Índice de Capítulo

    Uma hora se passou desde que Kevyn começou a matar os Slimes, seu balde de gosma estava na metade e sentado em uma pedra ele descansava enquanto Night estava em seu colo.

    — Acho que vou dar a primeira missão ao Humbra, o que você acha Night? — Ela brilhou duas vezes.

    Se levantando, o garoto fincou sua espada no chão, sorriu e libertou Humbra de sua mana. Encarando-o com certa seriedade, falou:

    — Atenção, como forma de treinamento, você vai matar 20 Slimes e encher esse balde. — Apontou para o recipiente.

    Olhando para suas mãos esqueléticas por um instante, Humbra concordou com a cabeça, voltando seu olhar para seu rei.

    — Tudo bem, mas antes, eu vou lhe dar sua arma! — disse Kevyn, cruzando seus braços e pensando profundamente.

    “Eu não fiz ele a minha semelhança, então não faz sentido ele carregar consigo uma espada gigante, ele é um esqueleto, então faz todo sentido carregar uma… foice!”, de maneira animada, lembrou de Aradam, enquanto erguendo sua mão na altura de seu peito, moldava-se uma foice a partir de sua palma.

    Seu cabo, como uma coluna, nas pontas de sua empunhadura, crânios humanos. Da nuca de uma das cabeças, sua lâmina se estendia de forma curvada, sendo, também, composta por ossos.

    Se ajoelhando e abaixando sua cabeça, Humbra aguardou pelo chamado de seu rei, quieto e aparentando estar um tanto apreensivo.

    Após terminar a primeira arma que fez em toda sua vida, Kevyn olhou para seu general e se aproximou segurando a foice com suas duas mãos.

    — Eu lhe dei vida e você recebeu uma alma por causa da minha mana, eu entendo que esteja perdido, mas junto a mim, vou te dar um propósito.

    Erguendo a cabeça, Humbra olhou-o no fundo dos olhos e abriu sua mandíbula, tentando falar, o que foi totalmente em vão.

    Levando uma de suas mãos ao crânio de seu subordinado, Kevyn o confortou, entregando sua foice e dizendo:

    — Como retribuição do seu trabalho de hoje, eu vou dar um jeito de te dar uma voz, não precisa se preocupar com nada por enquanto.

    Fechando sua boca, o monte de ossos aceitou o presente e ergueu-se, encarando os monstros da planície, ele pegou o balde e caminhou em sua direção.

    Vendo-o ir à frente, Kevyn retirou Night do chão e o acompanhou.

    Chegando até o primeiro grupo de 5 Slimes, no mesmo instante, girando sua foice, Humbra rapidamente avançou e os dilacerou com apenas um ataque cada.

    Surpreso, Kevyn percebeu o quão forte era sua criação, sendo incapaz de o enfrentar caso perdesse o controle.

    Vendo os Slimes virarem líquidos, Humbra levou sua mão até a cabeça, achando que tinha falhado em sua missão por tudo cair na grama.

    Se aproximando, o garoto pegou o resíduo que havia no chão beliscando e levou-o até o balde.

    — Humbra, o estado líquido dos Slimes tem suas moléculas todas interligadas, a terra não consegue absorver por ser algo mais denso que a água, então é só pegar e colocar no balde.

    Concordando com a cabeça, o general coletou todo líquido no chão e pôs no balde.

    Vendo Humbra indo para os próximos Slimes, Kevyn o acompanhou.

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    Passou-se mais uma hora, Kevyn e seu subordinado estavam sentados em meio a grande planície com suas respectivas armas escoradas em seus ombros. De olhos fechados, o garoto disse suavemente:

    — É tão bom poder passar o tempo aqui fora, livre.

    Humbra concordou com a cabeça e rapidamente encarou algo se aproximando.

    Vendo a preocupação de seu general, o garoto olhou para a mesma direção.

    A uns 15 metros, estava um ser humanoide, mas não humano, olhos estavam por todo seu corpo e com chifres em sua cabeça, eles sabiam que era um demônio real.

    Se levantando, Kevyn empunhou Night com uma de suas mãos enquanto retirava suas lentes e dizia:

    — Eu sinto sua intenção assassina, caso queira morrer, vá em frente, mostrarei para meu general o porquê sou seu rei…

    Da sua face composta quase somente de olhos, um sorriso começou a se rasgar no exato meio do rosto, fazendo uma parte dos globos oculares caírem no chão.

    Também sorrindo, Kevyn não desmontou qualquer medo, guardando suas lentes, fincando Night no chão, ele arregalou seus olhos e falou:

    — S̸͎̪̼̄́̋̌ù̶͕̯͉̦̳̅b̷̫͇͇̤̮̼̩̜̫̩͂̿̎̀̈́̾͛̚͠͝m̶̻͓̼͍͓̱̟͎͋ͅẹ̴͑̆͌̀ͅt̴̢̫̱̊͝ą̶̩̜͈͓̂-̷͇̇̍̋͌,̸̖̳͕͖͊̈́͆͘͝s̸̛̟̳̗̠̅́̈́̅̐̋̅ë̷̢̠͍̩̥̲̟̬̯͎͂̐̀͆̑͘..

    O demônio avançou no garoto sem deixar que pudesse revidar, mas quando tentou um soco, sua mão sequer chegou perto dele.

    De repente, seu punho começou finalmente a se aproximar de Kevyn, mas facilmente desviando, o garoto agarrou os braços do demônio e meteu um chute no meio de seu peito, rasgando seus braços à força e fazendo-o ser jogado no chão.

    Se arrastando pela grama, o monstro se virou para seu oponente e, quando seus inúmeros olhos viram uma imensidão de mana se aproximando, a única coisa que ele conseguiu fazer é chorar.

    Jogando os braços do demônio no chão, Kevyn chamou Night para sua mão e, atravessando as pernas dele com estacas ósseas, parou em sua frente.

    — Eu esperava mais de você… eu até usei o ¹branco só para parar seu ataque, mas acho que era desnecessário, sua maior falha foi achar que poderia me matar.

    Desferindo um corte limpo, o torso do demônio fora dividido em diagonal, decretando sua morte com seu coração dividido em dois.

    Vendo uma poça de sangue se formar, Kevyn caminhou de volta ao seu general e ergueu sua mão para ele.

    — Vamos, não quero manchar minhas roupas com ainda mais sangue.

    Aceitando a ajuda de seu rei, Humbra pegou o balde com a gosma e o encarou, aguardando-o seguir em frente.

    Caminhando em direção da trilha na floresta, o garoto sorriu, dizendo:

    — Vamos para casa, vou pedir para Nick te dar um encantamento pra poder falar e vamos fazer umas geleias!

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    ¹Branco — Para aqueles com perda de memória recente, o branco é a habilidade do vazio que a Astéria ensinou no capítulo 26.

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