Capítulo 784: De Novo
— Deixe-me apenas esclarecer todas as suas dúvidas, certo? — disse o bobo da corte com um sorriso malicioso.
Então, ele estalou um dos dedos em direção à parede.
BOOOOOOOM!
A parede da gigantesca Câmara de Isolamento explodiu, seus fragmentos se espalhando por milhões de quilômetros.
Shang não conseguia se mover.
O puro poder daquele estalo estava além da compreensão.
— Já se esqueceu? — disse o bobo, continuando a andar para frente.
— Eu chutei até a morte aquele estúpido, ingênuo e idealista Imperador Mago.
— Você acha que eu me importei com o poder dele?
— Até este fantoche barato e ridículo é forte o suficiente para matar um Imperador Mago — disse o bobo, referindo-se ao próprio corpo.
— Quer ver? — perguntou, seus olhos mecânicos exibindo uma verdadeira insanidade.
— Não precisa — respondeu Shang. — Eu acredito em você.
A expressão do bobo mudou para uma zombeteira e arrogante.
Seu rosto parecia ter saído de um desenho animado.
— Que pena — disse o Deus. — Você não é quem decide.
Então, o bobo avançou e agarrou Shang por um dos ombros, puxando-o consigo.
Num instante, eles estavam em outro lugar.
Os dois apareceram diante de Lucin, que flutuava no ar, concentrado em seu Cristal de Comunicação enquanto resolvia algo.
Lucin não percebeu a presença dos dois.
O bobo soltou Shang e começou a girar seu braço direito em um círculo, como se estivesse se preparando para algo.
Então, ele socou Lucin.
CRKSH!
A cabeça de Lucin explodiu.
Shang respirou fundo.
Isso não era uma ilusão.
Era real.
O Deus acabara de matar Lucin.
No instante seguinte, Shang viu quase vinte Raios aparecerem no céu ao redor do corpo em queda de Lucin.
Eles olhavam com puro terror para o cadáver de seu líder.
O quê?!
O que acabara de acontecer?!
Isso era real?!
Nenhum deles sequer olhou para Shang ou para o bobo.
O bobo apenas olhou para Shang com um sorriso insano.
— Quer ver mais? — perguntou.
— Eu acredito em você — respondeu Shang.
O bobo observou Shang por um momento.
— Você realmente acredita em mim — disse.
Shang apenas assentiu.
Irritar o bobo da corte era uma péssima ideia.
No momento, o ambiente ao redor de Shang era relativamente seguro, mas ao matar Lucin, o bobo já havia criado um problema para ele.
Lucin sabia praticamente tudo sobre o poder de Shang e até o encobria.
E agora, estava morto.
A Divisão de Candidatos precisaria de um novo Trovão, e esse Trovão talvez não fosse tão agradável e prestativo quanto Lucin.
O Deus havia provado seu poder.
— Que pena — disse o bobo, fazendo o coração de Shang afundar. — Eu sou quem decide quando parar.
— Quer dar um passeio até a Fortaleza Relâmpago?
Pela primeira vez em muito tempo, Shang sentiu verdadeiro terror.
— Tem medo de que eu destrua seu ambiente de treinamento tão confortável? — perguntou o bobo. — Medinho de que eu também mate sua querida professora?
— Por que ter medo do inevitável?
Então, o bobo agarrou Shang novamente, e um instante depois, eles apareceram em uma sala com vários lagos.
Era a sala da Rainha Primordium.
Shang respirou fundo e viu a Rainha Primordium sentada sobre um dos lagos, de olhos fechados.
— Vamos lá, vamos visitar ela — disse o bobo com um sorriso largo.
O bobo caminhou lentamente sobre o lago.
Depois de alguns passos, ele parou e se virou para Shang, que permanecia imóvel. — Venha, não seja tímido. Devemos cumprimentá-la!
Shang hesitou, mas seguiu o bobo.
Eventualmente, os dois pararam diante da Rainha Primordium.
O bobo apenas sorriu para ela, enquanto Shang não disse nada.
Silêncio.
Ninguém dizia nada.
O coração de Shang acelerou.
O que o bobo faria?
O silêncio continuou.
…
— Dê um tapa nela.
A mão direita de Shang tremeu um pouco.
— Dê um tapa nela — repetiu o bobo — e não quero que seja leve.
— Não se preocupe. Comigo ao seu lado, você notará que seus tapas vão atingir alturas incríveis de poder e sofisticação.
— Vamos, faça isso — disse o bobo.
Shang respirou fundo.
BANG!
Ele deu um tapa na Rainha Primordium.
Ela foi arremessada para longe, colidindo com a parede de sua sala, que era muito mais dura do que seus ossos.
Alguns de seus ossos quebraram, e seu rosto afundou conforme metade de seu crânio se partiu.
A Rainha Primordium abriu os olhos em puro terror e imediatamente focou na única outra pessoa em sua câmara.
Shang.
Shang era a única outra pessoa ali.
A Rainha Primordium não conseguiu encontrar palavras.
Então, ela rangeu os dentes que ainda não estavam quebrados e reuniu toda sua Mana.
Mas nada aconteceu.
Sua Mana não a obedecia!
— O quê? — perguntou, chocada.
Ela tentou contatar o Ancestral imediatamente, mas seu Sentido Espiritual também não funcionava.
Ela havia se tornado impotente.
— Dê outro tapa nela.
— Não quero que diga nada.
— Apenas caminhe até ela e dê outro tapa.
Shang não se moveu por dois segundos.
Então, caminhou lentamente até ela.
A Rainha Primordium se levantou e tentou controlar a Mana ao seu redor, mas estava impotente.
Ela tentou correr até a porta, mas o espaço entre ela e a saída parecia ter se expandido a distâncias infinitas.
Era como se não estivesse se movendo.
Shang caminhou lentamente até ela.
BANG!
E deu outro tapa nela.
Mais ossos quebraram, e seu corpo deslizou pelo chão.
— O que você está fazendo?! — gritou ela, sua voz mal audível devido ao rosto quebrado.
— O que está acontecendo?!
— Quem é você?!
— O que eu fiz para você?!
Pela primeira vez em uma eternidade, a Rainha Primordium sentiu puro terror e desamparo.
— Dê outro tapa nela.
Shang se aproximou lentamente.
A Rainha Primordium gritou em pânico.
Ela se recusava a acreditar que isso era real.
Isso não podia ser real.
Shang lhe deu outro tapa, e sua mente tremeu.
Era difícil para ela ter um pensamento coerente.
— Quebre uma das pernas dela com um chute.
Shang respirou fundo.
CRACK!
A Rainha Primordium gritou.
— Dê um soco no estômago dela.
BANG!
— Quebre o braço direito dela.
CRKSH!
— Chute a perna quebrada.
— De novo.
— De novo.
— De novo.
— Acerte o estômago dela de novo.
— Quebre o outro braço.
— Dê outro tapa nela.
— E de novo.
— E de novo.
— E de novo.
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