Capítulo 22 – Aniquilação
por SnowBearCom essas palavras, pai e filho se viraram bem a tempo de ver lith passar por eles correndo, parando apenas quando estava na frente de nana.
Agora que ele estava perto suficiente, nana conseguiu notar que o corpo de lith estava coberto de arranhões e hematomas. Alguns eram mais profundos, mas já tinham sido rudemente tratados por magia de luz. Eles ainda estavam sangrando, mas lith não corria risco de vida.
“O que, em nome dos deuses aconteceu com você? Pelo que eu sei, as estradas até a vila São seguras.” Nana não perdeu a expressão de pânico passando pelo rosto dos nobres em sua frente.
Lith estava curvado, com as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego.
“Era realmente necessário infligir todos esses ferimentos antes de vir aqui?” Solus perguntou, preocupada com lith.
“Sem dor, sem ganho.” Lith respondeu telepaticamente. “chegar aqui depois de uma luta daquelas, eu sozinho contra cinco cavaleiros, teria sido muito suspeito. Esses ferimentos servem para dois propósitos.
Primeiro, para deixar a nana brava o suficiente para fazer o que deve ser feito. Segundo e mais importante, para evitar qualquer investigação mais detalhada. Se alguma coisa dessa bagunça for provada, muita atenção não é bom. Quanto mais eu receber, mais perigoso terei que enfrentar.
Agora mesmo, eu não tenho um apoiador. Tudo que está entre minha família e o baronete é nana. Eu não posso proteger eles o tempo inteiro. Foi muita sorte que eles miraram em mim.
No futuro, eu devo ser cuidadoso para não cruzar o caminho de pessoas erradas, pelo menos até eu ter poder ou apoio o suficiente. Eu não me importo com magia ou riquezas se eu não tiver ninguém com quem compartilhar. Ninguém nunca vai tirar eles de mim. Nunca!”
A conversa inteira com Solus mal durou alguns segundos.
Ainda respirando pesado e curvado, lith contou para nana sobre a emboscada.
“Quando eu estava vindo aqui, cinco cavaleiros tentaram me convencer a desistir das minhas lições mágicas. Quando eu recusei ouvi-los, eles tentaram me matar! Graças aos deuses eu consegui matar o líder deles antes que eles se aproximassem de mais.
Com ele morto, a formação deles deu errada e eu consegui matar eles antes que eles me matassem.” Lith fungou, cobrindo seus olhos com uma das mãos, fingindo estar lutando contra as lágrimas.
“Deuses, eu nem sei como consegui fazer isso, é tudo um borrão.”
Nana performou alguns gestos de mão antes de falar “Vinire Lakhat!”
Uma luz pura e quente envolveu o corpo de lith, curando todos os seus ferimentos.
“Está tudo bem lith, eu posso facilmente imaginar o resto.” Nana acariciou a cabeça dele, tentando confortá-lo.
“Você fez o seu melhor para tratar seus ferimentos, antes de correr pra cá e me avisar sobre esse nobre escória.” Ela levantou sua bengala, apontando para o rosto baronete de uma maneira intimidadora.
“Por favor, Lady Nerea, não faça conclusões precipitadas, eu…”
“Já chega dessa sua bajulação falsa!” Nana estava fervendo de raiva.
“Você realmente quer que eu acredite que essa conversa sobre respeito e pontualidade, e com o ataque a esse garoto acontecendo no mesmo dia, é tudo coincidência? Quão estúpida você acha que eu sou?”
O baronete Trahan se ajoelhou, suas mãos no chão, demonstrando submissão.
“Por favor, Lady Nerea, acredite em minha boa fé. Eu não sei nada sobre isso. A criança ainda está com medo e traumatizada, talvez sua memória sobre o ataque esteja confusa. E também, ele não tem nenhuma prova. Não tome decisões apressadas antes de considerar todos os fatos.”
A visão do seu pai, se ajoelhando para um camponês, chocou Ricker profundamente. Ainda assim ele manteve calma suficiente para lembrar o que fazer, então ele também se ajoelhou, implorando por perdão.
“Boa fé minha bunda! Eu já conheci nobres o suficiente para entender como seu tipo pensa, e quão pouco vocês se importam com a vida de um camponês. Eu acho…”
Nana parou de falar, lith puxou o braço dela repetidamente. Ela sabia que ele era inteligente o suficiente para entender que ela estava brigando por ele. Para ele interrompê-la assim, lith devia ter excelentes razões.
Ele estava mostrando pra ela cinco apitos, cada um deles com marcas de queimaduras. Nana pegou um e começou a examinar.
Ela nem precisou de uma segunda olhada para reconhecer o brasão da família Trahan gravado na parte de cima.
“Muito bem lith.” Ela sussurrou. “Mesmo encarando o perigo, você nunca deixa suas emoções borrarem seu julgamento. Essa é a maneira de um verdadeiro mago.”
Ela sorriu gentilmente, como uma avó orgulhosa das conquistas de seu neto. Então, sempre mantendo sua atenção nos Trahan, ela rapidamente performou alguns sinais de mãos estranhas antes de sussurrar “Ekidu Ruha.”
Os olhos de nana brilharam brevemente com magia negra.
Ekidu era a palavra raiz da magia negra, como Vinire é para luz, e infiro é para a magia de fogo.
Ela estava lançando um feitiço de magia negra, lith mal podia esperar para ver os efeitos. Ao mesmo tempo, a maneira que ela lançou o feitiço o confundiu.
“Porque perder tempo fazendo sinais de mão e usando palavras? Nana conhece magia silenciosa, eu já vi ela fazer isso antes.
Ela não poderia apenas fazer isso silenciosamente na frente deles? Eu não acredito que ela está usando um feitiço tão complexo que requer tanta atenção, apenas por esses fracotes.”
Nana se virou, cutucando os dois, pai e filho com sua bengala.
“Ela acabou de atingilos com o feitiço.” Solus notificou lith. Tudo aconteceu em um instante, sem liberar nem mesmo um grão de poeira mágica. Se não fosse pelos sentidos aguçados de solus, lith nem teria percebido.
“Já chega dessa conversa fiada. Você quer provas? Isso é prova o suficiente?”
Ela jogou os apitos na cara do baronete, que ficou vermelha, depois branca e finalmente verde. Ele teve que usar todo o autocontrole que tinha para se impedir de vomitar.
“Agora saia da minha vista! Se mais alguma coisa acontecer com meu aprendiz ou com a família dele, mesmo se um deles quebrarem uma unha, vocês é quem vão pagar por isso.”
Os dois se levantaram e saíram correndo em direção ao estábulo sem dizer mais nada. Lith estava os dois, chocado e desapontado com o comportamento de nana.
“Ela odeia tanto os nobres. Quem teria pensado que depois de tudo que ela passou, ela ainda seria tão misericordiosa? Merda!”
Nana foi até a padaria para conversar com o cocheiro que estava comendo alguns doces enquanto esperava seu mestre.
“Ei, garoto” O homem tinha na verdade uns vinte e poucos anos, cerca de 1,77 metros (5’6″ de altura). Ele tinha cabelos loiros e um rosto gentil e era perfeitamente barbeado. “Qual é seu nome?”
“Andy.” Ele respondeu enquanto mordiscava um bolinho de creme.
“Andy?” Nana levantou uma sobrancelha. “Deuses sejam minhas testemunhas, é um nome realmente estranho.”
Andy deu de ombros.
“Na verdade é só um apelido. Melhor que meu nome real, no entanto. Muitas pessoas acham ‘Hasa Diga Eebowai’ muito difícil de pronunciar.”
Nana ficou pasma.
“De qualquer forma, para que você precisa de mim, Lady Nana?”
“Você parece um bom homem, então aqui vai um conselho amigável. Leve seu mestre de volta para casa o mais rápido que puder, e depois encontre um novo emprego.” Ela piscou.
Andy deixou o bolinho de creme cair como se estivesse quente, curvando-se profundamente para Nana antes de correr para a diligência.
Nana voltou para casa e abriu a porta para deixar Lith entrar.
“E agora?” Ele mal conseguia reprimir sua decepção. “Esperamos o próximo movimento deles?”
Nana riu muito.
“O próximo movimento deles? Eles vão cair mortos antes de chegarem à sua casa chique. Para que você acha que serviu aquele feitiço de magia negra? Eu só queria evitar fazer um rebuliço na frente de toda a vila.”
Lith de repente se sentiu muito estúpido.
“Bem jogado! Isso vai lhes ensinar uma lição.” Ele finalmente pôde suspirar de alívio.
“Mais que isso.” Nana disse com um tom frio como gelo. Ela foi para seus aposentos privados, rapidamente seguida por Lith.
A casa de Nana era bem parecida com a de Lith, mas a sala de jantar era menor, e em vez de três quartos, havia apenas um. Os outros dois cômodos eram ocupados por uma sala de estudos e um laboratório de alquimia.
Ela entrou na sala de estudos, abrindo uma das gavetas da escrivaninha com uma chave que ela usava pendurada no pescoço. Nana então tirou um pano enrolado, revelando um amuleto de prata.
Tinha uma pedra preciosa do tamanho de uma noz no centro, com glifos misteriosos gravados por toda parte.
Lith não precisava da Visão da Vida para saber que era um item mágico.
“Este é um amuleto de comunicação. Cada membro da associação de magos ganha um. Agora me dê um minuto para fazer um relatório completo sobre a tentativa do Baronete Trahan de matar meu discípulo.
Eles odeiam quando algum nobre mesquinho mexe com a gente. Antes que eu coloque isso de volta na gaveta, toda a linhagem deles será exterminada. Isso vai dar uma lição a todos aqueles malditos nobres.”
Lith fez uma profunda reverência para Nana, desculpando-se interiormente por duvidar de seu caráter.
“Mestre, teu discípulo aguarda tua ordem.”
O relatório foi de fato breve. Uma vez ativado, o amuleto gerou um pequeno holograma 3D de um homem careca de meia-idade, sentado atrás de uma mesa limpa e organizada.
Tudo o que Nana precisava fazer era apresentar seu discípulo, dizer o nome do nobre e o mago do outro lado já começaria a dar instruções.
Nana deu, no entanto, uma breve descrição dos fatos, mostrando os apitos de prata como prova. Lith podia ver pela expressão do homem que ele não se importava nem um pouco com esses pequenos detalhes.
Ele ainda tomava nota de tudo, até mesmo escaneando os apitos através do amuleto.
Depois que tudo foi dito e feito, Nana deu a Lith suas primeiras tarefas.
“Comece lendo ‘Os básicos da magia’. É o livro que você tentou pegar emprestado três anos atrás.” Lith assentiu.
“Leia com atenção, se tiver algo que não entendeu, fique à vontade para me perguntar. Caso haja algum cliente, espere eu terminar. Se não houver nenhuma emergência eu te ajudo, senão você terá que esperar.
Você pode usar meu quarto de estudos. Quando terminar o básico, eu lhe darei seu primeiro livro de magia de nível um.”
Lith correu de volta para a sala de espera, pegando seu prêmio. Depois de sentar-se atrás da mesa, com o livro grosso na frente dele, ele não conseguiu evitar pensar em todos aqueles anos passados estudando intensamente durante a faculdade.
Ele voltou a ser um estudante, uma sensação familiar e reconfortante.
Lith deixou o emocionalismo de lado e abriu o livro, lendo o prefácio do autor.
“Meu nome é Lochra Silverwing. Sou conhecida como a feiticeira mais sábia do reino Griffon, e também a única da minha geração a alcançar o título de Magus…”
“O que diabos é um Magus? Não é só um sinônimo para mago?” Lith parou por um segundo, tomando nota mental para perguntar sobre a hierarquia dos magos.
“… Quero dedicar este livro a todas as minhas leitoras, na esperança de que elas possam fazer bom uso dele e liberar seu potencial superior.
Em um mundo flagelado por guerras travadas por homens, é de suma importância para nós, mulheres, manter nossa posição de liderança no campo mágico. Que nossas mentes calmas acalmem a fúria selvagem que habita em seus corações.”
“Que porra é essa?!” Lith xingou, pulando da cadeira.
Ele correu direto para Nana, com o livro ainda na mão, precisando urgentemente de explicações.
“Desculpe ser eu quem vai te contar isso, mas é a verdade.” Nana riu.
“Assim como os homens são mais fortes fisicamente, as mulheres são mais aptas à magia. É a natureza das coisas.” (veja o capítulo 12 para mais detalhes)
“Vá a merda!” Lith gritou interiormente, em meio às risadas de Solus.
“Isso significa que vou começar com o pé atrás?” Foi o que ele realmente disse.
“Sim, pequeno diabinho. Seja no reino Griffon, no império Gorgon ou nas tribos do deserto blood sand, geralmente as mulheres ocupam a maioria dos papéis principais nas várias associações de magos. Mesmo eu nunca esperei ter um discípulo homem.
Quando eu frequentava a academia de magia, 70% dos alunos eram mulheres. Não acho que as coisas mudaram muito. Se você almeja os primeiros lugares, elas serão sua competição mais feroz.”
“Ótimo.” Lith se sentiu desanimado. Ele não era o tipo de homem que discriminava, ele desprezava os humanos independentemente do gênero. O que o desanimava era a ideia de estar novamente no lado perdedor da vida.
“Nem rico, nem talentoso, nem bonito. Eu até consegui ser do sexo mágico mais fraco. Simplesmente esplêndido1.” Ele pensou.
“Calma, calma.” Nana deu uma tapinha na cabeça dele. “Não fique deprimido. A história está cheia de magos masculinos muito poderosos. O que mais importa é o talento, não o gênero. Um dia você pode até se tornar um Magus.”
- quanto azar⤶