Índice de Capítulo

    Sexta-feira, antes mesmo de amanhecer, Kevyn já estava acordado e estava forjando algumas facas de cozinha.

    O tempo passou e, após o almoço, ele estava do lado de fora cuidando dos bebês tigres de madeira. “Continua nublado, que maravilha”, pensou ao retirar Kind de sua bainha e olhar para a floresta.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    O garoto foi então para a floresta e, por lá, ele chegou até aquele mesmo lago que enfrentou a mãe dos pequenos tigres. “Têm algo aqui”, ao observar a água, ele viu diversos peixes enormes.

    “Acho que dá para tomar um banho e comer alguns peixes”, pensou enquanto tirava sua roupa e pulou no lago.

    Quando abriu seus olhos debaixo da água, pôde enxergar tudo de maneira limpa. Na sua frente, um peixe o encarava fixamente.

    Irritado, o garoto o mordeu e começou a nadar para fora, entretanto, ao sair no mesmo lugar onde estavam suas roupas, e, quando ele saiu do lago, ficou de frente para Night.

    Vermelho, Kevyn tentou correr de volta para a água, mas a garota segurou seu braço e levou sua mão até o rosto dele, forçando-o a olhá-la em seus olhos.

    — Kevyn, aguarde um momento, você não tem nada que eu já não tenha visto.

    Sem reagir muito, o menino se virou para sua espada e esperou-a falar.

    — Confie em mim, Kevyn.

    O olhar do garoto estava distante, mesmo que eles estivessem tão perto. Ele soltou-se de Night por um momento e foi até sua roupa, onde vestiu sua camisa e cuspiu o peixe em sua boca no chão.

    A garota foi até ele e segurou suas bochechas com suas mãos. Ela viu certa timidez nos olhos dele, então perguntou:

    — Me diga o porquê está com tanta vergonha.

    — E-eu… não tô acostumado a te ver nessa forma. — Desviou o olhar.

    — Eu pensei que fosse o que você queria. — Manteve contato visual.

    Kevyn olhou-a nos olhos e, com certa relutância, disse: — Não é que eu não queira! Só… é… estranho.

    — Kevyn, você é quem me impunha, e, como sua espada, eu prometo te proteger, mesmo que signifique matar por você.

    Os olhos do garoto se encheram de lágrimas por um momento e ele tentou desviar a cabeça, entretanto ele estava sendo segurado por ela, então ele apenas fechou seus olhos e franziu sua testa para não chorar.

    — Eu não quero te machucar por isso, então, quero que você me prometa algo futuramente… mas saiba que não deixarei que as nuvens de chuva caiam sobre você. Confie em mim, Kevyn, enquanto eu estiver aqui, eu jamais te deixarei lutar sozinho.

    Kevyn abriu seus olhos e então olhou para Night, ele a abraçou e, sem chorar, respondeu: — Você é tudo o que falta em mim?

    Night aproximou seu rosto contra o do garoto e o respondeu: — Eu sou quem vai te levar ao topo, não somos parecidos, nem totalmente diferentes.

    Sentindo sua respiração contra si, o garoto fechou seus olhos. — Bela Noi-

    A garota sorriu e o interrompeu ao encostar teus lábios contra os daquele que ela escolheu como portador.

    Com uma respiração pesada, o garoto parou de respirar para tentar entender aquele toque tão específico. Ele abriu seus olhos e viu as caveiras nos olhos daquela que nomeou como sua espada.

    Aos poucos, Night empurrou-o contra uma das árvores, o que o fez soltá-la de um abraço para segurar suas costas, ao mesmo tempo que ela segurou suas bochechas.

    Kevyn esfregou suas mãos pela coluna dela, enquanto sentia sua língua adormecer depois da separação do beijo.

    — Kevyn…

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Um copo caiu sobre o chão, sem seu braço, Casy encarou o teto de vidro da sala de seu trono.

    A porta no final dos degraus era aberta por um homem de terno negro, que caminhou até o demônio monocromático.

    — Você consegue ser mais imprestável do seu irmão. — De cabelo negro e comprido, um olhar monocromático verde e vermelho, ficou evidente que aquele era Klei.

    — Sinto muito que eu não venci um dos lordes Nolysses MAIS… fortes. — Revirou os olhos.

    Uma tensão caiu sobre o líder e, de seu pai foi ouvido: — Não faz diferença, ouvi que você causou problemas.

    — A-ah… eu não vou me intrometer na vida do meu irmão mais novo!!! — gritou e encarou Klei nos olhos.

    — Me surpreenda, moleque, se não fizer algo grande, eu vou arrancar seu outro braço e te fazer sentir a mesma dor do seu irmão. — Se desmanchou na escuridão.

    — Você vai ver, eu ainda sou o melhor filho, sou seu caçula, seu favorito. — Casy ergueu a mão até seu braço arrancado e apertou o cotoco, enquanto a escuridão o cercava e assim recriou um braço, só que sombrio.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Ao anoitecer, Kevyn não conseguiu dormir depois do que aconteceu mais cedo, sem ter ninguém para conversar, ele começou a roer suas unhas.

    “Humbra não é a melhor pessoa pra falar sobre isso, ele não vai saber me dizer o que eu quero… só a minha mãe, Hm…”, o garoto retirou suas lentes e, ao brilhar de seus olhos, encarou o teto. “Aposto que meu pai saberia responder minhas perguntas”, fechou os olhos.

    Em poucos minutos, ele se acalmou e, quando finalmente iria dormir, alguém abriu a porta do quarto e silenciosamente se aproximou.

    Kevyn fingiu estar dormindo. “Daniel?”.

    O garoto sentiu o desconhecido se deitar ao seu lado e puxar sua coberta. Entretanto, uma respiração começou a se aproximar do seu pescoço, que foi mordido logo em seguida.

    “Eu sei que você tá acordado”

    O menino sentiu seu corpo ser abraçado e, com uma voz ecoando em sua cabeça, ele a reconheceu.

    “Night? O que você tá fazendo?!”, ele pensou e afundou a própria cabeça no travesseiro.

    Ao sentir seu sangue sendo sugado, o garoto ouviu ela responder: “Eu vim pelo seu sangue”.

    Ele perguntou de maneira rouca: — Mas no pescoço?

    “É algo especial, não é? Eu sei bem disso”, ela soltou seus dentes do pescoço dele e o virou de barriga para cima, ao mesmo tempo que ficou por cima dele. “Por que tanta vergonha? É só um pouco de sangue”, ela olhou-o nos olhos por um momento, se aproximou do pescoço dele e mordeu de novo.

    “E-eu ainda não sou adulto pra esse tipo de coisa!”, ele virou o rosto pro o lado oposto ao dela e tentou tirá-la de cima de si.

    Night parou de beber o sangue dele e voltou a se sentar enquanto dizia:

    — Por acaso, quer que eu te faça adulto?

    O garoto ficou alguns segundos em silêncio e a respondeu: — Eu tenho só 5 anos, eu não quero ser adulto ainda…

    Após ouvir sua resposta, a garota franziu sua testa e suspirou. — Tudo bem… durma bem. — Ela se levantou e começou a sair, entretanto, antes dela dar um passo, ela sentiu seu braço sendo segurado.

    — Eu não vou conseguir dormir bem sem você. — Kevyn a segurou.

    Surpresa, a garota corou e então se virou para ele. — Você poderia ter pedido antes, sabia?

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota