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    Tristan olhou para o grande redemoinho vermelho de monstros vindo em sua direção. Sua mão segurava Yue, impedindo que seus ferimentos se abrissem novamente.

    Ele pensou com melancolia: ‘Se eu pudesse usar Shadow Aura nela também, poderia levá-la embora e esses malditos provavelmente nem nos veriam.’

    Entre a magia de Sangue e Escuridão, Tristan acreditava que, dentro dos túneis sombrios, ele teria a vantagem.

    Mas, na sua situação atual, o que ele poderia fazer estava limitado.

    Ele olhou para os morcegos, seus olhos acompanhando o movimento deles com precisão. Tristan espalhou sua energia vital por todo o corpo.

    Quando o redemoinho vermelho estava a alguns segundos de atingi-lo, seu braço se moveu tão rápido quanto um borrão.

    Um, dois, cinco; Tristan atacou ferozmente. Qualquer morcego que chegasse perto do alcance de sua espada era partido em dois imediatamente. Gotas de sangue caíram sobre ele, manchando seu rosto e uniforme.

    Tristan sentiu seu braço doer, mas não parou. Pelo contrário, atacou com ainda mais selvageria.

    Os morcegos recuaram e voaram ao redor dele; ele estava cercado. Tentaram atacá-lo de várias direções diferentes.

    Por sorte, Jaeng já havia chegado. Sua espada, carregando o poder do vento, perfurou as criaturas e espalhou o sangue delas pelo ar.

    “Tome cuidado, não deixe que eles te firam”, disse Tristan a Jaeng.

    “Você não precisava me dizer isso. Eu já não ia deixar esses malditos encostarem em mim”, ele respondeu com um sorriso.

    Os dois lutaram juntos contra as bestas e, embora tivessem tentado evitar, ambos acabaram feridos. Havia muitas criaturas. Não importava o quão rápidos ou atentos fossem, alguns morcegos conseguiram se aproximar o suficiente para mordê-los.

    Tristan viu o sangue de um ferimento em sua coxa voar em direção à boca de um morcego no céu. Parecia que isso aumentava a vitalidade daquelas criaturas.

    Jaeng tinha muito menos ferimentos que Tristan, mas sua situação também não era nada boa.

    Ambos perceberam que não podiam se conter. Gastaram uma grande quantidade de essência para acabar com aquilo o mais rápido possível.

    E, após alguns momentos de árdua batalha, não havia mais nenhum morcego no céu. Alguns haviam fugido, mas a maioria estava agora em pilhas de corpos no chão.

    Tristan e Jaeng estavam exaustos e suando, mas o alívio da vitória era perceptível em seus rostos.

    Com o fim da luta, Tristan foi examinar Yue. Ela estava pálida e fria. Ele analisou as marcas de mordidas que cobriam todo o corpo dela. Por sorte, não eram muito profundas. Ele tentou usar sua essência da Luz para fechar os machucados dela com o melhor de suas capacidades, mas a situação dela não parecia melhorar.

    ‘Preciso levá-la a um curandeiro de verdade.’

    Ele a pegou nos braços e a levantou, precisando usar um pouco de essência para carregá-la, devido à diferença de massa entre eles.

    Os mineradores olharam para aquela cena com espanto evidente no rosto, como se tivessem acabado de acordar de um pesadelo.

    “Vocês realmente vieram aqui para nos salvar?”, um deles perguntou.

    “Claro, por que não?”, disse Tristan. ‘Não é como se tivéssemos outras coisas para fazer.’


    Alguns minutos depois, Tristan, Jaeng e os mineradores caminhavam pelo túnel. Tristan carregava Yue, e um dos mineradores segurava a lamparina a óleo dela.

    Como sempre, Tristan estava à frente, guiando os outros. Cada detalhe dos túneis era bem evidente diante de seus olhos.

    Graças ao poder regenerativo do cultivo da Luz, suas feridas superficiais já estavam quase completamente fechadas.

    Ele virou o rosto para uma pequena pedra que caiu do teto. Um leve tremor se espalhou pelo túnel.

    “Um terremoto?”, murmurou Tristan.

    “Oh não, de novo não”, falou um dos mineradores com aflição.

    ‘Acho que isso não é um bom sinal.’

    Tristan olhou para cima e viu mais morcegos gosmentos aparecerem no teto do túnel.

    Ele estalou a língua e disse: “Droga, quantos deles ainda existem?”

    Pensando no que poderia fazer, pegou Yue e a levou em direção a um dos mineradores.

    “Aqui, pegue-a e saiam daqui.”

    Yue já havia perdido muito sangue; era importante mantê-la longe daquelas criaturas.

    Os mineradores estavam congelados de medo, seus corpos tremiam como gravetos balançados pelo vento.

    “VÃO EMBORA! Sumam da minha vista!”, gritou Tristan.

    A raiva contida em seu grito teve efeito. Os mineradores despertaram de seu estado de pavor.

    Um deles acenou com a cabeça nervosamente e pegou Yue.

    Tristan viu os mineradores recuperarem a compostura e saírem do túnel. Ele e Jaeng se posicionaram na saída, atraindo a atenção dos monstros.

    Logo, o teto do túnel ficou coberto de morcegos. Tristan viu uma expressão de dor no rosto de Jaeng, cujas feridas haviam se aberto novamente, manchando ainda mais suas roupas com sangue.

    Tristan pensou em dizer algo, mas hesitou. Ele não era bom com frases motivacionais. Mesmo assim, fez uma tentativa. Tossiu e disse: “Uh, aguente firme. Nós podemos derrotar essas coisas, não deve demorar muito…”

    Suas palavras foram interrompidas por um som estrondoso que percorreu todo o túnel. Jaeng caiu no chão, tapando os ouvidos, e seu corpo se debatia em agonia.

    Tristan tentou tampar seus próprios ouvidos com força, mas ainda sentiu uma dor terrível, como se alguém estivesse martelando seu cérebro. Mal conseguia se manter de pé.

    Com seus sentidos apurados, ele notou algo vindo por cima. Desviou-se para trás. Um momento depois, uma parte do teto esmagou o lugar onde estava. Ele olhou para cima e viu que o túnel estava desmoronando.

    Os morcegos voavam agilmente, desviando das rochas com movimentos fluidos.

    Tristan virou o rosto para Jaeng, que ainda estava caído no chão. Ao ver que seu companheiro temporário ainda não conseguia reagir, ele correu até ele e o agarrou pelo uniforme, puxando-o com uma mão e pegando a lamparina a óleo com a outra.

    Seus músculos se encheram de essência. Os braços e pernas de Tristan incharam um pouco. Depois de uma respiração profunda, ele tentou desviar de todas as pedras que caíam sobre ele e Jaeng.

    Naquele momento, ele só podia contar com sua visão aprimorada e sua força para sobreviver.

    Seu corpo se movia o tempo todo, sem um segundo de descanso.

    Não era uma tarefa fácil, mas parecia que ele conseguiria lidar com aquilo, até que seu pé escorregou para a direita. Ele havia pisado em uma pedra!

    Tentou recuperar o equilíbrio, mas o peso adicional dificultou. Seu corpo inclinou-se para frente e ele usou o joelho esquerdo para amortecer a queda.

    Enquanto tentava se levantar, viu de relance uma grande pedra se aproximar perigosamente.

    Uma neblina preta circulou sua perna. Ele deu uma cambalhota para trás e girou a perna em direção à rocha, destruindo parte dela, fazendo os pedaços voarem em várias direções.

    Ao atingir o chão novamente, percebeu que o túnel parecia estar mais estável.

    Tristan soltou um suspiro de alívio.

    Ele olhou para a entrada do túnel e notou que parte dela estava bloqueada, mas não completamente.

    Porém, aquele sentimento de alívio não durou muito. De um buraco acima do túnel, ele viu uma enxurrada de líquido gosmento escorrer.

    O coração de Tristan bateu mais forte.

    Aquele líquido, parecido com sangue, estava assumindo a forma de uma criatura muito maior que os outros morcegos, fazendo os pelos de seu corpo se arrepiarem.

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