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    O conde Lark tinha outro terno preparado para Lith, feito sob medida para a ocasião. Era muito parecido com o outro terno que ele havia recebido no passado, mas preto e com um corte mais elegante.

    “É incrível como os trajes de festa são semelhantes aos costumes da Terra. Todos os homens usam quase as mesmas roupas, a única diferença significativa é o brasão da casa bordado no bolso do peito.

    Enquanto isso, todas as mulheres usam diferentes tipos de vestidos, variando em cores, decote e bordados. Sem mencionar as joias. Além dos aneis de família, os homens usam apenas monóculos ou pince-nez. Eles realmente lembram um bando de pinguins.”

    Lith se manteve longe da multidão o máximo que pôde. Não havia nada a ganhar, exceto memórias estranhas e olhares curiosos.

    Lith logo descobriu que a Marquesa Distar era muito importante para o Conde Lark.

    Tão importante, de fato, que o Conde organizou um encontro privado entre Lith, a Marquesa e ele em seus aposentos privados enquanto a festa acontecia no salão de baile.

    “Muito obrigada por ter vindo, querida marquesa. Você não tem ideia do que significa para mim ter a possibilidade de compartilhar um momento tão feliz em sua companhia.”

    “O prazer é todo meu, querido Lark, eu não perderia isso por nada no mundo.” Seus lábios sorriam, mas seus olhos não.

    O instinto de Lith podia dizer que ela estava realmente muito entediada, e que ela estava ali apenas porque o Conde deve ter persuadido implacavelmente a Marquesa até convencê-la a comparecer. Ele sabia por experiência própria o quão teimoso o Conde podia ser.

    Com base no que o Conde lhe dissera, a Marquesa Distar deveria ser uma mulher na faixa dos trinta e tantos anos, mas mesmo com a pouca maquiagem que usava, era difícil imaginá-la com mais de trinta anos.

    Ela tinha um rosto bonito com grandes proporções, olhos cheios de inteligência e curiosidade. Ela usava o cabelo longo até a cintura, liso e solto, sem grampos ou presilhas para adorná-lo.

    Ela tinha cabelos castanhos escuros, com tons de azul por todas as pontas. Era quase hipnótico olhar para ela quando ela balançava a cabeça.

    Seu vestido de noite era azul-claro, sem decote. Ele cobria até os ombros. Em contraste com todas as outras nobres damas, a marquesa não tinha pedras preciosas bordadas em seu traje e usava um par de luvas de noite.

    Ela claramente havia escolhido um vestido simples, esperando passar despercebida ou ir embora mais cedo.

    “Este é o garoto sobre o qual tanto falei com você.” O Conde riu. “Ele é incrivelmente habilidoso, sábio além de sua idade e, de acordo com Lady Nerea, ele é abençoado pela luz.”

    “Sério?” A marquesa não acreditou em uma palavra, mas bagunçou o cabelo de Lith mesmo assim.

    Lith podia sentir que tal gesto de intimidade estava fora de lugar, vindo de uma dama tão grandiosa. Também não tinha calor algum. Parecia mais um juiz de exposição de cães verificando o pelo, em vez de uma carícia.

    “Como previsto, Trequill mais uma vez desperdiçou meu tempo.” A marquesa pensou enquanto suspirava. “É apenas mais uma de suas ilusões infantis, encontrar um mago talentoso em uma terra tão escassamente povoada.

    Eu realmente adoraria dizer a ele que a razão pela qual mulheres e bestas mágicas têm tons coloridos em seus cabelos é o sinal da bênção dos seis deuses da magia. Isso economizaria muito de seus esforços e meu tempo.

    É uma pena que a Associação dos Magos faria um grande alvoroço se eu fizesse isso. Aqueles velhos caretas e sua relutância em revelar um segredo tão aberto. Todos na Corte do Rei sabem disso, sejam eles magos ou não.”

    Lith podia ver que ela estava decepcionada, mas não tinha ideia do porquê. Ansioso para voltar para casa e fazer algo realmente significativo, ele se curvou para ela.

    “Meu nome é Lith de Lutia, Vossa Senhoria. Estou feliz e honrado em conhecê-la. Por favor, aceite este humilde presente. Não é muito, mas eu mesmo o fiz.”

    A marquesa ficou agradavelmente surpresa.

    “Pelo menos esse caipira age com humildade e conhece a etiqueta adequada, em vez de ser todo arrogante como se fosse o dono do lugar, diferente de todos os seus antecessores.” Ela pensou.

    “Obrigada, estou muito agradecida.” Foi o que ela disse antes mesmo de abrir o envelope.

    Era uma tábua de madeira quadrada, com lados de cerca de cinquenta e um centímetros de comprimento, com oito colunas e fileiras de cores pretas e brancas alternadas de madeira.

    Após checar com o Conde, Lith descobriu que o xadrez não existia realmente neste mundo. Ele realmente não queria perder tempo pensando em qual seria um presente adequado para a Marquesa, então decidiu adaptar uma versão do xadrez para este novo mundo e presenteá-la à Marquesa.

    O interesse da marquesa foi despertado, ela nunca tinha visto nada parecido antes. O tabuleiro era acompanhado das peças de xadrez e de um livreto explicando todas as regras.

    As diferenças do jogo de xadrez comum eram poucas, mas significativas. Primeiro, os papeis de rei e rainha foram trocados. Lith tinha que bajular uma mulher importante, fazer do rei o objetivo do jogo era claramente estúpido.

    Além disso, ele renomeou os bispos como magos e os peões como plebeus. Todo o resto estava como deveria ser.

    A marquesa leu as regras tão rápido que Lith pensou que ela estava apenas lendo superficialmente; em vez disso, ela fez uma pergunta precisa.

    “Por que os plebeus podem se tornar qualquer peça de xadrez se chegarem ao fim do tabuleiro?” Embora ele tivesse considerado improvável, Lith tinha se preparado para essa pergunta. Ele deu a resposta de sabedoria usual do biscoito da sorte que o Conde tanto gostava.

    “Porque quando alguém, mesmo um plebeu, completa sua jornada em direção à sabedoria, a vida guarda possibilidades infinitas. Afinal, até mesmo os ancestrais do Rei em algum momento foram simples plebeus, antes de ascender ao poder.”

    A marquesa riu baixinho.

    “Bem, parece que pelo menos a parte sobre a sabedoria é verdade.” Ela pensou.

    “Quer uma partida? Parece muito interessante. Você poderia me mostrar as manhas. Seria uma boa maneira de nos conhecermos melhor. Você pode entender muito sobre uma pessoa com base em como ela joga, vence, mas, mais importante, como ela aceita a derrota.”

    Tal resultado estava completamente fora de suas expectativas. Lith ficou surpreso, ele sabia muito pouco sobre xadrez, além das regras. Ele nunca gostou muito do jogo, ele o achou muito longo e chato.

    Por que perder tempo com alguns pedaços de madeira, com tantos jogos de VR disponíveis na Terra? Ele tinha aprendido a jogar quando era muito pequeno, depois de ler um livro maravilhoso sobre um jogador de xadrez, mas sua experiência tinha sido longe de ser agradável.

    Ele era muito imprudente e impaciente, mal conseguia pensar em um movimento à frente. Lith não encontrava prazer nem paixão ao jogar xadrez. Para ele, era como um jogo de paciência em que você tem que esperar minutos para virar uma única carta.

    Felizmente, ele nunca estava sozinho. Solus se apaixonou pelo jogo desde que o viu nas memórias de Lith, vendo todas as partidas que ele havia jogado no passado e aquelas que ele havia assistido.

    “Solus assuma o volante! Salve-me, por favor!” Ele pensou.

    “Seria um prazer, Vossa Senhoria.”

    Depois de sentarem à mesa, o jogo começou.

    Mesmo desde seu primeiro jogo, a Marquesa provou ser incrivelmente inteligente, astuta e ousada. Ela era capaz de pensar pelo menos cinco movimentos à frente, sempre tentando descobrir as intenções e os pontos fracos de Lith.

    Pena para ela, Lith mal sabia o que estava fazendo. Ele era o espantalho perfeito para esconder os planos reais de Solus. Ele apenas moveria as peças conforme ela o instruísse.

    “Você a derrotou em apenas trinta movimentos. Você não deveria ser um pouco mais gentil com ela?” Lith perguntou.

    A marquesa estalou a língua, pedindo uma revanche.

    “Para uma mulher inteligente como essa? Ela notaria e ficaria ofendida, homem ingênuo.” Solus pensou.

    “Talvez se você tivesse pegado leve com ela antes, ela nem percebesse agora!”

    “E onde está a graça nisso?”

    Lith ficou pasmo.

    “Isso não é uma questão de diversão! Estamos puxando o saco dela, lembra?” Lith disse.

    “Ops! Culpa minha.”

    “Oops, meu cuzinho Branco!”

    Solus começou a desacelerar as coisas, mas depois de apenas alguns movimentos a Marquesa mostrou uma cara de descontentamento antes de derrubar sua rainha.

    “Eu claramente subestimei você e seu jogo. Preciso de mais tempo para me familiarizar com todas as possibilidades.” Ela estendeu a mão, e Lith a apertou.

    Ela segurava-a com delicadeza, mas firmeza. Lith não conseguia sentir nenhuma hostilidade por parte dela.

    “Se importa se eu mostrar para os outros? Preciso que os oponentes pratiquem um pouco.”

    “É todo seu. Você pode fazer o que quiser com ele.”

    Depois disso, Lith deixou os dois nobres em sua discussão. Ele estava muito feliz em sair daquela câmara de tortura.

    Depois de perguntar a Jadon se ele finalmente poderia ir embora (de forma educada, é claro) e receber um não como resposta, Lith ficou pensando no que tinha acabado de acontecer.

    “Hmm, talvez haja um lado positivo em você ter esmagado aquela mulher.” Ele pensou.

    “Sério?” Solus respondeu.

    “Sim. Se quisermos evitar ser forçados a nos matricular em uma Academia de Magia, poderíamos muito bem nos sabotar um pouco.

    Já sabemos que o Conde não tem meios para garantir nossa admissão. Se irritarmos um pouco os nobres, apenas o suficiente para que eles não apoiem sua recomendação, evitaremos tudo isso sem ofender o Conde.”

    “Boa ideia! Mesmo que indiretamente, você já fez com que as famílias Ghishal e Trahan caíssem. Aos olhos dos nobres, você provavelmente já tem alguns deméritos. Você já está na metade do caminho, você é muito bom em ser odiado.”

    “Obrigado pelo voto de confiança.” Lith ficou azedo.

    Solus interiormente se amaldiçoou pelo lapso de mente e evitou se desculpar. Naquele momento, isso só colocaria mais lenha na fogueira.

    Pela primeira vez em anos, Lith ficou realmente magoado com aquelas palavras e sua raiva aumentou silenciosamente.

    Quando ouviu alguém menosprezando sua tentativa de matar Gerda, ele aproveitou a oportunidade para colocar seu plano em ação.

    Era um casal, provavelmente pai e filho, comentando sobre o Byk empalhado exposto em um canto da sala.

    “Não é tão grande assim.” Disse um homem gordinho de meia-idade que mal conseguiu alcançar o umbigo de Gerda com a cabeça. “Tenho certeza de que você também poderia tê-lo matado, Frenon.”

    “Eu não sei, pai.” Respondeu o garoto de dez anos que tinha uma semelhança impressionante com o homem, só que mais jovem e magro. “Parece grande para mim. E olhe para essas presas e garras. Esse Lith deve ser louco para chegar perto de algo assim.”

    “Besteira!” Zombou o homem, fazendo seu queixo duplo e seus cachos castanhos encerados tremerem. “Se você matá-lo com magia, não há necessidade de chegar perto. É simples assim. Como você pode ser menos ousado do que um plebeu? Eu o mimei demais.”

    “Desculpe, o que disseram?” Uma voz fria como pedra os alcançou por trás.

    Os dois se viraram, tremendo visivelmente. Eles reconheceram a voz de Jadon, o futuro Conde Lark, e senhor de suas terras.

    Mesmo em sua raiva, Lith não foi tão imprudente a ponto de fazer o primeiro movimento ele mesmo. Ele tinha acabado de denunciá-los para seus nobres amigos, deixando o trabalho sujo para eles.

    “Esse foi um comentário muito rude, Baronete Hogum.” A voz de Keyla era forte e alta, ressoando por toda a sala.

    Lith foi muitas vezes seu benfeitor, e ouvir uma falta de respeito tão flagrante em sua própria casa era simplesmente demais para suportar. Jadon pensou o mesmo, mas sua irmã se intrometeu no momento certo, forçando-o a recuar momentaneamente.

    “Ah! Ah! Ah! Há um mal-entendido.” O título de Baronete era o mais baixo, entrar no livro negro da família Lark era mais do que ruim.

    “Você está insinuando que nós dois somos surdos ou apenas estúpidos? Você também ouviu o que eu ouvi, querido irmão?”

    “Ouvi um comentário desagradável sobre um dos nossos convidados de honra, querida irmã.”

    Antes que as coisas piorassem ainda mais, a marquesa interveio.

    “Calma, calma. É uma festa, vamos tentar ser amigos e não estragar o clima.”

    Sua aparição fez com que todos se virassem e a conversa parou imediatamente.

    “Além disso, é tão simples separar o joio do trigo. Que tal um pequeno desafio mágico?” A sala rugiu em aplausos.

    Sob a liderança da Marquesa, a multidão se moveu para fora. O jardim já estava perfeitamente iluminado, pois depois do jantar a festa deveria se mover para fora, para aproveitar a brisa fresca da noite enquanto bebiam licores envelhecidos adequadamente.

    Ela fez os dois meninos ficarem a vinte metros de distância um do outro, antes de explicar as regras.

    “Esta será uma partida amistosa, então termina na primeira gota de sangue. Apenas magia é permitida. Não quero truques desonestos, também é proibido machucar seriamente os oponentes. Um mago sem controle não é diferente de um bêbado violento.”

    Estranhamente, a Marquesa disse isso olhando apenas para Lith, o que o irritou ainda mais.

    “Então, só porque sou um plebeu, ela me trata como um bárbaro? Tanto para perder com elegância! Que hipócrita.” Ele pensou.

    “Eu serei a juiz. Se eu disser pare, é melhor você parar.” Combustível foi adicionado ao fogo.

    Ambos os jovens assentiram. Lith colocou os braços atrás das costas.

    “Sabe, eu realmente não gostaria de estar no seu lugar. Se você vencer, não provará nada. Você teria acabado de derrotar um plebeu humilde, como todos esperam que você faça. Mas se você perder…” Lith fez uma pausa dramática, ainda esperando o sinal de partida.

    “Não seria terrível perder diante de todas essas pessoas, provando ser menos talentoso e ousado do que um plebeu?”

    O jovem baronete começou a engolir em seco e a se virar constantemente em direção à multidão, percebendo de repente a pressão do desafio.

    “Começar!”

    Quando a voz da marquesa soou, ele estava tão rígido que ainda não havia se movido quando Lith abriu a palma da mão enquanto gritava.

    “Suma!”

    Uma forte rajada de vento fez o Baronete Hogum cair no chão.

    “Lith de Lutia vence!”

    A multidão ficou surpresa e um murmúrio começou a se espalhar como fogo.

    “Por que ela parou a partida tão de repente?” Todos perguntaram.

    A marquesa ajudou o garoto a se levantar e o trouxe para mais perto para que pudessem observar. Havia um corte superficial em sua bochecha esquerda, indo do nariz até a orelha.

    “Só com magia doméstica?”

    “Daquela distância?”

    “Impressionante. Foi assim que ele matou um Byk sozinho.”

    Os nobres continuaram comentando a performance de Lith, incapazes de acreditar no que seus próprios olhos diziam.

    Lith estufou o peito, sua raiva diminuindo o suficiente para evitar mais humilhação para seu oponente derrotado.

    Uma garotinha correu rapidamente até a marquesa, fazendo uma reverência perfeita para ela enquanto sussurrava algo. Seu rosto era todo sorrisos e gentilezas.

    Ela era tão pequena que parecia indistinguível para Lith. Ela podia ter oito ou treze anos, ele não sabia dizer. Ela era definitivamente plana como uma tábua, com cabelo loiro dourado com tons de vermelho. Seu vestido tinha pedras preciosas do tamanho de uma bolota bordadas nele.

    “A pirralha deve ser rica.” Pensou Lith.

    “Tenha cuidado. Enquanto o garoto tinha apenas um núcleo amarelo, ela tem um verde.” Solus o alertou.

    “Bastarda sortuda.” Lith zombou interiormente.

    “Lith, esta é Minnea Tristarm, filha do Visconde Tristarm. Minnea, este é Lith de Lutia.”

    “Prazer em conhecê-lo.” A garota fez uma reverência quase imperceptível.

    “O prazer é todo meu.” Lith retribuiu a grosseria, fazendo uma reverência tão pequena que poderia ser facilmente confundida com ele verificando se seus cadarços estavam devidamente amarrados.

    “Minnea ficou realmente impressionada com seu feito e gostaria de desafiá-lo para um tipo diferente de competição.”

    “Seria uma honra me apresentar para Sua Graça. Meu pai tentou por tanto tempo conseguir uma audiência com Vossa Senhoria.”

    “Pirralha detestável!” Lith pensou. “Ela ficou observando a marquesa o tempo todo, e ainda está falando como se eu nem estivesse aqui. Você vai ter uma surpresa.”

    Eles voltaram para o salão de baile, onde os criados prontamente prepararam uma pequena mesa redonda. Uma única vela estava em seu centro.

    “Esta é uma competição mágica que é muito popular na capital.” A garota continuou olhando para a marquesa, enquanto ela explicava o jogo com um tom condescendente.

    “Os verdadeiros magos não são brutos irracionais. O verdadeiro poder vem da mente.”

    “Poupe-me dos detalhes e explique as regras.” O tom de Lith era ainda mais condescendente.

    “É muito simples.” Minnea olhou para ele pela primeira vez.

    “Cada um de nós escolhe uma cor. Aquele que conseguir manter a vela da cor escolhida por dez segundos é o vencedor. Está claro?”

    Lith bocejou.

    “Eu fico com o amarelo.”

    “E eu o vermelho, como meu cabelo. É minha cor favorita.”

    Quando a Marquesa deu o sinal de partida, Minnea fez o possível para deixar a vela vermelha, enquanto Lith verificava o comprimento das unhas, bocejando de vez em quando.

    Logo a contagem de dez foi concluída e ele tentou ir embora.

    “Espere! Eu exijo uma segunda chance.” A garota estava vermelha de vergonha.

    “Por quê?” Todos perguntaram.

    “Você sabia que manter o controle de uma chama é muito mais fácil do que tomá-la?”

    Lith conseguia facilmente perceber as alegações dela.

    “Você está insinuando que, ao explorar a cor natural da vela, tomei controle dela antes do desafio começar, obtendo uma vantagem injusta?” Ele riu.

    “Você pode entender muito sobre uma pessoa, com base em como ela joga, vence, mas o mais importante é como ela aceita a derrota.” Citou Lith, olhando diretamente nos olhos da marquesa.

    “Vamos fazer de novo, então. Desta vez, vou escolher ciano. Sinta-se à vontade para começar na frente. Vou começar meu ataque apenas quando a chama estiver completamente vermelha, então estaremos quites. Combinado?”

    Ansiosa para restaurar seu orgulho ferido, Minnea assentiu enquanto já estava acendendo a vela em um tom vermelho brilhante.

    “Posso?” Quando a Marquesa e Minnea assentiram, Lith começou a enviar partículas de mana em direção à vela.

    Lentamente, mas inexoravelmente, muitas manchas ciano apareceram dentro da chama, tomando conta dela em menos de um minuto.

    “Eu me rendo.” Minnea não esperou pela contagem de dez, o resultado estava dolorosamente claro para ela.

    “Você quer recomeçar de novo?” Lith sibilou, inclinando-se para frente e chegando bem perto do rosto dela, seus olhos reduzidos a fendas de fogo cheias de mana.

    “Lith, sua mana está transbordando.” Solus o alertou.

    “Deixe transbordar.”

    Minnea balançou a cabeça antes de correr de volta para seu pai.

    Ninguém mais ousou desafiá-lo.

    O resto da noite foi cheio de conversas e fofocas, mas, fora isso, nada de especial.

    “Isso deve ser o bastante para fazer qualquer academia da região rejeitar nossa inscrição.” Pensou Lith.

    [Fim do Volume 1]

    Nota