Capítulo 14 - A Senhora de Kusha
A cabeça de Haivor girava e girava sem parar. Ele não lembrava quando perdeu a noção de espaço ou do tempo,mas não estava mais sentado. Olhos ainda fechados, tentou mexer os braços e pernas, mas pareciam agarrados a alguma coisa.
Não conseguia se mexer, mas com tanta dor, não conseguiria nem mesmo abrir os olhos. Ele encostou na própria perna, usando ‘Indolor’. Gradualmente, a sensação de nublado sumiu e seus sentidos começaram a retornar.
O bar, então, ficou mais audível.
– Eu disse que ele estava aqui, senhor – a voz era masculina, humana.
Haivor abriu os olhos vendo que estava deitado embaixo de uma mesa com correntes de ferro enroladas por todo o corpo. Não somente ele, mas todas as pessoas que estavam na noite anterior bebendo estavam desmaiadas e embaixo de mesas ou cadeiras.
Os homens de pé encaravam Izhagi e Marco, os dois sentados em uma cadeira com suas cabeças caídas, ambos desacordados. As armaduras dos tais invasores eram amareladas, com pedaços de ferro espalhadas e espadas finas nas cintura. Tampando suas cabeças, um pano com filetes de couro a prendendo e ligando as costas.
Um grupo de quatro encaravam aquele que deveria o líder do grupo já que cruzava os braços e esperava silenciosamente. Não usava uma armadura diferente, mas sua aura era completamente diferente dos outros, mais opressivo e e duro.
– Eles estavam todos bêbados quando chegamos, senhor – outro disse. – Podemos levar os dois e dar a Senhora de Kusha.
O tirano caminhou até os dois e levantou o queixo de Marco, o rapaz nem mesmo fez sinal de acordar, com a boca meio aberta e totalmente inconsciente.
– Esse aqui eu vou levar. A família dele vai pagar uma bela quantia, levem o outro diretamente para a senhora. – Ele tomou a faca na cintura e cortou a corda das mãos de Marco. – Tragam meu cavalo.
– Sim, senhor.
Haivor fechou a mão e encostou na corrente que o prendia. ‘Molde’ foi ativada e o ferro se desfez em água rapidamente. Quando o elemento metálico se desfez, um dos soldados que havia criado um Comando rapidamente se virou para onde ele estava.
– Ele acordou – falou alto, apontando.
O líder já estava com Marco no ombro quando Haivor sentiu seu olhar penetrante e árduo. O homem girou e começou a sair as pressas, mas não sem dizer antes:
– Apaguem ele. Agora.
Haivor encostou na madeira, com raiva.
– ‘Molde’.
O chão ondulou parecendo uma poça, ondulando ao seu mínimo toque. Com um soco, a madeira vibrou e incontáveis ondas percorram até as paredes. Os homens de amarelo balançaram e caíram sentados. Haivor levantou-se e com um pisão, o solo elástico foi desativado instantaneamente.
‘Aprisionamento’ foi ativada. As parede e o solo se elevaram em pilares ao redor e dobraram em cima dos homens. Do pescoço pra baixo, cada um deles foi soterrado e preso. Haivor foi até a porta andando meio cambaleante. Ao sair, viu o cavalo do chefe dos Amarelados partindo 50 metros a sua frente.
Uma das faíscas já tinha sido criada, mas Haivor não a ergueu. Ele poderia acertar Marco ou derrubar o cavalo, que faria um estrago também. Entrou na pousada de novo e foi direto para os homens agarrados no chão.
– Você… é um Adesir – um deles disse com medo. – Por que você está aqui? Veio atrás do chefe, não foi? Nunca vai achá-lo.
– Nem precisei perguntar quem sabe onde ele está e você já me deu a resposta. – Haivor abaixou ao lado do rapaz e encostou em sua testa. ‘Leitura’ foi ativada. As lembranças do homem percorreram em sua mente, para as memórias antigas, de localizações até a amizade que tinha com os outros presentes. – Kamus, não é?
O homem engoliu em seco, gritando rouco:
– Como sabe o nome dele? Ei, me responda. Pra onde está indo?
Haivor parou no meio da pousada e estalou os dedos. As janelas e portas foram todas abertas por uma forte pressão de ar. As correntes que prendiam os outros hospedados foram dissipadas e feitas de poeira, sendo levadas com o vento.
Izhagi, então, abriu os olhos lentamente.
– Nossa – ele levou a mão a cabeça – que puta dor de cabeça é essa? Enigma? O que está fazendo? – Viu os homens presos no chão. – Quem são esses?
– São os Zhelty. – Haivor voltou para os homens enquanto os outros hospedes acordavam. – Eles foram mandados aqui por alguém que se proclama Senhora de Kusha. Iam levar você, só que levaram o Marco.
– Marco foi carregado? – Izhagi se levantou, furioso, e agarrou o colarinho de um dos Zhelty. – Seus filha da puta, onde vocês levaram ele? Fala logo.
O mercenário estava calmo, mas deu uma cusparada na face de Izhagi soltando um bocado de palavras em um tom diferente. Izhagi limpou o cuspe e socou a cara dele na mesma hora.
– Desgraçado de merda. – Encarou Enigma ao seu lado. – Pode fazê-lo falar?
– Não preciso. Eu sei para onde Marco está sendo levado. Eles possuem um esconderijo um pouco fora da Estrada de Ferro, irei até lá. Só preciso de um cavalo rápido.
Os Zhelty encararam Haivor na mesma hora. Antes suas preocupações era somente sair dali, agora, estavam nervosos sobre o que ouviram. Era claro, Haivor tirou informações cruciais sobre a posição de cada um deles e de como atuavam.
– Mercenários que estão longe de casa – completou. – Izhagi, se me der um cavalo, deixo eles aqui para lidar da maneira que achar necessário.
– Não só eu vou querer conversar com esses vermes. – Metade dos que acordaram já estavam esperando sua vez. – Tem bastante gente que vai querer fazer umas perguntas. – E soltou um grito: – Haia, já acordou?
De trás do balcão, o orc se levantou rapidamente.
– Sim, senhor.
– Traga um dos cachorros para Enigma. Se aquele bastardo acha que consegue sequestrar Marco sem que a gente o persiga, tá muito enganado.
O Orc saiu correndo para as portas do fundo e Haivor deixou os mercenários para trás. Do lado de fora, o sol estava mais forte do que antes e Haia estava parado na frente de um grande cercado. Haivor esperou ele tirar um cachorro peludo de dentro com grande cuidado.
– Esse é Felpo, um cachorro de corrida. – Haia fez carinho na cabeça do cachorro. – Se quer pegar Marco ainda na estrada, vai precisar dele.
– Mas, como eu monto nele?
Nem foi preciso responder. Haia tocou o topo da cabeça do cachorro e seu corpo expandiu em quase três metros. Os pelos mais grossa e o focinho negro. Os olhos penetrantes e presas afiadas. Era uma criatura totalmente diferente de antes.
– Venha. – Haia ensinou a Haivor como montar nele e quando já estava em cima, mostrou como se segurava. – Ele não sente dor nos pelos porque são grossos. Então, sempre se incline e dê uma ordem objetiva em Ligariano. Ele vai entender.
– Certo.
– Depois que você não precisar mais dele, só deixe ele voltar sozinho. – Haia deu um passo para trás. – Agora, vai rápido, senhor.
– Obrigado, Haia – Haivor disse em Ligariano. – Estrada de Ferro, agora.
A arrancada de Felpo obrigou Haivor segurou seu pelo e inclinar-se rapidamente. O cachorro gigante fez uma curva acentuada e disparou para a estrada de terra. Haivor ergueu a cabeça enquanto via as árvores sendo deixadas para trás e o lago a esquerda se mover como se estivesse vivo.
O animal era muito veloz, mais do que um cavalo ou carruagem. Estava somente cinco a dez minutos de Kamus, o chefe do bando Zhelty. Com a estrada ficando para trás, começou a ver o moinho de terra que faria o lago sumir aos poucos.
E não muito distante, o cavalo trotando lentamente pela estrada. Haivor largou uma das mãos no pelo e criou uma faísca com ‘Paralisação’. Só que chegando perto, o mercenário sentiu sua presença. Ele sacou a espada de sua cintura e girou seu cavalo para o lado.
Ele mirou a espada na direção do cachorro e Haivor rapidamente disse:
– Salte.
Uma rajada flamejante foi disparada da espada de Kamus, mas acertou o vazio. Ele abriu a boca vendo o cachorro saltar quase cinco metros inteiros, ultrapassando-o e ficando diante de seu cavalo. Haivor ergueu uma fileira de faíscas e lançou.
Kamus torceu a espada de lado e uma pressão de ar dissipou cada faísca lateralmente, penetrando o solo e as árvores ao redor.
Os dois montados, mantiveram um momento de calma, para então, descerem de suas montarias.
– Quando te vi na pousada, achei que fosse um Arcano, mas suas roupas, elas são de um Adesir. – Kamus foi até o meio da estrada, segurando sua arma. – Vindo pra cá, fiquei me perguntando o que alguém como você estava fazendo tão longe de casa. Cheguei a conclusão de que era um Pedido, acertei?
– Se entende isso, sabe que não vou partir sem ele. – Haivor criou uma faísca estendida, como um bastão. – Sei para onde está indo, e sei sobre a Senhora de Kusha.
– Não – Kamus balançou a cabeça. – Não sabe nada sobre aquela demônio. O que está acontecendo com o Feudo Luzin hoje é por causa desse homem. O acordo dele favoreceu somente aos humanos, e pessoas como a senhora agora lutam para sobreviver. Você não consegue entender, não é?
Haivor realmente não entendia, não somente o fato dele estar levando Marco como também sua raiva. Sua fisionomia não era diferente do de Haivor, então, por que?
– Agora, temos uma chance. – As duas pernas de Kamus se afastaram, ele curvou um pouco o corpo e entrou em uma posição de luta diferente da que Haivor estava acostumado. – Se não sair da minha frente, te matarei.
Em Ligariano, deu a ordem ao cachorro:
– Volte para casa, Felpo. Tomo conta daqui.
O cachorro deu a volta em Kamus e saiu em disparada pela estrada de novo. Haivor segurou o bastão com as duas mãos, e bateu contra o solo. Girou algumas vezes e o largou. As dezenas de fragmentos reunidos se libertaram ao mesmo tempo.
Era muito mais fácil intimidar seu oponente com quantidade, e uma batalha corporal estava longe de acontecer. Haivor não iria entrar em uma luta com espadas, não quando podia fazer seu oponente ser destruído apenas com alguns Comandos.
– Se quer mesmo lutar contra mim, farei com que entenda o motivo de eu estar aqui. – Haivor usou o método de Julis e dividiu sua mente em duas partes, e então, abriu as duas mãos. – Se quer uma batalha, terá uma.
– Já lutei contra muitos Arcanos e matei cada um deles por essa arrogância. Você será apenas outro nessa longa lista.
O solo rachou abaixo dos pés de Kamus quando ele saltou em linha reta. Girou sua espada várias vezes e a ergueu na diagonal. Haivor o seguiu com os olhos até se aproximar, e moveu um dos dedos. Uma das faíscas entrou na frente da lâmina e o protegeu.
Com outro dedo, faíscas começaram a descer. Kamus deslizava pelo solo arenoso com facilidade desviando de cada uma e usava a arma em mãos para defletir as restantes.
Sua dança impressionou Haivor. Seus pés não paravam de arrastarem e seu corpo entrava em um gingado singular, hipnotizante. As palavras de Kamus sobre ter matado Arcanos não era mentira. Um Arcano inexperiente em combate corporal seria pego de surpresa no primeiro movimento, e morto ali mesmo.
Magos, Arcanos e Adesir, os três não tinham treinamento para combates corporais. Focavam suas vidas em aprender comandos, feitiços e magias que anulassem umas as outras. Um mercenário experiente saberia bem como matar alguém arrogante que se dizia ser intocável.
Quando as faíscas acabaram, Kamus respirou profundamente e mudou sua postura para uma mais leve, segurando sua espada com uma mão e girando o corpo lateralmente para Haivor.
– Ainda não é o suficiente para ganhar de mim – sua confiança estava depositada na voz. – Conheço os segredos da magia.
Um brilho azulado na lâmina, Haivor esticou a mão na direção dele como resposta.
– Ainda não tentei derrubá-lo. ‘Luz’.
Um clarão branco penetrou os olhos dos dois. Haivor abaixou e tocou o solo. ‘Congele’ foi ativado.
– Eu sinto sua magia, Adesir.
Haivor deixou a outra mão no ar. ‘Pressão Gravitacional’.
Kamus já estava no ar quando seu corpo pesou quase três vezes mais do que o normal. Ele foi enviado de volta para o solo. Seu corpo rachou o chão e ele soltou um gemido alto. Quando o clarão se desfez, só um deles estava de pé.
– Eu não consigo me levantar – Kamus berrou, irritado. – O que fez comigo?
– Usei a gravidade contra você. – Haivor se aproximou e usou ‘Paralisação’ nele. – Agora, você não está nem perto de conseguir se mexer.
Desfez todos os comandos sem ser o último e foi direto até Marco. Só de encostá-lo, o sonífero se desfez. Os olhos do rapaz espasmaram e despertou silenciosamente.
– Onde… estou?
– Está bem. – Haivor retirou as amarras dele e o fez ficar de pé. – Consegue andar?
– Vou ficar sentado um pouco. O que aconteceu? – deu uma olhada ao redor. – Por que estamos aqui?
– Longa história. Deixe eu tomar conta disso.
Kamus olhava pra frente tentando se soltar de qualquer forma, mas não conseguia. Quando viu Haivor, ele parou de tentar.
– Não vou falar nada – cuspiu com raiva. – Adesir de merda.
– Só quero saber porque essa Senhora de Kusha quer tanto meu colega. É esse acordo? Por que você se importa tanto se é um humano?
– É sempre assim, as perguntas são sempre as mesmas. – Kamus deu uma risada de escárnio. – Pensam que sabem de tudo, pensam que por lerem todos os livros de magia podem fazer o que quiserem.
– Não acho que sou assim. Mas, perguntei isso por que não sei nada desse lugar. É a primeira vez que estou aqui. – Haivor sentou-se. – Se não quiser dizer, não precisa, eu vou tirar as informações de sua mente e contarei parte por parte.
– Acha que consegue me intimidar com sua magia fajuta? Eu vi que só usou somente Comandos. Você não consegue fazer nada além disso.
– E mesmo assim eu te fiz ficar nessa posição ridícula, não é?
Kamus nada respondeu, seu orgulho um mercenário Zhelty havia sido ferido. Um guerreiro perder tão facilmente sempre voltava vergonhoso para sua casa ou seu grupo. Para alguém que era pago, não era diferente.
– Já falei, não vai saber nada.
Quem se aproximou dos dois foi Marco.
– Eu falo por ele, Enigma.
– Você é uma escória, humano. Um pedaço de merda que nem mesmo pensou no que aconteceria quando assin-
‘Apagar Voz’ foi aplicada em Kamus. Haivor fez um sinal para que Marco prosseguisse.
– A Senhora de Kusha, como ele disse, é uma Bruxa de Gelo que vive nas partes desoladas do feudo Luzin. Ela governava um vilarejo solitário com criaturas não-humanas quando o acordo que fiz foi decretado pelo rei.
– O imposto que Izhagi mencionou, é disso que se trata?
– Mais do que isso. O vilarejo ficava longe das cidades, mas quando o rei disse que eles poderiam servir como mão de obra, enviou um batalhão inteiro de soldados para lá. Foi um massacre, a bruxa lutou contra eles e destruiu todos os soldados, mas muitos moradores foram mortos. Ela decretou que não se curvaria ao rei nem que ele mesmo cortasse a própria cabeça e enviasse por seu filho mais novo a ela.
Marco fez uma pausa, suspirando.
– Eu não sabia que parte do acordo seria feito dessa forma. O motivo de estarmos indo para os vilarejos é porque eles estavam apontando o dedo uns para os outros, falando que não-humanos deveriam ser mortos pelo que fizeram ao batalhão.
– E os três pontos que você disse que iríamos visitar antes de irmos?
– Eram não-humanos que vivem juntos. – A face de Marco era marcada por uma culpa gigante. – Sei que não é culpa minha que o rei tenha dado aquela ordem, mas sei que a bruxa quer minha cabeça por eu ter sido responsável.
Os olhos de Kamus incineravam Marco completamente.
– Eu irei alertá-los para que partam porque um possível decreto de ataque pode ser feito a qualquer momento. Por isso, eu queria alguém para me ajudar. Desculpe não ter falado antes.
A situação do Grande Continente era tão instável assim? Os não-humanos não eram algo novo já que Cross sempre dizia ver criaturas verdes e pequenas andando na floresta de Senbom como se fossem pessoas normais. Mas, nunca teve problemas com eles já que seu irmão sempre as respeitou.
Se uma cidade fosse atacada, uma retaliação seria enviada de volta. Se a bruxa de Kusha quisesse, poderia ordenar um ataque direto a uma das cidades. Haivor só não entendia o porquê dela não fazer isso.
– Ela querer minha cabeça é porque está atrás de um acordo de paz – Marco disse. – Se qualquer outra pessoa tentar argumentar contra o rei, pode ter a cabeça decepada. Mas, ele respeita a mim por causa dos anos que meu pai trabalhou na corte. Enfim, agora que vejo que eles estão querendo me levar, aceito que a culpa é toda-
– Não é. – Haivor o interrompeu. – Se uma chuva cai do céu, a culpa é das nuvens. Se uma casa é destruída por causa da chuva, a culpa continua sendo da nuvem no céu? Qualquer um pode colocar a culpa no outro. Eles estão fazendo isso com você porque não podem ir até o rei e dizer eles mesmo.
Marco nada respondeu.
– O Kamus aqui tem razão em dizer que não sei de nada, mas se ele não me falar, vou continuar sem saber. – Haivor se levantou. – Se a Senhora de Kusha quer a sua presença, então vamos até lá conversar.
– O quê? – Marco negou com a mão na mesma hora. – Ela é uma mulher muito, muito agressiva. Se eu errar qualquer palavra, vou acabar morto.
– Se errar, vamos acabar mortos. – Haivor deu um tapinha no ombro dele. – Eu vou te ajudar, mas você precisa ser justo e honesto para falar com ela. Hesitação não é ruim, ele te faz pensar antes de fazer qualquer coisa.
– Mas, como vamos achar ela? O lugar que ela mora fica muito fora da Estrada de Ferro.
Haivor, então, olhou para Kamus.
– Ele vai nos fazer um grande favor.
O mercenário bufava querendo xingá-los, mas não podia. Estava sendo tratado como um animal aprisionado.
– Gosto quando ele está calado. – Abaixou-se e tocou sua testa. – Bom, podemos ir agora. Ela está em um lugar que chamam de Ruína de Alkmed. Fica um dia de distância daqui, e no meio do caminho terá algumas criaturas não muito amigáveis nos esperando.
Tanto Marco quanto Kamus o olharam surpresos.
– Como sabe disso?
– Posso fazer algumas coisas interessantes com comandos básicos. – E mostrou um sorriso para o mercenário. – Algumas coisas como ver o passado das pessoas. Como a queda de um vilarejo, a morte de um amigo próximo ou uma espada dada por um Alquimista habilidoso chamado Johan Tels.
Kamus ficou travado. Em seus olhos, Haivor podia ver a incredulidade.
– E com isso, sei também o motivo de ter entrado para os mercenários Zhelty. Marco, arrume o cavalo e tire as coisas desnecessárias dele. Vamos levar Kamus com a gente.
– Por que?
– A senhora de Kusha tem um acordo com ele também. Se deixarmos aqui, ela virá matá-lo depois. Sua vida, Marco, pela dele.
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