Capítulo 1151: Torturador
Gravis observou sua mãe com interesse. Pelo que podia ver, ela provavelmente tinha um grande uso em mente para sua Lei.
A Economista sorriu amplamente. — Gravis, você está prestes a ganhar muito dinheiro!
— Eu deveria usar a Verdadeira Lei do Sofrimento para aumentar a Aura de Vontade de outras pessoas? — Gravis perguntou.
— Essa é uma aplicação, mas existe uma outra que gera ainda mais dinheiro — disse a Economista. — Supondo que você esteja disposto a sujar as mãos.
Gravis ergueu uma sobrancelha. — Continue — disse ele.
— Existem duas coisas que você pode fazer além de aumentar a Aura de Vontade de alguém, mas ambas são um pouco cruéis — ela disse.
— Em primeiro lugar, você pode atuar como torturador. Algumas Seitas têm grande interesse em tomar o controle de outras Seitas e, obviamente, querem obter o máximo de informações possível antes de tentar qualquer coisa. Capturar alguém de outra Seita sem ser notado, ou sem que a captura seja rastreada até eles, já é extremamente difícil, mas extrair informações da pessoa capturada é ainda mais complicado.
— O tempo é essencial quando se trata de informação, e os Cultivadores capturados sabem disso. Contanto que consigam resistir a revelar qualquer informação por cerca de 50.000 anos, seu conhecimento já estará muito desatualizado naquele momento. Eles sabem que quanto mais tempo sobreviverem, menos valor suas informações terão.
— Além disso, o Cultivador capturado sabe que será morto, e é por isso que muitos deles simplesmente cometem suicídio após um tempo. O suicídio é extremamente difícil, especialmente para um Cultivador. Afinal, todos nós nos agarramos à vida com todas as forças. Por isso, o suicídio muitas vezes só acontece muitos anos depois da captura.
— Claro, existem Cultivadores que conhecem Leis da Alma e Leis da Mente, mas as Seitas realmente poderosas têm contramedidas para essas Leis.
— É aí que entra um torturador. Primeiro, o Cultivador precisa ter uma chance de sobreviver, ou simplesmente se matará assim que a dor se tornar insuportável. Por isso, seu cliente pedirá que você torture a pessoa capturada pelo máximo de tempo possível, que seria cerca de 15.000 anos. Se alguém puder sobreviver a 15.000 anos de tortura, provavelmente não sucumbirá a ela.
— Isso dá à pessoa capturada um leve vislumbre de esperança. Eles sabem que só precisam resistir por esse tempo para serem libertados. Claro, pouquíssimos conseguem sobreviver a algo assim, e a dor essencialmente despedaça seu Espírito.
— No entanto, a pessoa pode sobreviver se revelar todas as informações que possui. O longo período de resistência à dor embaralha suas mentes, tornando muito difícil tomar decisões racionais. A maioria simplesmente começará a gritar qualquer coisa em um esforço para encontrar alívio na dor. Claro, temos Formações de Matrizes que podem detectar se alguém está falando a verdade.
— Além disso, o Cultivador sabe que sua Aura de Vontade se tornará mais poderosa depois de resistir à tortura por tanto tempo. É o clássico método da cenoura e do porrete. De um lado está uma das mortes mais cruéis imagináveis, e do outro está um aumento na Aura de Vontade. O que os mantém lutando é a esperança de eventualmente sobreviver à tortura.
Gravis assentiu. — E quanto ao Cárma? — perguntou.
A Economista sorriu de canto. — Aí está a jogada. O cliente paga você para que aceite toda a dívida de Cárma. Ou seja, se seu cliente morrer, toda a culpa acumulada recairá sobre você.
Gravis sorriu. — Isso parece algo ruim à primeira vista, mas, na verdade, eu tenho tanto Cárma positivo acumulado por causa das minhas ações anteriores que isso não faz diferença, certo? E, ainda assim, meu cliente vai me pagar muito dinheiro por isso, certo?
A Economista assentiu. — Certo. Você criou tantos Imperadores Imortais no Pináculo que seu saldo de Sorte Cármica é vasto. Você pode não estar sob o efeito direto da Sorte Cármica, mas ela ainda está lá, em segundo plano.
Gravis assentiu novamente. — E quanto ao outro método?
— O outro método é simples. Você é pago para torturar alguém até a morte. Isso é tudo.
Gravis ergueu uma sobrancelha. — Por quê? — perguntou.
— Dois motivos. Primeiro, algumas pessoas estão simplesmente tão furiosas com alguém que querem vê-las sendo torturadas até a morte, mas esses casos são mais raros. O segundo motivo é o mais comum.
— Elas querem esgotar os recursos do oponente — disse ela com um sorriso malicioso.
Gravis franziu as sobrancelhas. — E como isso supostamente funciona?
— Seu cliente paga uma quantia que considera apropriada pelo alvo. Então, você começa a tortura. Durante esse tempo, a Seita da vítima provavelmente descobrirá que um de seus membros está sendo mantido em sua loja. Afinal, o cliente quer que eles descubram, e é por isso que provavelmente tornará a informação pública.
— A vítima provavelmente nem sabe quem a capturou. Cultivadores sequestrados com esse propósito nunca veem as auras ou rostos de seus captores. Afinal, os sequestradores querem permanecer ocultos.
— Na percepção da vítima, ela foi atacada por várias figuras mascaradas e encapuzadas. Então, foi nocauteada e, na próxima vez que abre os olhos, está na sua loja.
— Você já terá recebido o pagamento e começará a tortura. Algum tempo depois, a Seita da vítima chegará à sua loja e tentará comprar a liberdade dela. O preço geralmente aceito é dez vezes o valor pago pelo captor. Ou seja, se os captores lhe pagaram um milhão de Pedras Divinas, a Seita da vítima terá que pagar dez milhões de Pedras Divinas para libertá-la.
— Se eles não puderem pagar, a pessoa será torturada até a morte. Se puderem, a vítima será libertada. Quando isso acontecer, você fica com metade do pagamento e seu cliente com a outra metade. Isso significa que ambos lucram.
Gravis refletiu sobre as palavras de sua mãe e percebeu que realmente havia aplicações originais e eficazes para a Verdadeira Lei do Sofrimento. Seitas sempre tinham mais dinheiro do que indivíduos, e ele poderia ganhar uma fortuna sem praticamente nenhum investimento.
É claro que as implicações morais de aceitar um trabalho assim não eram das melhores, mas Gravis não se importava com isso. Ele já havia matado tantas pessoas. Torturar alguém até a morte não era exatamente pior.
Era apenas dinheiro.
Naturalmente, Gravis também percebeu que provavelmente ofenderia algumas Seitas. Algumas delas exigiriam que ele libertasse a vítima, mas Gravis teria que recusar todas as vezes. Caso contrário, seu negócio entraria em colapso.
Enquanto Gravis estivesse na Cidade Opositora, a outra parte não poderia fazer nada contra ele, mas quando saísse, poderiam caçá-lo por vingança. Isso poderia se tornar perigoso.
No entanto, o risco ainda era gerenciável. Agora, Gravis sabia que todas as informações sobre ele haviam sido apagadas do Pavilhão de Informações. Contanto que permanecesse oculto, poderia evitar seus perseguidores.
— Agora vem a melhor parte — disse a Economista com um sorriso animado.
Gravis olhou para sua mãe surpreso. — Tem mais?
Ela assentiu. — Sozinho, Samsara não seria um atrativo forte o suficiente para chamar a atenção das Seitas. Mas se elas vierem até você para obter informações, você pode oferecer Samsara como uma alternativa. Claro, devido ao dano que Samsara causa a você, o preço será altíssimo. Eu definiria o preço em 500 milhões para Deuses Estelares e 100 milhões para Imperadores Imortais.
Os olhos de Gravis se arregalaram. — Quem pagaria isso?
— Seitas que querem saber tudo sobre seus oponentes. Mas esse não é o atrativo principal. O atrativo é o fato de que elas obtêm a informação instantaneamente. Você vive toda a vida da pessoa e sabe tudo o que ela sabe. No entanto, isso leva apenas um segundo para você.
— Isso significa que a Seita pode até obter informações sobre uma missão secreta que um dos gênios da outra Seita está realizando no momento. Elas essencialmente terão acesso a todos os planos que a outra Seita está executando no momento exato. Talvez a outra Seita esteja secretamente planejando um ataque a uma terceira Seita e deixará uma de suas minas sem proteção por alguns dias? Ninguém se importaria. Afinal, quais são as chances de alguém atacar a mina nesses poucos dias?
— Você entende? — perguntou a Economista.
Os olhos de Gravis brilharam e ele assentiu.
— Parece que eu me tornarei um torturador.
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