Índice de Capítulo

    “Nos momentos mais sombrios, a ajuda pode surgir de onde menos se espera. A verdadeira força de uma aliança reside na confiança mútua, mesmo quando ela vem de mãos desconhecidas. A imprevisibilidade do apoio é uma arma poderosa nas batalhas pela sobrevivência.”

    — O livro da VERDADE, de Pavel Vaselinna, página 5.699.035.186.


    Harley, a jovem e Marcus estavam imersos em silêncio, observando à distância enquanto os inimigos avançavam com rapidez alarmante. 

    O cenário diante deles era desolador: três magos, com rostos imperturbáveis, moviam-se em perfeita sincronia, seguidos por três guerreiros formando uma linha sólida, seus escudos brilhando tal qual uma muralha imbatível.

    Atrás deles, dois Exploradores Interdimensionais, com rifles em mãos, se posicionavam estrategicamente, prontos para atacar a qualquer momento. A velocidade com que se aproximavam parecia implacável, e o terreno ao redor parecia diminuir à medida que se aproximavam.

    Avançando em uma coordenação impressionante, as oito figuras pareciam ter deixado suas discordâncias para trás e se unido, firmando uma aliança provisória.

    Harley sentiu o peso da situação, percebendo que a combinação das habilidades desses inimigos exigiria mais do que apenas força bruta. 

    Ele olhou para Aurora e Marcus, percebendo em seus rostos a mesma determinação que sentia em si, mas também algo mais: o cansaço, o peso das lutas anteriores começava a aparecer em seus olhos. Mesmo assim, não havia espaço para hesitação.

    Então, sem qualquer aviso, Doravan surgiu. Sua presença, inesperada, trouxe uma onda de confusão. Ele se aproximava com passos firmes, seu rosto indecifrável, mas havia algo de estranho no ar. 

    — Doravan!? — exclamou Harley surpreso. 

    Mas a reação de Aurora o pegou de surpresa. Ela deu um passo para trás, seus olhos estreitando-se em desconfiança, indicando que estava notando algo que ele não via. Sua postura tornou-se defensiva, e o jovem Ginsu notou o leve tremor em sua respiração. 

    “Por que essa atitude? Aurora sempre confiara em Doravan… o que teria mudado agora?” — pensou desconfiado.

    Antes que pudesse sequer formular uma pergunta, o velho professor agiu, apertando um dos botões em seu bracelete tecnológico. Antes que Harley pudesse sequer processar o perigo, o raio surgiu, cortando o ar em sua direção. 

    O pânico o dominou por um segundo, mas, numa virada imprevisível, o raio se desviou no último instante, atingindo uma presença oculta atrás deles. Algo estava à espreita.

    A explosão revelou um explorador invisível, preparado para atacar Aurora pelas costas. O raio desintegrou o inimigo em um instante.

    Harley ficou atordoado com a precisão de Doravan, mas sua atenção se voltou imediatamente para sua aliada. Ao contrário do que esperava, ela não demonstrou alívio. Em vez disso, seus olhos permaneceram fixos, avaliando-o silenciosamente, buscando entender suas verdadeiras intenções.

    O desconforto era inegável.

    “O que está acontecendo aqui? Por que ela estava tão desconfiada?” — Harley pensou, sentindo o peso da dúvida crescer dentro de si. 

    Antes que pudesse aprofundar suas reflexões, algo estranho começou a acontecer com os quatro companheiros sintéticos que os seguiam. As criaturas, sempre tão passivas, de repente começaram a brilhar intensamente. 

    Pequenos círculos de energia surgiram nas articulações de seus corpos, nos joelhos, cotovelos, cintura e pescoço, pulsando com uma força que até então estivera adormecida.

    O campo ao redor deles mudou de forma abrupta. Uma atração invisível tomou forma, e rapidamente, todos os objetos metálicos nas proximidades começaram a ser atraídos. Escudos, rifles, espadas, até os drones de monitoramento de Harley foram sugados em direção às criaturas, atraídos por uma força invisível.

    Marcus observava com espanto, incapaz de entender o que estava acontecendo. As criaturas de Doravan estavam assumindo uma postura diferente, respondiam a um comando oculto.

    — O que está acontecendo com eles? — murmurou Harley, mais para si do que para os outros. Doravan não disse uma palavra, apenas observava, seus olhos fixos nas criaturas enquanto o caos se instaurava ao redor.

    O jovem sentiu a força de atração puxando sua adaga furtiva prateada em direção ao campo magnético. Ele agarrou a arma com força, seus músculos tensionados ao máximo, lutando contra a força avassaladora que tentava arrebatar sua única defesa.

    O cabo da adaga tremia em sua mão, enquanto o campo de sucção ao redor das criaturas ficava cada vez mais forte. Harley fincou os pés no chão, mas a força de atração parecia ganhar mais poder a cada segundo. 

    Ele olhou para sua aliada, que também tentava segurar seu equipamento, enquanto suas roupas tremulavam com a força da atração.

    A pressão no ambiente aumentava. As armas e equipamentos ao redor foram atraídos por uma força avassaladora, girando em torno das criaturas em uma tempestade caótica de metal, criando uma espiral destrutiva. 

    Harley lutava com todas as forças, sentindo que seus dedos começavam a escorregar do cabo da adaga. Aquela arma era essencial. Perder ela seria mais um erro irreparável, um revés que ele não podia se permitir.

    Aurora gritou ao seu lado, tentando lutar contra a força invisível que também puxava seus próprios equipamentos. Harley sentiu o suor escorrer por seu rosto, a pressão em sua mão era quase insuportável. 

    A adaga tremia violentamente em sua mão, sua mente correndo a mil, buscando uma forma de resistir àquela força devastadora. 

    “O que está acontecendo? Essas criaturas, sempre tão inofensivas, agora parecem mais perigosas do que qualquer inimigo que enfrentei.” — refletia, enquanto Doravan mantinha-se em silêncio, seus olhos impassíveis diante da situação que se desenrolava.

    Harley sabia que algo estava errado, mas não podia parar para pensar. Toda sua atenção estava na adaga, em não a deixar escapar. 

    O som do ar puxado as armas e equipamentos para um ponto único específico dominava o espaço, e a pressão sobre o jovem Ginsu aumentava. 

    Seus dedos escorregavam, e ele sentia o metal frio da adaga escapando por entre suas mãos. Cada instante se estendia infinitamente. Sua mente, em um grito interno, implorava para não ceder, mas o poder de sucção parecia incontrolável.

    Aurora olhava para ele, seus olhos cheios de preocupação, mas também de impotência. Harley sabia que ela sentia o mesmo: a confusão, a incerteza, e o medo de que algo muito maior estivesse por trás de tudo aquilo.

    Então, de repente, o poder de atração das armas atingiu o auge. Harley sentiu sua adaga ser puxada violentamente, e em um último esforço desesperado, ele segurou com todas as forças, seus músculos queimando de esforço. Ele não podia perder.

    Mas, no fundo, de sua mente, uma pergunta persistente ecoava: 

    “Em quem confiar, afinal?”

    TRAILER PROMOCIONAL:

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota