Capítulo 52 - VÁ ALÉM!
Ponto de Vista de Elena (25 anos atrás – 26 Anos)
Em tempos constantes de guerra, minha vestimenta constante era meu traje de batalha, composto por uma calça preta leve e flexível, uma armadura cobrindo todo o meu torso com placas de metal leves e ombreiras prateadas e caneleiras douradas que se estendiam até a sola do meu pé, feitas do mesmo metal que compõe a armadura.
Na Ilha de Raven, em um lindo dia ensolarado, eu me encontrava com Galliard, vestindo um macacão marrom, nas dependências do Castelo Celestial, onde habitava uma poderosa bruxa.
— Que bom que você chegou! Temos que ir o quanto antes — perguntou.
— E quanto a Viollet? Não vai?
— Procurando por mim? — A bruxa de cabelos brancos flutuava de ponta cabeça acima de mim.
Ela vestia um manto azul-marinho, longo e fluido, decorado com padrões intricados de fases da lua e estrelas prateadas que brilhavam suavemente na escuridão. Viollet segurava sua saia, da mesma cor de seu manto, para que não caísse sobre seu rosto,
— Saí logo daí antes que eu incinere você!
— Aff! — suspirou desapontada — Ela sempre foi rabugenta assim?
— Você vai acreditar se eu disser que não? — Galliard sorriu levemente.
— Nem a pau!
Em meio a seus risos, Galliard rasgou o ar, abrindo uma fenda dimensional. O transporte, que antes era impossível de transportar humanos, nos levou direto para Shryne, no castelo destruído da capital.
— VIOLLET! — Com os braços abertos, Melissa saltou em direção à bruxa.
— MELISSA! — Viollet a segurou.
— Você finalmente conseguiu vir!
— Foi difícil tirar um tempo pra isso, os anciões passaram tanto tempo no seu próprio mundinho que parece que esqueceram que há uma guerra acontecendo.
— Já é um milagre deixarem a próxima Bruxa Celestial vir até aqui.
— O problema é que eles não deixaram! Hehe! — Riu descontraidamente.
— Vai sobrar pra gente… — reclamei.
— Melissa… — a abraçando por trás — Não se permita nunca ficar igual a essa daí!
— Hehe… pode deixar!
— Qual é a situação? Como estamos?
— Elliot acabou de voltar com o relatório. Parece que estamos vencendo…
— Parece?
— Se retomarmos o controle de uma cidade ao extremo norte de Verdena, podemos nos considerar vitoriosos — a conversa foi interrompida por uma voz masculina e jovial.
Com roupas brancas, porém levemente sujas, um pequeno garoto de cabelo vermelho vibrante entrou no salão destruído. Ele carregava uma rapieira ao seu lado que rapidamente a sacou em minha direção.
— Será que você consegue? Amaterasu — esbanjando seus olhos azuis sobre o fio da espada.
— Já disse pra não me chamar assim, moleque — o encarei enfurecida.
— Não caia em suas provocações — aconselhou ao tapar a boca de seu irmão.
— Pouco importa. Vou ver o que está acontecendo por lá, não devo demorar mais que duas horas.
— Está bem, mas leve Elliot com você!
— Não é necessário!
— Elena… — Galliard olhou para mim com seus olhos redondos como um cachorrinho.
— Tanto faz, só não fica no meu caminho!
Nós atravessamos a fenda espacial de Galliard, chegando a uma cidade inteiramente devastada. Não conseguia detectar nenhuma mana forte como a de um demônio, então segui o rastro de destruição deixado para trás. Ainda havia civis feridos nos escombros e deleguei a tarefa de resgatá-los para Elliot, que a executou com maestria.
— Hm? — senti uma forte presença que logo desapareceu — Estranho… normalmente eles ficam procurando pelos livros e não deixam sobreviventes…
De acordo o Sr. Nakamura, os demônios enviados para o nosso mundo estavam em busca de 4 livros sagrados, livros estes que possuíam o poder de destruir o mundo caso fossem unidos. Durante o tempo que passou conosco, Nakamura, nos explicou tudo sobre os demônios e as criaturas do limbo, mas, ao mesmo tempo que pedimos sua ajuda para combatê-los, disse que não podia “interferir fisicamente” nos conflitos do nosso mundo.
Mas graças as suas instruções, conseguimos resgatar 3 dos 4 livros sagrados e os selamos em diferentes partes do mundo. Perguntei por que não poderíamos ir atrás do quarto livro e ele brevemente me respondeu.
“Não há nada que possam fazer para pegar este livro, é uma batalha perdida contra Lilith”
Nunca engoli que existe algo que eu não possa conseguir. Nos últimos anos, dediquei a minha vida a conquistar tudo que meus olhos podiam ver, derrotei todos os inimigos que surgiram em minha frente para alcançar meus objetivos, e mesmo que saísse vitoriosa da guerra, ainda me sentia incompleta por não ter chances contra “Lilith”.
— Humph — suspirei com alívio — parece que tá tudo limpo por aqui! — gritei para Elliot.
Os civis o seguiam assustados, com seus corpos tremendo de medo.
— Certo! Vou avisar para o Gal! — apontando sua espada para cima, disparou um enorme feixe de luz.
“ “Gal” é? Que nostálgico” pensei com um leve sorriso.
Em um simples piscar de olhos, o alívio que senti por terminar todo aquele sofrimento, foi desmanchado com um banho de sangue.
— Elena! — Elliot exclamou ao saltar para longe.
Na minha frente, onde deveria estar as pessoas que resgatamos, restava apenas um jardim de espinhos, perfurando os corpos sem vida dos civis.
— Passagem dos 7 Mundos: Caronte! — Uma alta e grave voz esbravejou.
O mundo ao meu redor desapareceu, sendo criado em seguida uma extensa ponte sem fim acima de um oceano, onde, na tarde da noite, um veleiro navegava em seu bote.
De repente, espinhos cresceram do chão em direção ao meu rosto e sem hesitar, os incinerei.
— Você é habilidosa como dizem, Amaterasu — disse a misteriosa voz.
“CRACK!” o espaço, um tanto quanto distante de mim, se estilhaçou.
Uma mão asquerosa saia de dentro da fenda aberta, revelando então seu corpo por inteiro. Uma entidade demoníaca imponente, com uma altura que ultrapassava os dois metros. Sua pele era obsidianamente escura, refletindo uma sinistra luminescência vermelha quando exposto à luz. Seus olhos, profundamente encravados nas órbitas, brilhavam com uma intensidade ardente e malévola. Seu corpo esguio e musculoso estava coberto por runas antigas e símbolos demoníacos que pareciam pulsar com energia sombria.
— Aquela presença… Era você…
— Você tem sentidos bem aguçados, mas vamos ver o quão forte você é!
— Está aqui para me matar? — com um sorriso diabólico — Não que isso importe, não preciso de motivos para matar demônios!
Estendendo sua mão, disparou mais espinhos em altíssima velocidade. Eu avancei rapidamente contra eles, esquivando agilmente dos incessantes projéteis. Me aproximando o suficiente de seu peito, o acertei com a palma brutalmente.
— Impacto Ígneo — explodindo seu corpo de dentro para fora.
A criatura voou pelos ares, caindo de costas no chão.
— Ele era muito marrento pra um demônio…
Eu estava confiante sobre meu ataque, certamente eu o acertei em cheio, precisamente em seu núcleo e forte o suficiente para destruí-lo, mas misteriosamente, sua técnica não desaparecia.
— GAH! — senti um impacto poderoso dentro de mim.
Meu sangue era expulso do meu corpo, quase como uma cachoeira a partir da minha boca.
— Puta merda… então esse é o poder da Amaterasu? — ao olhar para trás, vi o demônio se levantar calmamente — se não fosse pela minha regeneração acelerada eu já estaria morto.
Mal pude acreditar no que estava vendo, uma leve fumaça era exalada de seu peito, onde sua ferida de regenerava rapidamente.
— Sua divergência pirocinética não vai ser um problema.
— Pense o que quiser… — limpando meu rosto — não vou mais pegar leve!
Mais uma vez, avançamos um contra o outro.
“Essa não é minha primeira vez contra uma super regeneração, só preciso destruir seu núcleo em um único golpe e não dar mais espaço para se regenerar. Eu consigo fazer isso!”
Seus golpes eram fortes, uma força bruta incrivelmente alta, mesmo assim, era possível suportar e acabar com a luta em poucos segundos. Porém, o maior problema, não eram seus golpes e sim um rebote que eu recebia ao acertá-lo. Cada vez que meu punho o atingia, o dano causado voltava para mim, fazendo com que aquilo se tornasse uma luta contra mim mesma.
— ARGH! — me afastei rapidamente ao sentir uma dor tremenda — QUE PORRA É ESSA?
— Ainda não percebeu? Parece que te superestimei, Amaterasu!
— Isso não é uma habilidade ou técnica divina… As únicas coisas que me vêm em mente são feitiços ou maldições, mas isso é bom demais para ser uma maldição…
— Quase lá…
— Heh! — sorri orgulhosamente — não importa o que seja, ainda vou te matar.
Novamente, avancei rapidamente para cima do demônio, saltando por cima de sua cabeça antes que o mesmo pudesse me acertar.
— INCINERE, SEU FILHO DA PUTA! — estendendo meus punhos para o alvo, formei intensas labaredas para queimá-lo por inteiro.
Felizmente, graças ao simples fato do meu corpo ser imune às chamas, o rebote não me afetava tanto quanto deveria.
Mesmo após aterrissar do outro lado, continuei a aumentar ainda mais a intensidade das chamas, gerando pequenas fagulhas de uma chama um pouco mais azulada. Cessei as chamas assim que senti que aquilo fosse o suficiente para queimar até o último átomo de seu corpo, mas ainda assim, sua carcaça carbonizada ainda estava de pé.
Seus músculos começaram a se regenerar rapidamente e passando logo em seguida para sua pele.
— Não importa o que faça, meu corpo é praticamente imortal! — torcendo seu pescoço para trás, sorriu com uma expressão debochada.
Sorrateiramente, como uma cobra traiçoeira, girou seu corpo agilmente, acertando uma rasteira em meu tornozelo. Meu corpo virou subitamente de ponta cabeça, e o demônio, com seus dois punhos, acertou meu estômago com toda sua força.
Eu atravessei toda a extensão da ponte enquanto meu corpo quicava e se chocava com as pedras no caminho e por fim, cravando minhas costas em um imenso portão no fim da ponte.
— GAH! — a poeira abaixava lentamente — Essa força… desde quando?
— Deixarei bem claro — o demônio caminhava lentamente — Meu corpo foi enfeitiçado com a habilidade de devolver todo o dano que eu recebesse, mas isso não era o suficiente, minha regeneração acelerada poderia não dar conta de golpes mais destrutivos, então forjei um pacto sobre essas duas habilidades.
Enquanto escutava sua explicação, eu erguia meu corpo juntando todas as minhas forças
— Por que um demônio forjaria um pacto?
— Não se trata de um pacto qualquer. É um Pacto de Restrição.
— Hunf! Nunca ouvi falar disso.
— Humanos não possuem o costume de realizar pactos além daqueles com criaturas mágicas, é claro que não saberia.
De repente, as runas e símbolos demoníacos gravados em seu corpo começaram a brilhar em um tom avermelhado.
— O Pacto de Restrição limita a totalidade do feitiço, mas em troca de entrar em desvantagem e revelar como a técnica, habilidade ou feitiço funciona, eu quebro a restrição e tenho acesso ao seu máximo.
Impulsionando meu corpo com uma forte explosão, voei em sua direção, acertando meu punho, envolto por chamas, em seu estômago. E com um chute ágil e poderoso, golpeei seu rosto, nos levando de volta para o meio da ponte.
— Se esse é o caso — eu arrancava a placa de metal da armadura em meu torço, a jogando no chão, completamente destruída — é só te manter de boca fechada! — cerrei meus punhos enfurecida.
— Mesmo que me acerte incontáveis vezes, meu corpo irá se regenerar e você continuará recebendo de volta os seus golpes.
— Então revele esse tal feitiço. Ainda vou te quebrar até não restar nada!
— Minha técnica demoníaca “Passagem dos 7 Mundos” também está restrita a este pacto, o que significa que posso apenas Invocar o Mundo do Caronte, onde o efeito do “Rebote” se ativa.
“BOOM!” Assim que o demônio terminou sua explicação, o golpeei com a palma da minha mão, explodindo metade do seu corpo.
— EXPLOSÃO? — perguntou confuso.
Para alguém com completo domínio sobre a mana, a capacidade de controlar as chamas das minhas explosões não era um desafio, sendo assim, criar pequenas explosões e usar suas chamas como um conjurador, se tornou um perfeito blefe contra humanos ou demônios poderosos.
— Não houve o rebote? Será que seu feitiço falhou? — perguntei com uma risada sarcástica
Seu rosto tomou uma expressão séria, voltando a lutar insensatamente contra mim. As explosões causadas pelos meus ataques destruíam a ponte pouco a pouco. Com desespero no olhar, o demônio se afastou.
Um brilho vermelho e intenso surgiu em suas costas, sacando de dentro de si,um total de 7 pequenas lâminas flutuantes, aparentemente, eu não era a única a esconder truques. Em um único balançar do seu braço, enviou todas as lâminas em minha direção.
— Fugir e atacar como um covarde? Esse é o seu truque? — gritei.
— HAHAHAHA! — riu loucamente — Meu blefe ainda está por vir!
Sabendo do baixo perigo que as lâminas apresentavam, apenas as explodi com o impacto dos meus punhos, mas assim que o fiz, senti como se meu corpo estivesse sendo rasgado de dentro para fora.
“Passou o feitiço para as lâminas? Não… se esse fosse o caso, bastava ter me esquivado, além disso, apenas 4 Lâminas foram atingidas, mas eu senti apenas um impacto… ele não seria idiota ao ponto de piorar o seu feitiço. Pelo menos, atingi-lo diretamente não me causa mais danos, posso acabar com isso com meu golpe mais forte.” os pensamentos que infundiram minha mente em questão de segundos, deram tempo o suficiente para que a criatura invocasse mais lâminas.
— Ei, demônio! — o chamei encarando fundo em seus olhos — Nada que acontece aqui afeta o mundo real, não é?
— Por que eu deveria te contar? — retrucou.
— Não faz parte do “Pacto de Restrição”?
“Que seja!” deixando de lado minhas preocupações.
Fechando meus olhos, concentrei minha mente ao máximo para reunir toda a mana que ainda me restava. Pude sentir o calor penetrando minha pele, enquanto meu corpo derretia o solo em que pisava.
Ao abrir os olhos, senti meus cabelos esvoaçando com o vento. Uma tiara dourada, com um sol gravado em seu centro, caiu sobre minha cabeça, uma armadura, também dourada, vestiu o meu corpo, brilhando tão forte quanto o próprio sol. Meus punhos foram envoltos por um par de luvas douradas, trazendo um conforto para o meu estilo de luta. Além disso, a noite que dominava o ambiente, foi expulsa pela luz do dia que meu corpo emanava.
“Deusa do Sol, Amaterasu!”
Impaciente, o demônio enviou novamente suas lâminas, mas as mesmas foram incineradas antes que mesmo que chegassem perto de mim. Em uma tentativa afoita de me atingir, invocou seus espinhos abaixo de mim, mas eles também não foram capazes de me alcançar.
A derrota estava nítida em seu olhar, mas ainda assim ele não recuava.
“Como imaginei, as lâminas foram destruídas e ainda assim não sofri um rebote, talvez ele possa selecionar o alvo do feitiço agora que seu pacto foi revelado?”
Em um piscar de olhos, apareci em sua frente, acertando meu punho precisamente em sua cabeça. Sem dar tempo para que reagisse ou se regenerasse, continuei a socá-lo, o incinerando e o despedaçando junto com a ponte.
Meu corpo era tomado por uma imensa dor, talvez uma dor tão forte quanto a que estava causando a ele.
Em uma brecha causada pela dor, o demônio conseguiu tomar distância novamente, com seu corpo ainda completamente carbonizado.
— Não vou morrer pra você! ESSE NÃO É O MEU OBJETIVO! — sua voz desesperada gritou.
Ignorando toda a dor que me atingia, explodi seu corpo novamente, antes mesmo que pudesse me ver. O sangue que escorria pela minha boca desaparecia antes mesmo que pudesse sentir o seu gosto, eu sentia uma intensa frenesia ardendo por todo o meu corpo, ansiosa para terminar com aquela luta.
Por um instante, senti uma forte dor próxima ao meu núcleo, porém, em meio o calor da batalha, pude suportar, mesmo que ainda incomodasse. Continuei a acertá-lo com mais golpes do que pude contar, acertando em pontos precisos e fatais.
“VÁ ALÉM! VÁ ALÉM!” eu repetia para mim mesma a medida que chegava ao meu limite.
Atrasando sua regeneração, preparei para enfim dar o meu golpe decisivo. Juntando todo o meu poder em meus punhos, os ergui aos céus com a mais pura raiva em meus olhos e enfim, os atingi brutalmente no chão.
Em toda minha vida, a forma completa da Amaterasu foi usada apenas 3 vezes e mesmo assim, nunca cheguei ao ponto de ter que esgotar todo o seu poder contra um oponente. Entretanto, esse demônio não chega nem perto do nível de força dos outros 2 que presenciaram esta forma, mas diferentemente deles, a criatura que acabara de enfrentar havia lutado de uma forma inteligente, como se tivesse se preparado para lutar especificamente contra mim. Pelo visto, ele sabia da única coisa que eu não era capaz de vencer naquele momento…
— EXPLOSÃO KILONOVA! — Esbravejei meu golpe pela primeira vez.
As cinzas do demônio desapareciam em minha mão, nada mais havia restado. O Mundo do Caronte enfim foi desfeito, a forma da Amaterasu se dissipou assim que minha mana foi exaurida no último ataque, além disso, nunca pensei que um dia ficaria aliviada em ver o rosto do Elliot alguma vez.
— ELENA! — ele veio em minha direção preocupado — O que aconteceu? Onde você estava?
— Um demônio… — me levantei cansada — estava provavelmente escondido nos escombros da cidade, mas já o eliminei.
— Como assim? Não escutei os sons da luta e sua presença sumiu de repente! Mas pra um demônio ter te deixado nesse estado, ele deve ter sido muito forte!
— Não… — respondi em um suspiro — nem tanto.
“CRASH!”
Subitamente, minha mente se desligou por completo. Uma dor dilacerante percorreu cada fibra do meu ser enquanto eu sentia o feixe de energia mágica que alimentava meu núcleo de mana sendo abruptamente interrompido. Meus sentidos oscilaram, e o mundo ao meu redor se tornou turvo e embaraçado, como se eu estivesse vendo através de uma névoa densa.
Não conseguia sentir a areia que tocava o meu rosto caído em cima dos destroços, não conseguia sentir o fluxo de mana correndo pelo meu corpo. O ar parecia rarefeito, o som parecia abafado e a vista parecia escura.
Cada batida do meu coração ecoava como um suspiro final, eu lembrava das pessoas e sentimentos que deixaria para trás, e em meio a todas essas lembranças, lá estava ele, o único que mostrou que o meu limite era eu mesma.
E por fim, entendi finalmente o que havia acontecido. Pelo visto, ele sabia da única coisa que eu não era capaz de vencer naquele momento, eu mesma.
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