Capítulo 38: O emblema amaldiçoado. (Parte 3)
‘Fragmentos dos pecados capitais, hein?’
Ken se encontrava agora pensativo depois de ouvir a história do homem à sua frente. A verdade sobre o emblema-amaldiçoado e dos fragmentos dos pecados capitais.
O verdadeiro objetivo do emblema-amaldiçoado, o que chamavam de emblema-zero, é de selar o fragmento do pecado capital da ira no portador.
Mas embora tenha sido selado, ainda concedeu ao portador uma incrível resistência e força física que superaram um humano normal, por isso Ken tem conseguido lutar contra usuários com núcleos de mana.
O mesmo vem acontecendo com o pecado da preguiça, e aconteceria com a luxúria. Graças ao pecado da preguiça, seu corpo vinha se recuperando lentamente depois de noites de descanso, e a luxurua iria restaurar sua energia yin depois de ter…sexo.
Em questões normais elas parecem ser apenas meras habilidades. Neste mundo as pessoas ganharam bastante força apenas com um núcleo de mana, se estivessem feridos, poções restauraram seus ferimentos.
E não precisariam da luxúria, já que têm a mana e a aura.
Mas como dizem, o que é um lixo para uns é um tesouro para outros. Porque para Ken eram bens indispensáveis.
‘Talvez seja por isso que eu tenha sido o único sobrevivente da 6ª porta. Aquela comida e aquela água que nos eram fornecidos com certeza continham alguma substância venenosa ou algo do tipo, o que matou os outros. Por causa disso me tornei o único sobrevivente..’
“Haa…”
Ken suspirou em frustração.
‘Tratar a vida humana como se fossem nada menos que objetos. É nojento.’
Os dias que passou na toca do inferno não foram nada além de infernais. A corrida de obstáculos que mataram quase a metade dos jovens, o treinamento das vendas nos olhos que mataram mais um terço, e outros treinamentos infernais.
Se você cometesse um erro sequer nos treinamentos, era punido por golpes e se você ficasse em último nas corridas de obstáculos, era punido com chicotadas.
Os treinamentos eram executados 24 horas por dia, tendo apenas um dia para descansar. Mesmo que você sentisse suas pernas tremendo de tão cansado que estivessem e seu corpo estando em completa exaustão, eras obrigado a suportar tudo isso e continuar, se não a punição o aguardava.
Era como uma vida de escravo com apenas um dia de descanso. Mas mesmo que tenha passado por tudo isto, Ken não se sentia incomodado.
‘Eu não queria admitir, mas na verdade foi graças aos treinamentos da toca do inferno que eu consegui evoluir ainda mais minhas artes marciais. Meus sentidos se tornaram ainda mais apurados e meus movimentos mais suaves e equilibrados.’
Ken apertou fortemente seu punho.
‘Diferente dos discípulos-divinos, isto é apenas o mínimo que posso fazer para ficar forte.’
Os discípulos-divinos tinham tudo, seus corpos já eram moldados para receber uma tremenda força, e seus núcleos de mana ainda o tornavam ainda mais poderosos. Não que Ken se ressentia por eles, mas também não podia evitar de sentir um pouco de inveja.
‘Eu ouvi e li histórias sobre os discípulos-divinos. Mesmo se eu treinasse durante minha vida toda não poderia chegar nem aos pés deles. Mas agora…’
Ken olhou para a palma da sua mão. A marca do emblema amaldiçoado o saudou.
‘Graças aos fragmentos dos pecados capitais, poderei usar com mais liberdade a técnica do raio branco.’
Ken ergueu a cabeça e olhou para o homem na sua frente, que estava bebendo tranquilamente o seu chá.
‘Os antigos portadores arriscaram suas vidas para que os futuros portadores pudessem ficar mais fortes. Arriscando suas vidas na criação do raio branco e procurando os outros fragmentos.’
Ken vagou seu olhar para o lado, para as almas que vagavam sem parar. O ‘caminho das almas’.
‘Todas aquelas almas…pertencem aos antigos portadores do emblema-amaldiçoado. Por causa do emblema-amaldiçoado, eles não podem ter o descanso final. Todos eles sacrificaram suas vidas para criar o emblema amaldiçoado e procurar os pecados capitais.’
Ken pegou no copo de chá e começou a beber, ainda ponderando.
‘Isto quer dizer que eu encontrar a técnica do raio branco não foi uma coincidência do destino, foi tudo planejado, assim como quando eu fui encontrado pelo sr. Bertolt. Agora tudo faz sentido, não tinha como eu sair da capital até uma cidade vizinha. São vários quilômetros, levando 3 dias a cavalo. A pergunta é, como?’
Um plano meticuloso que chegava a ser assustador, era como se sua vida já estivesse sido escrita ou planejada por alguém no momento em que colocou os pés neste mundo.
‘Se isto foi realmente planejado por alguém, tinha que ser pelo penúltimo portador, então…’
O olhar de Ken, olhando para o homem na sua frente tornou-se afiado.
‘Ele planejou tudo isso, me levou de alguma forma a quem possuía a técnica do raio branco, que era o sr. Bertolt. Mas diferente dos outros portadores, eu não possuía as memórias dos portadores passados. Será por eu ser um invocado de outro mundo?’
“Se estás preocupado com as memórias dos portadores anteriores, não precisas de te preocupar. Agora que você ativou o máximo do raio branco, logo, logo você as herdará.”
“?…”
Depois das palavras do homem, Ken inclinou a cabeça em confusão.
“Me diga, por acaso você não está lendo a minha mente?”
“…Impressão sua, é apenas o que seu olhar dizia.”
“…”
‘Então que pausa foi aquela antes de responder?’
Pensou Ken, duvidando da credibilidade do homem.
“Haa…”
Ken suspirou em aborrecimento.
‘Vamos apenas…Hm?’
Enquanto Ken puxava o cabelo para trás, notou que sua mão estava soltando pequenas partículas de luz, não só a sua mão, todo seu corpo estava fazendo isso.
“O que está acontecendo?”
“…Ainda é bastante cedo, mas parece que você já está voltando.”
Os olhos do homem pareciam ligeiramente arregalados, e sua voz continha surpresa.
“Com voltar você quer dizer?…”
“Sim, você está voltando ao mundo normal. Mas ainda é cedo, isto deveria acontecer depois de mais algum tempo…porque agora?”
O homem ainda permanecia pensativo por alguma razão, parecendo não entender o que estava acontecendo.
“Bem…será por causa do meu corpo anti-propriedades?”
“Corpo anti-propriedades?”
O velho mostrou mais uma expressão confusa, querendo saber do que o Ken falava.
Ken então explicou-lhe sobre a habilidade do seu corpo-anti propriedades para o velho. Sobre como seu corpo rejeitava a mana, aura e também a magia.
“…”
“?”
Depois de lhe contar tudo, a expressão do velho estava além do normal. Seus olhos estavam muito arregalados e sua mão tremia fazendo o chá balançar e com pequenas gotas caindo sobre o tatami.
“Senhor?…”
“UAHAHAHAHAHAHA!”
“!?”
Ken se surpreendeu pela intensa risada que o homem soltava. Seus lábios se ergueram de orelha a orelha.
*Baque.*
Ele bateu com as palmas da mão por cima da mesa, fazendo todo o chá cair.
“Então graças a esta habilidade você conseguiu derrotar um espadachim de aura-intermediário!? Ahaha! Não importa o quanto do raio branco eu usasse, derrotar um usuário de aura era algo impossível. A aura sempre protegia seus corpos como um escudo refletor, não deixando nenhum dano acertar o corpo principal! Mas agora…”
Ele então começou a acalmar-se, esfregando suas têmporas, mais ainda com os lábios esticados em um sorriso.
“…Não foi em vão, hehehe, realmente, estou feliz que não foi em vão…”
Embora estivesse sorrindo, havia um sentimento de lamento e alívio em suas palavras. Esta sua ação repentina apenas mostrava o quão desesperada sua vida era, e o quanto foi que se sacrificou e trabalhou para fortalecer o futuro portadores do emblema.
Então sabendo deste resultado foi como ganhar a olimpíada depois de décadas e mais décadas de derrotas.
Ele então retirou a mão que escondia seu rosto e olhou para Ken.
“Por acaso…tem mais alguma coisa?”
“…”
Vendo como seus olhos estavam brilhando, Ken estendeu a mão e ativou o raio branco.
‘Não sei se vai funcionar, mas…apenas devo fazer o que senti da última vez.’
O raio branco, que se alimenta da energia vital, surgiu da ponta de seus dedos. Mas Ken se concentrou ainda mais em sua energia interna, encontrando a energia da morte.
Com um exelente controle, o raio que brilhava em branco na ponta de seus dedos se tornou negro como a meia noite.
“!? Isto!?…”
E mais uma vez o homem mostrou mais uma expressão de surpresa.
“Esta é…a energia da morte?…”
Disse ele quase gaguejando.
Após usar o raio negro, o espaço começou subitamente a escurecer como se lampadas estivessem se apagando, o chão começando a rachar lentamente.
“Pare.”
Depois deste fenômeno, a voz fria do homem ecoou.
“…”
Ouvindo, Ken parou de executar o raio branco.
“…”
“…”
Um silêncio começou a pairar no ar. Mas então o homem quebrou o gelo.
“…Como você consegue controlar a energia da morte?”
A expressão do, fazendo a pergunta era bastante séria, mas Ken não se intimidou e apenas respondeu.
“…Depois de resistir às chamas negras.”
“…Me explica.”
Ken então começou a explicar sobre toda a situação ao obter esta energia. O homem a ouviu atentamente, e também explicou a Ken que tipo de energia era esta.
“Então esta é a energia da morte?”
“Sim, se a energia vital é vida, a morte é…a morte.”
‘Morte, hein?’
Os lábios de Ken se ergueram inconscientemente em um sorriso.
Sem que soubesse, ele havia conseguido adquirir uma nova habilidade. Neste ritmo ele já poderia ser considerado mais forte que a média das pessoas deste mundo.
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Habilidades:
Habilidade da ira: força e resistência, quando encontrado em estado de fúria.
Habilidade da preguiça: restauração de pequenos ferimentos ao descansar ou dormir.
Habilidade da Luxúria: Restauração da energia vital, o yin, depois de momentos de prazer.
Corpo anti-propriedades: um corpo que anula propriedades sobrenaturais.
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Técnicas:
Técnica do raio branco: aumento da percepção e força física.
Técnica do raio negro: Desentegrar tudo o que toca.
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Magias de selo.
Selo de cadeados.
Selo de pesos.
Selo de presença.
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Embora pudesse não parecer, Ken agora possuía diversas vantagens, tudo que lhe restava fazer seria organizar e usá los da melhor maneira possível.
Embora os discípulos-divinos possuíssem técnicas e habilidades mais poderosas e diversificadas, e daí? Ken estava apenas começando.
O homem organizou tudo e tomou um gole do chá.
“Você deve ter bastante cuidado com essa energia. Levando em conta a quantidade de portadores que morreram, a energia da morte deve ter reconhecido seu corpo, então tome cuidado.”
Disse o homem, avisando sobre o cuidado ao utilizar esta energia.
“Sim, tomarei cuidado…?”
Mas antes que terminasse de falar, seu corpo começou a liberar mais quantidades de partículas de luz, suas pernas já estavam ficando transparentes.
“Se você tem uma última pergunta, melhor fazer agora.”
Perguntou o velho.
A hora da despedida já havia chegado. Embora Ken ainda tivesse algumas dúvidas, o essencial já havia sido bem esclarecido. Mas ele ainda queria aproveitar o último momento que lhe restava para fazer uma última pergunta.
‘Última pergunta…O que devo perguntar?…’
Pensou enquanto olhava ao redor, vasculhando nas suas memórias algo essencial para perguntar. Mas não importava o quanto pensasse, nada vinha à sua mente.
‘Realmente não tenho mais nada…Espera.’
Foi então que uma memória vaga surgiu das profundezas da sua mente. Ken sabia que este espaço era familiar de alguma forma, como se não fosse a primeira vez que estivesse lá.
Foi então que se lembrou de um sonho que teve quando ainda estava na terra, principalmente sobre aquela menina de vestes brancas e cabelos negros que estava agachada.
Olhando para o velho, ele perguntou.
“Na primeira vez que estive aqui, ao invés de você, tinha uma menina de vestes brancas? Quem é ela?”
Diante da pergunta de Ken, o homem tremeu ligeiramente e ficou inquieto.
“…”
“…Você não vai responder?”
Ken, notando o comportamento estranho do velho, insistiu na pergunta.
“…Você não precisa saber.”
“Mas eu quero saber, por isso pare de enrolar-”
“Ainda não é a hora.”
A voz do homem se tornou mais fria e seu olhar mais afiado, deixando Ken inquieto.
Estava claro que o homem não queria e não iria revelar a identidade daquela menina, mas essa sua teimosia apenas alimentava a curiosidade de Ken, então ele não queria desistir.
“Pelo menos podes me dizer o nome dela?”
“…”
Diante da pergunta de Ken, um silêncio ensurdecedor mais uma vez pairava ao redor deles, e quando o velho abriu a boca.
Os olhos de Ken foram lentamente se arregalando.
“Aion.”
Disse o homem.
O rosto de Ken se distorceu e rapidamente se levantou e pegou no colarinho do velho.
“O que você quer dizer com Aion!? O que isso deveria significar!? Me responda!!”
“…Eu não posso dizer.”
O homem se manteve indiferente.
“Não fode comigo! Como assim você não pode dizer!! Abre imediatamente a boc-Gyhaaaaaaaaa!?”
Enquanto gritava desesperado, Ken de repente sentiu uma enorme e intensa dor de cabeça, fazendo-o rapidamente largar o velho e ajoelhando-se no chão.
“Gyhaaaaaaaaa!!”
A dor era tão intensa que teve que apoiar todo o corpo no chão, enquanto apertava fortemente a sua cabeça.
– Isto dói!
– Para!
– Vou matar vocês!
– Irei me vingar de todos vocês!
– Me deixem!!
Incontáveis memórias estavam se sobrepondo e surgindo como inúmeras telas na mente de Ken. Eram tantas memórias que Ken achava que iria enlouquecer.
Sua cabeça doía tanto que achava que estava sendo martelando diretamente no cérebro.
“Guhaaaaaaa!!”
Seus altos gritos de dor ecoavam.
O homem se levantou do tatami e começou a se aproximar de Ken enquanto falava.
“Neste momento você está recebendo algumas partes das memórias dos antigos portadores, que é um processo extremamente doloroso. Você deve se forçar para não esquecer quem és de verdade, se não a loucura o dominará. Diferente de todos nós, você é aquele que se tornou mais forte. Então você tem a obrigação de quebrar o selo deste emblema que acorrenta nossas almas no sofrimento eterno. Para isso, você deve encontrar os atuais portadores dos emblemas do zodíaco. Só assim você encontrará a felicidade e a nossa liberdade.”
Quando o velho chegou perto de Ken.
“…?”
*Pega.*
Seu calcanhar de repente foi agarrado pela mão de Ken.
“…Diga…me, como…você…sabe…este…nome?…”
Mesmo que estivesse sentindo uma tremenda dor, Ken ainda o olhava com hostilidade, ainda perguntando.
‘Parece que não preciso me preocupar. Pessoas normais não conseguiriam se mover nesta situação, nem sequer conseguiriam falar. Ele é realmente persistente, sim, não estou surpreso.’
O homem permaneceu calado mesmo depois da pergunta de Ken.
“Ugh!…Quem…é você?…”
Diante desta pergunta, o homem sorriu e abriu a boca.
“Eu sou…”
Mas aquela luz branca já havia desaparecido.
“Cê…”
Sua voz foi ofuscada pela escuridão que se tomou.
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