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    Theo continuou esbanjando sua aura, pois, na sua cabeça, fazendo aquilo o demônio não o atacaria tão cedo. Ele aproveitou aquele momento para pensar em algumas formas de atacar e, se necessário, fugir para onde Selina, Aidna e a conjuradora estavam. Enquanto analisava a situação, ele continuou fluindo a energia por todas as extremidades do corpo, onde, ao mesmo tempo, condensava a energia nos suas núcleos de chakra para concluir o quarto estágio.

    Em tese, existem sete estágios de um núcleo e, naquele momento, Theo havia atingido o quarto estágio; onde a energia se relaciona com o pensamento do desviante. O terceiro estágio é praticamente o básico, onde depende da estabilidade emocional do desviante para funcionar corretamente. O quarto estágio, no entanto, é conhecido como a “Fase da Evolução”, pois é atingido geralmente por desviantes entre os quinze aos vinte e oito anos. 

    Theo atingiu esse estado, por isso estava presenciando comportamentos incríveis na própria energia. Antigamente, ele pensava em como fazer sua energia agir da forma que desejava, porém, após atingir o quarto estágio, bastava apenas pensar para que ela se moldasse. Somado isso ao fato da capacidade genium, Theo entendia sua energia tão perfeitamente como estava entendendo a si. 

    Elevando a energia, Theo a distribuiu para todos os polos de seu corpo. Ativando a ressonância, ele retornou a encarar o demônio.

    Sim, aquilo com certeza era um demônio. Aqueles do tipo inferno, porém, não superior. Provavelmente tão inferior que sequer deve possuir um título importante, isso se tiver um título. Ainda assim, aquele demônio estava no grau quatro, embora Theo não se sentisse oprimido com a presença.

    Ele havia concluído seus estágios. Todos os núcleos principais estavam cheios de um éter puro, refinado, condensado e processado. Theo estava no auge do que seu corpo e alma poderiam entregar para ele naquele momento.

    “Melhor começar usando tudo.” afirmou Theo, esticando seu braço esquerdo e esbanjando sua ressonância.

    Repentinamente, o vento se moldou de uma forma brusca e violenta, girando ao entorno do demônio ao mesmo tempo que destruía gradualmente o ambiente. Conforme a ventania tempestuosa se prolongava, a temperatura ambiente foi gradualmente se aquecendo, chegando ao nível de causar um incêndio na floresta.

    No entanto, aquele show de elementos nada mais foi do que uma distração para Theo, que, quando notou ter confundido o demônio, avançou contra em uma investida poderosa onde, somente com um soco imbuído em chamas, lançou seu inimigo para longe.

    Enquanto o demônio voava para longe, Theo avançava contra visando não deixar se recompor.

    “Tenho que recuperar minha espada…” ponderou, correndo floresta adentro.

    Ele tinha perdido sua espada no instante em que foi atacado de surpresa pelo demônio, onde teve que abdicar da arma para tentar se defender com eficácia.

    Para a infelicidade de Theo, o demônio se recuperou antes do que ele desejava. De repente, à sua frente, ergueu-se uma planta vermelha expondo suas pétalas contra o jovem. Ele sentiu a sensação térmica se acumular no centro daquele monstro natural, mas não conseguiu reagir a tempo.

    Rapidamente, a planta disparou um feixe de fogo que pulverizou o ambiente. Por sorte, Theo conseguiu desviar, não houve tempo o suficiente tendo em vista que as chamas ainda queimaram as mangas de sua roupa, mas ele não sofreu danos severos.

    Podendo agora vislumbrar todo seu braço esquerdo, Theo notou a ressonância elementar atingir um novo estágio. A marca que se limitava apenas a palma da mão se estendia por todo seu braço; similar a uma flecha verde. Ele decidiu ignorar momentaneamente, então apenas aproveitou aquela nova manifestação.

    Avançando novamente contra o demônio, Theo encantou todo o braço direito com chamas, embora tivesse noção de que aquilo resultaria numa explosão. Mesmo após condensar o atributo de fogo, ele não conseguia manipular aquele elemento corretamente.

    Porém, antes que Theo alcançasse o demônio, vinhas cobriram todo o seu braço e isolaram as chamas. O encantamento foi destruído em instantes. Subitamente, as vinhas puxaram seu braço para cima, o deixando pendurado nos galhos de uma árvore.

    O demônio aproveitou da ocasião para golpear Theo; no primeiro movimento, ele enfiou seu punho no estômago do rapaz. Posteriormente, socou seu rosto com a mão esquerda. O demônio continuou atacando Theo, tratando-o apenas como um saco de pancadas.

    O sangue do rapaz voou pelos ares, alcançando o chão e alguns troncos de árvores. A sede de sangue do demônio estava feita, mas ele não estava satisfeito com aquilo. Afinal, Theo não estava implorando por nada, na verdade, sequer dava sinal de vida.

    Mas ele estava vivo.

    — Ei, mão leve — disse Theo. — Que tal deixar a mão um pouco pesada, para ver se esses tapinhas doem?!

    Theo rangeu os dentes e lançou um olhar frio.

    Puxando o braço bruscamente, Theo arrancou a vinha da árvore e caiu no chão. Consequentemente, ele saltou em direção ao rosto do demônio e envolveu a vinha em seu pescoço, enforcando a criatura com o próprio feitiço.

    Theo se escorou nas costas do demônio e aplicou força, puxando a vinha durante todo o tempo. Despejando atributo elementar para fora de seu corpo, um suspiro flamejante vazou da boca. Em seguida, uma chama seguiu pela vinha e buscou incendiar o demônio vivo.

    A todo instante Theo criava o efeito de combustão, aumentando significativamente o efeito das chamas. E para não ser queimado pelas chamas, ele criou uma barreira de vento que casualmente evitava o contato.

    Após alguns segundos, Theo largou o demônio e se distanciou. Embora a presença do demônio estivesse caindo, o jovem não saiu do combate.

    Ele sabia que o demônio ainda estava vivo.

    — Pode incinerar até a minha alma, mas não serei exorcizado com somente isso. 

    O demônio zombou ao sair das chamas.

    — Que pena — disse Theo. — Eu pretendia incinerar sua alma, mas agora terei que queimar sua existência.

    O rapaz ficou surpreso ao ver que o monstro conseguia se comunicar. Aquilo não era nada comum de acontecer, mas demônios têm essa capacidade, isso é algo que Theo não sabia pois não estava familiarizado a estudar demônios.

    Theo olhou de canto para a direita, tentando ser discreto. Ao longe, sua espada estava jogada no chão entre algumas pedras.

    “Selina vai me matar por testar isso, mas, fazer o quê? Será necessário.”

    Seu núcleo foi alfinetado pela presença do guardião. Certamente Selina e as outras duas estavam se esforçando, visto a quantidade de impactos e energia gasta eram incríveis.

    O coração de Theo se aqueceu. Durante toda sua vida, nem mesmo quando Liam Mason, ele sentiu aquela sensação. Era uma experiência única, tal qual ele sequer conseguia explicar.

    — Que tal… Você correr? — sugeriu Theo, dando um passo largo para o lado.

    — Hum?

    — É que…

    A aura dourada começou a vazar, desta vez atingindo o próprio ambiente, indo além de algo metafísico.

    — Eu meio que passei por um despertar recentemente. Tô tendo umas brisa legal na minha cabeça agora, a complexidade do mundo não faz mais sentido. Tô com umas ideias e uma vontade de testar elas, não queria que fosse com uma coisa ridícula igual a você.

    Uma veia saltou na testa do demônio.

    “É isso.” Theo sorriu correndo rumo a sua espada.

    O demônio se moveu numa velocidade superior a Theo, movendo a própria floresta para atacar o jovem. Raízes ricochetearam para todos os lados, trazendo uma pressão esmagadora a cada golpe. 

    Criando uma esfera de fogo, Theo a jogou para o vento e causou uma explosão flamejante. Um incêndio rasteiro alcançou todo o ambiente e serviu como uma barreira de distração momentânea.

    Se jogando pelas pedras, ele recuperou sua zweihänder e segurou o cabo com força. 

    “O elemento metafísico é utilizado para criar as ignições.” ponderou Theo, tentando recuar do demônio.

    Sombra e luz, os dois elementos considerados “metafísicos” já que não podem ser utilizados da maneira convencional. Ao invés de conjurados, eles são manipulados de uma forma totalmente diferente. A principal forma da manipulação está nas ignições.

    Selina pediu para Theo não cogitar utilizar esses elementos na sua ignição, pois é um passo avançado para quem não sabe as dez configurações básicas.

    Porém, pelo dito cujo despertar, Theo estava ponderando aplicar o elemento luz em sua ignição. 

    “Respirar, imbuir, transferir, descarregar…” pensou, lembrando dos passos instruídos por Selina.

    Amplificar todos os elementos em um só objeto para criar um novo, este é o ritual para atingir o quinto elemento; luz ou, em sua forma espiritual, éter. Para Theo esse foi um feito fácil, tendo em vista que o éter já é a propriedade definitiva de seu núcleo.

    Enquanto se movia para recompor os pensamentos, Theo calculou todas as variáveis e os riscos para executar sua teoria. Seu mundo banhou-se num fluxo de teoremas matemáticos e conceitos científicos, o forçando a ver o mundo com sua beleza natural.

    Em meio ao vazio de teu coração, uma intensa luz brilhou mediante ao caos; a resposta da sua equação, o seu x.

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