Capitulo 2 - Dádivas e Maldições (I)
O vilarejo de Senbom não era nada comparadas as grandes vilas e cidades portuárias. Na verdade, era a menor entre todas as assentamento com apenas uma centena de moradores. As casas eram feitas de madeira bruta, sem um pingo de refinamento, empilhadas lado a lado, até o topo, e cobertas com palha. As frechas entre as madeira eram cobertas de lama ou musgo. E ainda assim, as chuvas eram mais uma praga do que uma benção.
Haivor caminhava pela estrada de lama do vilarejo com um saco de pano na mão, indo de encontro com as cabras e carneiros por todos os lados. A moeda de troca do seu mundo eram animais ou comida, nada envolvendo prata ou ouro, como já tinha visto.
Quando parou para ver uma das barracas montadas na beira de uma calçada, seu pé afundou na lama quase que pela metade. Sua face não mudou em nada.
– Ah, mil perdoe, Haivor. – Uma senhora veio correndo ao seu encontro, angustiada. – Eu já pedi a um dos meninos para tirar a lama. O senhor é o terceiro que enfia o pé ai hoje.
– Não tem problemas. – Ele puxou a perna e balançou, como se não fosse nada. – Não molhou por dentro. A senhora tem o de sempre?
Ela assentiu com a cabeça. As rugas quase não deixavam seus olhos se abrirem e sua boca também já não possuíam muitos dentes. Cross gostava de lembrar Haivor que a velha chupava melhor que todas as outras, e Haivor ainda tentava entender porque Cross era um imbecil. Toda vez que chegava ali, lembrava disso. Era torturante olhar para mulher e ter que imaginar tal cena.
Cross podia apodrecer em Hell.
– Aqui. – Esperou que ninguém estivesse por perto, e então passou um pequeno papel no meio de algumas frutas vermelhas. – O senhor trouxe algo para mim?
– Lembra daquela cadeira que estava querendo? – Haivor também pegou um papel do bolso, dobrado e abriu pra ela. – Olhe o que fiz.
O desenho era uma simples cadeira com duas pernas verticais em formato de um arco fechado. O restante da cadeira era igual a todas as outras.
– No momento que você fizer um pouco de esforço nas costas, ela vai balançar para frente e para trás.
– Ah, Haivor.
– Peça um dos meninos para ir pegá-la. Mas, vou precisar do papel de volta.
Ela devolveu, mas estava radiante. Juntou as mãos na frente do peito e meneou a cabeça com respeito profundo.
– O meu Archin ia ficar orgulhoso de te ver crescido assim. Obrigado, meu garotinho.
Haivor não lembrava quem era Archin porque ele tinha morrido muito tempo antes de lembrar sobre qualquer coisa. Era uma criança ainda, mas Sonoa, a velha senhora, era como se fosse sua mãe.
Ele a deixou para trás e seguiu pela estrada, fazendo breves paradas e conversando com algumas pessoas. Na maioria das vezes, não tinha mais nada para fazer além de olhar para o que chamava de casa. Um lugar com boas pessoas, sobrevivendo a um inferno frio desde sempre.
O inverno se aproximava, e junto dele, o sorriso das faces que esperavam vender qualquer coisa naquela estrada desapareciam ao vento. Quando o primeiro floco de neve caía, dava início a Temporada Branca, onde apenas os animais selvagens teriam algum valor financeiro.
E Haivor conhecia bem aquela cidade; braços fracos e mentes quebradas. Somente uma casa naquele lamaçal era confortável para morar, e ninguém iria contra o Chefe da Vila.
I
Senbom era uma ilha pequena comparada as outras ao redor do Grande Saikai. Feita de uma vegetação alta e com árvores robustas, também era muito recorrente que as melhores madeiras nascessem por ali. No entanto, nenhum tipo de ajuda era realizado pelo Imperador ou pelos seus assessores.
Cada ilha era governada livremente pela composição de suas cidades. Se um vilarejo fosse criado, então, teria de haver um homem a quem comandaria essa porção de terra. Era dele que viria impostos cobrados e também os investimentos que deveriam receber.
No entanto, cada vez que alguém se considerava um Chefe, alguém poderia desafiá-lo para um duelo, isso a qualquer momento. Era o medo que intitulava as pessoas, e era pela força, velocidade e capacidade que muitos temiam Crossenq.
Haivor subia as escadas de pedra bruta que ele e seu irmão esculpiram entre a floresta. Ele estava quase cem metros de casa quando os tocos de madeira ecoaram. De longe, o barulho já era grave e seco, como se algo muito pesado estivesse colidindo. De perto, vinte metros, qualquer um perderia um pouco de sua audição se não usasse um protetor de ouvidos.
Audição era um dos sentidos para a sobrevivência, e também era uma das poucas habilidades afiadas que os irmãos tinham. Quando Haivor se aproximou mais ainda, o braço de Cross parou no meio do caminho. Ele girou a cabeça para trás, o rosto enxarcado de suor.
– Irmão. – Cross jogou a espada de madeira contra o chão e foi ao seu encontor. – E então, como foi?
– Nada de novo. Parece que as expedições de Reim já estão sendo feitas. Eles vão partir em duas semanas, eu acho. Os tripulantes foram decididos a dedo por um homem que também é de Reim.
Cross não afrouxou a atenção. Haivor o invejava por usar somente uma camisa costurada a mão enquanto o frio já era avassalador.
– Terão outras duas expedições para cavernas, mas o rio vai continuar fechado até que os homens de Reim voltem.
– E qual a chance deles conseguirem atravessar o Estreito com os barcos deles?
O papel nas mãos de Haivor se abriram e Cross deu uma olhada. Depois, encarou o irmão.
– Os remos deles são parecidos com os nossos – falou, sério.
– As mãos de todas as pessoas podem fazer o mesmo, se treinadas. – Guardou o papel de volta. – O filho da mulher que você gosta de ser chupado é um dos que foi escolhido para a expedição. Ele mexe com refinamento de madeira, duvido que consiga criar qualquer coisa competente.
– Então, temos uma chance.
Admitir ou afirmar coisas não era do feitio de Haivor, mas quando o assunto era a navegação no Estreito de Helmeth, ele não podia ser enganado, nem mesmo pelos deuses.
– Continue fazendo o que estiver fazendo. – O caçula deu partida para a casa. – E troque o boneco, ele vai quebrar.
– Monich está fazendo comida.
Haivor travou, virando-se rapidamente.
– Deixou ela entrar? – sua voz era baixinha. – Nossos projetos estão lá.
Cross deu um leve tapa em seu ombro.
– Confio nela, irmão. Não se preocupe com nada. E eu tranquei a porta.
Haivor não deu ouvidos e subiu os degraus para a porta, a arrastou para dentro e deu de cara com a mulher. Cabelos longos e negros, um olhar leve e doce e uma face assustada. Segurava uma pequena bacia com água. Cross havia dado a ela um vestido feito de pele de carneiro no seu segundo ano de relacionamento. Eram mais amigos do que amantes, porém, ninguém era permitido na casa além dos dois.
Quando ela viu a cara de Haivor, engoliu em seco na hora.
– E-Eu… estava preparando… o almoço.
– Você não é gaga – ele falou secamente. Passou por ela sem pedir licença e foi direto para o corredor.
Em Senbom, a casa do Chefe da Vila poderia ser a mais rica, com ouro e prata jogados por alguns cantos, a comida poderia ser farta e os subordinados se ajoelhavam aos montes. Haivor não dava a mínima para um lugar recheado de pessoas.
Ele atravessou a porta de madeira e tocou com a ponta do dedo em um placa de ferro, que se abriu. Entrou. O conforto dos anormais era sua paixão pelo desconhecido. E para isso, deveria haver papel o suficiente para que seus planos pudessem ser colocados em prática. Estantes erguidas do chão ao teto, com espaços quadriculados simétricos onde rolos e pergaminhos se acomodavam. Projetos que Haivor e Cross haviam dado início no momento que se mudaram, ou até mesmo antes disso.
Nada estava fora do lugar, para seu agrado.
– Satisfeito? – Cross surgiu da porta aberta, atrás de si. – Nem eu consigo entrar nesse lugar sem você. E o boneco de madeira quebrou mesmo. Vou pegar outro na despensa.
Dando uma olhada nos papeis, Haivor rebateu.
– Monich está fazendo comida, não está? Coma primeiro.
Cross voltou a se debruçar na porta de braços cruzados.
– Se junte a nós, então. Hoje foi a primeira vez que saiu desse lugar faz quase duas semanas. Você tem que ter contato com outras pessoas além de mim. E ela mora em Bustap, pode ser que tenha algo que queira saber de lá.
Era um jogo sujo. Cross sabia o quanto seu irmão era grudado em novas descobertas. Porém, o estudo sempre estava o atrapalhando. Haivor estudava porque gostava, mas estava criando raízes dentro do próprio quarto.
– Nem tem uma cama aqui – Cross deu uma olhada no lugar. – E você fez novas prateleiras.
– Fiz há uma semana. – Ele segurou a mesa e respirou fundo. Ficou algum tempo sem falar, mas não ouviu o irmão ir embora.
– Só irei se comer com a gente.
Ele o olhou de lado.
– O que ela fez de comida?
– Cozido de carneiro. Claro, tem algumas coisas novas no meio, mas são todas gostosas.
Haivor o lançou um olhar divertido.
– Como sabe que é bom se nunca provou?
Com a mão no peito, ergueu o queixo, debochando.
– Eu confio plenamente nas habilidades culinárias de minha futura esposa.
Liberando um bufar sarcástico, Haivor o seguiu.
Geralmente, Haivor e Cross nunca conversaram durante as refeições. Os pensamentos desalinhados e desorganizados deveriam sempre ser colocados a prova em momentos de silêncio. Esse era um dos fatores de Cross odiar o silêncio.
Quando Monich pôs o cozido em uma pequena cumbuca e deu a Haivor, algo em sua mente soou com mais afinco. Ele colocou a colher na sopa e depois cheirou. Cross não tinha colocado nada na boca ainda, esperando o irmão.
Monich, agarrada aos braços de seu noivo, esperava com relutância. Esse era o momento que Cross havia alertado a ela.
Cheirando e tocando a ponta dos dedos na sopa, Havior a olhou com cautela.
– Precisa de um pouco mais de sal. Tempero é adicional, mas o sal tem que ser na medida certa.
E enfiou a colher na boca. Cross soltou uma gargalhada, rodeando Monich com seus largos braços.
– Eu disse que era ótimo. Haivor pode sentir todas as coisas que encosta, é uma habilidade que só ele tem. Quando faz, ele pode sentir o maior potencial de algo.
Monich ainda estava meio tímida, mas vendo Haivor comendo sem parar, sorriu alegremente.
– Obrigado.
A colher do caçula levantou.
– Eu quem agradeço, está ótimo.
Os três continuaram a comer até que Cross se sentiu satisfeito e decidiu voltar a treinar. Ele ainda usava somente uma camisa quando começou a escurecer. Sua espada era feita de uma madeira bruta, mas que não cedia a nenhum dos golpes dados ao pilar de madeira que ele mesmo denominou seu parceiro de treino.
Haivor saiu de seu quarto quando já era noite e pegou um dos casacos de pele jogados na cadeira. Vestiu e saiu para fora de casa. Lá, encontrou Monich assistindo as porretadas ecoadas e suor escorridos. Se sentou ao lado dela, observando.
– Como ele consegue fazer isso o dia inteiro? – ela perguntou, sua voz meio trêmula. – Eu nunca vi ninguém treinando assim em Bustap.
– Ele é um monstro.
Monich o fitou.
– Está brincando, não é?
– Claro que estou. – Haivor riu. – Cross só está fazendo o que gosta.
Não era mentira. Cross fazia seus dias valerem a pena indo ao extremo de seu corpo. Quando os dias eram quentes, caçava por dias, quase uma semana inteira, e voltava sem nada além de sujeira e sangue espalhados por todo o corpo.
Em dias normais, sua espada de madeira era usada como chicote e ficava assim por horas.
– Como aquela arma não quebra?
Haivor deu de ombros.
– Cross sabe o que faz.
E ele também.
II
Na manhã seguinte, o sol estava fraco demais para se enfiar entre as nuvens de Senbom. O inverno estava previsto somente por uma a duas semanas a frente, mas o frio era avassalador. Dormir no chão, entre os papéis, era se expor para qualquer doença. Haivor podia sentir que estava ficando mais fraco enquanto dormia em um piso liso e frio, então se levantou as sete da manhã, vestindo o casaco e saindo do quarto. Encostou a maçaneta em uma placa de ferro e somente por pensar, ambos os ferros se uniram rapidamente.
Era uma habilidade que adquiriu depois de algum tempo treinando, e era ótimo para ninguém entrar. Havia feito o mesmo nas janelas, mas não se alguém como Cross quisesse quebrá-la no meio, ele nada poderia fazer.
Muitas coisas ainda podiam ser feitas, só precisavam de prática.
Indo para a cozinha, encontrou Monich sentada diante do buraco da fogueira, com as mãos esticas e respirando pesadamente. Em seu colo, estava Cross, olhando para o teto feito de palha, mas tão denso que nem as chuvas poderiam ultrapassá-lo.
Os olhos dos dois se encontraram.
– Acordou cedo – Cross comentou baixo. – O que foi?
– O chão estava duro demais. – Ele pegou um pouco de água de uma bacia, limpou o rosto e depois o cabelo. – Por que está acordado?
– Monich gosta de rezar para o Deus do Fogo de manhã.
A sobrancelha de Haivor se ergueu, em surpresa. Cross respondeu antes dele fazer qualquer comentário besta.
– Eu estava apenas querendo um pouco de calor a mais nessa casa. Como você disse, o chão está mais frio e não temos muitos materiais no momento. – Quando viu que seu irmão cruzou os braços, ele desviou o rosto para o outro lado, estalando a língua. – Estou falando sério.
– Eu sei que está. – Haivor foi até ele e se sentou. Monich ainda balbuciava depois de alguns minutos. – Bem centrada.
– Gosta de fazer as coisas com decência.
– Ela escolheu um péssimo marido.
Cross segurou o riso.
– Ela não teve muita escolha. Era o boi ou eu.
– O boi não devia ser tão ruim assim. – Haivor abriu um sorriso de lado. – Conseguiu terminar ontem?
– 923. – O largo braço do irmão mais velho foi erguido. – Acho que consigo essa semana.
– E as pernas?
– Sem uma única tremedeira. – Cross encarou o irmão e segurou seu ombro, com cuidado. – Não precisa ficar pensando muito. Eu aceitei porque queria algo diferente. Meu corpo só precisa de um pouco de treino a mais.
Cross podia ser um brutamontes com a racionalidade no mínimo para conseguir uma esposa, mas suas palavras sempre eram verdadeiras. Se alguém pudesse levantar o humor ou tirar uma dúvida da cabeça de seu irmão, esse era ele.
– Se algo mudar, você me fala.
– Falarei.
De pé, novamente, ele foi até a cesta de frutas, mordeu uma maça e abriu a porta. O que deveria encontrar, em uma paisagem esverdeada foi um amontado de pessoas, usando os mesmos trajes negros, com placas esticadas em lugares diferentes do corpo, e com lanças erguidas para o alto.
Era um batalhão inteiro de soldados, e Haivor não conhecia nenhum deles. Nem mesmo o careca que se aproximou. Barba serrada e um bigode grosso. Era atlético, mas elegante. Alguém de posto alto. Era careca, o capacete abaixo do braço.
– Você é aquele que chamam de Cross, o Selvagem? – ele era sério, sem ameaças englobada. – Ou Haivor, o Construtor?
– Sou o segundo. – Haivor desceu o degrau, passando o rosto em cada um dos homens presentes. – E quem seriam vocês?
– Sou Ercha Lio, filho do Chefe de Vila de Bustap. Estou aqui por causa de minha irmã, Monich Bustap. Estou aqui para levá-la.
No momento que Ercha terminou de falar, Cross e Monich atravessaram a porta. O careca encarou a irmã e fez uma reverência um pouco formal.
– Monich, meu pai ordenou que voltasse. Temos assuntos para resolver.
– E por que ele pediu pra eu comparecer? – Monich desceu a escada e foi até o irmão, abraçando-o com força. – Algo errado?
– Pelo que parece, tem muitas coisas. Eu disse que aqui estaria segura, mas sabe como é nosso velho.
Ela só concordou em silêncio. Havior e Cross ficaram lado a lado. Ercha se virou para ambos, e fez um aceno com a cabeça.
– Espero não ter atrapalhado em nada em sua rotina matinal. Peço perdão a você, Cross. É a primeira vez que nos vemos, mas parece que estou tirando sua noiva de sua posse.
– Monich não é minha posse – Cross rebateu com um orgulho que impressionou Haivor. – Sempre que ela precisar, ela pode ir. No momento que aceitei me casar com ela, aceitei me casar com a família dela.
– Isso soa bastante reconfortante.
Haivor reparou como Ercha dava breves olhares para os cantos da casa e para eles dois. Não estava julgando porque o desdém era inexistente em sua face, mas havia algo nele que Haivor não podia ler. Assim, ergueu a mão para o homem.
– É sempre um prazer receber o filho do Chefe Kanad.
Ercha demorou, mas apertou em sua mão. Tudo o que havia em seu corpo, todas os problemas, potencia, falhas, habilidades e até mesmo seus próprios temores relacionados ao passado estavam expostos.
A mente do homem era um livro aberto para Havior.
– Agradeço por entenderem.
Ercha se retirou e junto deles seus homens. Monich se despediu de Cross, com muita relutância, mas prometera voltar quando pudesse. Haivor ficou calado até não sentisse mais nenhum dos soldados em um raio de quase duzentos metros.
Só então deixou uma das preocupações de lado.
– Ele viu – disse.
– Viu o quê?
– Nosso barco. – Já estava indo na direção do dracar, nome de batismo para o navio que tinham conseguido usar para atravessar o Estreito de Helmeth. – Ele não estava aqui só para buscar a irmã. Estava aqui porque alguém disse a ele que viu um barco passar pelo lago sem ser destruído.
Cross o seguiu.
– Filho de uma puta! Ele tava mentindo?
– Não. Eles realmente tem um problema grande relacionado a outra ilha, mas a única forma de passar seria pelo Estreito. – Haivor e Cross pararam de frente para a locomotiva de madeira. – Eles vão voltar.
– Meu machado é amolado toda noite antes de dormir.
– Use a cabeça – Haivor o contradisse. – Matar o irmão de sua noiva que também é o filho de um Chefe de Vila. Quanta esperteza.
Cross nada devolveu.
– Temos um dia para pensar no que fazer. Quando Monich voltar, Erch estará com ela. E vai querer saber do barco.
Habilidades como a de Havior eram únicas. Cross presenciou várias vezes Havior contar os problemas das pessoas por Senbom, mas nunca tinha feito nada para prejudicá-las. Ao contrário, ele procurava soluções.
Uma cadeira de balanço para tricotar, uma mesa de chão para que os filhos estudassem, um pequeno instrumento musical para ensinar os pássaros a cantar. Ele fazia de bom grado porque sua habilidade poderia ser usada de diversas maneiras; um segredo escondido, a amante em outra cidade, o roubo na casa do vizinho, um ataque previsto, até mesmo uma dívida com outra cidade que resultaria em um acordo nupcial.
Cross ficaria abalado ao saber, mas Monich não seria mais sua noiva.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.