmente.

     “Sim. Quando soube que havia uma planta assim, pensei imediatamente em você.”

     “Eu não sei como poderia expressar minha gratidão por me enviar tal presente. Obrigada, Vossa Majestade.”

    Elena escondeu suas verdadeiras intenções, ao projetar a aparência de uma princesa de mente simples. Nada seria melhor do que tirar seu inimigo da guarda.

     ‘… Será mais fácil fazer minha jogada desse jeito.’

    Elena não queria que a Imperatriz desconfiasse imediatamente dela. A influência de Ophelia era grande no Palácio Imperial, e Elena ainda não havia estabelecido seu próprio poder.

    Um sorriso elegante agraciou o rosto de Ophelia.

     “Oh, eu não sabia que você iria gostar tanto. Você gostaria que eu as plantasse por todo o jardim do palácio do Príncipe Herdeiro?”

     “…!”


    Tradução: Nevasca

    Revisão: Sa-chan

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