Capítulo 22 (Parte 2) - Quebra de confiança
Para fora do prédio, estava Baret e Nil, sentados num banco do outro lado da rua; preparando-se para qualquer merda que pudesse acontecer.
— Acha que vai dar merda com a polícia? — Baret perguntou.
— Só se forem pegos. E é melhor que não sejam, meus contatos na polícia não fazem milagres.
Olhando ao redor da vizinhança, só conseguiu sentir um pouco de frustração; não era para estar ali, era para estar na cobertura daquele prédio, liderando ela mesma aquela operação. Mas não. Agora, tudo que podia fazer era imaginar o quão belo seria esse prédio inteiro caindo aos pedaços.
Seus pensamentos foram interrompidos, entretanto, por ninguém menos que Nil.
— Que porra é essa?
— Hã? — Baret ficou avoada por um segundo, mas Nil logo apontou para o problema: Axel estava ali, entrando no Hotel — O que esse viado ta fazendo aí? Quem foi que chamou ele?!
Nil ficou em silêncio por alguns segundos, até responder:
— Acho que a Kawadark.
— Como que é?
— Ele tava estranho, não tava? Lembra que falei que talvez ele fosse fã? Eu tava zoando, mas acho que agora não tava tão errado…
— Não… Ele não faria essa merda.
— Vou mal conhece ele.
— Tá, mas… Não, o Quincas deve ter chamado ele. Sempre foi desse tipo.
— Se teve tempo pra chamar ele, por que não nos avisou? Onde que o Axel entra no plano?
Baret não tinha ideia, mas pensar que Axel estava se unindo a Kawadark era um tiro no estômago. Não se importou com o plano, tinha que descobrir o que estava acontecendo. Quando se aproximou, dava para ouvir mais ou menos a conversa de Axel com a recepcionista.
— Como assim eu só posso entrar daqui a cinco minutos? Meu tempo vale mais que isso!
— É o horário marcado, nada que eu possa fazer.
— Pode, sim, é só liberar a porra do elevador. Quer realmente discutir comigo?
— Porra, mais um que fala uma merda dessa hoje! — A recepcionista jogou as mãos pro ar, inconformada. — Já não bastava aquela putinha de cabelo branco! É meu trabalho, caralho!
— Pera, como é? Putinha de cabelo branco?!
— É, porra! Uma viada de uma família qualquer, ou sei lá. Tava com um guarda e um outra puta calada. Olha, quer entrar? Entra! Mas a polícia vai ta aqui em menos de cinco minutos!
Axel normalmente iria discutir, mas aquelas descrições combinavam perfeitamente com algumas pessoas que, mais do que nunca, Axel queria que não estivessem ali. Ele não tinha tempo para esperar cinco minutos, iria debater mais quando, subitamente, ouviu uma voz.
— O que caralhos você tá fazendo aqui?! — Era Baret. Ele nunca tinha visto ela com tanta, tanta raiva. Logo atrás, estava Nil.
Não tinha tempo. Fez o que qualquer homem são iria fazer: saiu correndo. Pulou a catraca em direção aos elevador e foi mais para frente, onde havia a escada de emergência. Baret tomou aquilo como explicação o suficiente, sem se importar se seria vista ou não, foi logo atrás dele.
Axel era mais rápido e mais resistente, não tinha como argumentar isso. Ele subia as escadas de lance em lance, tomando cada vez mais distância entre ele e Baret. Mas ela não desistia. Podia cansar, ficar alguns segundos parada para recuperar o fôlego, mas era óbvio para onde ele iria: para a cobertura, para o apartamento da Kawadark.
— Seu filho da puta! — Gritou, sem resposta.
Quando Axel chegou no andar da cobertura, Baret estava a uns seis andares abaixo. Bateu na porta do apartamento, mas não daria tempo. Pensou rápido: pegou a sua slinger e atirou algumas vezes, fazendo um portal bem a frente da porta da escadaria de emergência, impossibilitando que Baret passa-se.
Ela não iria desanimar assim tão fácil, aquele portal não iria a impedir. Foi para o andar antes da cobertura e apertou o botão do elevador. Ela sabia que não era tão fácil assim chamar o elevador para um andar sem permissão do proprietário, mas pensou numa solução.
Quando entrou no elevador, olhou para cima e lá estava: uma escotilha. Era padrão todo elevador ter. Deu um salto para abrir ela e, outro salto para escalar e subir em cima do próprio elevador. O que estava fazendo era loucura, mas faria do mesmo jeito.
Colocou os dedos entre a porta do elevador da cobertura, e, com toda a força que tinha, forçou eles para abrir. Mal se moviam, mas ela forçava com mais e mais força. Não adiantava, a força que tinha não era o bastante. Pouco a pouco, sentiu sua força se esvair, seu corpo tremer, sua visão escurecer.
— Puta que pariu… Agora não…
Deu alguns passos para trás. Um erro. Pisou em falso e caiu sobre escotilha, fazendo o elevador tremer. Estava tudo girando na cabeça dela, e a dor do tombo foi o suficiente para fazer ela não levantar tão cedo. Mesmo assim, forçou-se.
Antes que pudesse ao menos tentar subir na escotilha, o elevador começou a descer. Levou apenas alguns segundos até o elevador parar em alguns andares para baixo, e quando teve uma surpresa: Quinca e Émile.
— Baret? — Quincas questionou, surpreso. Foi até a chefe e ajudou a levantar. — O que aconteceu? Por que tá aqui?
— A porra do Axel! Ele tá com a Kawadark nesse exato momento! Tentei subir no andar dela pelo elevador, mas não deu… — Obviamente, omitiu o detalhe: ela caiu da escotilha por conta dos efeitos do chumbo em seu corpo.
Com Émile entrando no elevador, ela foi até o painel. Apertou uma ordem aleatória de botões dos andares e, subitamente, começou a se mexer. Émile não fez uma cara muito feliz.
— Droga…
— O que deu?
— Você não entrou aqui da forma mais legal do mundo, né? — questionou. O rosto de Baret, respondeu à pergunta. — O Moeira me falou duma forma de usar o elevador pra ir num andar sem permissão, que é quando o alarme toca e a senha de emergência é liberada.
— Não tô ouvindo alarme nenhum.
— Nesse caso, é o alarme silencioso. Sabe o que significa? A polícia tá vindo.
Baret travou. Não tinha pensando nesse detalhe quando entrou no prédio correndo; ou melhor, não tinha pensando em nada. Tentou desviar o assunto, de alguma forma, tentar pensar em uma saída.
— Como iam usar a senha?
— Só iriamos disparar o alarme de incêndio, daria no mesmo. Bom, já foi. A gente dá um jeito, fugir da polícia não é nada de mais. — Quando a porta do elevador abriu, Quincas foi o primeiro a sair. Não perdeu tempo: tirou do seu bolso um grampo de cabelo e um clip de papel, e foi até a porta. — E dizem que o método clássico não funciona.
Forçou os parafusos do pequeno scanner digital que servia de trava, e abriu ele. Uma placa de circuitos revelou-se, e Quincas começou o trabalho, cantalorando uma canção.
— Isso vai demorar? — Baret perguntou.
— Calma, mulher! Não atrapalha a música de decoreba! Onde eu tava mesmo…? Ah, é… — Voltou a cantalorar, e pouco a pouco, a porta fazia alguns barulhos, era possível ouvir os barulhos de engrenagens girando. Antes de terminar, entrando, a porta abriu-se para a própria surpresa de Quincas.
E quem abriu foi Axel. Com espada em mãos, e, logo atrás dele, Kawadark, caída no chão. Com uma voz cansada, disse:
— Quando eu disse que ia conseguir o dinheiro, era para terem confiado em mim.
Fazia tempo desde que eu não tenho jogado Call of Duty, mas esse Black Ops 6 tá bem gostosinho de jogar, tirando todos esses bugs. Agora é aproveitar esse fim de semana com dobro de XP

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