Capítulo 209 - Alquimia
『 Tradutora: Maga | Revisor: Metal_Oppa 』
“Dissolução rápida!”
Abel já tinha ouvido falar disso antes. Ele buscou em sua Bolsa Espacial do Rei Orc com seu Poder da Vontade. Com um toque de sua mão, dois livros de pele de carneiro apareceram. Ele os havia conseguido do Mago Black como troféu por vencê-lo.
Ambos eram livros de receitas de alquimia. Sim, dissolução rápida. Era um dos métodos usados para fazer a poção nutritiva, conforme mencionado nas páginas. Então, o “perfume élfico” era uma receita de alquimia, afinal? Não era surpresa que ela estivesse usando ferramentas de alquimia para isso.
Lorraine pegou outro copo de cristal. Depois de colocar um pano fino sobre ele, derramou o jacinto dissolvido. Em seguida, começou a cantar algo na língua nobre dos elfos novamente.
Uma luz fraca irradiou sobre o tecido fino. Se Abel não estivesse prestando atenção, poderia não notar. À medida que o jacinto dissolvido era derramado sobre o pano fino, todo o resíduo era filtrado. O líquido que passou ficou muito, muito claro.
“Isso é chamado de ‘filtragem precisa’. Serve para separar todos os resíduos da mistura.” explicou Lorraine pacientemente.
Em seguida, Lorraine segurou a solução filtrada de jacinto na mão esquerda. Com a mão direita segurando outro copo de cristal vazio, ela cantou outra coisa. Algo estranho começou a acontecer. Enquanto a solução de jacinto ainda estava no copo, um poder misterioso levantou uma parte dela. A parte que estava separada parecia meio oleosa e estava fluindo diretamente para o copo vazio. Lorraine sorriu satisfeita com o líquido oleoso.
“Isso é refinamento. Eu extrai a essência de jacinto desta solução.”
Abel estava começando a sentir o cheiro agora; estava a poucos metros do copo de cristal, mas o aroma era tão forte que todo o espaço se encheu dele. Lorraine usou os mesmos métodos para processar as outras flores secas.
Quando ela terminou, combinou todas as flores em proporção umas às outras.O resultado foi uma mistura final armazenada em pequenos frascos.
Lorraine segurou o frasco com ansiedade estampada no rosto e começou a agitar levemente o frasco com a mão, entoando palavras na língua nobre dos elfos mais uma vez. Isso fez com que o frasco brilhasse em sete cores diferentes de luz. À medida que ela agitava mais rápido, as luzes se intensificavam, irradiando do frasco.
Ela acelerou o ritmo das palavras e dos movimentos. De repente, os sete raios de luz irromperam do frasco. Um leve aroma começou a emergir. Não era forte, mas de alguma forma era extremamente cativante. Poderia-se dizer que esse perfume tocava profundamente a alma.
“Sim!” Lorraine aproximou o frasco do nariz.
“Uma sublimação! Não esperava conseguir na primeira tentativa.” Ela pegou a pérola noturna para examinar melhor o frasco. Quando terminou, pegou um pequeno frasco de cristal e despejou toda a mistura.
Abel observou com interesse e disse:
“Então foi isso que quis dizer quando estava fazendo o perfume.”
“Sim!” Lorraine respondeu. “Esta é uma das formas de fazê-los. Às vezes, dependendo da receita que você usa, pode ser necessário aprender outras técnicas de processamento dos materiais.”
Continuou Lorraine.
“Como não estamos na estação certa agora, não podemos usar flores frescas para fazer o perfume. Não estou dizendo que o que acabei de fazer é ruim, mas o cheiro poderia ter sido muito melhor se eu estivesse usando flores recém-colhidas.”
Lorraine pareceu meio desapontada ao dizer isso. Com os ingredientes aos quais tinha acesso, esta era a melhor qualidade que poderia obter. Não havia como um lugar como Moogen ter exatamente o que ela queria.
“Espere só um segundo.” Abel apontou para a fórmula de alquimia da poção nutritiva. “Dissolução rápida, filtragem precisa, refinamento, sublimação. Esses são todos termos técnicos da alquimia! Você precisa ser um alquimista para conhecê-los.”
“M-Mas não estou mentindo, Abel!” Lorraine olhou para Abel com inocência. “A senhora que me ensinou isso não mencionou nada sobre alquimia! Ela só me disse que eram para fazer perfumes!”
Lorraine não queria que Abel a visse como uma mentirosa. Na verdade, ele nunca a veria dessa forma. Se alguém estava escondendo a verdade, seria aquela senhora que ensinou Lorraine a fazer seu próprio perfume. Talvez ela também não soubesse sobre alquimia. Ou talvez tenha achado desnecessário contar a Lorraine sobre isso.
Abel sempre quis aprender um pouco de alquimia. No entanto, era difícil encontrar um verdadeiro alquimista. Ao longo de sua não tão longa carreira como Mago, nunca tinha visto um alquimista.
Agora, acabou de perceber que Lorraine era uma alquimista, mesmo que ela não soubesse disso antes. Abel perguntou em um tom um tanto embaraçado:
“Hum, Lorraine. Você se importaria de me ensinar alquimia? Obviamente, se não quiser, está tudo bem.”
“Você quer estudar alquimia?!” Lorraine exclamou surpresa. Um olhar de felicidade surgiu em seu rosto. Em sua mente, se Abel estivesse aprendendo alquimia com ela, teriam todo o tempo que quisessem juntos.
Ela não se importava com alquimia ou outros interesses. Enquanto Abel quisesse, ela poderia ensinar-lhe qualquer coisa.
Nos dias seguintes, Abel e Lorraine decidiram acampar no deserto para esconder seus rastros. Eles caçavam e colhiam qualquer alimento que conseguiam encontrar. Abel utilizava sua própria Caixa de Armazenamento, o que permitia a Lorraine preparar sucos frescos sempre que desejava.
No entanto, não podiam simplesmente vagar sem rumo o tempo todo. Abel estava determinado a aprender alquimia, então grande parte do seu tempo era dedicado às aulas ministradas por Lorraine em locais isolados.
Em poucos dias, Abel foi capaz de aprender alguns dos fundamentos das runas de alquimia, ou seja, “Runas de Alquimia para Iniciantes”. Ele não apenas gravou alguns dos padrões básicos em sua própria memória, mas também aprendeu algumas técnicas básicas relacionadas à preparação de poções.
‘Dissolução Rápida;, ‘Filtragem Precisa’, ‘Refinamento’, ‘Sublimação’, ‘Purificação por Destilação’, ‘Corrupção Acelerada’, ‘Calcinação Uniforme’ e ‘Fermentação Rápida’ foram rapidamente assimilados. Claro, nenhum verdadeiro mestre de alquimia ensinaria tudo isso de uma vez a um aluno, mas era assim que Lorraine ensinava Abel.
Por sorte, Abel já havia estudado bastante por conta própria. Com uma boa compreensão de como as runas funcionavam, levou apenas alguns dias para aprender a desenhar os padrões corretos. E, por conhecer a língua nobre dos elfos, ele facilmente dominou os encantamentos necessários.
Um dia, enquanto Lorraine dormia na grande cama âmbar cinza, Abel se aproximou sorrateiramente da mesa de alquimia. Ele queria surpreendê-la como forma de agradecimento pelas aulas, então decidiu fazer seu próprio perfume élfico para presenteá-la.
Depois de observar Lorraine usar quatro frascos do perfume élfico, Abel tentou replicá-lo, adicionando jacinto roxo em um copo de cristal. No entanto, enquanto se preparava para adicionar água, percebeu algo crucial: simplesmente copiá-la não seria suficiente para criar algo verdadeiramente especial.
Com isso em mente, Abel esvaziou seu Cubo Horádrico e colocou a flor de jacinto na água. Colocando a xícara sobre o fogão, mexeu a solução com seu cajado de cristal e entoou na língua nobre dos elfos.
Por alguma razão, a flor se dissolveu muito mais rapidamente do que quando Lorraine a processou. Talvez sua capacidade de mana fosse significativamente maior que a dela, influenciando o processo.
Após a dissolução rápida, Abel prosseguiu com uma filtragem precisa. Ele havia pensado inicialmente que essa técnica era apenas um substituto para o uso de um pano de filtro, e não estava totalmente errado. Dadas as limitações tecnológicas do mundo em que viviam, encontrar panos de filtro eficazes era uma tarefa difícil.
Após processar mais duas porções de flores de jacinto, três soluções estavam prontas sobre a mesa de alquimia. Abel as transferiu para seu Cubo Horádrico e, depois de sintetizá-las, uma garrafa da solução final emergiu.
Embora esta garrafa em particular não parecesse diferente das outras, Abel sabia que devia ser de muito melhor qualidade. O que quer que tivesse sido sintetizado pelo Cubo Horádrico sempre seria superior aos ingredientes originais usados para fazê-lo.
Em seguida, era hora do refinamento. Quando Abel estava fazendo isso, foi muito diferente do que quando Lorraine o fez. Em vez de sair transparente, o líquido oleoso extraído tinha um tom de roxo claro. Além disso, seu aroma era muito mais intenso.
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