Índice de Capítulo

    Lilac e suas amigas conseguem enfim cumprir a missão.

    A dragão púrpura também conseguiu salvar Viktor, um humano que apareceu na floresta sem explicações.

    Embora ele tenha ajudado Milla a ser salva, haviam incógnitas a serem levantadas e resolvidas, como as garotas tinham em mente.

    Após um longo trajeto, eles enfim chegaram até uma área mais tranquila, onde vales montanhosos eram vistos e florestas sortidas adornavam ao redor.

    Eles estavam na Região dos Vales, local onde Lilac tinha sua casa na:

    Floresta do Dragão | Noite

    A casa de Lilac ficava aos arredores do reino de Shang Tu. O estilo era simples, até demais: era uma casa no alto da maior árvore da floresta.

    E embora fosse humilde, tinha um tamanho considerável externamente

    Após chegarem ao pé da árvore, Carol desceu de sua moto, junto a Viktor que, ainda confuso, mantinha uma conversa.

    — Então deixa eu ver se entendi: vocês não conhecem os Estados Unidos, não sabem onde fica e nem tem ideia do que seja?

    — Não, cara — disse a felina. — E tu tá perdido com essas noias de estados aí. Esquece isso.

    — Então onde eu estou, afinal?

    Lilac ouviu a pergunta. A dragão se aproximou do jovem, expressando um sorriso franco e honesto.

    — Bem vindo a Shang Tu, Viktor.

    — Shang Tu?! — ele perguntou, com mais dúvidas em sua mente. — Estamos na China?

    — Hã? China? — Lilac percebeu. — Ah, já sei: mais um dos países de onde você veio, não é?

    — Esse nome é chinês. Por isso pensei que era na China. Errei outra vez pelo visto.

    — Viktor, acalme-se. Estou certa que isso deve ter uma explicação lógica.

    — Mas tá na cara o que houve, Lilac — Carol tomou a palavra. — Na certa o pessoinha aí veio de outro planeta, que nem o Torque. O famoso Isekai da shopee, nyah!

    — Carol, para com essas maluquices! Estamos falando sério!

    — Tá bom, tá bom! Mas tu já manjou que o piá não é do nosso pedaço, né? Perdidin no mundo mágico de Avalice.

    — Mas como, Carol? Torque veio aqui em sua espaçonave. Mas Viktor apareceu do nada — ela então olhou para Viktor. — Você veio em uma espaçonave ou coisa do tipo?

    — Espaçonave? Eu só sei andar de bicicleta — respondeu o jovem. — Estava entrando no Aurora Park que fica perto do dojoh onde treino. Do nada apareceram aquelas plantas e encontrei vocês. E já estou ficando preocupado porque ninguém me diz nada que faça sentido!

    — Calma, Viktor. Vamos te ajudar.

    — Obrigado, senhorita Lilac. E fico feliz que a senhorita Carol também está tentando me animar.

    Só que a conversa chegou até a gata selvagem (tagarela na verdade), que não perdeu a oportunidade.

    — Cara, para alguém que acabou de conhecer a gente tu tá bem íntimo, né?

    — Hã?! Como assim? — falou Viktor, demonstrando estar curioso.

    — Tu já tá me chamando de Carol assim? Nem mostrou cartão de visita.

    — Nossa, me desculpe! — ele respondeu, ficando envergonhado. — Eu nem pensei nisso! Como disse a senhorita Sash, me chamo Viktorius Ashem.

    — Ah, tá. Vou te chamar de Viktor mesmo porque teu nome é mó grande. Eu me chamo Carol Tea. Já sabe que sou a badgirl número um de Avalice, né?

    — Prazer, Senhoria Tea.

    O jeito polido do rapaz foi um destoante para Carol. Ela não estava acostumada com esse tipo de gentileza e tratou de falar a respeito.

    — Menos, tá? Tu falando assim comigo tá parecendo aqueles tiozin de ponto de busão. Menos formal, tá ok?

    — Mas você disse que eu estava sendo atrevido em te chamar de Carol.

    — Tudo bem, erro meu. Só tava te zoando. Fica sussa!

    Viktor também não se esqueceu da outra garota. Ele foi até a canina, a mais jovem delas.

    — Oi, garotinha. — ele dizia. — Meu nome é Viktorius Ashem.

    — Bonito nome o seu! Meu nome é Milla Basset. E obrigada por ter me ajudado lá na floresta — Ela sorriu, mostrando muita serenidade em seu rosto.

    — Encantado, senhorita Basset.

    — Nossa, você é bem educado, Viktorius.

    Logo depois das apresentações, restou a Lilac conduzir as ações do grupo.

    Agindo como a líder que era, apoiou seu braço ao de Viktor, o levando até o pé da escada de sua casa na árvore.

    Mas claro, era iris começar a saber mais do rapaz.

    — Viktor, você tem onde ficar?

    — Não sei nem o que está acontecendo. Bem, acho que a senhorita Carol está certa em dizer que estou em um pouco lugar. Eu não tenho a mínima ideia para onde ir pra achar o caminho de volta.

    — Eu entendo você — disse a dragão, esboçando um sorriso. — Se quiser, eu te convido a ficar aqui hoje.

    Ao ouvir isso, Carol arregalou seus olhos, se surpreendendo com a oferta de Lilac. A felina verde franziu sua testa, ao mesmo tempo que se aproximava de sua amiga. Ela tinha coisas a dizer.

    — Lilac, será que você poderia me explicar o que tá fazendo?

    — Ora, só estou sendo cordial com ele. Não podemos deixá-lo ao relento e à própria sorte.

    — Beleza, formosa. Tu tem um ponto… Mas será que você não acha errado convidar um garoto desconhecido que-não-temos-ideia-de-onde-veio pra dentro da casa de três garotas lindinhas?

    — Do que está falando, Carol?

    — Alô, Lilac? Será que tudo que aconteceu no passado não passa na sua cabeça? Hein hein?

    — Eu entendi agora — ela continuou. — Mas com o Torque era diferente porque ele estava em uma missão secreta e você deu uma de curiosa e o desmascarou.

    — Sim, mas o Torque sabemos de onde veio e porque veio. O que tu sabe do piá aí? Necas de pitibiriba!

    Não houve tempo da dragão opinar. O próprio Viktor deu a sua.

    — Ela tem razão, senhorita Lilac — ele falou, concordando com Carol. — É um risco grande você me deixar entrar.

    — Porque, Viktor? — respondia a dragão púrpura. — Eu assumo esse risco, do mesmo jeito que corri pra te ajudar na floresta.

    — Eu sei e agradeço. Mas ela está certa. Eu poderia ser um espião, ou um ladrão, ou um sequestrador.

    — Eu sei que não é nada disso, Viktor.

    — E como pode ter tanta certeza?

    — Você poderia ter fugido mas se arriscou pra ajudar a Milla. Estava machucado, não teria motivos para fazer isso se não fosse mesmo de confiança.

    Conforme a conversa prosseguia, o grau de confiança das garotas para o jovem aumentava, embora as dúvidas de Carol não fossem tão absurdas assim.

    Depois de tudo que passaram, cuidados deveriam ser tomados.

    Entretanto, Milla foi a primeira a ter uma ideia para resolver a pouca fé de sua amiga gata.

    — Eu voto pra que o Viktorius fique com a gente.

    E, como esperado, isso também partiu de Lilac.

    — Milla, eu também voto pra ele ficar com a gente. — ela apontou para sua amiga felina. — E você, Carol?

    — Ah fala sério, vocês duas — a gata reclamou, ficando um pouco corada. — Ah, Isso não é justo. Tão me deixando numa situação mei chata, pô!

    — Estamos votando. Claro que é justo!

    — Tá bom, tá bom! Deixa ele ficar.

    Viktor ainda assim estava incomodado com tanta hospitalidade das garotas. Não achava certo aceitar a oferta.

    — Olha, eu não quero forçar vocês com isso. Tenho ciência que tem a vida de vocês e não quero me meter, só voltar pra casa.

    — Não se preocupe, Viktor. Nós vamos te ajudar no que for preciso. Enquanto isso será de bom agrado que fique com a gente. Tem lugar pra todo mundo aqui.

    — Tudo bem. E agradeço mais uma vez pela hospitalidade, senhorita Lilac.

    Viktor a reverenciou ao estilo japonês, inclinando sua cabeça ante as garotas, que não entenderam muito bem o porquê.

    Já acordado sobre a situação do garoto, Lilac lhe deu a licença de subir a escada de uma enorme árvore, indicando que seria por ela que chegariam até sua casa.

    Após adentrar a porta de entrada, o jovem logo se surpreendeu com o tamanho da construção.

    Embora fosse uma casa na árvore, seu interior era de casa aconchegante, com uma grande sala com dois sofás e uma TV, havendo uma mesa redonda ao canto, paralelo ao acesso à cozinha. Ao fundo, um corredor que levava a outras três portas: uma para o banheiro, outra para o quarto das garotas e uma, no final, para hóspedes.

    Porém algo chamou muito a atenção de Viktor: a cozinha.

    Inquieto, olhou cada centímetro do lugar, principalmente as frutas e legumes que estavam em uma cesta sobre uma bancada.

    Lilac, Carol e Milla estranharam o comportamento do rapaz.

    A dragão se preocupou e falou até Viktor, para saber o que estava acontecendo.

    — Viktor, você está bem?

    — Eu estou muito bem! Nunca vi uma cozinha tão bem arrumada assim em uma casa como a sua! E essas frutas aqui eu nunca vi tão sortidas e graças e nem esses legumes. Posso prová-los?

    — Hã? Ah, B-bem, pode — Lilac falou, surpresa. — Você deve estar faminto. Eu entendo.

    — Não, não é isso. É outra coisa.

    O rapaz, logo após Lilac permitir que provasse, não perdeu tempo: seu semblante ao sentir o sabor era de satisfação plena, o que assustou ainda mais as garotas.

    Carol, até então calada, comentou com suas amigas inclusive.

    — Esse cara é estranho. Maluquinho. Doido de pedra, praticamente um minion. Posso chamar o manicômio?

    — Para com isso, Carol!

    — Ok ok. Se ele começar a falar coisas como “morre diacho!” eu mesma vou jogar água nele, tá?

    Mas era um fato. O comportamento de Viktor causou estranheza.

    Ao terminar de provar cada um dos frutos, olhou para as garotas, percebendo que estava mesmo as deixando preocupadas.

    Sem perder muito tempo para não parecer mesmo um louco, era esperado que argumentasse.

    — Pessoal, esperem! — falou o rapaz, com as mãos à frente pedindo calma. — Antes que pensem algo de mim, tudo isso tem uma explicação!

    — Pode ter certeza que queremos ouví-la — disse Carol, olhando nos olhos de Viktor. — Vai, solta o verbo.

    — Eu sou cozinheiro.

    O olhar cínico do trio trouxe um silêncio daqueles de surpresa extrema. Elas não acreditaram a princípio.

    — O que? Você? — Lilac estava pasma.

    — Sim, eu sou. O que tem?

    E de forma contagiante, todas começam a rir do rapaz, incrédulas com as habilidades culinárias dele. Carol era a mais exaltada.

    — Hahaha! Fala sério, cara. Tu cozinheiro? Como pode um garoto ser cozinheiro?

    — Por um minuto eu até acreditei — Lilac tentou conter sua risada, mas em vão.

    — Eu nunca vi um cozinheiro. E não esperava que você fosse um, Viktorius — disse Milla, de um jeito mais doce.

    Viktor estava sentido, mas seu semblante era de confiança. Ignorando o momento de risadas das garotas, tratou aquilo como um desafio.

    — Ah, é? Se quiserem eu mostro pra vocês que falo sério. Só me cederem a cozinha que eu provo!

    Carol percebeu que ele estava compenetrado. Lilac, até então rindo, vai até ele e, num tom mais sério, propõe uma condição.

    — Você pode fazer o que quiser na minha cozinha, mas antes peço por favor.

    — Favor? E qual seria?

    — Que vá tomar um banho. — a dragão o informou, percebendo que ele precisava, já que seu kimono estava sujo.

    — Ah, sim. Eu estava vindo do dojoh. É, faz sentido. Até esqueci do que aconteceu.

    — Sim. Se você é esse cozinheiro que diz, sabe que higiene é muito importante, não?

    — Bem, você está certa. É o mínimo para uma boa comida.

    — Então, vá tomar um banho e depois você pode fazer o que quiser na minha cozinha. Eu vou lhe mostrar o banheiro — ela falou, o levando até o corredor de acesso.

    Lilac o levou até o banheiro, o ajudando com sua mochila. Ela retornou até a sala depois então, onde Carol estava sentada no sofá com Milla.

    — E aí, Lilac? — disse a gata selvagem. — O imundo foi jogar uma ducha mesmo?

    — Carol, tenha modos.

    — Tá, desculpa.

    — Ele foi sim. O Viktor é um pouco estranho, mas é legal.

    — Você tá sendo muito camarada com ele. Fala sério! Como ele pode ser cozinheiro? O piá lá pode ser um lutador sei lá, até porque tava usando aquelas roupas, mas eu acho que ele tá é fazendo pose.

    — Pode até ser, Carol. Mas mesmo assim devemos respeitá-lo.

    — Tá bom. Mas melhor ficar de olho nesse cara. Cozinheiro, haha. O cara nem fala merci beaucoup.

    — Carol, chega disso!

    Novidades estavam por vir e surpresas emocionantes.

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