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    Quando Gravis se lembrou das palavras de seu pai, ele apenas sorriu.

    — Parece que eu esqueci essas palavras — disse Gravis. — No entanto, ainda gostaria de saber como você conseguiu se tornar humano novamente.

    O Opositor olhou para Orthar.

    — Só posso lhe dizer as coisas de maneira vaga, Gravis — disse ele, ainda olhando para Orthar. — Não quero dar ao velho bastardo mais informações do que ele já tem. Estamos dentro do Cosmos dele, o que significa que não posso lhe dizer nada sem que ele escute.

    — Tudo bem — disse Gravis. — Só quero saber como você se tornou humano novamente.

    O Opositor olhou para o falso céu na Provação do Céu enquanto se lembrava das coisas que aconteceram há tanto tempo.

    — Como você sabe, eu fui uma pura Manifestação da Morte. Não tinha personalidade, e não era humano. Assim como você disse, a pessoa que entrou pelo Portão da Morte já morreu.

    — Depois que me tornei um Deus Ancestral, as coisas não mudaram. Ainda compreendia Leis e buscava refino nas tribulações. Isso também não mudou no Reino Deus Divino.

    — Nem mesmo mudou quando me tornei um Magnata Celestial, e também não mudou quando compreendi a Lei do Cosmos. Até o final, eu ainda era uma pura Manifestação da Morte.

    — Eventualmente, depois de compreender a Lei do Cosmos, decidi criar meu próprio Cosmos. Naquela época, o velho bastardo não executava publicamente as pessoas com um tipo de tribulação de raio, como faz agora. Naquela época, ele se livrava delas silenciosamente. Todos simplesmente desapareciam sem deixar rastros.

    — Eu tinha quase certeza de que ele já tinha tomado nota de mim naquela época e, para ser honesto, só posso dizer que ainda existo por causa da curiosidade insaciável dele.

    — Isso está correto — Orthar disse, interpondo-se. — Notei você assim que o Portão da Morte se manifestou. Naquele tempo, não havia outros mundos, e eu gerenciava tudo. Algo como um Portão da Morte não passaria despercebido.

    — Quando você saiu do Portão da Morte, percebi imediatamente o que você era. Debati sobre matá-lo, mas decidi contra isso. Desde que eu o vigiasse de perto, nada poderia dar errado. Afinal, meu poder era infinitamente maior que o seu.

    — Eu queria saber o que aconteceria se alguém tentasse criar um Cosmos com a Lei Maior da Morte como base — Orthar acrescentou.

    Obviamente, Orthar estava dizendo essas coisas para Gravis e Mortis.

    — Ao criar meu Cosmos, ignorei completamente a Energia — continuou o Opositor. — Preenchi tudo com Morte, e até consegui criar vida com a Morte. Tudo foi criado com Morte, e senti que me tornava mais próximo do próprio conceito da Morte, mesmo já sendo uma Manifestação dela.

    O Opositor olhou profundamente nos olhos de Orthar.

    — Foi então que ele atacou — disse ele.

    A expressão de Orthar não mudou.

    — Vi o que queria ver e decidi ser cuidadoso. Então, resolvi destruir o Cosmos dele junto com ele.

    — No entanto, você falhou — acrescentou o Opositor.

    — Sim, eu falhei — continuou Orthar. — No momento em que liberei meu raio, a força da Morte no Caos Primordial saiu por vontade própria e se colocou entre você e meu ataque, bloqueando-o.

    Os olhos de Gravis e Mortis brilharam.

    Então era isso que tinha acontecido!

    Eles já haviam se perguntado como era possível que o Opositor tivesse sobrevivido ao ataque de Orthar. Afinal, os níveis de poder deles estavam distantes demais naquela época.

    — Percebi o ataque e, embora a Morte o tenha bloqueado, meu Cosmos ainda sofreu bastante dano — continuou o Opositor. — Felizmente, depois que a Morte bloqueou o ataque, ela encobriu meu Cosmos de seus sentidos.

    Orthar assentiu.

    — Eu podia sentir seu Cosmos, mas não conseguia localizar sua posição. Como você foi criado dentro do meu Cosmos, seu Cosmos está intrinsecamente conectado ao meu, e isso não pode ser mudado. No entanto, eu não conseguia encontrá-lo. Só sabia que ele ainda existia.

    — Foi quando percebi que havia cometido um erro terrível — Orthar disse.

    O Opositor não respondeu e apenas olhou para Gravis e Mortis.

    — Tudo a partir daqui está além da percepção do velho bastardo. Nunca lhe contei o que aconteceu e não entrarei em detalhes. Afinal, não quero morrer para ele.

    Orthar não demonstrou, mas estava muito interessado nas próximas palavras do Opositor. Mesmo que ele não entrasse em detalhes, o Opositor ainda estava falando sobre coisas desconhecidas para ele.

    — À medida que continuei construindo meu Cosmos — o Opositor continuou —, senti-me cada vez mais próximo da força da Morte, e, eventualmente, fiz contato com ela.

    — Ter contato com uma força assim é algo que só experimentei uma única vez, e sei com certeza que o velho bastardo nunca teve tal contato com uma das Forças Primordiais — disse ele, olhando para Orthar.

    Orthar manteve sua expressão neutra, mas estava intrigado.

    Era possível ter contato com as Forças?

    Isso significava que, se o Opositor podia ter contato com a Morte, alguém também poderia ter contato com a Energia?

    E quanto às outras forças que compõem o Caos Primordial?

    — Assim como com o Portão da Morte, senti a força da Morte me envolver — explicou o Opositor. — Ela queria se entregar completamente a mim. Não queria que eu fosse apenas seu Avatar ou sua Manifestação.

    — Não, ela queria que eu me tornasse sua vontade.

    Os olhos de Orthar se arregalaram.

    Ele sabia exatamente o que isso significava!

    Se o Opositor se tornasse a vontade da Morte, isso significava que ele poderia controlar toda a Morte no Caos Primordial!

    Ele não precisaria absorver Morte ou Energia naquele ponto. Afinal, toda a Morte existente seria ele!

    Tal poder estava infinitamente acima do poder atual do Opositor.

    — Tem certeza de que quer falar sobre essas coisas? — Gravis perguntou com preocupação, lançando um olhar para Orthar. — Não quero que você deixe uma brecha.

    O Opositor olhou para Gravis, e um leve sorriso surgiu em seu rosto.

    Era raro, mas, ocasionalmente, até mesmo o Opositor sorria.

    — Você não precisa se preocupar com isso — disse ele. — Não há perigo para mim ao revelar tudo isso.

    — A razão é simples.

    — Ninguém aqui presente jamais se tornará a vontade da Morte.

    Gravis olhou para seu pai.

    — Como pode ter tanta certeza? — ele perguntou.

    — Porque o preço é alto demais — respondeu o Opositor. — Compreender a Lei Menor da Morte exige a destruição de tudo, exceto de si mesmo. Compreender a Lei Maior da Morte exige a destruição de si mesmo.

    — O preço para se tornar a vontade da Morte é ainda mais aterrorizante.

    — Ninguém jamais estará disposto a pagar esse preço.

    Silêncio.

    “Eu sabia que não seria tão fácil alcançar tal poder”, Orthar pensou.

    — O que aconteceu então? — Gravis perguntou.

    A mente do Opositor voltou aos acontecimentos.

    — Com minha mentalidade da época, não tive problemas em aceitar esse preço. Afinal, eu não tinha nada. Eu só queria destruir a existência e não me importava com mais nada.

    — Então, aceitei o preço.

    — A Morte me envolveu, e eu estava prestes a me tornar a vontade da Morte.

    — E foi então que as coisas mudaram.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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