Índice de Capítulo

    Depois de mais cinco anos, algo aconteceu.

    Um novo cliente chegou, mas este cliente era diferente de todos os anteriores.

    Era um Demônio Negro com cabeça de cobra e quatro braços.

    Assim que chegou à Gravitas, Gravis olhou e parou o que estava fazendo.

    — O que foi? Por que parou? — perguntou Stella, ofegante.

    — Chegou a hora — disse Gravis com um sorriso.

    — A fase três do meu plano começa agora!

    Stella olhou surpresa para Gravis. Ele não tinha explicado completamente as fases de seu plano para ela, pois queria surpreendê-la.

    Gravis rapidamente se transformou em sua forma de besta e vestiu sua armadura para manter seu nível de Cultivo em segredo.

    Então, ele utilizou a Lei da Realidade Percebida para esconder sua identidade ao máximo.

    Ele precisava ser extremamente cuidadoso naquele momento.

    Por quê?

    Porque Gravis não conseguia sentir o nível de Cultivo daquele Demônio Negro.

    Isso significava que aquela besta era, no mínimo, um Imperador Imortal de Circulação Maior Intermediária.

    O Demônio Negro devia saber que a Gravitas não podia atender Imperadores Imortais, mas, ainda assim, ele tinha vindo.

    Isso só podia significar que ele estava ali por algo que não era equipamento.

    A fase três estava prestes a começar!

    Siral ficou nervoso ao notar a pressão absurdamente poderosa que o Demônio Negro à sua frente emanava.

    SHING!

    No entanto, quando Gravis apareceu à sua frente, seu nervosismo desapareceu, e ele se curvou diante de Gravis.

    — Mestre — disse respeitosamente.

    — Eu mesmo atenderei este cliente — disse Gravis com uma voz calma.

    Siral recuou até ficar em segundo plano.

    O Demônio Negro caminhou lentamente para dentro da Gravitas e olhou para Gravis, que estava de armadura à sua frente.

    Imediatamente, ele notou o formato do corpo de Gravis e percebeu que ele também era um Demônio Negro.

    Isso mudou imediatamente a disposição do Demônio Negro em relação a Gravis.

    E no que essa disposição se transformou?

    Bem, o Demônio Negro viu alguém de sua própria raça à sua frente.

    E o que um Demônio Negro sentia em relação à sua própria raça?

    Rivalidade, competição, batalha, domínio!

    Somente outros Demônios Negros podiam estar no mesmo nível deles, o que criava um intenso sentimento de rivalidade.

    Os olhos do Demônio Negro se encheram de desejo de batalha, mas, de repente, esse desejo desapareceu.

    Em vez disso, seus olhos demonstraram um pouco de reverência e medo.

    Gravis notou essa mudança e soube o que aquilo significava.

    Narcissus havia acabado de alertar o Demônio Negro.

    Afinal, Narcissus não queria matar uma de suas próprias bestas.

    — O que você quer? — perguntou Gravis de maneira uniforme.

    O Demônio Negro olhou nos olhos de Gravis, mas não ousou mais nutrir qualquer intenção maliciosa.

    Narcissus estava ali, e Narcissus era o ser mais poderoso entre todas as bestas.

    Se o Demônio Negro ofendesse Narcissus, ele sequer saberia como teria morrido.

    — Técnicas de forja — disse o Demônio Negro diretamente com uma voz profunda.

    Por trás do capacete, o sorriso de Gravis se alargou.

    “De fato, é o início da fase três”, pensou Gravis com entusiasmo.

    Era lógico que as bestas quisessem aprender como forjar esse poderoso equipamento por conta própria em algum momento.

    Afinal, obter um produto e obter um método para criar um produto eram coisas completamente diferentes.

    Os Demônios Negros frequentemente criavam suas próprias armas, mas sua cultura e experiência em forja eram vastamente inferiores às dos humanos.

    Era importante lembrar que havia uma diferença gigantesca entre como os humanos disseminavam conhecimento e como as bestas faziam isso.

    As bestas frequentemente não compartilhavam conhecimento, pois não havia nada a ganhar com isso, e, mesmo quando o faziam, simplesmente contavam para outras bestas.

    Mas como o conhecimento se espalhava entre os humanos?

    Escrita!

    A sabedoria, experiências, ensinamentos e técnicas de ancestrais que morreram há milhões de anos podiam ser preservados, disseminados e aprimorados, sem mudanças ou alterações.

    Algo como a Técnica de Armas da Seita dos Nove Elementos também levou milhões de anos para se formar. Isso não era algo que um único Cultivador pudesse alcançar em sua vida sem se tornar um Deus Estelar.

    Por isso, essas técnicas de forja autodidatas criadas pelos Demônios Negros jamais poderiam criar equipamentos no mesmo nível de qualidade que os humanos.

    Todas essas técnicas de forja eram simplesmente primitivas, com muitos aspectos ignorados.

    Uma técnica pode começar ruim, mas, quando alguém a cultiva e alcança um sucesso maior que o criador, é possível expandi-la e refiná-la ainda mais. Nesse ponto, a técnica pode até se tornar mediana.

    Esse processo se repetia constantemente. Às vezes, um cultivador adquiria uma intuição repentina ou uma ideia ousada. Então, ele experimentava na técnica, e algumas dessas experimentações elevavam a técnica a níveis ainda maiores.

    Assim, a menos que alguém se tornasse absurdamente poderoso, não seria possível criar algo melhor do que uma técnica refinada repetidamente por pessoas com diferentes ideias e perspectivas.

    Era por isso que as bestas precisavam das técnicas de forja de Gravis.

    — Atualmente, eu conheço apenas uma única técnica de forja, e é a que uso pessoalmente — disse Gravis. — Conseguir boas técnicas de forja requer uma quantidade absurda de riqueza.

    — Existem mais de uma? — perguntou o Demônio Negro, estreitando os olhos.

    Gravis assentiu. — Milhares, talvez até milhões — respondeu. — Todas elas têm requisitos diferentes para materiais, qualidade, métodos, poder, Elementos e Leis. Você pode forjar praticamente com qualquer Elemento, mas primeiro precisa da técnica correta.

    — Eu só preciso de uma, e a sua deve servir — disse o Demônio Negro.

    — Posso lhe dar a minha, mas devo avisá-lo. Minha técnica é provavelmente uma das mais simples que existem, mas também uma das mais difíceis de dominar. Dependendo de quem a usar, pode ser que dominem rapidamente ou jamais consigam dominá-la.

    — O que sua técnica requer? — perguntou o Demônio Negro.

    — Apenas duas coisas — respondeu Gravis. — As Leis da Matéria adequadas e um controle muito bom sobre o raio.

    O Demônio Negro achou que isso soava bastante simples.

    — Mostre-me — ordenou.

    — Trouxe algum minério? — perguntou Gravis.

    O Demônio Negro abriu a boca, e uma grande pedra de minério saiu. A pedra parecia grande demais para o corpo relativamente pequeno do Demônio Negro.

    Contudo, Gravis não achou isso estranho.

    BZZZ!

    Gravis usou Raio de Punição para criar uma arma adequada para o Demônio Negro. Esse minério estava apenas no nível de um Rei Imortal de Circulação Maior Intermediária. Forjar algo assim era fácil. Gravis também usou apenas Raio de Punição porque queria demonstrar que não era necessário Raio Divino para forjar equipamentos.

    — Experimente — disse Gravis.

    Obviamente, aquela arma era inútil para o Demônio Negro. Afinal, ele era um poderoso Imperador Imortal.

    Mesmo assim, ele testou os diferentes aspectos da arma e a comparou com o minério bruto. Ele até forjou outra arma para si mesmo e golpeou as duas armas uma contra a outra.

    Sua própria arma se despedaçou, enquanto a arma de Gravis não teve sequer um arranhão.

    O Demônio Negro também observou Gravis enquanto ele forjava, e, de fato, Gravis usou apenas a Lei do Raio de Punição e a Lei do Puro Duro.

    — Vou comprar sua técnica — disse o Demônio Negro. — O que você quer?

    — Obviamente, os preços entre conjuntos individuais de equipamentos e uma técnica para criar esses conjuntos de equipamentos estão em níveis completamente diferentes. Esta troca será muito mais custosa. Contudo, você provavelmente tem um status muito alto entre as bestas, então deve ter a autoridade necessária para providenciar o pagamento.

    — Entretanto, posso garantir desde já que seus pertences pessoais não serão nem de perto suficientes.

    — Portanto, encare essa troca não como uma transação entre você e eu, mas como uma troca entre todo o campo das bestas e eu — disse Gravis.

    Essa era a fase três do plano de Gravis, e era o momento em que os verdadeiros tesouros apareceriam.

    Havia coisas que as bestas possuíam e que não trocariam apenas por equipamentos.

    Contudo, também havia coisas que os humanos tinham que eles jamais trocariam por Pedras Imortais.

    E era aqui que se encontrava o verdadeiro núcleo do Cultivo!

    O Demônio Negro estreitou os olhos. — Já imaginava. Declare seu preço!

    Gravis sorriu por trás do capacete.

    O que eram todas aquelas trocas anteriores?

    Nada!

    Diante desta troca, todas as transações anteriores eram insignificantes.

    Essa única negociação seria mais útil para Gravis e seus próximos do que todas as outras combinadas.

    — 50 Frutos da Vida de Lei de nível cinco e 10.000 anos em dez Áreas de Compreensão de Leis de nível cinco diferentes.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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