Índice de Capítulo

    Gostaria de pedir encarecidamente para que todos os leitores que aqui chegarem, para deixar um comentário sobre o que estão achando da obra e do ritmo atual dos capítulos. Isso ajuda muito a incentivar o autor e também para saber o feedback de vocês sobre a história para eu poder melhorar.

    O dirigível de Alice e Vítor pousou suavemente na clareira no coração da floresta. O local estava inquietantemente calmo. Não havia sinal dos outros grupos de heróis que haviam desembarcado antes deles, nenhuma pegada recente, nenhum som de combate, nada além da brisa suave que dançava entre as árvores.

    — Estranho… — murmurou um dos goblins vermelhos, tripulante do veículo, seus olhos atentos vasculhavam a área enquanto atracavam.

    — Estranho? Não vejo nada de errado — retrucou Adrian, os braços cruzados e apoiado com o corpo na parede.

    — Já era para ter um grupo aqui nos esperando — insistiu o goblin.

    Adrian franziu a testa. Ele também achava a situação incomum, contudo não queria alimentar paranoia.

    — Talvez tenham ficado para matar mais goblins.

    O goblin não pareceu convencido, todavia não argumentou.

    Poucos minutos depois, todos os heróis haviam desembarcado, e o dirigível partia ao longe. Assim que os pés tocaram o solo, os grupos menores se dispersaram, e tomaram caminhos diferentes pela floresta.

    Alice observou os outros desaparecerem entre as árvores e hesitou.

    — Não seria melhor ficarmos juntos? — questionou, desconfortável com a separação.

    — De jeito nenhum — respondeu Vítor, o passo apressado ao adentrar a floresta. — A experiência desse mundo é compartilhada. Se ficarmos juntos, vamos só atrapalhar um ao outro. Assim garantimos que ninguém roube o esforço do outro.

    Ele parou por um momento, ao analisar o terreno até encontrar uma trilha aberta.

    — Vamos, me siga. Vamos encontrar alguma caverna de goblins.

    — E o que garante que os outros grupos já não mataram todos? — questionou Alice. Ela caminhava ao lado dele, distraída com seus pensamentos e nem notava os galhos no caminho.

    — Esses bichos se reproduzem mais rápido que coelhos. É impossível exterminá-los por completo. Além disso, os túneis subterrâneos são todos interligados. Quando limpamos uma caverna, outra horda logo ocupa o espaço.

    — Falando nisso… — Alice começou, mas, imersa com seus próprios pensamentos, tropeçou em um galho no chão.

    Vítor reagiu rápido, segurando-a pelo braço antes que caísse.

    — Presta atenção! — resmungou, irritado.

    Alice corou levemente, ajeitando o cabelo vermelho com um gesto rápido.

    — Valeu… — murmurou, envergonhada. Então retomou a conversa. — Como eu ia dizendo, tenho uma dúvida.

    Vítor suspirou, o olhar neutro, entretanto com um resquício de irritação divertida.

    — Lá vem… Diga logo, sem rodeios.

    Alice ignorou o tom dele e perguntou:

    — Até agora não vi nenhuma goblin fêmea. Como eles se reproduzem?

    Vítor suspirou mais uma vez, como se fosse óbvio.

    — Pense em uma colônia de formigas. Existe a rainha e existem os operários. É simples entender depois disso…

    — Então existe uma goblin rainha?

    — Várias. Cada uma com sua própria colônia. Mas a dessa região em específico tem estado extremamente agressiva nos últimos meses. Talvez seja devido à aproximação da décima terceira onda de calamidades.

    Ele fez uma breve pausa antes de continuar.

    — Pelo que li, sempre que uma onda está prestes a começar, os monstros começam a surgir por toda Testfeld.

    Diminuiu o passo e sinalizou para Alice fazer o mesmo. Seu olhar se fixou na mata ao redor. Um som baixo cortava o silêncio: um murmúrio das árvores. Então veio a risada. Uma gargalhada estridente e inconfundível para qualquer herói experiente.

    — Goblin… — murmurou, afastando um arbusto para revelar a pequena criatura verde, armada com uma espada de ossos. O inimigo ainda não os havia notado.

    Alice o seguiu, logo atrás, o rosto atento e meio receoso.

    — O que faz tão longe do ninho? — sussurrou ele para si, ao achar incomum a aparição de um goblin solitário no meio da floresta.

    Seja como for, era um alvo decente para o primeiro combate da aprendiz dele.

    — Alice, esse é o seu primeiro alvo. Não erre. Não quero ter que sair correndo de um incêndio florestal.

    — Certo! — Ergueu o braço e conjurou a habilidade. — Bola de fogo!

    O projétil incandescente voou certeiro, e atingiu o goblin em cheio. A criatura soltou um grito estridente antes de cair no chão, reduzida a um corpo carbonizado.

    — Caramba! — comemorou Alice, empolgada com o resultado.

    Vítor cruzou os braços, observando o cadáver fumegante.

    — Nível baixo. Se isso te der mais que três de experiência, já é muito…

    Alice perdeu a empolgação.

    — Quanta experiência preciso para subir de nível?

    — Cem.

    — Puxa… Matar mais cinquenta desses carinhas? Vai ser uma tarefa bem chata… — murmurou, e já ficou desanimada.

    — Talvez possamos encontrar um goblin xamã ou algo mais forte. Por enquanto, foque nos pequenos. — Embora transparece tranquilidade, sua mente estava em completa ebulição, com pensamentos e teorias sobre aquilo.

    “Goblins no meio da floresta? Isso é estranho, considerando as taxas de baixas deles, deveriam ficar contidos nas cavernas, e substituir as hordas mortas. Será que os outros grupos estão fazendo um serviço tão podre que nem conseguem matar as hordas nas cavernas, e os goblins estão começando a sair?”

    Ele analisava o cadáver em chamas quando sentiu alguém se aproximar, a presença era de uma criatura de tamanho humano, não um goblin. 

    Virou ligeiramente a cabeça e, sem mudar o tom de voz, ordenou:

    — Alice, abaixe-se.

    Um instante depois, um goblin colossal, quase dois metros de altura, emergiu das sombras da floresta. Surgiu tão silencioso que parecia ter brotado do próprio chão. Empunhava um enorme tronco de madeira, que ergueu acima da cabeça antes de desferir um golpe brutal contra a dupla. Vítor girou nos calcanhares e estendeu a mão.

    — Calma aí, grandalhão!

    O impacto deveria tê-lo esmagado, mas ele deteve o golpe com uma única mão, sem recuar um centímetro.

    — Um goblin capataz de duas estrelas? — Vítor arqueou uma sobrancelha. — Estranho… A goblin rainha dessa região tem apenas uma estrela. O que você está fazendo aqui?

    O monstro não respondeu. Apenas rugiu e atacou novamente.

    Vítor soltou um sorriso, para ele, aquilo tudo era tedioso e fácil.

    — Podiam ser mais civilizados, igual seus primos de Kamhongshan… — resmungou, ao agarrar o tronco com uma única mão e interromper o ataque no meio do movimento.

    Então, manchas negras começaram a se espalhar pela pele esverdeada do goblin. Delas, mãos de madeira retorcidas surgiram, e agarraram a criatura como raízes vivas. Em poucos segundos, o capataz estava imobilizado, forçado a se ajoelhar diante de Vítor.

    — Alice, isso vai levar um tempinho, mas despeje tudo o que tiver nele. Mais um desses e você deve subir de nível.

    — Como pode ter tanta certeza?

    — Inimigos duas estrelas concedem experiência de dois dígitos. Inimigos de uma estrela, um dígito.

    — Ah… Certo! — Alice assumiu posição à frente do goblin preso, e conjurou suas habilidades sem hesitação.

    Enquanto ela matava o goblin, Vítor permaneceu em silêncio, sua mente inquieta.

    Algo estava muito errado.

    Ele podia jurar que havia sentido outra presença, algo além do goblin. Além disso, como uma criatura daquele tamanho conseguira se aproximar tão silenciosamente? Mesmo um capataz de duas estrelas deveria ter feito barulho ao mover aquele tronco imenso.

    Seus pensamentos foram interrompidos pelo último gemido do goblin, seguido pelo cheiro de carne queimada. Sorriu para Alice, satisfeito e disse:

    — Ótimo. Agora consulte sua interface de usuário. Deve ter subido de nível.

    Informações Primárias 
    NomeAlice
    GuildaNenhumaClasseCurandeira
    AlcunhaNenhumaNível1
    Pontuação Total11Experiência Total53
    Posição GlobalSem RankingModo de JogoAutomático

    — Ainda não… — murmurou, decepcionada.

    — Falta pouco. Não se preocupe. — Vítor tentou animá-la. — Vamos, ainda devem ter muitos goblins por aí.

    Voltaram para a trilha, mas Vitor não podia remover a estranha sensação de ter olhos nele o tempo todo. Sentia uma fraca presença, mas não podia identificar o que ou quem era, nem aonde estava.

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