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    “Por que tinha um pervertido dormindo nessa sala?”, um dos seguidores de Banjou perguntou confuso.

    “Eu realmente não sei o porquê.”

    “Ei! Parem de papo e ajudem a carregar esse grandão cabeça de vento”, Touka exortou olhando para Banjou caído no chão.

    Ele havia vindo junto com três seguidores, portanto não seria ela que carregaria esse homem que pesa uns cem quilogramas até uma cama.

    E esses três seguidores intimidades por Touka ou apenas querendo ajudar seu líder, se apressaram para carregar o desmaiado Banjou.

    …………….

    “Acabou?! Por que acabou??!!” Um alto lamento ensandecido soou pela sala escura, apenas escutar seria suficiente para causar agonia nos ouvintes.

    Shuu Tsukiyama não conseguia acreditar que o sangue que havia obtido acabou tão rapidamente… ou melhor, não conseguia aceitar.

    Inicialmente estava tudo bem, mas com o passar do tempo pensamentos apareceram em sua mente, como se o seu corpo desejasse aquela substância específica.

    A cada minuto que se passava, esse desejo apenas se intensificava, tais pensamentos constantemente assaltando sua mente.

    Sua cabeça doía e para aliviar sua dor, só conseguiu pensar em uma coisa – com suas mãos tremendo, ele abriu uma pequena caixa de madeira e cuidadosamente retirou um lenço.

    Ele então lentamente desdobrou o lenço, revelando o círculo vermelho levemente desbotado bem no centro do lenço.

    Desde o dia em que ele recebeu o lenço, ele o guardou cuidadosamente, para preservar o cheiro inebriante que era exalado pelo mesmo.

    Com o lenço em suas mãos, elas finalmente pararam de tremer, como se encontrassem um toque de conforto no macio tecido ou mais precisamente, na pequena mancha de sangue.

    Mesmo após esses dias o cheiro permanecia inalterado e imaculado, como se bactérias, fungos ou quaisquer outros microrganismos não fossem capazes de afetar esse pequeno resquício de material biológico.

    Ele calmamente levou esse pedaço de tecido até seu nariz e inspirou profundamente, a fragrância que entrou em seus pulmões trazendo uma grande sensação de relaxamento, como se houvesse um fluxo de calor percorrendo cada músculo de seu corpo.

    Afastando o lenço de seu rosto, ele levantou sua cabeça: “Está sensação… tão inebriante… tão extasiante… eu preciso de mais.”

    Quebrando seu semblante aparentemente calmo, a ansiedade inundou seu coração e seu corpo curvou-se enquanto enterrava o rosto em suas mãos, inspirando desesperadamente. Um toque de loucura brilhando em seus olhos e seus cabelos azuis gradualmente se bagunçando.

    Talvez fossem seus desejos gourmet excessivamente aflorados, talvez houvesse algo de errado com o sangue que Lucian havia dado para ele ou talvez fossem ambos.

    …………….

    Lucian e Akaza novamente haviam se reunido no campo de treinamento, pois embora já tivessem criado um movimento, ainda precisavam aprimorá-lo e completá-lo.

    “O princípio é levar os músculos além do ‘limite’, também forçando um forte fluxo sanguíneo para causar uma ‘explosão’ que potencializa o golpe, e assim, tanto o golpe quanto a explosão do membro utilizado que ocorre após o golpe causam dano ao inimigo. A torção dos músculos aumenta o poder de penetração, de forma uma pouco semelhante a uma broca; e a explosão de sangue aumenta a extensão e o alcance dos danos.”

    Imagine o soco penetrando no corpo do oponente e logo depois explodindo dentro de seu corpo, algo assim destruirá os órgãos internos e envenenará o oponente, portanto é dano físico + explosão + veneno.

    Embora aumentar a pressão até causar uma explosão não é tão fácil, na verdade nada deste golpe é fácil de realizar.

    Caso o usuário erre na etapa de torcer e comprimir os músculos como uma mola, os tecidos do braço irão se romper antes que a execução do golpe aconteça, ou seja, o usuário perde o braço ou qualquer outro membro enquanto o inimigo continua ileso.

    E a explosão, por não ser causada por nenhum tipo de substância inflamável, naturalmente não era muito potente, com sua letalidade residindo principalmente em suas características venenosas e nos fragmentos de ossos que acabariam sendo lançados no interior do organismo do inimigo. Porém, se utilizado no exterior do inimigo, o dano seria quase insignificante, provavelmente apenas ferimentos na pele.

    “Penetrar nos inimigos e então enviar ondas de choque diretamente no interior deles seria uma boa tática para você, Akaza.” Lucian voltou seu olhar para seu companheiro. Todos os demônios possuem sangue venenoso, mas a toxicidade da maioria deles é baixa, portanto eles devem arranjar algo para substituir o veneno.

    “Seria bem letal, mas eu não sou um assassino, eu sou um guerreiro. Não busco matar o mais rápido e eficiente possível, eu busco a alegria de um combate acirrado.” Akaza balançou a cabeça, matar não costuma ser seu objetivo, apenas consequência de um combate intenso.

    “O que eu poderia esperar… alguém que prolonga uma luta propositalmente não iria querer terminá-la o mais rápido possível.” Lucian assentiu quando se lembrou com quem estava conversando.

    Ele deveria ter pensado nisso anteriormente, os dois têm pontos de vista bem diferentes sobre isso.

    Mas de qualquer forma, um ataque desse tipo ainda seria útil ao encontrar um inimigo mais poderoso ou alguma situação complicada.

    “Exatamente! Nada é melhor do que a sensação do coração batendo fervorosamente e o sangue borbulhando! A troca de golpes é o que me faz sentir vivo!” A emoção fervilhava na voz de Akaza enquanto ele listava as alegrias trazidas por lutar.

    Seu mestre já morreu, sua noiva também já morreu e a única coisa que lhe restou é sua paixão por lutar.

    E claro, o desejo de se tornar cada vez mais forte.

    ………….

    “Muito bem Tanjiro. Lembre-se, assim como o nome já sugere, o mais importante nas técnicas de respiração é respirar, então mantenha a concentração em sua respiração.” Kokushibo aconselhou enquanto observava os seus quase pupilos treinando.

    Bem, apenas os mais velhos, os mais novos precisam de mais descanso.

    “O mais importante em qualquer tipo de conflito é manter-se em uma posição favorável, nunca enfrente o ponto forte de seu inimigo com seu ponto fraco; não ataque enquanto está fraco e seu inimigo forte; busque ocupar a posição mais alta no terreno para obter vantagem visual e poder atacar de cima… apesar que essa parte não se aplica ao combate próximo.

    Não tente competir em velocidade contra um inimigo mais rápido do que você; impeça os seus movimentos ou pegue-o de surpresa.

    Não tente esgotar um inimigo que é mais durável que você; derrote-os rapidamente antes que você fique cansado e caia na desvantagem.

    Não compita em força contra alguém mais forte; faça ataques furtivos nas partes frágeis.

    Não tente quebrar a defesa de alguém que é ‘impenetrável’; contorne sua defesa usando veneno ou ataque seus olhos e membranas mucosas.”

    Claro, o que ele disse era até óbvio, porém ainda era algo que deveria ser dito.

    Saber medir vantagem e desvantagens é algo necessário em todos os tipos de competições, sejam elas físicas, políticas ou econômicas.

    Ryoko, Hinami, Tanjiro e Nezuko assentiram ao ouvirem isso, claro, sem parar de brandir a espada que cada um deles tinha em mãos.

    “Colocando as coisas de forma bem simples: para ganhar, é só não perder. Isso é especialmente verdadeiro para demônios, pois desde que não recebam o golpe fatal, são capazes de se regenerar facilmente e rapidamente voltarem ao seu estado ideal.” Kokushibo pausou, seus olhos percorrendo o campo de treinamento e lembrando-se que não ali não havia nenhum demônio além dele.

    “Para humanos, a melhor maneira de obter vantagem é a utilização de armas, sejam elas portadoras de características especiais, contendo substâncias tóxicas ou que utilizem alguma reação química para a propulsão de um projétil, como uma arma de fogo”, ele disse, direcionando suas palavras para Tanjiro e Nezuko, “Embora eu ache que Lucian logo os transformará em demônio.”

    “Para ghoul… não sou versado na utilização de kagunes, tampouco conheço a melhor estratégia que podem utilizar, mas imagino que se resume em bater forte e rápido o suficiente enquanto evita os ataques vindos do adversário, bem como a desvantagem relacionada ao tipo de kagune.” Ele voltou-se para Ryoko e Hinami, as ghouls que estavam presentes no campo.

    De fato, ghouls não costumam apresentar uma estratégia específica, apenas utilizam seus pontos fortes para obter vantagem e considerando o quão diferentes os kagunes podem ser de indivíduo para indivíduo, isso é o que mais faz sentido.

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