Índice de Capítulo

    A mente de Gravis parou ao ouvir as palavras do velho.

    Como ele sabia!?

    Uma enxurrada de perguntas surgiu na mente de Gravis, e ele ficou nervoso. Isso não era algo simples! Uma das Seitas mais pPoderosas sabia que ele tinha um corpo de besta. Se decidissem enviar um Rei Imortal no Pináculo, tudo estaria acabado.

    No entanto, a questão era: por que ainda não tinham feito isso? Se soubessem que ele era uma besta, por que não haviam aparecido para matá-lo ainda?

    Gravis tinha certeza de que seu segredo não poderia ter sido descoberto apenas agora. Afinal, não havia como um Rei Imortal no Pináculo estar em um local tão remoto e sem importância.

    Isso só podia significar que o velho havia percebido isso naquela época. Além disso, o velho poderia ter revelado o status de Gravis naquele momento. Naquela época, Gravis estaria indefeso contra qualquer Rei Imortal, e havia muitos deles.

    Além disso, já se haviam passado 40.000 anos desde então. Tempo mais do que suficiente para transmitir a notícia à Seita da Vida e solicitar uma rápida exterminação.

    O que estava acontecendo?

    Havia apenas duas explicações que Gravis conseguiu imaginar, e ele descobriria qual era a correta com uma pergunta.

    — E o que isso significa? — Gravis perguntou calmamente.

    O velho apenas sorriu gentilmente enquanto acariciava a barba. — Significa que você tem um corpo de besta — disse ele.

    — E como você sabe disso? — Gravis perguntou friamente.

    O velho riu, achando a pergunta bastante divertida. — Como eu sei disso? — perguntou ele com uma risada. — Eu vi com meus próprios olhos naquela época. Quando vi você usando as Leis da Alma para manter aquele garoto vivo, fiquei bastante surpreso com suas Leis. Então, olhei mais de perto e, quem diria, você tem o corpo de um Demônio Negro.

    Essa resposta foi tudo o que Gravis precisava para determinar por que nada havia acontecido com ele ainda.

    Com as duas perguntas, Gravis havia tentado verificar se o velho estava blefando. Era possível que ele estivesse apenas fazendo uma suposição e, se Gravis perguntasse diretamente como ele sabia, poderia acabar revelando seu próprio segredo.

    Essa era uma possibilidade. Se a Seita da Vida não soubesse que ele tinha um corpo de besta, eles não poderiam ter enviado ninguém para matá-lo. Pelo que Gravis sabia, podia ser uma tática comum neste mundo agir como se soubessem que pessoas aleatórias tinham corpos de besta apenas para pegar bestas honestas e diretas de surpresa.

    Gravis não queria cair nessa armadilha.

    Isso deixava uma possibilidade restante para explicar por que a Seita da Vida ainda não o havia exterminado.

    Eles não queriam.

    A questão era, por quê?

    Gravis tinha quase certeza de que eles não queriam matá-lo, não apenas porque ele ainda estava vivo, mas também pela forma como o velho havia formulado suas palavras.

    — Você disse que eu tenho um corpo de besta — disse Gravis calmamente. — No entanto, não disse que eu sou uma besta. Por quê?

    Isso já era praticamente uma confissão, mas fingir ignorância não funcionaria agora. Isso poderia até tornar a conversa mais agressiva entre eles.

    Os olhos do velho brilharam levemente. — Então você percebeu, hein? — perguntou ele com um sorriso. — Sim, acredito que você não é uma besta, mas um humano dentro de um corpo de besta.

    O velho estava completamente certo, mas Gravis não assumiria que ele sabia sobre os Assistentes de Pesquisa e afins. — Poderia elaborar exatamente o que quer dizer? — Gravis perguntou.

    — Não é óbvio? — disse o velho com confiança. — Você é descendente de uma besta e de um humano.

    Os olhos de Gravis brilharam levemente. O velho havia acertado antes, mas agora, havia seguido uma direção errada.

    — Se fosse assim, por que tem tanta certeza de que sou um humano e não uma besta? Afinal, eu tenho um corpo de besta, certo? — Gravis perguntou.

    — Por causa do seu Espírito e Aura de Vontade — disse o velho com um sorriso, acariciando a barba. — Você nasceu com um corpo de besta, mas com um Espírito e Aura de Vontade. Nós, humanos, somos humanos por causa do nosso Espírito, não por causa do nosso corpo.

    — Só isso? — Gravis perguntou calmamente.

    — Também pela forma do seu corpo — disse o velho com um sorriso. — Sua forma é humanoide, e você tem vários braços com mãos. Além disso, parecia bastante familiar com seu sabre. Isso significa que sua forma humana pode ser nova, já que você acabou de se tornar um Imortal, mas já estava familiarizado em lutar com uma arma.

    — Lutar com armas e ter mãos são qualidades muito humanas. Além disso, você procurou uma Seita para ingressar. Isso significa que você quer estar entre humanos em vez de seguir sozinho. Isso também é muito humano.

    Gravis franziu a testa, mas depois de alguns segundos, assentiu. — Certo, tudo bem. Sou um humano com um corpo de besta — admitiu Gravis.

    O velho apenas sorriu confiante enquanto acariciava a barba. Seu sorriso não parecia maligno para Gravis. Era mais como um avô que se sentia feliz por ter vencido em um jogo contra o neto. Ainda havia bondade em seu sorriso.

    — Tenho quase certeza de que nosso tópico original e este provavelmente têm respostas conectadas, certo? — Gravis perguntou.

    — Qual era nosso tópico original mesmo? — perguntou o velho inocentemente com um sorriso.

    — Você disse que não posso ingressar em nenhuma outra das Seitas mais poderosas — Gravis disse.

    O velho assentiu. — Sim, essas duas coisas estão conectadas, mas revelar tudo de uma vez é chato. Por que não tenta adivinhar? — pediu o velho.

    Gravis franziu a testa. Não era muito fã desses jogos de conversa sem sentido. Ele preferia dizer diretamente o que tinha em mente em vez de usar palavras sofisticadas para jogar algum tipo de jogo intelectual.

    No entanto, Gravis estava bastante confiante de que já tinha a resposta.

    — Acho que manter o território do sul sozinho é bem difícil, certo? — Gravis perguntou em tom insinuante.

    Os olhos do velho brilharam levemente de surpresa. “Garoto esperto. Ele encontrou a resposta imediatamente”, pensou o velho.

    — Correto — disse o velho com um sorriso. — Se não atacarmos regularmente a Floresta Grandiosa, uma onda de bestas chegará. Devido à nossa localização, temos muitas bestas para lidar, e a Seita Purista não gosta de se envolver. Eles agem como se quisessem que prosperemos devido às nossas pílulas, mas estão apenas esperando que sejamos dominados. Afinal, muitos alquimistas talentosos fugiriam da nossa Seita e ingressariam na Seita Purista.

    Gravis assentiu. — Presumo que, devido a toda essa pressão, vocês não podem desperdiçar seus recursos limitados, incluindo discípulos, certo? — Gravis perguntou em tom sugestivo.

    O velho assentiu com um sorriso enquanto acariciava a barba. — Isso mesmo — disse o velho. — Já estamos sobrecarregados como estamos. Destruir potenciais discípulos só tornaria tudo ainda mais difícil.

    — Então, em resumo — disse Gravis, inclinando-se sobre a mesa com o antebraço direito —, filhos de humanos e bestas não são caçados no território do sul, mas a Seita da Vida é a única com essa filosofia. Por causa disso, não posso ingressar em nenhuma outra das Seitas mais poderosas, e é também por isso que ainda estou vivo, certo?

    O velho assentiu com um sorriso brilhante. — Exatamente — disse o velho. — Ainda odiamos as bestas, mas enquanto uma criança mestiça demonstrar a personalidade de um humano, estamos dispostos a aceitá-la.

    — E como sabem se têm uma personalidade humana? — Gravis perguntou.

    O velho riu novamente. — Tenho certeza de que já viu como os filhotes de bestas agem — disse o velho. — Só precisamos verificar se o bebê quer consumir outros bebês ao redor para ganhar poder. Afinal, a primeira coisa que os bebês humanos fazem é chorar pela mãe.

    — E como sua Seita garante que está presente em todos os nascimentos de novas crianças mestiças? — Gravis perguntou com ceticismo.

    — Não podemos — disse o velho com um sorriso. — Mas aqueles que mantêm uma gravidez mestiça em segredo serão exterminados.

    — Esse é um incentivo suficiente para nos informar com antecedência.

    Um pequeno gesto, um grande impacto.
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