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    Lutar com o desconhecido é como lutar contra a escuridão da noite. Você nunca saberá onde começa e onde acaba, nunca saberá de onde vem e para onde vai, nunca saberá o que ela esconde. Quando você tentar lutar contra algo que não conhece, já estava fadado a derrota desde o início.   

    A guerra além da espada ~ Kali  

    Álmos. Apesar de existir desde os tempos antigos, assim como todas as manas primordiais, essa é a mais misteriosa entre todas. Diferente de todos os outros tipos de energia, Álmos é encontrado somente em indivíduos e nunca fora deles. Porém, mesmo estando em todos os seres vivos, não quer dizer necessariamente que eles possuam a capacidade de manipulá-la, a realidade é que poucos estudos foram realizados acerca dessa energia, e os que foram são mantidos em extremo sigilo entre as facções, afinal, lidar com um manipulador do Álmos é extremamente perigoso.   

    Existiram diversos personagens monstruosamente fortes ao longo da história o fator em comum entre eles foi a habilidade intrínseca de utilizar de tal mana misteriosa; Videntes, Médiuns, Artistas, Manipuladores, Duplicadores, Possessores, até mesmo a habilidade de convocar a alma de alguém que se foi; as centenas de formas que o Álmos assume dá ao seu portador uma incrível variedade de possibilidades.  Não há nada mais perigoso que um poder desconhecido.  

    — Achei que as surpresas do dia haviam acabado, quantas bizarrices vimos até agora no torneio… — comentou Glória.   

    — Não me lembro de ter tanta gente… ‘diferente’ assim nas edições passadas — acrescentou Matheus. — É definitivamente um mal agouro.  

    — Por que seria algo ruim? — perguntou Li.  

    — É uma crença antiga dos caçadores de demônios — explicou. — Eras onde havia pessoas absurdamente fortes sempre acabaram sendo as mais conturbadas, afinal, Erebus está sempre em equilíbrio, uma balança que pesa muito para um lado tende a quebrar.  

    — Não sabia que você era um pessimista, Matheus — observou Glória.   

    — Não sou…  

    — Sim, eu que sou… — ironizou a latina. — De qualquer forma, essa luta está prestes a ficar interessante.  

    — Essa energia é realmente tão forte? — perguntou Selene. — Digo, me parece mais uma ilusão do que qualquer coisa…  

    — Não se engane, aquilo não é uma ilusão, muito pelo contrário, ele é tão real quanto o outro — disse Fynn. — Você provavelmente não consegue enxergar, mas a qualidade e quantidade da mana é quase a mesma entre os dois… praticamente uma duplicata perfeita.  

    — Então quer dizer que ele realmente se dividiu? — questionou a conjuradora. — Mas isso não dividiria o poder dele em dois?  

    — Não exatamente, na minha opinião, eu diria que cada um possui setenta e cinco porcento da mana do Kant original — respondeu Fynn.   

    — Ah… então, não deve ser muito problema para a Lorena… certo?  

    — Você está pensando muito cruamente — falou Matheus.  

    — Cruamente?  

    — Não pense somente na mana… — continuou Li. — Se são duplicatas perfeitas é como se você lutasse com um parceiro que pensa exatamente na mesma forma que você… digo, seria menos efetivo se ela fosse muito mais forte do que ele, mas não é o caso, essa não é uma soma. Imagine o seguinte; Se Lorena é 1.5x mais poderoso do que ele, Kant dividiu-se em 2, somando as duplicatas, eles possuem a mesma força, certo?  

    — Hm… certo?  

    — Mas, como eu disse, essa não é uma soma, é uma multiplicação. O poder de ambas as duplicatas juntas deve chegar no dobro da força do Kant original.   

    — Então…  

    — Sim… Lorena já deve ter chegado a mesma conclusão… não vai ser fácil!   

                                                                                                          

    — Quem diria que eu enfrentaria um bi elemental. Ainda por cima um usuário de Almos… isso será interessante!  

    — Hahaha, achei que quando visse essa habilidade você recuaria — disse Kant — O que acha? Sabe muito bem que será uma luta difícil, por que não encerramos por aqui?  

    — Encerrar? — Lorena esticou sua mão, estendendo o orbe que estava segurando. — Esses desgraçados de Ignis estão ficando mesmo muito arrogantes.  

    — Será que toquei em um ponto delicado…?  

    — Acho que está subestimando os Arcadianos… mas eu lhe mostrarei… o verdadeiro poder de um Tenente da facção mais forte!   

    — Infelizmente parece que vamos ter que ir pelo caminho difícil… venha!  

    O orbe nas mãos da conjuradora começou a brilhar fervorosamente.  

    — Avante, Moltre!  

    O Escudeiro gigante pisou forte no chão, disparando na direção dos dois Kants.  

    — Se acha que somente esse brutamontes vai ser o suficiente, está muito enganada!   

    Os dois balançaram seus leques, levantando duas ondas de vento contra a evocação. As duas massas de ar pareciam mais fracas do que antes do homem se duplicar, mas ao colidirem, o resultado instantaneamente parou a investida de Moltres; criando um tufão no meio da arena.  

    — Que diferença de poder absurda… — comentou Matheus.  

    — Espere, onde está Lorena? — observou Glória. A conjuradora havia desaparecido do ponto em que estava a pouco.  

    — Atrás dele! — Apontou Selene.  

    — Segure isso, seu bastardo! — Bravejou Lorena.   

    Utilizando da magia de Blink, a conjuradora apareceu atrás do clone de branco, desferindo um soco na direção do rosto de Kant.  

    — Ha! O que acha que seus belos punhos podem fazer? — O homem levantou o leque verticalmente, criando uma barreira de vento entre os dois.   

    — Terakau de Quinto círculo, Perfuratriz! — O braço com qual Lorena planejava acertar o homem, endureceu-se, coberto de placas de madeira maciça que saíram de sua própria pele e o seu punho transformou-se numa ponta de lança, que perfurou a parede de vento.  

    No momento em que o ataque iria atingi-lo, Kant utilizou do Blink para teleportar-se para longe.  

    — Corpo a corpo? — questionou Li. — Achei que ela fosse uma conjuradora!  

    — Ela é, mas Lorena não é uma lutadora de se prender a apenas um estilo de batalha — disse Selene. — Mesmo sendo uma conjuradora, ela estuda todos os estilos de utilização de Mana, justamente para estar em vantagem nesses tipos de situação.  

    — É uma forma extremamente inteligente — continuou Glória. — Por mais que ela não se equipare a outros tenentes que utilizam luta corpo a corpo, ela é muito mais forte a curta distância que uma pessoa como o Kant, que só estuda conjuração.  

    — Que jeito audacioso de lutar, conjuradora! — Bravejou Kant.  

    — O que foi? Achou que só você teria uma carta na manga? — debochou a mulher, sorrindo.   

    Kant rapidamente analisou a situação. Sua duplicata estava sendo mantida em cheque pela evocação. Ele, assim como Lorena, só possuía mais uma carga de Blink. A mulher não seria tola de tentar a mesma coisa novamente, afinal, ele já estaria atento, e, assim que ela se aproximasse ele tomaria distancia novamente.  

    “Tenho que manter o máximo de distância possível… se eu gastar a outra carga antes dela, vou sair derrotado, 100%” Pensou Kant. “Não vou conseguir ganhar no mano a mano, preciso utilizar o meu posicionamento da melhor for…”  

    — Está perdido em pensamentos? — Lorena repentinamente surgiu na frente do homem, que utilizou Blink para tomar distancia outra vez.  

    “Ela gastou ambas as cargas de uma vez? Por quê?”  

    — Você provavelmente deve estar pensando que cometi um erro estratégico, certo? — sorriu Lorena, vendo a confusão no rosto do homem. — Mas entenda bem, uma forma de escapar é muito mais importante para você do que é para mim… afinal, você que precisa dessa segurança… da próxima vez que eu te alcançar é game over!   

    TSK  

    — Como esperado de um prodígio!  

    — O que foi? Achou que só você tinha um cérebro?  

    “Não acredito que vou ter que usar aquilo!” Pensou Kant, finalmente tomando uma decisão.  

    — Se é uma batalha de durabilidade que você quer, é isso que você vai ter! — Distante, o homem desferiu uma lâmina de vento na direção de Lorena.  

    — Hm… — A mulher desviou com facilidade, deixando o ataque passar e atingir o chão. — Achou que eu iria ficar parada e receber o ataque?   

    Disparando contra o homem, Lorena continuou a avançar, desviando dos ataques.  

    “Ele não deve ter investido muito tempo para treinar sua estamina, se continuar assim não vai demorar muito a sucumbir para o cansaço.” Pensou a mulher.  

    A batalha continuou empatada durante certo tempo.  

    — Só mais um… — sussurrou Kant. Porém, no instante de alívio, o homem perdeu a postura, atingido por um chute de Lorena, que o atirou para o canto da arena.  

    — Ah… finalmente! Não sei o que você estava tramando, mas isso acaba agora! — bravejou a mulher, caminhando em direção ao homem caído.  

    — Sim… acaba agora! — Subitamente, ambos os Kants esticaram dois dedos para cima e a arena inteira brilho em uma cor purpura.  

    — O quê!?  

    — Touhom número 7 — gritaram ambos os homens ao mesmo tempo. — Submissão da visão!  

    Assim que executaram a habilidade, ambos os Kants desapareceram em névoa, uma neblina que rapidamente tomou conta de toda a arena.  

    — Por que ela parou? — Da arquibancada, Selene questionou para o restante do grupo. — Era só acabar com ele…, mas…  

    — Li, você também consegue enxergar, certo? — perguntou Fynn. — A mana está se comportando de maneira esquisita…  

    — Sim… são aquelas marcas no chão, elas parecem fundir-se em um hierograma?   

    — Ele disse ‘Touhom’ — falou Matheus. — Se não estou enganado, Touhom é uma magia de ilusão, ele deve ter guiado Lorena de forma que seus ataques cravejassem o símbolo no chão.  

    — Como você sabe disso? — perguntou Glória.   

    — Havia um homem entre os caçadores de demônios que era proficiente em Álmos, ele utilizava essas magias de ilusão — explicou o líder. — É bem complicado, mas se bem executado pode ser extremamente útil, especialmente em batalhas de grande escala.  

    — Então… ela está presa em uma… ilusão?   

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