Capítulo 04 -“Bem-vinda ao Reino de Ataraxia, Eu sou Tuphi, ao seu dispor!”
1
Fos ganhava altitude com movimentos repetitivos e pesados de suas asas, onde cada músculo de seu corpo parecia trabalhar de forma sincronizada e majestosa. Ayasaka, percebendo a incrível estabilidade que as escamas do dragão proporcionavam, começou a se maravilhar com o voo e se concentrou no ambiente ao redor para evitar olhar para o chão, pois sabia que, caso o fizesse, as lágrimas começariam a fluir.
Com a visão ainda levemente alterada, Ayasaka observou ao fundo uma cidade que se estendia verticalmente como uma metrópole em constante crescimento. A cidade era sombria, com edifícios altos e pontes de madeira aparentemente precárias que ligavam as estruturas, criando um labirinto vertical fascinante. O conceito de construção da cidade despertou sua curiosidade, pois era totalmente diferente do que ela conhecia.
Fos, percebendo o interesse de Ayasaka pela cidade, começou a explicar:
“Este é o reino de Ataraxia, um lugar onde a igualdade e a gentileza prevalecem. O sistema de socialização aqui é chamado de Raxy, onde tudo se baseia no seu Raxy interior, uma energia que está diretamente ligada à sua alma. Cultivamos nosso Raxy interior com o conceito de proposta Ataraxian, que envolve se livrar de preocupações mundanas e, se necessário, até mesmo de sentimentos indesejados. Qualquer coisa que atrapalhe o desenvolvimento de nossa sintonia é considerada desnecessária. Itens e posições sociais são baseados em Raxy. Quanto mais cristalina for sua alma, maior será seu Raxy interior e, consequentemente, maior seu respeito na sociedade.”
Ayasaka, com os olhos fixos na cidade à distância, começou a se perguntar o que poderia ter acontecido com esse reino que Fos descrevia com tanto apreço e se havia alguma conexão entre esse lugar e a visão que ela tivera em Tóquio.
O céu à sua volta tinha uma tonalidade azulada profunda, dando a impressão de que Fos os transportava por um oceano celeste desconhecido. A lua magenta no horizonte, com seu anel de asteroides, era uma visão de tirar o fôlego, e Ayasaka se viu maravilhada por esse mundo completamente novo.
Observando ao seu redor, Ayasaka notou um grupo de criaturas gigantes que se assemelhavam a águas-vivas, movendo-se com uma graça hipnotizante. Elas contraíam seus corpos, empurrando o ar de baixo de suas estruturas, criando um movimento pacífico e flutuante. Suas cores, em tons de lilás fraco, eram uma verdadeira sinfonia visual, que encantou os olhos de Ayasaka, proporcionando um espetáculo inesquecível.
Ayasaka apoiou sua cabeça e seu corpo no pescoço de Fos, que irradiava um calor reconfortante. Rapidamente, ela caiu no sono, adormecendo com um rosto sereno, livre de preocupações, parecendo um anjo iluminado pela luz da lua. Seu manto sobretudo adquiriu uma tonalidade de púrpura mesclada com um vermelho suave, combinando perfeitamente com o grupo de criaturas gigantes que flutuavam ao seu redor e emitiam sons graves e melodiosos, semelhantes aos de baleias. Juntos, eles seguiram viagem em direção ao misterioso vilarejo de Kratkar, guiados pelas asas majestosas de Fos.
Sentindo seu rosto pressionado contra um material macio, cuja textura era semelhante a uma confortável almofada, Ayasaka acordou, lembrando-se de que não estava mais em Tóquio, nem mesmo no Japão. Ela se encontrava em um lugar completamente desconhecido, em cima de um gigantesco animal que desafiava qualquer conhecimento prévio. Ajeitando-se nas costas do dragão, ela observou o ambiente à sua volta.
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Ela estava no meio de uma rua de terra, iluminada por pilares que emitiam uma energia amarelada. Fos pousou lentamente, recolhendo suas asas e criando uma leve corrente de ar que balançou as roupas das pessoas presentes no local. Ao redor de Ayasaka, viu casas de tijolos marrons com uma aparência humilde. Não muito longe, pilares estavam posicionados em cada extremidade do vilarejo, emitindo uma áurea de energia cintilante que parecia conectá-los, cercando o vilarejo e criando uma imagem distorcida do que havia do outro lado.
Fos se encolheu, permitindo que Ayasaka descesse até o solo. Assim que a garota desceu do dragão, arrumou seu violão nas costas e ouviu uma nova voz empolgada. Ela se virou na direção do som e avistou uma garota ligeiramente menor do que ela, com orelhas cinzas e peludas semelhantes às de um lobo, além de uma cauda que parecia extremamente macia. A garota lobo também carregava um arco curvo e alongado nas costas, o que imediatamente chamou a atenção de Ayasaka. A garota exótica estava acompanhada por uma mulher de cabelos dourados vestindo roupas simples, ambas com sorrisos acolhedores direcionados a Ayasaka e ao dragão.
— Bem-vindos. — disse a mulher de cabelos dourados, enquanto seus cabelos oscilavam ao vento.
— Ela é a garota da profecia? — sussurrou a menina lobo para a mulher de cabelos dourados.
Ayasaka, aproximando-se lentamente após escutar os sussurros da garota exótica à sua frente, decidiu esclarecer seus pensamentos:
— Eu sou Mio Ayasaka, de Tóquio. E quem são vocês? — disse Ayasaka com coragem e um olhar desconfiado.
A menina lobo observou a cor dos olhos de Ayasaka mudarem imediatamente para um azul amarelado, o que fez suas orelhas de lobo se erguerem em surpresa. Ela começou a balançar a cauda involuntariamente, mostrando empolgação.
Ayasaka ficou surpresa com a cena diante dela. Uma garota com características de lobo balançando a cauda a deixou boquiaberta de surpresa.
Repentinamente, Fos, que estava a alguns passos de Ayasaka, respondeu encarando-a:
“Elas são as responsáveis por este lugar e estão preparadas para o seu encontro, detentoras das respostas que você procura.”
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Ayasaka olhou levemente para trás enquanto o dragão falava, prestando atenção, mas logo voltou seu olhar para as garotas à sua frente, completando sua linha de raciocínio.
— Ele está falando com você? — a garota lobo perguntou.
— Hum? Sim… mas é tipo… dentro da minha cabeça sabe?
A garota lobo soltou sons de surpresa enquanto olhava para a mulher de cabelos dourados que observava de braços cruzados com um sorriso no rosto.
— Me acompanhe até nossa casa. Lá, iremos esclarecer todas as suas dúvidas, garota da profecia. Já está escuro, e a noite é perigosa nestes tempos. Meu nome é Beatrice van Lethi, sou a responsável por este vilarejo. — Beatrice comentou com confiança, jogando seu vestido rodado na direção oposta a Ayasaka, fazendo uma reverência nobre.
— Eu sou a Tuphi, estou ao seu dispor Senhorita Garota da Profecia! — comentou a menina lobo de cabelos cinza, levantando sua cauda e orelhas e dando um pequeno pulo, demonstrando empolgação.
Ayasaka soltou uma risada leve, com a mão no rosto, olhando as duas figuras à sua frente.
— Só Ayasaka mesmo, está bom… precisa de tantas formalidades não, Tuphi — ela disse balançando os braços negativamente.
Tuphi ficou feliz com Ayasaka chamando-a pelo nome.
Ela aceitou o convite de Beatrice após ter baixado a guarda com o comentário de Fos. Seguiu Beatrice e Tuphi até uma casa grande que não estava muito longe de onde estavam. Fos, observando Ayasaka partir, deitou-se onde estava, aparentemente pronto para descansar.
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2
— Aqui está — Beatrice serviu uma xícara de chá de forma elegante. Ela trouxe também um belo prato de xícaras decoradas com esboços de dragões em azul.
— Obrigada — Ayasaka acenou levemente com a cabeça, pegando a xícara e o prato com cuidado e assoprando o chá quente que estava dentro.
Ayasaka olhou para os dragões que estavam desenhados no prato, e viu uma estranha semelhança com algo que ela estava acostumada em seu dia a dia, mas não soube responder o que era.
Beatrice ofereceu um copo de leite morno a Tuphi, que demonstrou grande fofura ao segurar o mimo. Ayasaka estava encantada com a garota e sua aparência. A menina lobo, que possuía longos cabelos cinza e roupas com bordados predominantemente na cor preta, vestia uma bela meia cinza até a altura de suas coxas.
— Nós somos as líderes deste lugar. Vou começar explicando sobre a Garota da Profecia, pode ser? — Beatrice deu um leve gole em sua xícara de chá.
— Você sabe algo sobre Ataraxia? — Perguntou Tuphi, observando Ayasaka atentamente com seus grandes olhos, cada um de uma cor diferente: azul e castanho.
Ayasaka olhou para o vazio enquanto respondia à pergunta de Tuphi.
— Sim, Fos me explicou o conceito de Raxy que funciona em Ataraxia.
Beatrice, com um olhar pesaroso, colocou a xícara sobre a mesa diante dela e cruzou as pernas elegantemente. Ela então continuou a explicação:
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— Raxy não existe mais há quinhentos anos — respondeu Beatrice de forma seca.
Ayasaka arregalou os olhos em choque, abriu lentamente a boca para responder, mas foi interrompida por Beatrice, que continuou sua explicação.
— Ataraxia não é mais o lugar de igualdade que costumava ser. Se fosse, estaríamos vivendo tranquilamente. — Beatrice levantou-se e caminhou lentamente na direção de uma parede próxima, que possuía uma lareira e estava repleta de livros em um idioma aparentemente ilegível aos olhos de Ayasaka.
— A profecia fala da cavaleira de dragão, descendente do trono da família celestial, detentora do lendário Kazewokiru. Em um momento crucial, ela voaria com seu destemido dragão pelos solos de Ataraxia, e com seu som capaz de realizar coisas impossíveis, selaria a desigualdade e afastaria as energias negativas. Isso restauraria a gentileza e reestabeleceria os raxy das pessoas que perderam a esperança e a estima em suas vidas. O objetivo é derrubar a personificação do mal concentrado de toda Ataraxia, que esteve selado por milênios nas entranhas da sociedade e, infelizmente, vazou para a superfície devido a uma fraqueza desconhecida. — Beatrice completou sua explicação, tirando a poeira de alguns livros antigos enquanto falava.
— Simples, não? — Tuphi disse.
Ayasaka olhou para o chão enquanto tentava assimilar a enxurrada de informações que acabara de receber.
— Kazewokiru, que você mencionou, seria o meu violão, certo? — perguntou ela, passando a mão sobre as cordas transparentes do instrumento em seu colo, emitindo um som suave que preencheu o ambiente com ternura.
— Kazewokiru é a manifestação do Deus dos ventos em Ataraxia — Disse Tuphi, que se intrometeu no assunto com as orelhas erguidas, olhando para suas unhas levemente compridas que pareciam pequenas garras.
— É a vontade do Deus dos Ventos, concedida por ele com a intenção de proteger a igualdade em Ataraxia. É um objeto que apenas os descendentes da antiga Família Celestial conseguem manusear — Beatrice complementou a explicação de Tuphi, olhando para o violão no colo de Ayasaka.
— O que aconteceria se outra pessoa o tocasse? — Ayasaka indagou curiosamente, olhando para o instrumento.
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— Ela morreria. Kazewokiru é um dos quatro instrumentos celestiais. Para manuseá-lo, a pessoa precisa ser descendente direta da linhagem da família celestial e fornecer a energia de Raxy necessária para fazer as cordas vibrarem. Caso contrário, não será suficiente. — Disse Tuphi, que falou de forma séria pela primeira vez desde a chegada de Ayasaka. O tom sério logo se dissipou quando a garota deu um gole em seu leite morno, deixando um fofo contorno de leite ao redor de seus lábios.
Ayasaka tentou agir normalmente enquanto encarava os lábios sujos de leite de Tuphi, que não tinha ideia do que estava acontecendo.
No entanto, ao ver a expressão engraçada de Ayasaka apontando para sua boca, ela se tocou e limpou com a manga de sua blusa. A ação inesperada fez as três garotas rirem por um momento, mas a seriedade logo tomou conta do ambiente novamente com a próxima pergunta de Ayasaka:
— O que aconteceu com os outros três instrumentos? — perguntou Ayasaka, intrigada, enquanto saboreava seu chá.
— Ninguém sabe. Temos poucas ou nenhuma informação sobre eles, são desconhecidos. O único do qual temos algum conhecimento é o Kazewokiru; o resto é uma incógnita para nós, rebeldes — respondeu Tuphi, esticando as pernas no braço do sofá.
3
— Vá mostrar a casa para ela, Tuphi. — Exclamou Beatrice, observando Tuphi se acomodar.
Tuphi estava prestes a terminar seu alongamento quando o tom de Beatrice a fez saltar rapidamente. Ela reclamou em voz baixa e, após levantar-se, fez Ayasaka soltar uma pequena gargalhada.
— Vamos lá, não temos muito para mostrar, mas vou te apresentar o básico — disse Tuphi, fazendo um gesto com a mão para que Ayasaka a acompanhasse.
No corredor da grande casa, Ayasaka não conseguia parar de observar a cauda de Tuphi balançando de um lado para o outro em movimentos fluidos e hipnotizantes.
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— Pervertida! — exclamou Tuphi, pulando e virando-se para trás enquanto apontava para Ayasaka.
Ayasaka, que não conseguia mais manter sua pose descolada, ficou instantaneamente corada e tentou explicar-se:
— Não é nada disso que você está pensando, é só que eu… eu… — ela travou enquanto tentava falar, incapaz de articular uma palavra sem gaguejar.
Tuphi riu debochadamente e levou a mão ao rosto, observando Ayasaka andar, de costas com seus cabelos cinza refletindo a luz amarelada dos cristais luminosos que não emitiam fogo, mas sim uma energia que orbitava pedaços de madeira presos às paredes ao longo do vasto corredor repleto de pinturas.
— Eu estava apenas brincando, queria ver sua reação. — disse Tuphi enquanto saltitava pelo corredor, seguida por Ayasaka.
“Vira-lata atrevida”, pensou Ayasaka, recuperando a compostura enquanto seguia Tuphi.
Tuphi, chegando perto de uma sala com uma porta simples, parou e apontou com as mãos para o interior do cômodo.
— Este é o banheiro — completou a menina lobo, abrindo a porta com suas delicadas mãos brancas.
4
Ayasaka observou o cômodo não muito espaçoso do lado de fora da porta e pensou: “Não tem chuveiro. Será que existe chuveiro? Tomar banho no rio vai ser no mínimo estranho.” No entanto, ela apenas concordou educadamente com a cabeça para Tuphi e deu continuação ao tour pela casa.
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O corredor levou-as ao seu longo fim, onde se depararam com uma sala de jantar.
— Aqui é onde a felicidade acontece. — Suspirou Tuphi com um tom surpreendentemente satisfatório.
— Parece que comer é a sua especialidade né?
Ayasaka soltou uma leve risada diante do entusiasmo de Tuphi, observando a grande sala à sua frente. Era uma sala com uma mesa para seis pessoas e alguns armários de madeira com um tom esverdeado, um ambiente rústico e diferente do que ela estava acostumada com a tecnologia de ponta em Tóquio. No entanto, a simplicidade do local a agradou, e ela o considerou confortável, mesmo estranhando o choque de diferenças no “básico” em relação a sua antiga realidade.
Tuphi mostrou outros cômodos da casa, até que chegaram ao segundo andar, onde ela abriu uma porta próxima à escada, revelando uma enorme sala com uma banheira grande e aquecida.
— Caramba, quanto espaço! Cabe seis Ayasakas aqui!
— Por que seu método de medida é em Ayasakas? — Tuphi inclinou a cabeça, curiosa.
Enquanto Ayasaka explorava a grande sala de banho, Tuphi em silêncio sussurrava no canto contando com os dedos:
— Uma Ayasaka… duas Ayasakas…
Tuphi virou-se para Ayasaka e olhou diretamente para seus pés descalços, fazendo com que a garota encolhesse os pés timidamente.
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— Você está descalça desde quando? — perguntou Tuphi com a mão no queixo e a calda abanando.
— Desde que cheguei aqui.
— Está brincando?… — Indagou Tuphi.
— Está tudo bem, eu prefiro assim, me sinto mais livre. — respondeu Ayasaka com um sorriso no rosto, tentando acalmar a garota lobo que parecia indignada.
— Então está bem. Mas se você precisar, eu te darei alguns pares de meias com prazer. De qualquer forma, você receberá algumas mudas de roupa. É impossível ficar com o mesmo manto para sempre — disse Tuphi, apontando para o manto vermelho de Ayasaka, que já estava um pouco sujo devido às várias coisas que aconteceram durante o dia.
— Obrigada. — respondeu Ayasaka com uma leve reverência.
Tuphi imediatamente ficou corada e respondeu:
— Por favor, não se reverencie para mim, garota da profecia. Eu é que devo me reverenciar a você, o nosso símbolo de esperança neste momento —
Tuphi constrangida, fez uma reverência exagerada, demonstrando grande submissão a Ayasaka.
Ayasaka, observando a cena, estendeu lentamente a mão, colocando-a no topo da cabeça da menina lobo e acariciando-a. Tuphi fez um som de surpresa por um breve momento, aceitando o carinho.
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— Não precisa disso, Tuphi, eu nem sei o que eu estou fazendo aqui para ser sincera.
Envergonhada, Tuphi seguiu o tour até chegarem a um quarto no final do segundo andar.
— Este é o seu quarto. Não é muito, mas é o que temos para oferecer, me desculpe — disse Tuphi, abrindo a porta para Ayasaka, que entrou no quarto e observou os quatro cantos do cômodo simples, que consistia apenas em uma cama e uma escrivaninha.
— É tudo o que eu queria. — respondeu Ayasaka, sorrindo para Tuphi.
Tuphi balançou empolgadamente sua cauda.
— Vou providenciar uma muda de roupas para você. Pode se acomodar em seu quarto enquanto isso — disse Tuphi, dando as costas e desaparecendo gradualmente pelo corredor do segundo andar.
Ayasaka tirou Kazewokiru de suas costas e o colocou ao lado de sua cama, como costumava fazer em seu quarto no Japão.
Ela se jogou na cama, quase a quebrando, e suspirou.
“Ainda não caiu a ficha de que tudo isso é real. É como se fosse um sonho que eu teria tido dormindo na aula de Inglês”, pensou Ayasaka, com a cabeça afundada em um travesseiro de plumas em seu colchão surpreendentemente macio.
— Aquela aula era bem chata né? — Ayasaka disse enquanto observava o teto de madeira de seu novo quarto, rindo.
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Tuphi apareceu com algumas mudas de roupas em um estilo semelhante ao que Ayasaka estava vestindo.
— Estas roupas foram feitas especialmente para você. Elas foram feitas na era nobre e pura de Ataraxia, por isso a qualidade do tecido é extremamente superior a tudo o que temos por aqui hoje em dia — entregou as roupas a Ayasaka, que as colocou em cima de sua escrivaninha.
— Eu ainda vou organizá-las. — respondeu Ayasaka com um sorriso de agradecimento.
— Sinta-se à vontade para tomar banho agora, se quiser. Já são mil e vinte Solus, e estamos indo dormir em breve.
Ayasaka deduziu que a garota estava se referindo às horas do sol e percebeu que equivalia a cerca de dez horas e quarenta minutos em Tóquio, hora em que costumava ir dormir. Tuphi virou-se delicadamente e seguiu em direção à sala onde Beatrice estava, desaparecendo no corredor amplo do segundo andar da casa, deixando a porta do quarto de Ayasaka respeitosamente aberta.
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