Índice de Capítulo

    Z

    Qual era o diferencial de Azrael em relação aos outros guerreiros que enfrentaram batalhas através do tempo e do espaço? Força? Sempre existia alguém mais forte. Samael, a mentora de Azrael, era a prova viva disso, com sua superioridade esmagadora. Poder? Azrael possuía um poder devastador, um dos maiores já vistos, mas mesmo assim, não alcançava o nível absoluto de um anjo completo. Controle de mana? Seu domínio era lendário, impressionante ao ponto de até mesmo os anjos o considerarem excepcional. Ainda assim, havia mortais com habilidades tão refinadas quanto as suas.

    Então, o que fazia Azrael tão especial, tão único, ao ponto de ser amado pela mana e pelo próprio destino?

    A resposta estava nos olhos dele. Azrael era o portador de três habilidades nascentes, um feito sem precedentes em qualquer linhagem ou raça. A primeira delas, o Olho Perfeito, era uma dádiva temida e admirada. Essa habilidade permitia a Azrael copiar não apenas técnicas de combate ou magias, mas também habilidades nascentes de outros seres. Quando ele copiava algo, usava com a maestria de seu criador original. No entanto, havia limitações. Ele podia copiar inúmeras habilidades ao mesmo tempo, mas só poderia ativar uma por vez.

    O ápice dessa habilidade era conhecido como Olho de Deus, um nível tão elevado que se equiparava às habilidades supremas como o Controle Absoluto do Tempo, uma técnica que dominava a linha temporal, ou o Comando Universal, a mais poderosa manifestação da Realidade. Essas três habilidades primordiais estavam no topo absoluto, mas com um preço: seu poder demandava quantidades colossais de mana.

    Sua segunda habilidade nascente, a Maldição, carregava o legado sombrio de Nêmesis, o antigo arauto da destruição. Essa habilidade foi fragmentada em quatro partes e repartida entre os lendários Cavaleiros do Apocalipse: Guerra, Fome, Morte e Peste. No entanto, Azrael possuía a essência pura dessa maldição, um poder único e destrutivo.

    Finalmente, havia a habilidade mais intrigante e perigosa de Azrael: Dominação. Essa era a habilidade nascente de Legion, o Dragão do Caos, um poder absoluto de comando. Palavras ditas por Azrael tornavam-se lei, inquestionáveis e inevitáveis. Qualquer ser vivo que ouvisse sua voz era forçado a obedecer, independentemente da vontade própria.

    Enquanto Z, envolto em sombras e mistério, observava Azrael explorar o planeta mortal, refletia sobre os eventos que o trouxeram até ali. Z, uma entidade escolhida pelo Deus Supremo, possuía poder absoluto, mas preferia não interferir diretamente. Sempre que o fazia, quebrava as barreiras do destino. Dessa vez, ele apenas contemplava, relembrando os sacrifícios e as lutas que moldaram o destino de Azrael.

    “Azrael… Ele é imprevisível,” Z murmurou, sua voz ecoando através do vazio.

    Azrael avançava por uma densa floresta em Hidekon, um planeta onde a mana, densamente concentrada, transformava animais em aberrações grotescas. Z o acompanhava à distância, imerso em pensamentos. Mesmo Azrael, com todo o seu poder, avançava com cautela.

    No entanto, o silêncio da contemplação de Z foi interrompido. Um viajante temporal cruzava a barreira espaço-tempo, surgindo diante da mansão onde Eriel, outra peça importante no tabuleiro do destino, treinava. Z desviou sua atenção e observou.

    A viajante era uma figura fascinante. Seus cabelos negros e olhos intensos exalavam uma presença magnética. Ela era uma versão alternativa de Eriel, mas diferente. Sua expressão carregava um misto de charme e perigo, e seu sorriso ao notar Z era inquietante.

    “Vejo que você nada mudou, Z,” disse ela com uma voz carregada de familiaridade e mistério.

    Z, envolto em suas sombras, respondeu com tranquilidade. “Apenas a aparência é constante. O resto muda conforme a necessidade.”

    As sombras ao redor de Z não apenas ocultavam sua verdadeira identidade, mas também restringiam o impacto de sua presença divina. Sem elas, sua essência como sucessor do Deus Supremo seria insuportável para o universo.

    “E você, Eisheth,” continuou Z, “veio para observar sua outra versão?”

    Eisheth sorriu, divertida. “Observar essa criança se tornou um passatempo curioso. Afinal, na linha temporal atual, eu estou morta. Por que não apreciar enquanto posso?”

    Z assentiu. “Você é livre para isso. Não está quebrando nenhuma regra.”

    Por um instante, ambos ficaram em silêncio, contemplando seus próprios pensamentos. Eisheth, contudo, quebrou o silêncio. “E Azrael? Ainda o observa?”

    Z voltou sua atenção para Azrael, que continuava avançando na floresta. “Você sabe por que Azrael é o preferido do Deus Supremo?”

    “Não,” respondeu Eisheth com sinceridade.

    “Nem o Deus Supremo consegue prever seu crescimento,” Z respondeu. “Azrael é como uma anomalia no destino. Ele não segue padrões. É por isso que continuamos observando. Precisamos garantir que seu futuro não seja como o de outras realidades. Que ele não repita o mesmo destino trágico.”

    Eisheth suspirou. “De alguma forma, é reconfortante saber que ele é especial. Isso me dá esperança de que ele sobreviverá.”

    Z não respondeu de imediato, mas as sombras ao seu redor pareciam vacilar por um momento. O destino de Azrael e o universo dependiam das decisões tomadas ali, naquele planeta mortal.

    “Ele não ficaria feliz ao saber o que você vai fazer… Bom, no meu caso, ele não ficou.”
    Eisheth riu suavemente, mas havia uma melancolia em seu tom.

    “Como eu poderia saber? Morri antes de isso acontecer, sabe?”

    Seus olhos, normalmente vibrantes, agora carregavam uma gravidade diferente. Ela se virou para Z, e seu tom tornou-se mais sério.

    “Para falar a verdade… Há algo que preciso que você faça.”

    Z permaneceu imóvel, mas ele sabia. Desde o momento em que Eisheth surgiu no mesmo local que ele, já havia entendido que aquilo não era coincidência. Ela o procurou com um propósito claro.

    “O que você precisa?”

    Z não tinha intenção de negar um pedido vindo dela. Na verdade, faria qualquer coisa por Eisheth, como sempre fizera.

    Sem dizer nada, Eisheth aproximou-se, tocando suavemente a testa de Z. A conexão foi imediata e intensa. Uma torrente de informações atravessou a barreira do espaço e do tempo, inundando a mente de Z com tudo o que Eisheth queria transmitir.

    “Então aquilo é…”

    Z suspirou enquanto voltava sua atenção para a espada que Eriel segurava em outro tempo. Ele sabia que sua versão futura havia colocado uma alma naquela espada, mas não imaginava que seria uma alma tão familiar.

    “Estou partindo.”

    Com essas palavras, Z ativou o salto temporal. Ele voltou ao passado, para o momento antes do colapso do outro universo – o mesmo universo destruído por Azrael. Assim que cruzou a barreira entre os mundos, Z encontrou-se em uma floresta densa, atrás do castelo onde tudo terminaria.

    A casa era antiga, reconstruída após um incêndio devastador. Mesmo assim, mantinha cada detalhe idêntico ao original. Na varanda, Eisheth estava sentada em uma cadeira simples, observando o céu noturno. As estrelas brilhavam em harmonia com os vaga-lumes que flutuavam ao redor, criando um espetáculo de serenidade que contradizia o caos iminente.

    Z aproximou-se e sentou-se ao lado dela. Por um momento, apenas o som da natureza os envolveu.

    “Sabe… Quando se vive o suficiente para dominar as habilidades do ‘Tempo’, o ‘conhecimento’ se torna soberano.”

    Z reconheceu o peso na voz dela. Aquela não era a Eisheth do passado, morta há mais de trezentos anos. Era a Eisheth de um universo condenado, onde Azrael havia perecido naquele fatídico dia.

    “Então, você sabe o que vai acontecer, certo?”

    Eisheth sorriu, mas seus olhos, agora desprovidos de vida, fixaram-se na figura envolta em sombras ao seu lado.

    “Não importa… Quando Azrael morreu, Baal buscou vingança e foi morto por Naara, que acabou se unindo à Aliança. Zenith completou sua tarefa e morreu pelas mãos de Nain ao atacar o mundo dos vampiros. Todos tiveram fins horríveis devido à ausência de Azrael.”

    Z permaneceu em silêncio, absorvendo cada palavra.

    “Não há esperança,” continuou Eisheth, sua voz quase um sussurro. “Azrael não conseguiu reencarnar. Uma maldição foi lançada no momento de sua morte, e este universo foi condenado. A Aliança dominou todos os planetas existentes. Não resta nada além do colapso.”

    Ela parou por um momento, seus olhos vagando pelo céu estrelado. “Eu me sinto culpada… Por não ter feito o que minha outra versão conseguiu. Por não ser capaz de salvar este mundo.”

    Z ponderou suas palavras, mas escolheu não oferecer consolo imediato. Ele sabia que, para Eisheth, as palavras certas não seriam suficientes.

    “Você quer ser salva?”

    A pergunta de Z quebrou o silêncio. Eisheth olhou para ele, confusa. A questão parecia não ter o significado que ele desejava transmitir.

    “Não há salvação, Z… Não há mais razão para eu viver.”

    Ela fechou os olhos por um momento. O universo estava à beira da destruição. Quando o colapso fosse concluído, o inferno, o paraíso e tudo entre eles deixariam de existir. A morte seria absoluta, sem retorno ou segundas chances.

    Z quebrou o silêncio. “Tenho uma última mensagem de ‘Eisheth’ para você.”

    Ele tocou a testa de Eisheth, transmitindo as palavras que sua versão do outro universo havia deixado. Assim que a mensagem foi absorvida, algo mudou. Os olhos apagados de Eisheth reacenderam com uma luz tênue, mas cheia de significado.

    “Então, é isso…”

    Ela sorriu pela primeira vez em muito tempo.

    “Tudo bem.”

    O colapso começou. O universo inteiro estava sendo engolido pela destruição inevitável. Este era um universo sem um sucessor para o Deus Supremo, e o fim seria completo.

    Antes que tudo desaparecesse, Eisheth voltou-se para Z. “Antes de partir… Pode confirmar minhas suspeitas?”

    Z suspirou, um gesto raro para ele. As sombras ao seu redor tremularam, enquanto ele se preparava para responder.

    “Os leitores ainda não estão prontos, mas… Como será apenas você quem vai ‘ver’, tudo bem…”

    Com um movimento decidido, Z dissipou as sombras que envolviam seu corpo, revelando sua verdadeira forma pela primeira vez para alguém do passado.

    Eisheth permaneceu imóvel, seus olhos arregalados ao absorver o que via.

    “Então foi você quem se tornou o Deus Supremo…”

    Z sorriu levemente. “Surpresa?”

    “Um pouco… Não esperava por isso. Eu tinha minhas suspeitas em outra pessoa.”

    Mesmo sendo parte deste universo condenado, Eisheth possuía o conhecimento sobre o universo de Z e o processo que culminava na escolha do Deus Supremo.

    “Foi bom te ver uma última vez… Deus Supremo.”

    “Nunca é um adeus, Eisheth.”

    A explosão do Big Bang finalmente alcançou o planeta demoníaco. Uma luz devastadora e avassaladora engoliu tudo, consumindo o que restava daquele universo.

    Z permaneceu imóvel, observando enquanto Eisheth se desintegrava diante de seus olhos, suas partículas se espalhando como poeira cósmica. O brilho da explosão ofuscava tudo ao redor, mas Z não desviou o olhar.

    Porém, no instante final, antes que a alma de Eisheth fosse completamente apagada da existência, Z estendeu a mão. Com um gesto preciso, ele capturou a essência que um dia fora chamada de Eisheth.

    Eriel 

    Sentada em frente a Samael, Eriel cruzou as pernas e canalizou sua mana para a espada branca que segurava firmemente com a mão direita. O despertar da espada estava demorando mais do que o esperado. Por mais que se concentrasse, ela não conseguia invocar a alma que residia na lâmina.

    Samael a treinava pacientemente, sem demonstrar frustração mesmo diante da falta de progresso. Eriel reconhecia o esforço e a dedicação de Samael, mas isso apenas tornava mais amarga a sua percepção de fracasso.

    Já havia se passado uma semana desde que Azrael partira, e todos ao redor estavam se esforçando ao máximo para não decepcioná-lo. Belial trabalhava incansavelmente, contatando aliados e planejando cada detalhe da invasão ao planeta dos caídos. A operação seria iniciada em poucas semanas, e todos sabiam que não haveria volta.

    Eriel olhou para a espada em suas mãos, sentindo-se cada vez mais impaciente. O peso da responsabilidade e a sensação de inadequação a consumiam. Samael, perceptiva como sempre, interrompeu seus pensamentos.

    “Eriel…” chamou com suavidade, sua voz quebrando o silêncio denso.

    “Me desculpe… Eu não estou conseguindo.” Eriel desviou o olhar, envergonhada.

    Samael, no entanto, não parecia preocupada. Ela sorriu com tranquilidade, seu semblante tão calmo que quase parecia acolhedor.

    “Você já observou Azrael, certo?”

    “Sim.”

    “Hoje ele é forte, mas nem sempre foi assim. No passado, o nível dele era inferior ao de um demônio de classe baixa. Talvez comparável a um humano comum. O único diferencial era sua magia nascente. Ele treinou arduamente para evoluir, mas o talento que possuía acelerou sua ascensão. Você se considera um gênio como ele?”

    Eriel balançou a cabeça lentamente. “Não.”

    “Fufu. Exatamente. Você não é um gênio, e é por isso que precisa trabalhar duro. Azrael adorava tomar banho comigo, sabe? Era o presente que eu dava a ele quando cumpria uma das tarefas que lhe pedia.”

    Eriel piscou, surpresa. Olhou para Samael, tentando ignorar a insinuação estranha. Apesar do corpo atraente dela, tanto para homens quanto para mulheres, aquilo não parecia algo que pudesse motivá-la.

    “Não é isso que você está pensando…”, Samael riu suavemente, notando a expressão de Eriel. “Vamos ver… Já sei. Toda vez que você alcançar um objetivo, vou lhe mostrar um pouco do treinamento de Azrael no passado. Você verá ele falhando, cometendo erros e enfrentando dificuldades.”

    Eriel ficou curiosa. Saber que até mesmo Azrael cometera erros era intrigante, mas ela tinha um pedido mais específico.

    “Que tal me mostrar um pouco da convivência dele com Eisheth?”

    Samael inclinou levemente a cabeça, ponderando. “Assim seja. Se você despertar sua espada, lhe mostrarei o primeiro encontro dos dois e, a partir daí, outros momentos.”

    Mesmo com o incentivo, Eriel não conseguia se imaginar obtendo sucesso. Sentia-se paralisada, incapaz de avançar.

    Samael, conhecendo a natureza da espada, não deu nenhuma dica direta. Eriel, então, buscou ajuda em outro lugar.

    {Zoe, consegue me escutar?}

    {Sim.}

    A voz familiar de Zoe ecoou em sua mente, e ela se sentiu um pouco mais confiante.

    {Você consegue me ajudar?}

    {Você já segurou a espada negra de Azrael, lembra de como foi?}

    Eriel refletiu. Noir absorvia a mana de Azrael para se fortalecer, enquanto Sonne fazia o oposto, transmitindo mana ao seu mestre.

    Olhando para Paradoxo, ela percebeu algo crucial. A espada branca emanava mana constantemente, como se despejasse o excesso para não sobrecarregar.

    Absorver, em vez de fornecer.

    Eriel parou de canalizar sua própria mana para a lâmina e começou a absorver a energia que fluía dela. A mana percorreu seus canais, chegando ao núcleo de mana em seu interior. Sua percepção mudou imediatamente. Era como se pudesse sentir tudo ao seu redor com clareza absoluta.

    Dirigiu a mana adaptada de volta à espada, iniciando um fluxo recíproco. A lâmina brilhou intensamente, partículas de energia se desprendendo dela e iluminando o ambiente com uma luz ofuscante.

    {Hmmm…}

    Uma voz sonolenta ecoou em sua mente, e Eriel sentiu a mesma presença que havia percebido antes, ao interagir com Noir.

    “Paradoxo?” perguntou em voz baixa, o coração batendo acelerado.

    A resposta estava diante dela. O despertar da espada havia finalmente começado.

    Samael observava em silêncio, acompanhando cada movimento com uma expressão serena.

    “Então esse é o meu nome… Paradoxo? Gostei.”

    A voz da espada ecoou, clara e distinta, e Samael não conseguiu esconder sua surpresa ao ouvir a alma da arma pela primeira vez.

    “Isso é incrível! Uma arma com uma alma verdadeira!”

    “Sim, sim. Eu sei. Incrível, não?” Paradoxo respondeu com um tom casual, como se não estivesse tão impressionada quanto Samael.

    De repente, a lâmina começou a brilhar intensamente, sua luz preenchendo a sala até que uma figura feminina emergiu. Uma bela mulher de olhos azuis, envolta por uma aura frágil, mas carregada pelo poder do tempo, surgiu diante de Eriel. Seus longos cabelos acinzentados caíam em ondas suaves, e ela levou uma das mãos à cabeça, parecendo surpresa com a própria aparência.

    “Quanto tempo eu dormi? Não sei… O fluxo do tempo está bagunçado… Que dor de cabeça,” murmurou ela, franzindo ligeiramente o cenho.

    “Paradoxo,” Eriel começou, tentando compreender a situação, “você é uma alma trazida por Z… Isso significa que veio do futuro?”

    Samael assentiu, parecendo concordar com a linha de raciocínio.

    “Não sei,” respondeu Paradoxo, sua expressão carregada de incerteza. “Minha existência está… estranha. Não possuo memórias sobre minha identidade. Tudo o que sei é: sou uma existência que não está registrada no Livro da Vida, nem no Livro dos Mortos.”

    As palavras fizeram Samael arregalar os olhos.

    “Isso é impossível! Se você não está no Livro da Vida, significa que já morreu, mas… se também não está no Livro dos Mortos…” Ela parou, sua voz tremendo levemente. “Isso significa que você não existe. O registro dos mortos é feito para todos que já viveram!”

    Samael começou a murmurar para si mesma, como se tentasse encontrar uma explicação lógica para algo que desafiava todas as leis naturais.

    “Se acalme, Samael,” disse Paradoxo, tentando aliviar a tensão. “Mesmo sem lembranças de quem eu sou, ainda há conhecimento na minha mente. Por exemplo, sua verdadeira identidade como—”

    {Reino do Silêncio.}

    Antes que pudesse completar a frase, sua voz foi subitamente silenciada. Paradoxo tentou falar, mas nenhum som saía de seus lábios.

    “Entendi…” murmurou Samael, voltando a si. “Então é assim. Mas, se você sabe sobre minha identidade, isso significa que vou revelá-la no futuro?”

    Paradoxo acenou levemente.

    “Sim.”

    “Então deixemos isso para o futuro. Não há motivo para adiantar algo que não deve ser revelado agora.”

    “Me desculpe.”

    Samael suspirou, parecendo aliviada. “De qualquer forma, cumpro o que prometi.”

    Ela estalou os dedos e, no mesmo instante, o ambiente ao redor começou a mudar. Uma luz branca ofuscante engoliu tudo e o ambiente deu lugar a um novo cenário.

    {Mundo de Lembranças. Alvo: Azrael.}

    A paisagem tomou forma lentamente, como se um filme estivesse sendo projetado. Eles estavam em uma floresta. Eriel percebeu o som dos pássaros e o barulho de uma cachoeira próxima.

    Ao longe, Azrael apareceu, movendo-se com curiosidade por entre as árvores. Ele parecia jovem, com traços mais delicados e uma postura desajeitada, como a de um adolescente que ainda descobria o mundo. Parecia ter cerca de 13 ou 14 anos, na idade humana.

    Ele seguiu por um caminho até uma clareira, onde flores silvestres e plantas coloridas rodeavam um pequeno lago alimentado pela cachoeira. O cenário era calmo, quase mágico.

    Os passos de alguém se aproximando o fizeram parar. Ele se virou rapidamente, mas antes que pudesse recuar, uma figura surgiu à sua frente.

    Uma jovem de cabelos negros e olhos brilhantes o encarava com curiosidade. Ela parecia ter cerca de 12 anos, sua expressão um misto de timidez e fascínio, como se nunca tivesse visto alguém como ele antes.

    Azrael hesitou, claramente desconfortável com a situação. Ele pensou em sair dali, mas foi interrompido pela voz suave da garota.

    “Você está perdido?”

    A pergunta o fez parar no lugar. Por um breve instante, ele olhou para ela, avaliando suas intenções. Então, um sorriso tímido surgiu em seus lábios.

    “Sim… Você sabe onde estamos?”

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