Índice de Capítulo

    Em um corredor escuro, a nº 6 se encontrava em uma situação complicada.

    “Mmphh!”

    A mão que pressionava sua boca não a permitia falar, e o braço imobilizado atrás de suas costas a impedia de se mover.

    ‘O-o quê!? Quem é?’

    Ela ficou extremamente surpresa e assustada por este movimento repentino do guarda. Ela tentou se livrar, mas ela não conseguia mover um músculo sequer.

    ‘Mas o quê?…Os guardas sempre foram tão fortes?’

    Os guardas da toca do inferno, ou, soldados, embora não fossem usuários de aura, eles ainda tinham seus núcleos de aura criados e eram muito bem treinados na arte da espada e da matança. Suas mentalidades, prontos para morrer a qualquer hora era o que os tornava assustadores e diferentes de simples soldados.

    Mas mesmo eles não podiam se comparar aos jovens recrutas que tinham seus núcleos de mana criados de forma especial consumindo drogas, e com seus constantes treinamentos, eles eram sem dúvidas mais fortes fisicamente quanto mentalmente comparados com os soldados.

    Mas este em especial parecia ter uma força para além de sobre-humana, afinal, era capaz de imobilizar um dos jovens recrutas.

    Foi então que ela percebeu algo que a deixou perplexa.

    ‘Suas mãos…sempre foram tão brancas?’

    Embora o corredor estivesse escuro, ela conseguia enxergar até certo ponto.

    A mão que tapava sua boca por alguma razão eram brancas como papel, ela também parecia maior e mais firme comparada às mãos do guarda que a trouxe para o laboratório.

    Mas foi então que ela percebeu algo que a aterrorizou ainda mais.

    *Ba-dum.*

    Seu coração começou a bater loucamente, seus olhos se arregalaram de horror e sua pele ficou pálida assim que percebeu a cena estranha.

    ‘Eu…não consigo sentir ele!’

    Meses lutando contra lobos, treinamentos infernais, esquivando-se de ataques sorrateiros com olhos vendados. Depois de passar por tudo isso ela estava bastante confiante em seus sentidos aguçados, sendo capaz até de sentir a presença de uma pessoa por trás de uma porta sem precisar de aura. 

    Mas a pessoa que a segurava não parecia ter uma presença, mesmo considerando o toque de sua mão em sua boca, se ela não soubesse que estava sendo tocada, teria ignorado completamente. Ela também não conseguia sentir uma pulsação ou o calor emanando de suas mãos, assim como qualquer outro ser vivo.

    Era como se fosse um fantasma.

    Depois de observar todos estes fatos, ela percebeu que a pessoa atrás dela não poderia ser o guarda que a trouxe. Se for isso, provavelmente o guarda já estava morto. O assustador foi que ela nem percebeu, nem conseguiu ouvir um ruído sequer.

    ‘Perigoso’. Foi o que ela sentiu da situação.

    Sentindo o perigo da pessoa atrás dela, ela estava planejando usar sua aura para se livrar desta situação, até que uma voz soou em seus ouvidos.

    “Shhh… não precisas te preocupar. O guarda de antes já está morto.”

    Como se tivesse escutado o sussurro de um diabo, ela sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem da cabeça até as pernas. Ela tentou se esforçar para manter a calma, mas isto aparentava estar difícil.

    Quem era ele? O que ele queria? Como uma pessoa poderia apagar completamente sua presença? Tem realmente alguém atrás dela, ou é apenas sua imaginação pegando uma peça? 

    Estas eram perguntas que não paravam de aparecer em sua cabeça. Mas então as próximas palavras do fantasma pareciam tê-la feito voltar à razão.

    “Você quer sair daqui, não quer?”

    ‘! Sair?…’

    A nº 6 de repente se sentiu inquieta depois de ouvir estas palavras.

    Dada a situação, a palavra ‘sair’poderia significar salvar-lhe de ser assediada pelo velho do laboratório. Mas pelo tom de sua voz, e se pensar de maneira complexa dada a situação que se encontravam, seu significado parecia ser mais profundo do que isso. 

    Ela soube que quando ele disse ‘ sair’, significava fugir da toca do inferno.

    Fugir da toca do inferno foi algo que todos os jovens numerados decidiram enterrar em suas mentes depois de verem alguns deles serem queimados pelas chamas negras sem deixar sequer rastros de suas cinzas. Embora ansiassem pela liberdade, era algo que estavam dispostos a esquecer desde que continuassem vivos, a ponto de desistirem dela.

    Mas as palavras do fantasma pareciam ter desencadeado esta emoção que ela a muito havia prendido. Mas ela não se aventurou muito nesta emoção, porque para poderem escapar, primeiramente seria necessário retirar a coleira presa em seus pescoços, o que era um trabalho impossível.

    Ela estava prestes a se sentir deprimida por se lembrar destes sentimentos, quando de repente a mão que imobilizava seu braço soltou seu pulso, deixando-a surpresa.

    Logo a mão se moveu em direção ao seu pescoço e seus dedos se envolveram na coleira de metal.

    *Crish.*

    No momento seguinte, um cintilante raio carmesim surgiu da ponta de seus dedos, emitindo um som estridor de crepitação elétrica constante e baixo. O brilho carmesim que iluminava o corredor escuro começou então a penetrar na coleira. Mas o que aconteceu a seguir foi algo que a nº 6 nunca esperaria, fazendo seus olhos se arregalaram de perplexidade.

    Porque a coleira que parecia traçar o destino de sua vida, se soltou de seu pescoço e caiu no chão, fazendo um som agudo de metal. 

    ‘Ah…’ 

    O desconforto que a coleira causava no pescoço havia desaparecido, substituído por uma estranha sensação de liberdade. Embora se sentisse estranha pelo novo sentimento, lágrimas quase brotaram de seus olhos por ter finalmente se libertado da coleira.

    Ela nem sabia o que pensar ou o que sentir, se ficava surpresa, assustada, ou se chorava de felicidade. Muitas emoções a estavam inundando naquele exato momento. 

    Foi então que a voz do homem surgiu de novo, desta vez mais próximo de seus ouvidos.

    “Irei perguntar de novo. Você quer sair daqui?”

    Sua voz antes assustadora que antes era capaz de arrepiar sua espinha, agora parecia estranhamente doce para ela, fazendo seu coração pulsar. 

    “…”

    Ela não soube o que responder, mas o seu silêncio parecia ser a resposta que o homem queria. Porque um sorriso se formou nos lábios do homem atrás dela.

    “Otima decisão. Mas antes disso…”

    “Hmm…”

    Ela então sentiu a língua da pessoa em seu pescoço, subindo até chegar em sua orelha, fazendo-a gemer. Mas ela não o impediu ou achou repulsivo, na verdade ela estava se sentindo estranha em relação a isso. 

    A mão que tapava sua boca a soltou e seus dedos começaram a brincar com seus lábios.

    “Passei muito tempo consumindo minha vitalidade. Então você deve me fazer um pequeno favor.”

    Depois de dizer estas palavras, os dois desapareceram na escuridão.

    “Ah…”

    E um doce gemido ecoou.

    §§§§

    “Hu… Hmm…”

    O doutor começou a acordar, erguendo sua cabeça que estava apoiada sobre a mesa, sua baba pingava de sua boca encharcando a mesa de saliva. 

    “Shurp. Eu adormeci?”

    Chupando a saliva que pingava, ele olhou ao redor do laboratório escuro. Atordoado, lembrou-se de que havia adormecido de tanto esperar pela parceira que havia pedido para passar a noite.

    “…Espere, e a garota?”

    Lembrando-se deste fato, ele rapidamente decidiu olhar pelo relógio de bolso que retirou de seu jaleco, percebendo que uma hora já havia passado desde que adormeceu.

    Sentindo-se indignado pelo seu pedido não ter sido atendido quando pediu especificamente para lhe trazerem uma garota, ele começou a ranger os dentes de irritação.

    ‘Tudo que deviam fazer era trazer uma simples garota, quão difícil seria fazer isso?’

    “Estes malditos agora não me respeitam mais… apenas esperem, eu farei eles se arrependerem… !”

    Foi então que o doutor se apercebeu de algo que havia ignorado desde que acordou.

    “Espera, porque as luzes estão apagadas…?”

    “Você finalmente acordou, velho.”

    “!?”

    Foi então que uma voz misteriosa surgiu do nada, fazendo o doutor levantar-se assustado e se virar na direção de onde surgiu a voz.

    Em um canto do laboratório, embora sua presença estivesse sendo camuflada pela escuridão, o pouco de luz transmitido pelas cápsulas revelavam uma pequena silhueta da pessoa sentado em uma cadeira e de pernas cruzadas, parecendo segurar alguma coisa em suas mãos.

    ‘Mas o quê? Eu julgava que estava sozinh-.’

    “Argh!”

    O olho esquerdo do doutor de repente começou a arder fazendo-o gemer de dor, obrigando-o a pressionar aquela região com a mão.

    ‘Droga! Porque começou a doer de repente?’

    Ele quase entrou em pânico, mas logo se acalmou. Porque sabia que não estava em uma situação para se importar com a dor que estava sentindo.

    Embora antes estivesse sozinho, não era completamente impossível se alguém entrasse no laboratório enquanto estava dormindo. Mas a entrada era completamente proibida para quem não estava autorizado a entrar.

    Os únicos que tinham permissão para entrar eram apenas alguns ajudantes, os instrutores e Harper. Mas o doutor teve a impressão de que o homem à sua frente não parecia ser nenhum deles.

    Escondido sobre a escuridão, estava claro que foi ele quem apagou a luz do laboratório, e também o ar ao seu redor parecia misterioso.

    Depois de ter se acalmado, ele recuperou sua confiança e falou com autoridade.

    “Quem é você? Você sabe que esta entrada não é permitida para qualquer um. Identifique-se ou-”

    “Lobos da morte, então era para isso que vocês criaram este lugar. Que interessante.”

    Disse o homem com indiferença cortando completamente as palavras do doutor. Mas o tom de voz em suas últimas palavras pareciam pesadas e perfurantes.  

    “Autch.”

    O olho do doutor por alguma razão voltou a doer depois de ouvir a voz do homem como se fosse algum tipo de ignição. 

    Ele se sentiu irritado pelo homem misterioso ter cortado sua fala, mas a dor que estava sentindo simplesmente não o permitiu expressar sua insatisfação. 

    ‘?’

    Foi quando ele percebeu que o que o homem misterioso segurava em suas mãos eram os papéis de sua pesquisa sobre os ‘lobos da morte’.

    Os papéis antes estavam por cima da mesa, bem ao seu lado enquanto dormia, mas agora estavam nas mãos do homem. Para aquilo estar em suas mãos, ele teria que se aproximar dele e pegar. Se ele quisesse matá-lo, o doutor temia de que nem teria notado a sua própria morte.

    Todo mundo da toca do inferno, tirando os jovens recrutas, sabiam que os resultados da pesquisa apenas podiam ser vistas pelo doutor e pelo Harper, mas a pessoa à sua frente o segurava casualmente, como se fosse dele.

    ‘O que está acontecendo?…’

    O doutor apenas ficou mais confuso. Tendo percebido que a situação era mais estranha que o normal, decidiu perguntar com cautela.

    “…A quanto tempo você está aqui?”

    Com sua pergunta, o homem pareceu pensativo por um momento.

    “Hm… deixe-me ver. ‘Besta divina minha bunda. Como pode aquele lobo de rua não aguentar nem mais um ano?’. A partir daí talvez.”

    O corpo do doutor sentiu sua espinha arrepiar depois de ouvir as palavras do homem. Porque as palavras que ele pronunciou foi algo que ele mesmo disse uma hora atrás antes de pegar no sono.

    ‘Isto foi…desde o momento em que eu entrei no laboratório! Como?’

    Perigoso!

    Foi algo que ele agora tinha certeza, o homem na sua frente era alguém extremamente perigoso. Mesmo com os sentinelas protegendo a entrada na porta, ele foi capaz de entrar e se esconder, talvez ele já estivesse dentro do laboratório antes mesmo dele entrar.

    Suor frio começou a escorrer do seu pescoço quando ele percebeu isso.

    ‘Porra!…e porque meu olho não para de doer desde que ele chegou? Quem é este desgraçado?’

    Seus nervos estavam indo as alturas, mas ele lutou para se acalmar. Ele era orgulhoso como um doutor científico e alquimista. Mas como um mago, ele sabia que carecia de poder. Embora fosse um mago de 5º círculo, por consumir inúmeros elixires ao invés de se contentar também com a mana natural, seus anéis de mana estavam repletos de impurezas, e suas habilidades mágicas eram medíocres.  

    Ele não era muito diferente de um mago de 3º círculo.

    Então ele decidiu depois de pensar muito, escondendo suas mãos atrás das costas.

    ‘Não importa, farei um ataque surpresa agora mesmo!’

    Se ele pudesse pelo menos canalizar sua mana e realizar um ataque surpresa, poderia imobilizá-lo para depois interrogá-lo.

    Ele moveu a mana em suas mãos, e um raio começou a cintilar.

    ‘Usarei um ataque de raio sem que ele perceba…’

     “Hm?”

    Enquanto ele se preparava para lançar uma magia de ataque surpresa, ele percebeu que algo estava enrolado em seu braço. Era algo comprido e metálico, de cor cinza e com vários buracos nela. 

    Era uma corrente.

    ‘Porque tem uma corrente no meu braço…?’

    *Crish.*

    Mas antes que suas duvidas fossem esclarecidas, um raio negro começou a cintilar da corrente com um ruido cripitante, e no momento seguinte viu seu braço sendo retirado de seu ombro. Sangue quente começou a esguichar do seu ombro como cachoeira, se espalhando por toda parte.

    O doutor parecia ter perdido a razão, foi só depois de um tempo que ele finalmente se apercebeu que havia perdido o braço.

    “AHHHHHHHHHHH!!”

    Ele se ajoelhou bruscamente no chão e começou a gritar de dor.

    “Meu braço!! Meu braço! AHHHHHHHHH!”

    Ele nem podia parar o sangramento porque agora infelismente estava sem os seus dois braços. Tudo o que podia fazer era amaldiçoar com suas palavras.

    “S-seu desgraçado!! Eu vou matar você! Eu vou-!?”

    Mas ele não conseguiu continuar com suas maldições quando percebeu um par de pernas brancas bem na sua frente. Percebendo que as pernas pertenciam a ninguém mais que a pessoa com quem falava, ele começou a olhar lentamente para cima.

    Por causa da escuridão não era possível vê-lo por completo, mas ele sabia que era alto porque sua cabeça não parava de subir. Mas quando finalmente chegou em sua cabeça, ele congelou.

    Embora não pudesse ver por completo seu rosto por causa da escuridão, ele podia sentir que estava olhado com olhos frios e sedentos.

    Apenas um  pensamento passou na cabeça do doutor naquele momento.

    ‘T-tenho que fugir!’

    Ele não pensou muito quando se forçou a levantar e correr em direção da porta, passando pelas cápsulas de metal e vidro.

    “Mate…me.”

    “Me…mate…”

    “Doi…”

    “Isso…dói…”

    As pessoas presas nas cápsulas começaram novamente a chorar de dor assim que avistaram uma pessoa à sua frente. Mas o doutor não parou de correr e apenas continuou a seguir seu caminho.

    *Brush!*

    Até que ele ouviu um som estrondoso atrás dele. Quando o doutor relutantemente se virou para olhar para trás, percebeu que uma das cápsulas, do final da fileira, havia sido destruída pelo homem que o perseguia, matando também o ser que estava dentro.

    Ele fez mais um movimento brusco do outro lado, e…

    *Brush!*

    Outra cápsula havia sido destruída, matando também a pessoa dentro dela.

    “Obri… gad…”

    Mas antes de sua morte, a pessoa com o corpo todo deformado lutou para tentar agradecer a pessoa que acabara de tirar sua vida, proferindo assim suas últimas palavras antes de dar seu último suspiro.

    Foi então que a pessoa que o perseguia ergueu o olhar para o doutor e uma incrível intenção assassina foi direcionada para ele.

    “Eeek. M-me deixe em paz!”

    Sentindo como se a própria morte estivesse se aproximando, ele se forçou a correr.

    *Brush! brush! brush!*

    Enquanto ele corria desesperadamente, o som de mais cápsulas sendo destruídas continuavam a ecoar. O que havia dado bastante tempo ao doutor para fugir.

    *Brush!*

    Chegando na porta, ele forçou seus dentes na maçaneta para tentar abrir. Seu coração batia terrivelmente.

    *Brush!*

    E enquanto isso, o som das cápsulas sendo destruídas se tornava mais forte, evidenciando a aproximação da sua morte.

    *Brush!*

    *Click.*

    Depois de muito esforço, o doutor finalmente conseguiu abrir a porta e começou a correr pelo longo corredor escuro à sua frente.

    ‘Porra…porque este corredor é tão longo?…’

    Ele mesmo havia projetado o longo corredor para o laboratório, mas agora ele estava se arrependendo tremendamente desta decisão.

    O som das cápsulas sendo destruídas já não podiam mais ser ouvidas, o que significava que ele provavelmente já havia destruído todas elas, e que ele poderia finalmente persegui-lo. Mas o mais assustador, era que ele não podia ouvir o som de seus passos o perseguindo. 

    Um silêncio ensurdecedor percorria o longo corredor criando uma atmosfera que o sufocava.

    ‘Porque isso está acontecendo comigo? Como foi que eu acabei assim?’

    O doutor não podia acreditar na injustiça que se encontrava, tudo o que fazia era realizar a sua pesquisa revolucionária tranquilo em seu laboratório, mas agora estava sendo perseguido por um homem misterioso.

    ‘Mais um pouco! só mais um pouco. Estou quase lá!’

    Mas ele ainda tinha esperança, tudo que precisava fazer era chegar até o final do corredor, abrir a porta e contar com a ajuda dos guardas e de Harper. Quando finalmente chegou no final do corredor depois de correr por cinco minutos, começou a gritar desesperadamente.

    “Alguém está aí!? Socorro!! Abram esta porta!”

    O orgulho de um alquimista e mago de 5º círculo já não estava mais presente, tudo o que restava nele era uma pessoa que estava desesperada pela sua sobrevivência.

    “Alguém aí! Me ajude agora mesmo! Rápido!!”

    “Sim, alguém ajuda ele.”

    “Uahhhhhh!”

    Assim que ouviu as palavras do homem surgindo bem atrás dele, o pânico tomou conta do doutor. Assim como ele havia feito antes, forçou seus dentes na maçaneta da porta de metal. 

    Suas gengivas sangraram de tanto forçar seus dentes no metal, mas ele não ligou contanto que pudesse chegar do outro lado da porta.

    *Click.*

    “!”

    Assim que o som da maçaneta sendo aberto ecoou, sua expressão de terror imediatamente foi substituída por uma felicidade e alívio. Mas quando finalmente empurrou a porta e chegou do outro lado. 

    “!?…”

    Sua expressão voltou ao terror.

    Todas suas esperanças caíram por terra diante da cena desastrosa que surgiu à sua frente. Suas pernas tornaram-se fracas e começaram a tremer depois de perder toda a adrenalina, fazendo-o cair de joelhos no chão.

    A sua frente, vários corpos dos guardas que vigiam a área central estavam espalhados por todos os lados, eles não tinham ferimentos nos corpos, era como se estivessem dormindo.

    O doutor olhou para o guarda deitado no chão perto dele. Haviam manchas pretas e inchaços vermelhos por todo o rosto, saliva espumosa estavam ao redor da boca, e vômitos estavam por todo o chão.

    ‘Todos eles foram envenenados!? Mas como!’

    Pensou o doutor com horror enquanto observava o corpo do guarda morto.

    “Mesmo sendo eu quem tenha feito isso. Devo admitir que é uma cena horrível de se ver.”

    E então a voz do homem surgiu bem ao lado dele. O doutor nem havia percebido ou ouvido seus passos, mas ele já não ligava, pós sabia que a morte também o aguardava. 

    Mas antes de morrer, ele queria ao menos olhar para o rosto da pessoa que tanto o atormentava.

    Assim que ele olhou para cima, para o rosto da pessoa. Sentiu uma ironia o consumindo, e seu olho esquerdo começou a arder mais do que nunca.

    “Ah…ahaha, só pode ser brincadeira.”

    Ele era um homem alto de quase dois metros de altura, sua pele era mais pálida que suas criações dos ‘lobos da morte’, era branca como papel. Seu corpo era robusto e musculoso em todos os cantos, com algumas cicatrizes de cortes espalhadas por toda parte. Seu longo cabelo branco parecia conter um brilho platinado.

    No final, foi seu rosto que mais surpreendeu o doutor, finalmente conseguindo entender o porquê de seu olho esquerdo doer tanto. Porque foi esta exata pessoa quem o havia arrancado.

    Seu rosto parecia ter mudado um pouco, estava mais maduro. Seu olhar frio também era feroz. Um dos olhos era negro, mas o esquerdo era toda esbranquiçada, provavelmente porque estava cego, e havia uma marca de corte naquela mesma area.

    A pessoa não era outra senão o próprio Ken.

    Com seus olhos frios como gelo, seus lábios se abriram em um sorriso feroz, mostrando seus dentes brancos e salientes. A forma como ele sorria para ele com os olhos frios, tornava sua expressão ainda mais assustadora.

    “Eu vim cobrar minha dívida, velho.”

    A morte já havia chegado para este doutor.

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