Capítulo 50: A queda da toca do inferno. (Parte 2.)
A partir daí as coisas não corriam como ele esperava, desde superar as lutas contra os lobos durante um ano inteiro, mesmo quando foram liberados de seus quartos para a área central pela primeira vez.
Ele suportou a diferença que tinha com os outros jovens recrutas quando criaram seus núcleos de mana. Suportando os olhares discriminatórios, insultos, espancamentos e punições sofridos sempre que os instrutores e soldados tinham vontade. Era um ambiente bastante opressor para um jovem poder suportar, onde sua auto estima poderia ser gravemente danificada.
Mas talvez por ter passado um ano lutando contra lobos, a auto estima de Ken permanecia feroz, suportando os insultos e espancamentos cometidos pelos outros, e treinando mais intensamente que os outros jovens recrutas.
Ele suportou e surpreendeu a todos quando superou os jovens na corrida de obstáculos e em outras fases de treinamentos. Para saber de onde vinha aquela força, Harper acabou usando o instrutor responsável pelo nº 4, que acabou usando o nº 4, e que o mesmo acabou por usar seus subordinados.
Mas um por um Ken foi subjugando-os, começando nos subordinados do nº 4 chegando até o Harper que acabou por enfiar-lhe uma espada no meio da barriga.
Ele não parava de surpreendê-lo, descobrindo que ele ganhava aquela tremenda força ao consumir sua própria energia da vida, e ainda havia obtido a ‘caveira de hades’, que o permitia controlar a energia da morte.’, algo que não poderia ser obtido por métodos comuns.
Harper não queria matá-lo, afinal ele havia obtido uma ordem de cima para não fazê-lo. Ele iria usar uma poção de alto grau que seria capaz até de curar uma perfuração da barriga, e com ajuda do doutor, então não haveria preocupações.
Mas pela sua infelicidade, Ken de repente os incapacitou dando-lhes um choque com um raio misterioso de cor branco. Aquele raio não lhe deu choque, na verdade ele sentiu uma grande vitalidade penetrando em sua pele, o que o causou fortes dores musculares, e o que deu ao Ken a chance de se soltar de sua espada e lançar um largo sorriso a Harper antes de cair nas profundezas da enorme fenda.
“Droga!…”
*Bang.*
Não suportando a ansiedade depois de se lembrar do sorriso de Ken. Harper cerrou o punhho e bateu fortemente em sua mesa, o que acabou partindo-o em vários pedaços.
‘Eu deveria ter me controlado! Se tivesse, nada disso teria acontecido!’
O arrependimento veio à tona, mas já era tarde demais para se arrepender, porque o passado não podia ser recuperado, não importava o quanto ele lamentava.
*Deng, deng, deng.*
‘?’
Foi então que uma batida da porta de metal veio que o despertou de sua frustração. Harper então endireitou sua postura e falou com uma voz calma.
“Entre.”
Com a sua permissão, um velho de cabelo grisalho, vestido com um jaleco branco, com um olho e um braço em falta entrou.
Ele era o médico, mago e alquimista da toca do inferno. Harper ficou meio surpreso pela sua visita, porque embora estivessem na toca do inferno, já não se viam a quase um ano, porque ele passava a maior parte do tempo em seu laboratório.
“Doutor? O que aconteceu?”
Dono percebeu que o doutor tinha uma expressão conflituosa no rosto. Ele achou que sua situação não poderia mais piorar, mas então o doutor soltou uma bomba que Harper nunca esperaria.
“Fenrir morreu.”
“… O quê?”
Como se duvidasse do que acabava de ouvir, Harper perguntou confuso. O doutor olhou nos olhos do doutor com ainda mais firmeza e falou mais uma vez.
“Eu disse que, Fenrir está morto.”
Sim, seus problemas apenas acabaram por piorar.
§§§§
“…”
Harpen ainda não conseguia acreditar no que acabou de ouvir mesmo que o Doutor tivesse dito duas vezes, obrigando-lhe a contar mais sobre os detalhes que o levou a tomar tal decisão.
As pesquisas que eles realizam no laboratório, são parcialmente realizadas graças a substância que coletam do corpo de Fenrir através de alguns tubos que foram ligados a ele chegando até o laboratório.
Mas já fazem três meses que já não conseguem obter mais nenhuma substância do tubo.
“Haa…”
Harper suspirou em frustração após ouvir a notícia.
“O que faremos agora?”
Perguntou cautelosamente o doutor após notar o nervosismo de Harper.
“… Não sei. Você pode ir primeiro. Pensarei em uma solução sobre isso.”
Respondeu Harper com uma voz baixa.
“Por Rá.”
“… Pelo deus Rá.”
Após trocarem uma saudação, o doutor deixou o escritório deixando Harper novamente sozinho.
“Haa… eu realmente estou morto.”
§§§§
Depois de deixar o escritório de Harper, o doutor começou a caminhar pelo corredor. Havia uma porta à esquerda que levava para o refeitório, mas ele começou a andar até o final do corredor.
‘Dono ainda parece abatido.’
Pensou o doutor enquanto andava.
‘E não é como se eu não soubesse o porquê. Foi desde aquele dia-’
“Autch!”
O doutor de repente sentiu uma dor ardente no seu olho esquerdo.
‘Ainda dói! Tudo culpa daquele pirralho!’
Embora o seu ombro esquerdo não doesse mais, mesmo após perder seu braço por causa da energia da morte, seu olho esquerdo ainda continuava pulsando de dor.
Ele se curou usando poções de cura avançadas, mas embora já tenha cicatrizado, a dor ainda permanecia algumas vezes, e era sempre que ele se lembrava de Ken, como se fosse uma maldição antes de sua morte.
“Aquele desgraçado maldito! Se ele ainda estivesse vivo! Eu o teria esfolado vivo até me aborrecer!”
Acalmando sua frustração, ele abriu a porta assim que chegou no fim do corredor, chegando na área central onde vários soldados da toca do inferno patrulhavam. Ele então começou a andar até a última porta do lado sul, que era o seu laboratório onde dois soldados estavam de sentinela protegendo a entrada.
Reconhecendo o doutor, os dois homens se afastaram e deixaram o doutor entrar, sendo recebido então por um longo corredor com dez metros de comprimento. Chegando no final dela, ele abriu a porta que se encontrava e entrou.
O interior estava escuro com algumas luzes fracas que brilhavam ao redor. Ele esfregou em algo na parede e o lugar imediatamente se iluminou por algumas esferas encontradas no teto.
Várias cápsulas de metal com mais de dois metros de altura e com uma vidraça translúcida cobrindo a maior parte dela estavam enfileiradas, estendendo-se em ambos os lados esquerdo e direito e criando um caminho reto a frente.
Estas cápsulas continham um líquido amarelo, e dentro de cada uma delas, havia vários corpos humanóides de pele pálidas e membros deformadas, alguns tinham membros maiores que o outro, como também com rostos desconfigurados. Haviam tubos ligados em suas bocas e narizes, por onde respiravam.
O doutor continuou a andar.
“… Por… Fav…”
“Hm?”
Enquanto andava, um dos humanóides das cápsulas de repente começou a falar com dificuldade.
“Me… mate… p… favor…”
“Hmph.”
O doutor apenas bufou como se tivesse acabado de ouvir algo hilário e continuou a andar como se fosse algo natural de seu cotidiano.
“Favor… Doi…””
“… Mate…”
“… Quero… morre…”
“Doi… Isso…”
“Doi…”
“Doi…”
Mais e mais pessoas de onde o doutor passava lamentavam a dor enquanto pediam para serem mortas. Suas expressões por trás dos vidros das cápsulas eram de lamento enquanto enfatizavam a própria agonia.
Era uma cena que poderia captar a pena e o horror de qualquer um que visse ou ouvisse, mas para o doutor parecia mais como um aborrecimento.
“Porra… São todos barulhentos!”
Deixando a fileira de cápsulas, o doutor chegou em uma outra área. Todo o laboratório era coberto de cabos, desde o chão, as paredes e o teto. Chegando em uma mesa, vários papéis estavam amontoados enquanto em outra mesa, vários equipamentos de pesquisa.
O doutor se concentrou em um papel em especial, com amargura nos olhos.
[Pesquisa nº 1021.]
O doutor pegou este papel e começou a lê-lo.
[Criação dos Lobos da morte.]
‘Lobos da morte. Sim, o objetivo é criar corpos que são capazes de resistir a energia da morte sem que o indivíduo morra. Com os fluídos que nós extraímos ao passar dos anos de Fenrir, juntamente com a minha pesquisa, conseguimos criar corpos capazes de resistir um bom tempo à energia da morte.’
Muitas vidas foram sacrificadas para a realização desta pesquisa. A energia da morte é obtida através da ‘Caveira de Hades’, e havia apenas uma maneira de obter esta energia.
(Autor: O que vou acabar explicando em um outro capítulo.)
Mas infelizmente a morte vinha para quem utilizasse este poder, assim como o doutor acabou perdendo seu braço. Criar corpos capazes de resistir a esta energia era o objetivo da pesquisa, que tem como principal ingrediente os fluidos de Fenrir.
Para isso foram criados os ‘lobos da morte’.
Mas para criar os lobos da morte, uma série de treinamento é essencial para suportar a carga psicológica e física que recorreram à implantação. Para isto foi criado a toca do inferno. Cada treinamento foi projetado propositalmente para criar mentes e corpos capazes de resistir na criação dos lobos da morte.
Então, para todos os jovens que conseguirem sobreviver ao treinamento infernal, terão seus fins dentro das cápsulas assim como os atuais. Acabando por ter a pigmentação da pele pálida e olhos dourados.
O doutor voltou seu olhar para as cápsulas de vidro.
Espadachins com instintos de lobos, com força física extremamente elevada e auras poderosas, e por fim, capazes de utilizar a energia da morte em seus núcleos de mana.
Não existia nada mais perigoso que pessoas que eram capazes de trazer a própria morte. Mas havia um problema, a energia da morte era fraca contra energias imateriais, e se uma pessoa tivesse um escudo de mana, por exemplo, a energia não ocorreria como faz com objetos.
“…”
Foi neste momento que o doutor se lembrou de Ken, e uma frustração o dominou e seu olho começou a doer. Ele queria colocar a mão no olho para tentar acalmar a dor, mas então se lembrou de que havia perdido o braço e que seu braço direito estava ocupado pegando o papel.
“Krrr…. Droaga!!”
*Brush.*
Não aguentando mais a frustração, o doutor empurrou tudo que estava em sua mesa para o chão.
“Aquele pirralho… se eu soubesse do segredo aquele pirralho!… Então o problema da energia imaterial estaria resolvida!”
Esta era uma área que o doutor estava animado para estudar. A peculiaridade do corpo de Ken de anular a aura e resistir fortemente a ataques mágicos, era fascinante.
Mesmo se alguém pudesse utilizar uma barreira mágica, ela poderia ser facilmente quebrada pela anulação e com a energia da morte, seria uma batalha completamente unilateral.
Um exército de lobos com esta habilidade. Esquece lobos da morte, eles seriam os lobos invencíveis.
“Agh!!”
Seu olho então começou a doer novamente, fazendo-o franzir a testa de dor.
“Droga!… mas não apenas perdemos aquele pirralho, agora aquele maldito lobo também tinha que morrer. Besta divina minha bunda, como pode aquele lobo de rua não aguentar nem mais um ano? Hein!?”
Agora com a morte de Fenrir, com seu recurso principal em falta, a criação dos lobos da morte não poderia mais continuar.
Sentindo-se cansado e com as pernas fracas, o doutor sentou-se na cadeira à sua frente. Seus dedos estavam começando a se sentir inquietos, com vontade de abrir membros enquanto escutava seus gritos de horror.
“…?”
Foi então que uma ideia surgiu na mente do doutor, fazendo-o rir maliciosamente. Ele então pegou uma pequena bola de cristal que estava no outro lado da mesa.
Ligando o pequeno dispositivo, uma voz soou de lá de dentro.
– Doutor, posso ajudar com alguma coisa?
Este era um dispositivo mágico com transmissão de voz, chamado de esfera transmissora de voz.
“Sim…”
Os cantos de sua boca se esticaram em um sorriso desdenhoso.
“Traga-me outra garota, estou me sentindo entediado.”
–… Entendido.
Pela concordância do guardião, dava a entender que esta não era a primeira vez que o doutor fazia este tipo de pedido, mas a surpresa veio depois.
“Espere. Na verdade, traga-me a nº 6.”
– O-o quê!?
A voz do guarda por trás do artefato de voz desta vez era de espanto, não acreditando no que acabara de ouvir.
“Você ficou surdo por acaso? Traga-me a nº 6.”
– M-mas senhor, você sabe que ela é protegida pela instrutora. Além do mais, não sei se Dono aprovaria…
“E você acha que Dono está no momento de se importar com isso agora?”
–…
O soldado não conseguiu responder porque sabia do momento de fraqueza em que Dono se encontrava no momento, e o doutor continuou.
“E além do mais, o projeto ‘lobos da morte’ está cancelado de momento, então estes jovens agora não passam de descartáveis. Bem, eles ainda serão úteis levando em conta que passaram por este longo treinamento. Mas você não precisa se preocupar e me traga a garota, eu mesmo lidarei com a instrutora, entendido?”
– Ok, entendido.
Com a insistência do doutor, o soldado não teve escolha a não ser concordar com o pedido, encerrando assim a ligação entre os dois.
“Ehehe…”
Soltando mais um sorriso, o doutor lambeu os lábios de excitação após imaginar o que faria com a bela garota com quem iria se divertir esta noite.
§§§§
Pelas ordens do doutor, os soldados pegaram a nº 6 de seu quarto, a banharam, vestiram, perfumaram e a levaram de frente à porta do laboratório, onde dois guardas estavam de sentinela.
De todas as jovens da toca do inferno, ela era a mais bela, com seus acabelos negros compridos, olhos azuis e uma pele clara. E agora com seus vinte anos, suas curvas se tornaram mais salientes e encantadoras.
Os dois guardas em sentinelas também se sentiam atraídos por ela, olhando-a com olhos possessivos. Mas como uma das jovens que foi treinada neste lugar, ela não se deixou incomodar com esses olhares que a desejavam.
O que mais a preocupava era o que a esperava por trás daquela porta.
“Entrem.”
Tendo tomado a razão, um dos guardas abriu a porta e a instruiu para entrar. Ela hesitou, mas então o guarda que a trouxe a empurrou para dentro.
“Despacha-te, não temos o dia todo.”
Embora relutante, ela não teve escolha a não passar pela porta com o guarda, encontrando um longo corredor por onde começaram novamente a andar.
Ela sabia o que a aguardava depois de deixar este corredor, mas também sabia que apenas mais sofrimento a aguardaria caso se negasse. Ela viu como acabavam os jovens que desobedeciam seus superiores.
Ser queimada por chamas negras sem deixar sequer suas cinzas era uma visão dolorosa. Mas havia alguém que havia desafiado e superado este medo.
O homem que lutou contra um instrutor, e o mesmo que arrancou as correntes de seu pescoço, mesmo que as chamas negras o queimassem e seus gritos de extrema dor ecoavam.
Embora muitos o considerassem tolo, ela passou a respeitá-lo.
Diferente dela e de todos os outros, ele foi forte o suficiente para se rebelar com todos, mesmo que todo seu corpo fosse completamente destruído e sua mente enfraquecida, ele continuou lutando até não puder mais.
Depois de caminhar por alguns segundos, eles finalmente chegaram na porta do fundo do corredor. Ela cerrou os punhos.
‘Não deixarei que ele faça o que quiser comigo.’
Ela suportou e suportou para continuar viva, mas ela também já estava chegando ao seu limite. Assim como a pessoa que ela passou a respeitar, ela estava disposta a não deixar que os outros tirassem proveito dela. Se for para morrer, assim como a pessoa que acabou por respeitar, estava disposta a levar consigo uma figura importante da toca do inferno.
Ela estava determinada, por isso que antes de ser chamada, ela havia colocado um pedaço da ponta de uma espada e escondido em sua coxa. No momento em que o doutor tentasse fazer alguma coisa, ela usaria sua aura e cortaria seu pescoço antes que ele ativasse a coleira em seu pescoço.
Ela sabia que depois disso a torturariam antes de ser morta, por isso estava planejando tirar sua vida ali mesmo.
‘Sim, farei isso.’
Com esta determinação, ela estava pronta para entrar a qualquer momento. Mas foi então que ela percebeu que alguma coisa estava estranha.
‘Porque não sinto o guarda atrás de mim?…’
Foi neste momento que uma mão branca como papel surgiu do nada e tapou sua boca.
“Hmmph!?”
Ela rapidamente tentou pegar a lâmina em sua coxa, mas foi impedida quando seu pulso foi pego e prendido por trás das costas.
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