Capítulo 205 – Preparativos
por Maga“Sim, Mestre Abel!” os dez cavaleiros de armadura preta se alinharam e saudaram.
“Soldados, agradeço pela lealdade que demonstraram ao longo dos anos. Estou considerando aceitá-los como meus cavaleiros combatentes. O que acham?”
Enquanto Abel falava, uma aura poderosa começou a emanar de seu corpo. Embora não houvesse pressão física, era suficiente para fazer todos na sala se curvarem a ele.
Esses dez guerreiros de armadura negra eram todos experientes combatentes. Sentindo a presença de Abel, sabiam que seu jovem mestre já era um cavaleiro de elite.
Para esses guerreiros, cujo único propósito era proteger seu mestre com suas vidas. Ser designado como cavaleiros combatentes era um privilégio e uma honra.
“Muito bem,” disse Abel solenemente, “aceito seu juramento em nome do Castelo Abel!”
Abel retirou escudos e espadas da bolsa espacial do Rei Orc, fortalecidos com magia, preparados tanto para esses dez guerreiros como para outros vinte servos cavaleiros. Um por um, Abel entregou os equipamentos mágicos a cada um dos guerreiros de armadura negra, todos cientes do poder que possuíam.
“Obrigado, mestre!” os dez cavaleiros de armadura preta disseram, levantando-se do chão. Abel assentiu com satisfação.
“Quero que protejam Ken a todo custo, entendido? Certifiquem-se de que ele retorne ao Castelo Abel em segurança.” Abel virou-se para Ken, transmitindo-lhe a importância da missão.
“Vocês estão partindo da cidade de Bakong agora. Lembrem-se, sem paradas. Vocês estão voltando diretamente para a Cidade da Colheita!”
De repente, com uma das mãos atrás das costas, Loraine entrou no quintal.
“Temos que sair agora, Abel?” ela perguntou. Abel disse gentilmente enquanto mandava os cavaleiros de armadura negra se afastarem.
“Ofendi um mago, Loraine. Sinto muito, mas você terá que voltar para o Castelo com Ken. Não se preocupe comigo. Eu irei buscá-la depois de alguns meses.” Com uma teimosia raramente vista, Loraine aumentou o tom de voz.
“Abel, não quero ficar sozinha no Castelo! Me Leve com você!”
“Tem certeza?” Abel perguntou novamente.
“Será muito perigoso para você se decidir vir comigo.” Loraine respondeu com uma voz mais suave.
“Sim, Abel! Onde quer que você vá, eu quero estar junto com você!”
Abel não pôde deixar de rir um pouco.
“Então faça as malas, Loraine. Partiremos em breve.”
“Está tudo pronto, Abel!” Loraine disse, revelando uma pequena bolsa atrás dela.
Abel balançou a cabeça e suspirou.
“Muito esperta da sua parte.”
De repente, Abel sentiu um perigo vindo de longe. Seria o Mago Cliff mudando de ideia?
“Estamos partindo, Loraine!” Abel gritou enquanto segurava o braço dela e saltava sobre as costas do Vento Negro.
“Para fora da cidade, Vento Negro!” Abel ordenou, e o lobo gigante obedeceu, correndo em direção ao portão do castelo. Sem diminuir o ritmo, ele saltava sobre os prédios como um raio negro. Em pouco tempo, alcançaram o portão do castelo. Abel poderia ter saído ali mesmo, mas uma sensação estranha o fez hesitar, como se o verdadeiro perigo estivesse dentro das muralhas. Por isso, decidiu transmitir um comando telepático ao Vento Negro.
“Não para o portão do castelo! Suba pelas muralhas, Vento Negro,” instruiu Abel mentalmente seu lobo. Sem hesitar, Vento Negro mudou de direção e avançou em direção a uma muralha de cinquenta metros de altura.
Cinquenta metros. Embora fosse alto demais para qualquer montaria comum, não era um problema para o Vento Negro, uma besta espiritual que foi aprimorada duas vezes.
Saltar até essa altura era fácil para ele. Com Abel e Loraine nas costas, o Vento Negro preparou-se para o salto quando estava a cerca de dez metros horizontalmente da muralha do castelo. Com um arco gracioso, ele cravou suas garras em um ponto cerca de dez metros acima da base da parede.
O corpo do Vento Negro estava literalmente paralelo à muralha do castelo. Mesmo com Loraine e Abel nas costas, suas garras ainda eram fortes o suficiente para se agarrar aos tijolos. Depois de ganhar um aperto mais firme, ele rapidamente fez uma subida horizontal para cima.
“Meu Deus! O que estou vendo?” Um dos guardas arregalou os olhos ao notar a cena diante dele. Outro guarda aproximou-se e respondeu:
“É a montaria do Mestre Abel! Deve ser o próprio Mestre Abel que está montando!”
“Bem, eu não vi nada disso, certo?” O guarda que falou rapidamente virou a cabeça. Assim que ouviu o nome “Mestre Abel”, decidiu não se envolver.
Depois de escalar a muralha do castelo, Abel avistou dois bruxos com túnicas vermelhos à sua frente. Um sorriso nervoso apareceu em seu rosto. Tocando no pescoço do Vento Negro, Abel sinalizou para ele parar.
O Vento Negro ficou imóvel no topo da muralha. Apesar de sua imponência, os guardas próximos estavam ocupados olhando em outras direções. Ninguém notou para onde Abel havia se dirigido.
Abel balançou a cabeça. Parecia que esses guardas ainda estavam abalados pelo incidente do cartão de status da última vez (veja os capítulos anteriores). Com medo de represálias, eles evitavam se associar a Abel. Na verdade, isso era algo bom para Abel; pelo menos ninguém correria o risco de traí-lo.
“Para onde estamos indo, Abel?” perguntou Loraine, observando os dois magos parados no portão do castelo.
“Não se preocupe com isso.” Abel sorriu e deu um tapinha na cabeça de Loraine. Utilizando sua conexão com a Nuvem Branca através da corrente de alma, ele determinou sua localização exata no céu. Em seguida, Abel enviou essas informações para o Vento Negro através de sua habilidade telepática.
O Vento Negro olhou para o céu subitamente. Após diminuir um pouco sua altitude, ele impulsionou-se na parede do castelo, saltando cerca de vinte metros no ar, alcançando uma altura de setenta metros acima do chão. Loraine quase gritou com a surpresa, mas conseguiu cobrir a boca a tempo para que os magos não percebessem para onde estavam indo.
Abel a abraçou um pouco mais forte, acalmando-a rapidamente. Como se estivesse estendendo as asas (se os lobos realmente tivessem asas), o Vento Negro esticou-se enquanto voava pelo ar. Depois de ultrapassar uma barreira, pousou suavemente nas costas gigantes da Nuvem Branca.
Nuvem Branca estava presente, usando sua habilidade de camuflagem para proteger Abel e Loraine. O Mago Cliff estava enganado ao pensar que poderia capturar Abel sozinho. Mesmo com a ajuda de dois magos adicionais, seria difícil capturar alguém que literalmente voava.
“Nuvem branca!” Loraine disse com admiração ao ver o pardal gigante. Mesmo que os olhos dos elfos pudessem olhar muito mais longe do que os humanos, ela estava certa de que não viu nenhum pássaro no céu naquele momento.
Depois de levar Loraine para o assento da carruagem nas costas de Nuvem Branca, Abel começou a explicar para ela. Abel disse ao ver a óbvia confusão no rosto de Loraine.
“A Nuvem Branca é uma besta espiritual agora! A camuflagem é sua nova habilidade.”
“Fantástico!” exclamou Loraine. Ao perceber a barreira que envolvia o corpo de Nuvem Branca, entendeu por que não conseguia ver o gigante pássaro do céu antes. Em resposta aos elogios de Loraine, Nuvem Branca fez um som arrulhante.
Sempre era bom receber elogios por suas melhorias. Abel, olhando para a terra abaixo, sentiu-se emocionado. Toda a sua vida foi passada neste mundo. Família, amigos, professores, irmãos – todos estavam aqui, mas agora ele precisava partir para um lugar distante.
Justo quando Nuvem Branca se preparava para voar longe da cidade de Bakong, uma estrada gigante surgiu no chão. Era o mesmo caminho que Abel usou quando chegou pela primeira vez à cidade. Não esperava encontrá-lo novamente ao partir.
Abel estava sem um objetivo claro agora. Se tivesse um, seria afastar-se o máximo possível do Ducado Camelot. No entanto, Loraine estava com ele. Não podia deixá-la em perigo. Talvez fosse melhor enviá-la de volta para casa agora.
“Sim, é hora de mandá-la de volta para sua verdadeira casa, junto de sua família real e outros elfos.”