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    — Líder Isak… — chamou Islan, um dos defensores. — Como isso aconteceu? Quando perdemos tantos agentes assim?

    Isak se manteve quieto, ainda trocando olhares com Zethíer. Para o segundo líder, também não fazia sentido algum. Eles encaravam a realidade por apenas ter que a viver, mas as mentes, em grande parte, não acompanhavam a dura consequência.

    — Não caiam agora — ordenou Isak. — Quando matarmos esse desgraçado, somente assim poderemos chorar.

    Seus companheiros ganharam motivação, mas não o suficiente para encarar aquele monstro nos olhos. Embora tivessem determinação para enfrentar Zethíer, eles não são burros o suficiente para arriscar suas vidas, tendo a noção de que não o machucará diretamente.

    Entretanto, Isak estava convicto que iria. Ele tinha noção de sua imponência, mas não de sua prepotência. Enquanto os mais fortes avançam sabendo que irão ganhar, os mais fracos avançam sacrificando tudo em prol de uma probabilidade…

    — Islan, você virá comigo. Rod, cuide do Sor Glaciel e da Senhorita Jess até o Bastien voltar.

    — Certo — retrucou Rod.

    Chocando seu punho com a palma, Isak distribuiu mana pelo corpo, revestindo a pele com energia atribuindo uma propriedade metálica. Uma manopla tomou suas mãos, trazendo garras para substituir os dedos e reinvestir seu braço com metal.

    — Uma atribuição unicamente para mim? Ou vocês chamam isso de outra maneira agora? — zombou o Emissário.

    Isak não o respondeu.

    — Seu coração é… Vibrante. És um guerreiro, mas não formidável.

    — Vai engolir isso — resmungou Isak.

    — Será? — Zethíer sorriu maliciosamente.

    Com um único impulso, o Emissário saltou para diante de Isak. Pondo os braços na frente do rosto, o agente conseguiu bloquear um golpe mortal de Zethíer e continuar de pé. O corpo de Isak afundava gradualmente a cada instante, no entanto, ele liberava impactos de energia para resistir à força do Emissário.

    Com seu corpo infantil, Zethíer apoiou os próprios pés no antebraço de Isak e continuou aplicando força enquanto o encarava com um sorriso presunçoso e largo. Contudo, Islan decidiu avançar por conta própria e o atacou com um escudo de mana, empurrando o Emissário para trás.

    Isak caiu ao chão junto de Zethíer sendo puxado pelo Emissário, onde bolaram meio metro. O agente atacou seu inimigo fisicamente, tentando acertá-lo com socos carregados por pressão e liberação de energia. Entretanto, sua atribuição de metal diminuiu a velocidade dos ataques em troca de poder destrutivo; para Zethíer, não foi uma tarefa difícil desviar.

    Zethíer saltou para trás e liberou uma vinha por seu braço, tal qual se demonstrou um chicote após atingir alguns metros de comprimento. O estalo do chicote tomou o ambiente por um instante, tomado por espinhos luminescentes que iluminaram toda sua extensão. 

    O Emissário ergueu o braço para cima, levando consigo o chicote que tomou o ambiente por espirais. Posteriormente, lançou o chicote contra Isak e o agarrou em três voltas. Os espinhos entraram em contato com o corpo de Zethíer, mas este não foi o motivo de uma dor agoniante que lhe tomara. E sim o que aqueles espinhos deixaram; um veneno lento e doloroso. 

    Zethíer balançou Isak para todos os lados, como um pião manoseando uma corda. Gradualmente, o chicote foi lhe soltando até que finalmente o lançasse contra a parede novamente.

    “Esse lixo…” pensou Isak.

    O aço da atribuição de Isak estava completamente amassado, como em seu próprio corpo. Os ossos foram diretamente afetados pela força do chicote e pressão imposta pela mana. No entanto, o agente corrigiu isso aplicando ferro aos próprios ossos. 

    Recompondo-se, Isak averiguou os arredores buscando por Islan e Rod, tais onde estavam buscando manter uma distância razoável. 

    — Não recuem de costas! — exclamou Isak. — Olhem-no nos olhos e não temam!

    Zethíer encarou a situação com desdém.

    — Por que um guerreiro tenta evitar a morte de tolos?

    — Porque este é o verdadeiro dever de um guerreiro.

    — O dever de um guerreiro é viver pela guerra, pela adrenalina, pela vitória.

    — Pode até ser, mas o dever de um homem é proteger.

    O Emissário expressou nojo.

    — Não ache que sou equivalente ao homem inferior…

    “Saquei.” pensou Isak.

    Os dois combatentes arrancaram contra o outro; Zethíer arrastava seu chicote; Isak, por outro lado, carregava apenas suas manoplas. Com um balançar de chicote, fora causado um ataque cujo poder destrutivo afundou levemente o piso somente pela pressão. Porém, Isak desviou ligeiramente pulando para cima; antes de perder o apoio, ele criou uma explosão de mana em seu próprio organismo para o empurrar em direção à Zethíer. 

    Isak se lançou contra o Emissário com a potência de um míssil, tendo que criar um impacto de energia para reduzir a velocidade e Isak escolheu realizar isso da melhor maneira; desferindo um soco explosivo em Zethíer. No impacto o Emissário foi desequilibrado momentaneamente, tendo seu pé direito deslocado do chão. No entanto, ele se recuperou ligeiramente e segurou o punho de Isak que caira sobre ele.

    Após ter o segundo soco defendido, Isak conseguiu se equilibrar no chão e puxar Zethíer para si, preparando outro soco com o punho direito. Sem cogitar, ele acertou uma extremidade pontiaguda da manopla, tal qual saia de sua mão, no rosto de Zethíer e conseguiu desviar a direção da cabeça do Emissário para trás.

    Zethíer ficou imóvel por um instante; o soco não havia doído, mas a coragem de Isak lhe afetara. Ele não conseguia acreditar que aquele desviante teria a capacidade de atingi-lo tão despreocupadamente no rosto. Seu orgulho foi espetado por aquela manopla.

    Subitamente, os olhos de Zethíer se reviraram por cima do punho de Isak e se encontraram com o desespero do agente. O Emissário ponderou reagir, mas antes disso, Islan surgiu novamente com seu escudo e o empurrou para o lado. Aquilo também irritou Zethíer. Porém, antes que pudesse revidar à Islan, Isak puxou o Emissário e o atirou pelo chão.

    Avançando em direção a Zethíer, Isak conjurou lâminas de aço em suas manoplas e visou mutilá-lo. Corte após corte travados pelo chão, Isak falhou em sequer acompanhar os movimentos do Emissário. Puxando seu chicote novamente, Zethíer agarrou o braço esquerdo de Isak e o impediu de agir. O chicote flutuou para cima como se tivesse vida própria.

    Aproveitando o único momento em que Isak olhou para cima visando compreender o ocorrido, Zethíer se mexeu para a única abertura na postura do oponente; um espaço vazio em sua costela esquerda. E assim ele fez. Pondo uma pequena parcela de energia no punho, Zethíer desferiu o mesmo soco que outrora quase detonou os órgãos internos de Isak.

    Entretanto, aquele soco não afetou Isak diretamente, sequer indiretamente. Isak ao menos moveu-se centímetros. Zethíer ficou estupefato.

    — Você atribuiu aço para a própria pele… — resmungou Zethíer.

    — É… O que achas?

    Sem hesitação, Isak repousou a mão direita no topo da cabeça de Zethíer e expandiu seu próprio atributo elemental.

    — Assim como na era antiga… Seja empalado pela tortuosa morte e seus espinhos de dor… Morte de Aço!

    Uma estrutura de aço desceu para cobrir todo o corpo de Zethíer. Semelhante a uma caixa num formato retangular e polido, fechou-se contra o Emissário; antes de se trancar completamente, foi possível visualizar espinhos de aço perfurando a pele única do senhor da natureza.

    Em resposta à prisão de seu dono, a árvore do mundo colapsou propriamente.

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