Capítulo 76
— Há quanto tempo você os guarda?
Louryl se aproximou e perguntou, pegando minha bolsa.
Eu não sei. Desde que regressei?
— A maior parte da minha mesada está no banco de Lombardi, isso é parte dela.
— Suponho que sim. Se você pensar na sua mesada…
Depois de afrouxar a alça do bolso e olhar o conteúdo, a voz de Louryl parou.
— Senhorita?
— Huh?
— Você vai levar todo esse dinheiro com você?
Louryl suspirou suavemente.
Ela parecia pensar que eu, que não sabia das circunstâncias fora da mansão, tinha acumulado quantias ridículas de dinheiro.
— Se você pegar metade do dinheiro neste bolso…
— Não, eu preciso de tudo.
— Mas, senhorita, com todo esse dinheiro.
— Eu sei, é dinheiro suficiente para comprar um prédio no centro de Lombardi. Eu sei.
A expressão de Louryl ficou pasma com minhas palavras.
— Como você sabe disso?
— Existe uma maneira de saber de tudo.
Eu morei sozinha fora da mansão por anos.
— De qualquer forma, peguei todo o dinheiro de que preciso.
— Se você vai comprar vestidos e joias, por que simplesmente não escreve uma conta para a mansão de Lombardi? Você não precisa gastar dinheiro assim…
— Eu nunca disse que compraria vestidos e joias.
Sorri para Louryl, que inclinou a cabeça com minhas palavras imprevisíveis.
— Você finalmente está saindo.
Entrei na carruagem com uma roupa pronta para vestir simples da loja de roupas Gallahan, que não era decorado.
Nesse ínterim, às vezes fui ao palácio de carruagem com meu pai e meu avô, mas é a primeira vez que saio sozinha assim.
Não, não estou sozinha.
— Chegou o dia de sair com a minha senhorita!
Com Louryl, que está mais animada.
— Vamos primeiro à Praça Lombardi.
A carruagem começou a andar devagar quando Louryl passou minha palavra ao cocheiro.
Uma cena familiar passou pela janela.
Pouco depois de correr pela avenida da mansão Lombardi, chegamos à praça.
— Senhora, saia com segurança!
Louryl desceu primeiro e segurou minha mão.
— Uau.
Andar na praça depois de muito tempo foi mais incrível do que eu pensava.
— Legal.
A praça, onde muitas pessoas estão ocupadas, e a estátua do primeiro Lombardi, parada no meio, parecia muito maior do que eu me lembrava.
Para ser sincera, em comparação com a sempre tranquila e arrumada mansão Lombardi, o cenário não é tão bonito.
Mas definitivamente havia algo energizante na poeira e no barulho das carruagens que passavam.
Eu disse, respirando fundo no ar agitado da praça.
— Vamos lá.
Peguei a mão de Louryl e puxei-a para um lado da praça.
— O que há aí, senhora?
— A padaria mais gostosa do mundo.
Saí da avenida por becos familiares.
Louryl disse que era sua primeira vez aqui e olhou em volta, imaginando.
Quando virei a esquina, vi o prédio que costumava alugar à distância.
Uma pequena sala no segundo andar daquele prédio pobre era minha casa.
Talvez agora outra pessoa esteja cansada todas as noites e esteja descansando para amanhã.
E na frente dela está a padaria onde eu comprava pão fresco todas as manhãs.
Eu não aguentava mais o cheiro de pão doce, então soltei a mão de Louryl e corri para lá.
Acontece que eu vi tia Perry, que estava exibindo pão fresco.
Era um rosto mais jovem do que eu me lembrava, mas o rosto caloroso e amigável característico permaneceu o mesmo.
— Olá, Madame!
— Huh? Sim, olá. Eu nunca vi você antes. Você se mudou para perto?
Quando me mudei pela primeira vez com uma bolsa pendurada depois de ser expulsa da mansão Lombardi, tia Perry me deu as boas-vindas com estas mesmas palavras.
Riu como se conhecesse alguém que será seu vizinho por muito tempo.
— Eu sou a Flore!
— Sim, Flore. Você pode me chamar de tia Perry confortavelmente. Que tipo de pão você quer hoje?
Oh, finalmente posso comê-lo!
Meu coração disparou.
— Eu gostaria de dois sanduíches de baguete!
— Oh, acho que você já ouviu falar em algum lugar que nosso menu especial é delicioso.
Faz alguns anos que sinto falta desse sanduíche, que não está escrito no cardápio e só os clientes regulares sabem.
— Senhorita! Como você pode correr assim sozinha!
Louryl, que o seguiu tarde, engasgou.
— Senhorita…?
Tia Perry se reveza olhando para Louryl com olhos redondos.
Ah, não.
— É minha meia-irmã! Eu tenho um irmão mais velho que tem uma grande diferença de idade… haha. Sinta-se à vontade para me chamar pelo meu primeiro nome.
— Oh, você é a mais nova da família! Não admira que você pareça tão amada! Aqui está.
Eu podia ver a baguete gorda cortada ao meio e enchia o sanduíche com o presunto e o queijo que era vendido em um mercado próximo.
— Oh, cheira tão bem.
Era um sanduíche barato que não era páreo para a comida da mansão Lombardi, mas eu sentia muita falta dele.
— Adeus!
— Sim, volte sempre!
Tia Perry sorriu e acenou.
Alguns passos para fora, Louryl sussurrou em meu ouvido.
— Senhorita, e se você comer algo assim e tiver dor de estômago?
— Não se preocupe com isso. Experimente, Louryl. É realmente delicioso.
Eu abri minha boca e perguntei avidamente.
— Sim, é isso.
Sanduíche da tia Perry enquanto caminhava pela rua!
Senti a sua falta!
Louryl, uma jovem e preciosa senhorita da família Dillard, hesitou diante da minha atitude ridícula.
Bem, não faz parte do bom senso aristocratas comuns comerem na rua.
Não importa o quão relativamente livre Louryl seja, ela nunca fez isso.
— Se você não vai comer, dê para mim.
Yum yum
Ao ouvir minhas palavras, Louryl deu uma mordida tímida, confirmando que ninguém estava passando.
— … oh meu!
— É bom, não é?
— Sim! Nossa, é tão bom!
Ela dá duas ou três mordidas de surpresa.
Olhando para aquele olhar, comecei a comer o sanduíche novamente.
Oh, salgado e saboroso! É uma delícia!
— Eu deveria ser uma cliente regular lá!
Louryl disse com um brilho nos olhos.
Eu naturalmente caminhei para o meu próximo destino quando Louryl se distraiu com o sanduíche.
Era um mercado barulhento no centro de Lombardi.
As pessoas compram e vendem todos os tipos de coisas, como frutas, alimentos e utensílios domésticos.
Eu não vou para a movimentada rua principal.
Virei ligeiramente e cheguei à nova cidade ao lado dela.
Um prédio verde-escuro foi visto em uma rua um pouco mais organizada do que o mercado.
Foi a segunda filial da loja de roupas Gallahan em Lombardi, que abriu recentemente.
— Você está indo para a loja de roupas?
— Sim, é um lugar novo. Vou dar uma olhada.
Pedi a Louryl que desse uma olhada na loja de roupas onde as pessoas entravam e saíam.
— Deixe-me verificar uma coisa. Vamos entrar separadamente. E não diga meu nome a eles a menos que as pessoas me reconheçam primeiro, certo?
— Sim, Senhorita…
Quando abri a porta, vi o interior de uma loja de roupas bem organizada.
Se parece com isso.
Foi a primeira vez que vim pessoalmente, só tive notícias de Clerivan.
A loja de roupas era semelhante à ‘loja de roupas’ que eu conhecia.
Roupas femininas no primeiro andar e roupas masculinas no segundo andar.
Eu estava verificando um por um o que eu tinha apenas sido informado por escrito.
À primeira vista, Louryl, uma nobre jovem, foi imediatamente seguida por um funcionário de uma loja de roupas, mas ninguém se importava comigo quando era uma criança que vinha sozinha.
— Olá, senhorita. Você está aqui sozinha?
Quando já era hora de eu ficar um pouco decepcionada com as habilidades de atendimento ao cliente da loja de roupas Gallahan.
Uma voz gentil falou comigo.
Era uma mulher com cabelo preto e olhos roxos.
— Eu não vim sozinha, estou esperando meu pai.
— Ah, entendo. Então, se precisar de alguma coisa, pode me chamar a qualquer hora.
A mulher sorri para mim, depois se dirige a outro hóspede e inicia uma conversa com um sorriso amigável.
Observei a equipe trabalhando quando estava procurando roupas em uma loja de roupas.
Foi então que uma voz alta surgiu.
— Não, acabei de comprar!
Um homem de meia-idade estava discutindo com um funcionário com uma cara de zangado.
— Por que você não confia nas pessoas?
Havia cerca de dez lindos vestidos azul-marinho empilhados na frente do homem.
Parecia uma pessoa que estava devolvendo as roupas.
— Você ousa chamar a família Livartin de mentirosa!? Sério!?
O homem de meia-idade falou com arrogância, erguendo o queixo.
Quando os olhos se reuniram ao seu redor, o pessoal da loja de roupas corou e forçou sua cabeça para baixo.
— Não é isso… sinto muito, vou te devolver.
— É assim mesmo!
O rosto do homem sorridente ficou um pouco duvidoso.
Algo parece estranho.
Eventualmente, foi quando a funcionária tentou fazer uma conta valendo o preço das roupas e entregá-la ao homem.
— Com licença por um momento.
A mulher que falou comigo sorriu quando bloqueou suavemente o bastão.
— Olá, sou Violet e sou responsável pela filial de Lombardi. Você disse que era de Livartin?
— Bem, não é?
— Você é, então, o mordomo da família Livartin?
— Khome, eu não ia revelar. Isso mesmo.
O homem franziu a testa, falando de forma hesitante.
— Nossa loja de roupas emite um documento chamado ‘recibo’ para cada transação. O mesmo vale para até mesmo um par de luvas. Você acabou de comprar quarenta dessas roupas e disse que gostaria de obter o reembolso de dez delas. Então, você tem que trazer esses quarenta recibos.
— Eu nunca tinha ouvido falar disso antes…
— Se você fosse um mordomo, é claro, você saberia disso.
Ela ainda parecia sorrindo, mas o sorriso de Violet não era legal.
O homem, parecendo desapontado, explicou rapidamente.
— Uau, é a minha primeira vez lidando com uma loja de roupas…
— O Livartin que você mencionou não está aqui, eles fizeram três acordos conosco na sede de Lombardi. Sinto muito, mas nunca vi seu rosto antes. Com licença, posso saber seu nome?
— Eu, quero dizer… isso!
O homem cerrou os dentes e saiu correndo da loja de roupas, olhando para Violet.
— Uau…
Suspirando baixinho, Violet rapidamente recuperou o rosto sorridente e pediu desculpas aos convidados.
— Me desculpe, senhora…
Um funcionário que havia sido enganado para pagar o homem se aproximou e lamentou a Violet.
— Está tudo bem, mas certifique-se de verificar o recibo da próxima vez. E lembre-se das informações sobre a família com quem você lida com frequência. Você se esqueceu que os Livartin foram alvo de um ladrão alguns dias atrás?
— Ah! Foi o que aconteceu, certo…
Eu sorri por dentro quando vi Violet dar um tapinha no ombro do funcionário.
Tudo bem, isso vai servir.
Foi quando eu estava tão satisfeita que Violet, que olhou pela janela ao som da parada da carruagem, se aproximou de mim e abaixou a cintura para encontrar o meu nível de olhos e disse:
— Sua Graça chegou, Lady Florentia.
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