Capítulo 497 - As origens do fragmento

Combo 09/50

O Sr. K não impôs nenhum pedido específico para a jornada de Lumian até Feynapotter. Ele apenas reiterou que Lumian poderia utilizar o dedo sempre que enfrentasse desafios. Contanto que ele não estivesse em um ambiente único, o Oráculo da Ordem Aurora poderia senti-lo através da conexão sanguínea e oferecer assistência imediata.

“Sentindo-o a uma distância bem longa. Como esperado por ser parte do seu corpo… Eu me pergunto se as Demônias podem completar uma maldição depois de obter este dedo…” Lumian se despediu do Sr. K, seus pensamentos vagando, e saiu da opulenta casa bege na Rue Scheer, n°19.

…

Na cidade de Trocadéro, na entrada da mansão cercada por videiras, Franca avistou Browns Sauron, com seus longos cabelos ruivos alaranjados caindo como uma cachoeira.

A Demônia sorriu ironicamente e disse: — Ouvi dizer que seu amante está morto?

— Você acabou de beber a poção do Provocador? — Franca retrucou sem recuar. — Será que os membros da família Sauron carregam uma característica de Provocador desde o nascimento?

Sem esperar pela resposta de Browns, Franca passou por ela, rindo.

— Sim, Gardner Martin está realmente morto. Eu mesmo o matei.

As pupilas de Browns dilataram quando ela virou a cabeça em surpresa para olhar o perfil lateral de Franca. Ela viu que a nova Demônia tinha um leve sorriso no rosto, mas seus olhos eram profundos e escuros — uma mistura de prazer e dor, solenes e implacáveis.

Franca considerou acrescentar, — Eu estava presente até para ouvir o grito do seu ancestral enquanto ele era morto — mas isso exporia sua compreensão de extensas informações secretas e conhecimento místico que ela não deveria ter em seu nível. Isso despertaria a suspeita da Seita das Demônias, então ela abandonou a ideia. Conforme ela avançava, sorriu e disse, — Então, eu encontrei o item que Gardner Martin e seus colaboradores contrabandearam para Trier através das catacumbas.

— Você encontrou. O que é? — Browns não esperava que Franca completasse essa missão, uma mistura de surpresa e um toque de ciúme cruzando suas feições.

Franca não escondeu nada. Esse era o propósito dela em encontrar a Demônia de Preto Clarice.

Ela pegou a estatueta preta como breu, com o cabelo voltado para a direção oposta da versão ortodoxa, e a balançou na frente de Browns.

A expressão de Browns congelou, como se ela tivesse visto algo assustador.

— P-por quê? Como isso está aparecendo aqui…? — A voz da Demônia do Prazer sumiu, seu tom cheio de choque inconfundível.

Franca aproveitou a oportunidade para perguntar: — Você sabe o que é?

Browns saiu do seu transe, seus olhos brilhando enquanto ela dizia: — Minha mestre vai te contar.

Franca não insistiu mais e mudou de assunto com um sorriso.

— Por que sua mestre se chama de Demônia de Preto? Qualquer pessoa comum não consideraria uma Demônia um termo depreciativo?

— Todo mundo tem padrões estéticos diferentes. Algumas gostam de se chamar de Santa, enquanto outras acham as Demônia mais legal. Elas têm um estilo único e pouco ortodoxo. — Browns pareceu mais inclinado ao último.

Franca ponderou seriamente, “Os homens mantêm seu espírito jovem mesmo na morte. Existe tal autoconsciência excessiva? Mesmo se eles já foram homens…” Ela percebeu que se alguém a chamasse de Demônia de XX, ela provavelmente sentiria uma estranha sensação de presunção, apesar de seu constrangimento. No entanto, se fosse Santa, ela definitivamente teria arrepios — seus dedos dos pés se encolhendo tanto que eles poderiam cavar um buraco e se enterrar nele.

Em pouco tempo, Franca encontrou a Demônia de Preto no pavilhão circular em meio às videiras e inúmeras vinhas.

Os olhos cinza-escuros de Clarice, tingidos de melancolia, percorreram o rosto de Franca e a estatueta negra da Demônia Primordial em sua mão.

Seu olhar permaneceu no último por alguns segundos antes que ela dissesse: — Você obteve isso da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue?

— Sim, — Franca tomou a iniciativa de contar o encontro da noite anterior.

Ela contou desde o momento em que não conseguiu seguir o membro Carbonari até como ela e Anthony Reid misteriosamente entraram na selada Trier da Quarta Época sob a influência da estatueta da Demônia Primordial e do antigo espelho de prata, apesar de estarem claramente no Apartamento 601 na Rue des Blouses Blanches n°3.

Ela não escondeu mais a existência do antigo espelho de prata. Apenas disse que o havia obtido acidentalmente no subsolo alguns meses atrás. Desta vez, ele teve algum efeito, mas desapareceu sem deixar vestígios depois que eles afundaram no subsolo.

Tudo o que ela disse era verdade, cada palavra era verdade.

A Demônia de Preto Clarice interrompeu o relato de Franca e perguntou pensativamente: — Você encontrou Gardner Martin assim que entrou?

Embora ela não tivesse visto com seus próprios olhos, ela parecia prever o acontecimento.

— Sim, também havia aquele membro Carbonari. Ele é o General Philip, que fingiu sua morte. Esta estatueta estranha foi encontrada com ele — Franca respondeu com sinceridade. — Naquela época, Anthony e eu quase morremos nas mãos de Gardner e Philip. Felizmente, Ciel e Jenna inexplicavelmente entraram e estavam escondidos por perto.

Ela relatou brevemente a batalha e deliberadamente redirecionou a habilidade de Jenna como do caminho dos vampiros.

Depois de ouvir por um tempo, a Demônia de Preto levantou a mão direita e gentilmente acariciou seu rosto.

— Você disse que havia uma área selvagem com clima caótico à distância, e havia uma figura gigante cercada por furacões e neblina espessa?

— Sim, também ouvimos seu rugido e quase perdemos o controle. Felizmente, entramos na cidade envolta em névoa cinza a tempo. A comoção lá fora ficou muito abafada. — Franca não esperava que a Demônia de Preto estivesse tão preocupada com o gigante.

Clarice ouviu em silêncio e soltou um suspiro suave. Ela sentiu uma mistura de tristeza, decepção e alívio indescritível, fazendo-a sentir-se excepcionalmente lamentável.

Browns olhou para sua mestre com uma expressão confusa, como se não entendesse por que a Demônia de Preto teve tal reação.

Franca ficou confusa no início, mas depois seu coração disparou.

“Browns pertence à família Sauron. Poderia ser o mesmo para a Demônia de Preto?”

“Elas poderiam ser um ramo da família Sauron que jurou lealdade à Seita das Demônias?”

“Entretanto, o cabelo e os olhos da Demônia de Preto não se assemelham aos de um membro genuíno da família Sauron…”

“Se todos eles são da família Sauron, a Demônia de Preto poderia ser parente de Browns, ou mesmo seu pai ou mãe, levando ao estado atual de Browns?”

“A Demônia de Preto ouviu sobre a situação atual de Vermonda Sauron e entendeu o esquema da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue? É por isso que ela está tão emocionada?”

Enquanto esses pensamentos corriam pela mente de Franca, ela continuou a recontar a batalha entre os quatro e Gardner Espelhado. Finalmente, ela tirou o Fragmento do Mundo Espelhado preto como breu.

— Vossa Excelência Demônia de Preto, o que é isso? E o que é essa estatueta?

A Demoníaca de Preto Clarice olhou para o Fragmento do Mundo Espelhado e para a estatueta da Demônia Primordial negra e disse: — No misticismo convencional, o mundo espelhado não é um mundo verdadeiro. É uma amálgama do conceito de portas, conectado a espelhos e espaços alternativos. No entanto, muitos membros da nossa Seita das Demônias estão cientes de que em certos lugares especiais, por razões específicas, existem alguns mundos espelhados com monstros. Você encontrou um deles, e este é um fragmento daquele mundo…

Ela contou brevemente o que Franca já sabia sobre o Fragmento do Mundo Espelhado. Finalmente, ela disse: — Isso deveria ter sido entregue a mim como recompensa, mas, de acordo com sua descrição, muitas Pessoas Espelhadas subterrâneas já se infiltraram em Trier. Este fragmento pode ajudá-la a rastreá-las, encontrá-las e eliminá-las. Você pode mantê-lo por um tempo até que a missão seja concluída.

— Hmm, esta é sua próxima missão. Elimine o Povo Espelhado de Trier e reúna quaisquer fragmentos semelhantes que possam estar neles.

“As origens e efeitos são os mesmos que a Madame Mágica disse. Pelo que parece, Clarice não está mentindo para mim… Fuuu, minha próxima missão é em Trier. Não posso seguir Ciel até Feynapotter para procurar Bardo e companhia… Em momentos críticos, posso fazê-lo me ‘teletransportar’ para lá para fornecer ajuda…” Franca suspirou interiormente e disse: — Sim, Vossa Excelência Demônia de Preto.

A Demônia de Preto continuou: — Esta estatueta se origina de um dos mundos espelhados especiais.

— Nós acreditamos na Primordial na realidade. O Povo Espelhado acredita no Primordial espelhada, mas na verdade ele é apenas uma projeção da Primordial no espelho.

“Assim como eu suspeitava… A projeção da Demônia Primordial no espelho sofreu uma anormalidade e ganhou autoconsciência, fazendo com que sua condição piorasse? Ou Clarice não está dizendo toda a verdade?” Sob as instruções da Demônia de Preto, Franca entregou a estatueta especial.

Clarice assentiu levemente e disse: — Você completou a missão da Ordem da Cruz de Ferro e Sangue melhor do que eu esperava ao recuperar esta estatueta especial. Que recompensa você quer?

Franca não hesitou e respondeu: — A fórmula da poção para Aflição, ou talvez um item místico que me permita atravessar o mundo espiritual.

A Demônia de Preto revelou um sorriso discreto.

— Dessa vez, eu vou te dar a fórmula da poção para Aflição. Quando você completar sua próxima missão, você pode escolher um item místico com a habilidade Travessia do Mundo Espiritual.

“Isso significa que não posso trocar minhas contribuições por itens do tipo teletransporte dessa vez, mas eles superam o valor da fórmula da Demônia da Aflição? Posso guardar uma parte e trocá-los juntos quando fizer outras contribuições?” Franca ponderou por um momento e disse: — Ok.

A Demônia de Preto Clarice levantou a mão direita e golpeou o vazio.

Franca imediatamente notou inúmeras palavras escuras de Hermes delineadas na superfície aquosa na borda do pavilhão circular.

“Fórmula da poção de aflição:”

“Sequência: 5”

“Ingrediente principal: cabeça de morcego com cara de flor, vesícula biliar de cobra preta de duas caudas;

“Ingredientes suplementares: 30 mililitros de sangue de morcego com cara de flor, 50 mililitros de sangue de um humano gravemente doente, ponta da cauda da cobra preta de duas caudas, 10 gotas de óleo essencial de eucalipto;

“Ritual: Sem substitutos, ser queimada na fogueira por quinze minutos e sobreviver sem enlouquecer.”

“Hiss… Só de ler a descrição dói…” Franca não conseguiu evitar se encolher.

Depois de memorizar a fórmula da poção, ela deixou a mansão com Browns.

A Demônia de Preto Clarice observou-a silenciosamente enquanto pegava um item de um bolso escondido em seu vestido preto da corte.

Era um fragmento de espelho escuro como breu.

Ele tinha uma semelhança impressionante com o Fragmento do Mundo Espelhado de Franca, embora com uma fratura irregular na borda.