A clareira amanheceu com a luz dourada do sol filtrada pelas copas das árvores, criando um espetáculo de sombras dançantes no chão. Yuno estava empoleirado em uma pedra, tentando esboçar um mapa mental do que precisava fazer a seguir. Ailith havia mencionado que precisava encontrar uma maneira de atrair outras raças para a nova vila. O que poderia ser mais interessante do que um belo sinal da floresta?

    “É como se a floresta estivesse esperando um convite para a festa”, pensou, enquanto as folhas sussurravam ao vento. O silêncio matinal era interrompido apenas pelos pássaros que cantavam em harmonia, criando um ambiente que inspirava tranquilidade.

    Mas a paz estava prestes a ser quebrada. Ailith apareceu, com sua aura de mistério e um sorriso enigmático. “Yuno, hoje é o dia de aprender a fazer o sinal da floresta.”

    “Como assim?” Ele se sentiu intrigado. “Você está falando de um sinal de fumaça ou algo mais místico?”

    “É mais sobre criar um chamado para aqueles que vivem na floresta. Existem rituais antigos que podem ajudar a atrair habitantes de outras raças. Podemos começar com a preparação da cerimônia.” Ailith gesticulou com as mãos, como se estivesse desenhando os contornos de um plano no ar.

    A mente de Yuno começou a imaginar a cena: um grande evento, com fogueiras, dança, talvez até um buffet improvisado. Mas a pergunta crucial era: o que ele realmente sabia sobre os rituais da floresta? O máximo que tinha feito até agora era criar uma estrutura torta e plantar algumas árvores.

    “Ok, o que precisamos fazer?”

    “Precisamos de flores raras e, para isso, precisamos ir ao Vale dos Ecos.” Ailith olhou para o horizonte, como se visse além das árvores. “Dizem que flores crescem ali, capazes de emitir uma fragrância que atrai as criaturas.”

    “Flores que atraem criaturas? Isso soa… interessante.” Ele imaginou como as criaturas da floresta poderiam reagir ao seu chamado, desde pequenos animais até seres míticos. “Vamos buscar essas flores, então!”

    Os dois partiram em direção ao Vale dos Ecos. Enquanto caminhavam, Yuno não pôde deixar de admirar a habilidade de Ailith em se mover pela floresta. Ela parecia flutuar, quase como se estivesse em sintonia com a própria natureza. O contraste com seu andar desajeitado era evidente. Cada passo dele parecia causar um ruído de folhas secas sob os pés.

    “Yuno, tente ser mais silencioso. Lembre-se, estamos em casa de outras criaturas agora.” Ailith virou-se, seus olhos azuis como o céu refletindo preocupação.

    “Desculpe! É que minha noção de stealth é… bem, um pouco ineficaz.” Ele sorriu, tentando fazer uma piada para aliviar a tensão.

    A floresta parecia mágica, cada canto revelando segredos desconhecidos. Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira que parecia ter sido esculpida pela própria natureza. Uma correnteza suave de água cristalina corria ao fundo, cercada por flores de todas as cores. “Aqui está! Vamos coletar algumas flores.”

    Enquanto Ailith se dedicava a escolher cuidadosamente as flores, Yuno se distraiu observando a beleza do lugar. Foi então que um barulho estrondoso interrompeu seu momento de admiração. Uma figura massiva surgiu das sombras das árvores, balançando pesadamente. Yuno e Ailith se entreolharam, seus corações disparando.

    Era um minotauro, um ser imponente com chifres majestosos que se projetavam de sua cabeça, e uma pelagem densa que cobria seu corpo musculoso. Ele parecia estar tão surpreso quanto eles. “O que vocês dois estão fazendo aqui?” A voz do minotauro soou como um trovão distante, fazendo as folhas tremerem.“Ah… Nós só estamos… colhendo flores!” Yuno respondeu, sua voz subindo algumas oitavas. “Nada demais!”

    “Flores? Essas flores são para a cerimônia da floresta?” O minotauro franziu o cenho, analisando-os com um olhar crítico.

    Ailith rapidamente se adiantou.

    “Sim, estamos preparando um sinal para atrair outros habitantes da floresta. Poderia nos ajudar? Sabemos que sua presença pode ser um grande atrativo.”

    O minotauro olhou para Yuno e Ailith, avaliando-os como se estivesse tentando decifrar um enigma. “Ajudar, sim. Mas o que ganho em troca?”

    Yuno não tinha certeza de como negociar com uma criatura tão imponente. “Podemos… oferecer um banquete em nossa nova vila! Não seria um prazer compartilhar comida? E, é claro, sua presença seria um grande atrativo!”

    O minotauro pensou por um momento, suas feições duras suavizando um pouco. “Banquete, huh? Estou dentro! Mas uma condição: eu sou o responsável pela parte da carne. Ninguém consegue assar como eu!”

    Yuno e Ailith trocaram olhares de alívio e sorrisos. “Fechado!” Yuno exclamou, sem saber exatamente como o banquete aconteceria, mas confiando que a colaboração daria certo.

    Com o novo aliado, os três começaram a coletar flores, com o minotauro se movendo com uma força surpreendente e uma habilidade surpreendente. Após preencherem cestos com as flores aromáticas, seguiram de volta para a clareira, prontos para iniciar o ritual.

    Ailith organizou o espaço, criando um círculo com as flores coletadas e acendendo uma pequena fogueira no centro. “Agora, precisamos de um chamado. Cada raça tem sua própria forma de invocar os espíritos da floresta.”

    “E como é que fazemos isso?” Yuno estava intrigado e ansioso.

    “Basta dançar!” Ailith respondeu, olhando para os dois. “Mas… não apenas qualquer dança. É uma dança ancestral, que faz ecoar a alma da floresta!”

    “Dançar? Você tem certeza que não poderia ter me avisado antes?” Yuno começou a sentir uma leve ansiedade. Ele nunca foi bom em dançar.

    “E quanto ao minotauro? Não tenho certeza se ele está muito interessado em dançar.”

    “Eu danço!” O minotauro gritou, batendo as patas no chão com um sorriso. O som era como um trovão.Yuno suspirou, resignado a sua sorte. “Então vamos lá!”

    O círculo foi formado, e os três começaram a dançar. Ailith era uma visão graciosa, movendo-se com leveza e elegância, enquanto o minotauro girava com uma força brutal, levantando poeira e folhas ao seu redor. Yuno, por outro lado, tentava acompanhar os passos, mas acabava pisando em seus próprios pés, tropeçando e quase caindo várias vezes.

    No meio da dança, Ailith gritou: “Siga o ritmo da floresta! Sinta a música da natureza!”

    “Estou tentando, mas minha noção de ritmo parece estar quebrada!” Yuno exclamou, enquanto tentava imitar os movimentos fluidos da elfa. O minotauro começou a rir, o som ecoando pela floresta como um trovão jubiloso.

    Após um tempo, a dança foi se intensificando, e, para surpresa de Yuno, a floresta começou a responder. Os pássaros pararam de cantar, e uma brisa suave começou a soprar, trazendo consigo um perfume intenso das flores. O ar parecia vibrar com a energia da dança.

    Então, um fenômeno incrível aconteceu. Luzes começaram a surgir entre as árvores, como pequenas faíscas de magia. Criaturas da floresta começaram a se aproximar, curiosas e cautelosas. Fadas com asas brilhantes e até mesmo um grupo de cervos majestosos surgiram da densa vegetação.

    Yuno parou, ofegante e em estado de choque.

    “Uau! Olha isso!”

    Ailith sorriu, satisfeita.

    “Viu? O sinal da floresta está funcionando!”Com as criaturas se aproximando, o minotauro se virou para Yuno.

    “Agora é hora do banquete. Quero saber se vocês têm carne!”

    “Ah, claro! Claro que temos carne!” Yuno respondeu rapidamente, imaginando como faria para providenciar isso. A ideia de uma festa com um minotauro assando carne parecia surreal, mas ao mesmo tempo, intrigante.

    A cerimônia seguiu em um tom vibrante, com risos e conversas entre as novas criaturas que começaram a se unir à dança. A energia era contagiante, e Yuno percebeu que, apesar das dificuldades e das situações cômicas que enfrentou, o dia se tornara um sucesso.

    Enquanto a noite se aproximava e as estrelas começavam a brilhar no céu, Yuno sentiu que estava prestes a desbloquear uma nova missão através do sistema de contratos. A sensação era palpável, como se a própria floresta estivesse atenta ao seu crescimento.

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