Índice de Capítulo

    As lágrimas escorriam pelo rosto de Grey, que ainda mantinha uma atmosfera juvenil. Chloe cuidadosamente entregou o lenço que estava usando e finalmente abriu a boca.

    “Obrigada, Grey.”

    “…” (Grey)

    “Não vou esquecer até o dia da minha morte. Vou viver para sempre, sem esquecer este momento em que você arriscou sua vida, correu até aqui e me disse para fugir com você. Se eu me tornasse uma velha fofoqueira, me gabaria disso para as pessoas amáveis e agradecidas que me ouvissem. Eu também tive esse tipo de romance. Aquele que arriscou tudo para vir confessar seu amor…”

    Chloe engoliu em seco e sorriu com os olhos úmidos.

    “Um homem realmente bom… existiu.”

    O rosto moreno de Grey ficou completamente vermelho. A recusa de Chloe era evidente. ‘Como ela podia ser tão gentil e carinhosa mesmo quando o rejeitava? Será possível desistir dela e viver?’

    “O chá esfriou. Vou esquentá-lo novamente para você.”

    Foi nesse momento que Chloe, depois de respirar fundo, se levantou de sua cadeira e se dirigiu ao fogão.

    “Isso é um não para sempre?” (Grey)

    Agarrando seu ombro enquanto ela se afastava involuntariamente, Grey chorou com a voz úmida. Seu coração precioso, que nem sequer podia tocar corretamente, foi entregue intacto a Chloe, como tocar uma obra de arte temendo que se quebrasse porque não conseguia segurá-la com força.

    “Grey.”

    Chloe se virou lentamente e parou diante dele com suas pernas instáveis. Depois de arrumar os cachos desordenados em sua testa, ela disse com uma voz baixa mas clara.

    “Não é você, sou eu.”

    “Eu… é porque sou humilde?” (Grey)

    “Não.”

    Chloe balançou a cabeça com um rosto límpido. Depois de entrar em Thisse, a dignidade da nobreza tinha se tornado uma ilusão para ela.

    “É isso?” (Grey)

    “Porque uma boa garota que pode te dar toda a sua sinceridade seria uma boa parceira para você.”

    Grey conhecia o peso das palavras de Chloe.

    “Não me importo com nada disso.” (Grey)

    “Certamente é. Mas eu sou o tipo de pessoa que não pode fazer isso.”

    A garota de quem Grey estava apaixonado era alguém que respondia à sua sinceridade com sinceridade. Grey percebeu que a gentileza de Chloe poderia fazê-lo se sentir muito triste.

    “Se eu depender de suas boas intenções agora, terei que viver me sentindo culpado com você pelo resto da minha vida. Você, que me vê assim, também não poderá ser feliz para sempre. Porque…”

    Chloe fez uma pausa por um momento antes de sussurrar.

    “Porque você não é o tipo de pessoa que pode oprimir alguém e mantê-lo ao seu lado.”

    ‘Você nunca saberá, e nunca aprenderá, como forçar os sentimentos de outra pessoa para dentro dos seus.’

    “Vou fazer uma última pergunta.” (Grey)

    “Qual é?”

    “Se eu tivesse sido um pouco mais rápido… então, se eu tivesse confessado meus sentimentos à dama antes de tudo isso acontecer…” (Grey)

    Grey engoliu em seco, Se sentindo sufocado. Chloe ouviu atentamente suas palavras.

    “Isso teria feito alguma diferença?” (Grey)

    Um olhar caloroso encontrou o dela no ar.

    “E se eu tivesse dito a ela para deixar tudo para trás e fugirmos juntos?” (Grey)

    “Ah.”

    Tanto Chloe quanto Grey sabiam quando era. Foi na noite em que Chloe decidiu visitar o Duque Thisse, logo após a fuga de Alice. Uma noite de verão quando o orvalho da manhã estava sobre a grama. Era um tempo em que ela ainda não sabia nada sobre os planos ocultos do Duque.

    “Talvez minha resposta teria sido a mesma que hoje.”

    Grey finalmente assentiu com o rosto molhado.

    “Eu sabia que você diria isso.” (Grey)

    “Grey, sim… sempre pensei que você tinha uma personalidade um pouco parecida com a minha.”

    “De que forma?” (Grey)

    “Em termos de ser alguém que quer proteger o mundo de outra pessoa em vez de destruí-lo.”

    Grey enxugou as lágrimas com as costas da mão e sorriu. Teve a sorte de conhecer pelo menos uma vez na vida alguém como a mulher diante dele.

    “Me prometa uma coisa, minha Senhora.” (Grey)

    “O que?”

    Lá fora, Margaret bateu na porta e fez um sinal. Significava que alguém estava vindo para ver se a Duquesa estava bem.

    “Por favor… espero que seja feliz, minha Senhora. Mesmo sem mim, de alguma forma.” (Grey)

    “Sim. Você também seja feliz, apenas lembre-se disso…”

    Chloe deu uma voz clara enquanto abria a porta da cabana.

    “Não importa qual escolha eu faça, significa que estou colocando em prática por minha própria vontade.”

    “… vou lembrar disso.” (Grey)

    “Seja feliz, Grey.”

    Grey finalmente virou as costas depois de ver o sorriso brilhante de Chloe até o final. Assim que ela desapareceu entre a grama, viu o mordomo Paul se aproximar com uma caixa de carvão. Chloe ficou em pé contra a parede dura de madeira e respirou fundo.

    ‘Com isso, fiz tudo o que tenho que fazer neste mundo.’


    O trem, que vinha zunindo desde Swann, estava lotado mesmo no vagão de carga. O cavaleiro, que estava encurralado entre a multidão na terceira classe, onde a tarifa era mais barata, à primeira vista parecia uma pessoa de alta posição, mas ninguém achou particularmente estranho. Apenas pensaram que, devido à prolongada greve ferroviária, era um aristocrata azarado que não conseguiu um assento de primeira classe, embora tivesse dinheiro.

    “Para onde vai, senhor?”

    “Para a próxima e última parada.” (Cavaleiro)

    O cavaleiro com o chapéu abaixado respondeu brevemente, e o homem corpulento sorriu desajeitadamente.

    “Ah, sim. Isso significa que o senhor mora em Thisse. As pessoas da propriedade Thisse ficarão muito animadas com a notícia de que Sua Excelência o Duque se tornará rei.”

    Quando o cavaleiro não respondeu, o homem sentado ao seu lado logo encontrou outro assunto.

    “Estou no negócio de gramofones(O gramofone foi o primeiro sistema de gravação e reprodução de som que usou um disco plano, ao contrário do fonógrafo que gravava em um cilindro. Foi o dispositivo mais comum para reproduzir som gravado desde a década de 1890 até meados da década de 1950, quando os discos de vinil a 33 RPM apareceram. O gramofone foi patenteado por Emile Berliner em 1887.)). Viajo por todo o Reino para fazer negócios. O senhor já ouviu falar, senhor? Uma máquina que faz música. Quando minha mãe viu pela primeira vez, ela ficou chocada como se tivesse visto um demônio. Claro, agora estão me suplicando para trazer mais música.”

    O homem estava animado com sua performance e continuou.

    Agora que a família real, que era um incômodo, se estabilizou, não é esta a era da verdadeira paz? Em momentos como este, o que as pessoas procuram é romance. Apenas imagine… poder ouvir Julian Wyatt, elogiado por seu talento diabolicamente incrível, em sua própria casa.

    “Está fazendo negócios comigo agora?” (Cavaleiro)

    “Ops, não. Pude ver pelo seu porte que é um oficial de alta patente. Que gente como nós possa ouvir música, pelo menos de um gramofone. Só estou dizendo que sim.”

    O homem acrescentou timidamente, coçando as bochechas rechonchudas cobertas por uma barba espessa e vermelha.

    “Se o Duque Thisse… não, se Sua Majestade o Rei me ouvisse, diria que sou patético e riria de mim, certo?”

    O trem, atravessando a floresta de bétulas, se dirigia agora para a última parada, a estação de Thisse. De repente, o cavaleiro perguntou ao homem que estava arrumando sua mala.

    “Por que você acha que ele riria de você?” (Cavaleiro)

    “Ele não é um homem que faz muitos negócios que ganham muito mais dinheiro do que isso?”

    “Você tem a música de Julian Wyatt por acaso?” (Cavaleiro)

    Um homem ruivo, vestido em um terno pequeno que parecia prestes a explodir, abraçou uma bolsa pesada e emitiu uma voz entrecortada.

    “Ainda não… é porque não há como contatá-lo. Fui pedir um favor aos nobres com os quais tinha conexões, mas eles só fecharam a porta na minha cara.”

    Os olhos do homem se abriram silenciosamente enquanto o cavaleiro tirava um talão de cheques de dentro de seu casaco. ‘Será que fiz uma venda bem-sucedida?’

    O cavaleiro, que tirou uma caneta-tinteiro, o encarou e perguntou com voz seca, de baixo do largo chapéu, o homem que viu corretamente o rosto do cavaleiro pela primeira vez engoliu saliva seca com uma expressão nervosa. Era um rosto sério, mas não havia nada de errado com o olhar direto, no entanto, suas pernas tremiam.

    “Quanto custa um gramofone?” (Cavaleiro)

    “Se-sete mil e quinhentos Zekiels. Não sabe o quanto percorri para chegar a esse preço.”

    “Não continua sendo um preço alto demais para distribuir para as casas comuns?” (Cavaleiro)

    Ao ver que o homem enfatizava fortemente o fato de que nunca o cobraria a mais só porque era aristocrata, o cavaleiro respondeu e o homem da barba ruiva ficou em silêncio.

    Na verdade, não muita gente queria comprar um gravador ou um gramofone, que eram tratados como brinquedos de criança, apenas para ouvir música. Honestamente, ele não poderia dizer que precisava vendê-lo a um preço alto, mesmo que vendesse um porque precisava de dinheiro para sustentar sua família. O cavaleiro observou sua expressão perplexa e anotou a quantia no cheque.

    “Também vou te dar o endereço de Julian, então tente marcá-lo pessoalmente e convencê-lo. E me envie o gramofone e a música.” (Cavaleiro)

    O homem ficou congelado por um momento, estupefato pela tremenda oportunidade que o cavaleiro à sua frente oferecia.

    “Já chegamos?” (Cavaleiro)

    “Isso… não pode ser, senhor!”

    O trem rugiu e parou. Depois de entregar o cheque ao homem, o cavaleiro acrescentou algumas últimas palavras.

    “Uma dica, é melhor que tenha um pouco mais de confiança e fé no que faz. Antes que todos os outros se apressem e pulem facilmente pelo caminho que você pavimentou.” (Cavaleiro)

    O cavaleiro que abriu a porta do compartimento desapareceu mais rápido que qualquer outra pessoa. O homem, se perguntando se o cavaleiro estava zombando dele, rapidamente colocou os óculos e verificou o cheque segurando-o contra a luz.

    “O endereço de Julian Wyatt. Isso é verdade?”

    Os olhos do homem se arregalaram quando olhou as letras rabiscadas com excelente caligrafia. Foi porque pôde ver a assinatura ao lado do selo com a bétula.

    [‘A casa da família real.

    Damien Ernst Von Thisse’]

    O homem apressadamente guardou o cheque no bolso interno de seu apertado paletó, temendo que alguém o visse.

    “Não vai descer?” (Passageiro)

    Os outros passageiros que se levantaram o olharam com expressão de estranheza e fizeram gestos com os olhos. O homem piscou e bateu forte na bochecha com a mão uma vez. Se era um sonho ou a vida real, não doía.


    Damien abriu caminho rapidamente entre a multidão que enchia a estação, se dirigindo à área onde os cavalos eram guardados. Weiss disse que traria pessoalmente a Duquesa, mas ele não podia esperar até então. Tudo precisava ser resolvido antes da coroação.

    “Não me pressionem. Estão pensando em derrubar uma idosa?” (Eliza)

    Uma voz aguda chegou aos seus ouvidos. Quando Damien virou a cabeça diante da voz familiar, viu Eliza, que estava um pouco longe dele. Parecia que ela estava no último trem que partia para Windsbury via Swann.

    “Por aqui…!” (Eliza)

    Ele viu Eliza segurando a mão e apoiando a pessoa a quem estava servindo no trem. A senhora idosa parecia ser uma dama que vivia em Windsbury. Graças à carta de recomendação de Chloe, parecia que estava vivendo uma boa vida com sua família, apesar de cometer uma grande quantidade de faltas no Castelo Thisse.

    “Vá com cuidado!” (Eliza)

    Damien se virou rapidamente antes que Eliza, que estava gritando na nuca da velha dama, o identificasse. Nesta situação em que quase foi empurrado pela multidão, não havia nada de bom em descobrirem sua identidade.

    Quando voltou ao castelo, pensou que seria uma boa ideia iniciar uma conversa trazendo à tona a história de Eliza. Não havia nenhuma impressão particular de que ela não estava vivendo uma boa vida. Ele estava certo de que sua esposa, que tinha um vínculo particularmente profundo com os servos, ficaria encantada.

    “O trem para Windsbury partirá em breve!” (Chefe de Estação)

    No meio da multidão, o chefe de estação soprou seu apito até que seu rosto ficasse vermelho.

    “O último trem para Windsbury via Swann! Apressem-se e embarquem!”

    Damien saiu apressado da estação, atravessando a multidão que caminhava. Ele não tinha tempo para continuar permanecendo ali. A carta de Chloe que havia recebido estava cuidadosamente dobrada sob suas roupas.

    [‘Meu querido Duque,

    Depois que você partiu, refleti muito por conta própria e percebi.

    Que fui teimosa como uma criança, sacrificando você por minha dor.

    Embora eu saiba que é uma preocupação inútil, peguei a pena assim porque me preocupava que o Duque perdesse algo que almejava por minha causa.

    Por favor, termine tudo de forma segura e me leve ao seu lado. Por favor, me mostre que o coração de meu pai, que se arrependeu de não poder me enviar ao palácio, não era uma esperança vã.

    É o único que pode provar para mim.

    Eu te amo, Damien.

    Sinceramente espero não ter me tornado sua fraqueza.

    De Chloe… desejando que chegue o mundo mudado que você criará.’]

    Não importava se a carta, manchada de tinta e lágrimas, representava seu coração sincero ou um truque para levar os papéis do divórcio à Corte Suprema de Swann. A tarefa de sua vida estava resolvida, e agora tudo o que restava a Damien era se confessar para Chloe, entregando-lhe a coroa de rainha.

    ‘Para mim, que me tornei o sol deste país, ela é e sempre será a única. Nossos filhos já podem nascer sem preocupações.’

    Devido à personalidade de Chloe, seria impossível esquecer completamente o passado. Mas Damien apostou tudo no fato de que ela admitiu amá-lo.

    Ele acariciará suavemente o coração gelado de Chloe por muito tempo e finalmente o derreterá. Foi nesse contexto que ele mostrou uma generosidade impulsiva a um empresário de gramofones que conheceu por acaso no trem. No quarto mais bonito do Castelo das Rosas, que agora se tornará o Palácio Real, enquanto ouve a música apaixonada de Julian Wyatt, que a cativou, a respiração apaixonada fará com que seus pequenos lábios se encontrem.

    Mesmo que o começo tenha sido errado, era impossível fazer com que os momentos que passaram juntos desaparecessem. Isso significava que não podiam negar os momentos em que trocaram olhares carinhosos e o momento em que expressaram sinceridade misturada com desejo.

    ‘Chloe, você e eu podemos recomeçar agora.’

    A floresta de bétulas, cheia de árvores nuas de um tom marrom acinzentado, apareceu à vista. O trem tocou a buzina com força e começou a se mover para o sul, emitindo fumaça negra. Um sorriso se desenhou no rosto de Damien enquanto se afastava rapidamente na direção oposta ao trem.

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