Capítulo 37 - O segredo da Dimensão Etérea
“Na travessia do desconhecido, o medo dissolve-se diante da persistência. O Guerreiro percebe que é no vazio da incerteza que a experiência mais profunda floresce. “
— O Código do Guerreiro Solitário, Verso 18.
O tempo, naquele mundo, havia se tornado irrelevante. Harley e Anastasia enfrentavam seus próprios desafios, navegando entre confrontos incessantes, onde cada um era forçado a testar seus limites individualmente.
De repente, uma luz vibrante se manifestou à distância, crescendo com rapidez e avançando direto em direção a Anastasia, que permanecia alheia ao perigo iminente.
Harley hesitou por um instante. Ele podia continuar seu próprio caminho, ignorar o que estava prestes a acontecer e seguir em frente como parecia ser o lógico para todos ali. Cada um com seus desafios.
O som da luz crescente era como um rugido ensurdecedor que puxava sua atenção de volta para Anastasia.
A responsabilidade o atingiu como um golpe visceral. Mesmo sabendo que salvar Anastasia poderia custar sua própria sobrevivência, ele não podia deixá-la à mercê daquele novo inimigo.
Com um impulso, ele avançou, tomando forma enquanto se preparava para a colisão.
A luz inimiga se aproximava com uma intensidade esmagadora, e, em um ímpeto, Harley correu em direção a Anastasia. Ele estendeu sua energia azul, expandindo-se ao seu redor, mas a força da luz adversária era simplesmente gigantesca. Ele sentiu o impacto inicial, uma pressão quase insuportável, empurrando-o para trás.
“Eu não posso fazer isso sozinho” — essa dura realidade ressoava em sua mente, uma verdade que ele não queria, mas precisava admitir.
Foi então que Anastasia finalmente percebeu a ameaça, e sua energia rosa pulsou ao redor dela, fluindo com um brilho vibrante. Ela se lançou ao lado de Harley, e, juntos, suas energias começaram a se fundir.
O azul e o rosa se entrelaçaram no ar, criando uma massa de luz mista que crescia e se fortalecia a cada segundo.
O azul e o rosa se misturaram, e, em questão de segundos, uma nova massa de energia se formou: uma luz roxa pulsante, mais intensa do que qualquer uma delas sozinha. A nova força roxa reluzia no espaço, expandindo-se ao redor deles como uma barreira contra o avanço implacável da energia sombria.
A batalha começou.
A massa roxa enfrentou a massa de energia de frente, ambas colidindo com uma força que fez o espaço ao redor vibrar. O impacto foi violento, uma explosão de poder que empurrou Harley e Anastasia para trás, mas eles se mantiveram firmes, canalizando todo o potencial daquela nova força que haviam criado juntos.
A luz inimiga os atacava com intensidade, tentando envolvê-los, mas a fusão das duas energias os tornava mais fortes do que jamais poderiam ser separados.
A luminescência parecia uma parede impenetrável, densa, esmagadora, pressionando-os com uma força. Harley sentia o peso dos choques sobre eles, como se tentasse devorar toda a luz ao seu redor.
Mas a massa roxa que os envolvia resistia. Cada vez que o adversário tentava comprimi-los, a energia roxa rebatia com ainda mais força, expandindo-se em resposta, como um contra-ataque instintivo.
A luta se intensificava a cada segundo. O espaço ao redor parecia tremer com a pressão de ambas as forças. Harley e Anastasia estavam completamente sincronizados, movendo-se como uma unidade só, suas energias fluindo juntas. A cada avanço, eles combinavam suas forças, impulsionando a massa roxa para revidar com ainda mais vigor.
O confronto parecia interminável, mas então algo mudou. Harley sentiu a energia roxa ganhar mais força, como se estivesse crescendo com o passar do tempo, alimentando-se da união perfeita entre eles.
A massa roxa pulsou com intensidade, expandindo-se e empurrando a escuridão de volta. O oponente, antes implacável, começou a vacilar, como se sentisse o poder crescente que enfrentava.
Foi então que Harley e Anastasia fizeram seu movimento final. Eles concentraram toda a energia restante, canalizando-a em um único impulso.
A massa roxa brilhou com uma intensidade cegante, e, em uma explosão de luz pura, avançou sobre a energia, atravessando-a com uma força incontrolável. A luz foi rasgada, desintegrando-se em fragmentos, que desapareceram no ar como poeira dispersa pelo vento.
O silêncio que se seguiu foi avassalador, quase palpável. A energia que havia unido Harley e Anastasia começou a se dissipar lentamente, e, com ela, a sensação de poder compartilhado também se desfez. A fusão de suas forças roxas, antes indomável, agora se fragmentava, retornando ao azul profundo e ao rosa vibrante.
O jovem Ginsu sentiu a energia de Anastasia se afastar. Sua linha, que estava ligada ao seu corpo físico na margem do rio, retraiu. Ele observava enquanto a luz rosa dela diminuía, como se estivesse sendo puxada para longe.
Como se o próprio mundo quisesse lembrá-los de que, naquele lugar, a união era efêmera e as jornadas, inevitavelmente, individuais.
Harley percebeu que sua ajuda havia dado a Anastasia apenas mais tempo naquele mundo, uma chance maior de lutar por si mesma. Mas a sensação de que a salvara, ainda que temporariamente, trazia-lhe um estranho consolo.
“‘O que aconteceria em caso de derrota?’ — essa era a pergunta que assombrava a sua mente.
Ninguém tinha respostas. O jovem Ginsu imaginava cenários nebulosos e sombrios: talvez fossem expulsos à força daquele mundo instável, rejeitados pela própria essência da dimensão.
Na pior das hipóteses, a morte os aguardaria. Mas ali, até mesmo o conceito de morte era turvo, indefinido, uma sombra inquietante que ele temia enfrentar. Harley não estava disposto a descobrir o que significava ser derrotado naquele lugar.
A incerteza do que aconteceria não o apavorava tanto quanto a ideia de falhar. A ideia de sucumbir naquele ambiente desconhecido, sem saber ao certo o que estava em jogo, era insuportável.
Harley não arriscaria sua vida ou sua essência sem um propósito claro. Cada movimento agora parecia ter uma importância renovada; o erro não era uma opção, pois as consequências eram impossíveis de prever.
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