Capítulo 31 - Uma pequena distração...
Já era por volta das cinco horas da tarde, todos estavam na praia olhando o pôr do sol. Hayato, Ben e Ryuji também estavam lá com o resto do pessoal. Como sempre, Yoru estava de canto, no seu quarto, olhando o pessoal e admirando o pôr do sol.
O garoto de cabelos longos estava realmente mergulhado em trevas naquela altura do campeonato. Naquele momento, ele finalmente sentiu a falta de algo em sua vida; seus sentimentos estavam de volta. Agora ele sentia seu peito doer de saudades da sua mãe e o peso que isso dava em sua vida.
Sempre que Yoru ficava sozinho, ele passava por momentos reflexivos sobre seu mundo atual. Afinal, ele era só um jovem com problemas na vida. Olhar para o céu e jogar a culpa nas estrelas era seu único hobby agora.
Ele não conseguia entender sua posição ali e o que ele era para o universo. Por que ele tinha que ser daquele jeito? Todo dia aquilo martelava na sua cabeça. Mesmo sem saber se expressar, pouco a pouco, ele estava começando a entender o que eram sentimentos.
Várias coisas passavam pela sua cabeça, como sua morte, mas ele também tinha a incerteza de tirar sua própria vida. Ele agora tinha que viver com essa nova realidade; esse era seu caminho escuro de agora em diante.
Yoru se sentou na cama e ficou olhando para a parede com a cabeça totalmente vazia, sem nenhum pensamento. Ele só estava lá, sem pensar em nada.
Na praia, Hina estava junto com os amigos de Yoru. Ela estava sentada em uma pedra, olhando para o mar e observando o pôr do sol com Ben, Hayato e Ryuji.
Ela levou a mão ao cabelo e o jogou para trás, pois o vento estava bagunçando-o. Ela deu um sorriso para o nada e disse:
— Aliás, cadê o Yoru? Não o vi desde que chegamos no hotel. Ele está dormindo? — ela perguntou com um tom de dúvida.
Hayato deu de ombros:
— Não sei, provavelmente ele deve estar dormindo mesmo. Nós o chamamos para sair, mas ele não parecia muito interessado, então deixamos ele lá — disse Hayato ainda olhando para o mar.
— Ele ultimamente tem andado meio esquisito. Não sei explicar muito bem, mas ele normalmente não é assim. É melhor deixá-lo no cantinho dele por enquanto. Não vamos pressioná-lo muito — todos concordaram, menos Hina. Ela se levantou da pedra e disse:
— Onde é o quarto de vocês? Quero ir ver ele — ela disse seriamente.
Ben olhou para ela e disse:
— É no quarto 345, vai lá — disse Ben. Ela saiu caminhando em direção ao hotel. Hayato disse:
— Cara… O que será que ela vai fazer lá? — disse Hayato olhando para Hina se afastando.
Hina entrou no hotel e saiu à procura do quarto onde Yoru se encontrava. Após encontrá-lo, ela deu duas batidas na porta esperando que Yoru atendesse, mas nada. Ela tornou a bater na porta do quarto, mas ainda ficou um silêncio.
— Yoru? Você está acordado? Sou eu, Hina. Queria saber se está bem… — ela disse colocando o ouvido sobre a porta para ver se escutava algo. Ela ouviu passos vindo em sua direção. Yoru abriu a porta do quarto para Hina.
— Oi… O que você quer? Estava dormindo um pouquinho… — Yoru tentou disfarçar. Na verdade, ele estava mentindo; isso era nítido em seus olhos.
— Hum… Sei. Vim aqui saber se está bem. Não tinha visto você por aí e fiquei preocupada. Você realmente está bem? — Yoru concordou balançando a cabeça. Hina deu um leve sorriso e foi saindo sem falar mais nada.
“Droga… Por que nunca consigo manter a conversa com ele? Sempre fico sem saber o que falar na presença dele. Não que eu esteja vendo ele de forma diferente, mas algo nele está despertando um outro eu que não faço ideia de quem seja essa pessoa… Que merda de sentimento é esse?” Hina disse levando a mão ao peito e dando um leve suspiro.
Mais tarde naquele mesmo dia, todos estavam nos seus quartos fazendo alguma coisa importante e outros estavam por aí caminhando e aproveitando mais da viagem. Ben, Hayato e Yoru estavam terminando de jantar, até que Ben falou:
— Quando terminarmos aqui, vamos dar uma pequena volta novamente? Dessa vez, vamos arrastar o Yoru, nem que seja à força.
— Eu vou, não precisa me puxar. Vou com vocês, quero me distrair um pouquinho — disse Yoru terminando sua janta. Após isso, ele se levantou, foi escovar os dentes e se arrumar para sair com seus amigos. Ele vestiu uma camisa branca básica, colocou um shorts jeans e calçou chinelos. Depois disso, ficou esperando seus amigos se arrumarem para saírem.
Depois de cinco minutos, todos já estavam prontos para sair. Hayato estava vestindo uma camisa preta, um short e chinelos. Ben estava com o mesmo estilo dos outros dois, só que sua camisa era xadrez. Eles foram saindo do hotel em direção ao centro da cidade.
— E aí, o que vamos fazer exatamente? Vocês dois têm alguma ideia? — perguntou Hayato interessado. Yoru deu de ombros, e Ben fez o mesmo.
— Não faço a mínima ideia do que vamos fazer. Se tiver alguma ideia, fala aí, porque eu mesmo não tenho nenhuma — falou Ben. Hayato ficou um pouco pensativo enquanto eles caminhavam. Ninguém tinha nenhuma ideia na cabeça para fazer naquela noite, até que, perto de um beco, ao lado de um barzinho, tinha uma “casa” que chamou a atenção dos jovens rapazes. Era o lugar “proibido” para eles. Os três se olharam e deram um sorriso, caminhando em direção àquele local.
— Vocês têm quanto de dinheiro aí? — perguntou Ben. Os dois bateram nos seus bolsos e cada um tirou uma nota diferente. Hayato, uma de cem, e Yoru, uma de cinquenta.
— Tenho só cem, e você? Tem quanto aí? — perguntou Hayato a Yoru.
— Tenho só cinquenta. Vamos ter que tirar ímpar ou par para ver quem vai entrar lá dentro e se divertir — Yoru deu uma risada. Os três garotos pararam de caminhar, fizeram uma roda para tirar ímpar ou par para ver quem iria entrar na casa das “primas”.
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