História Paralela Especial – 1.1 Irmãzinha Travessa
Era maio, quando o vento trazia o aroma das rosas em plena floração.
Castelo das Rosas, no Reino de Swanton.
O escritório de Damien estava mais movimentado do que o normal. Weiss lutava com os documentos e finalmente escapava para sua mansão, mas Damien não podia fazer o mesmo. Não era porque ele fosse viciado em trabalho, mas porque estava se esforçando ao máximo para tirar férias com a Rainha durante o próximo Festival das Rosas.
Quando se tratava de força física, ele era imbatível, mas por acreditar nisso e se esforçar mais, as olheiras de Damien estavam ficando mais escuras.
Swoshhhh, swoshhhh (Revirando)
Não havia expressão no rosto de Damien enquanto folheava os documentos, mas seus olhos eram tão ferozes quanto espadas. Já havia passado mais de uma semana desde que compartilhara um quarto separado com Chloe.
Por trabalhar reduzindo seu horário de sono, já era altas horas da madrugada quando Damien voltava para o quarto. Chloe, que tinha o sono leve, abria os olhos para cumprimentá-lo assim que ele abria a porta, então Damien se abstinha de entrar no quarto.
O período de férias que ele planejava tirar seria de dez dias.
Damien planejava dar a Chloe um período de muito descanso até então. Pensando nos doces prazeres que desfrutaria plenamente nos próximos dez dias, ele conseguiu suportar pacientemente o momento amargo atual.
Ele começou a organizar o dia ao amanhecer e mal terminou seu trabalho. Quando não pôde entrar no quarto onde sua esposa o esperava e teve que sufocar seus desejos enquanto contemplava o amanhecer, Damien foi dominado pelo impulso de se livrar de tudo, incluindo o reino. Sempre que isso acontecia, ele pensava em todas as coisas que havia feito para torná-la sua Rainha e se acalmava.
Damien olhou novamente para o documento com olhos cansados. Sabendo que era mais provável cometer erros em momentos como este, ele precisava ser ainda mais cuidadoso.
Toc, toc!
Alguém bateu na porta do escritório. Damien resmungou sem tirar os olhos do documento. Estava claro que Weiss, que havia declarado sua rendição há algum tempo dizendo que não podia mais fazer nada, havia finalmente retornado incapaz de superar sua culpa.
“Entre.”
Tack! (Rangido)
Damien riu quando ouviu a porta se abrir.
“Afinal, você está confortável aqui, não está? Se está voltando de qualquer maneira, não tem uma esposa esperando por você.”
“Será que não é porque o Lorde Weiss ainda não encontrou uma parceira devido ao muito trabalho que tem?”
Damien levantou os olhos para a voz que ouviu. Os documentos caíram de suas mãos.
“Chloe.”
Chloe ordenou suavemente à serva que a seguia, empurrando o carrinho com chá em cima.
“Deixe-o lá.” (Chloe)
Damien olhou para o relógio na parede. Duas da madrugada. Quando Chloe, que deveria estar profundamente dormindo, veio ao seu escritório, ele sentiu culpa e alegria ao mesmo tempo.
“Venha aqui.”
Depois de se levantar, ele levou Chloe até o sofá. Chloe deixou sua bengala e se sentou ao seu lado, piscando calorosamente com seus olhos que pareciam uma mistura das cores mais suaves do mundo.
“É um grande incidente.” (Chloe)
Chloe sussurrou baixinho.
“O quê?”
Em vez de dizer que ele causou o grande problema e que hoje seria um dia ruim se ele fosse e voltasse assim, Damien fez uma pergunta em voz baixa.
“Sua Majestade parece muito cansada.” (Chloe)
Chloe olhou para ele e levantou a mão. Uma mão que se sentia quente roçou lentamente o canto dos olhos de Damien. Damien umedecia silenciosamente os lábios secos enquanto sua mão acariciava cuidadosamente suas pestanas douradas e finalmente deslizava suavemente por suas pálpebras.
O desejo desenfreado fez seu pescoço tremer. Como Damien tinha os olhos fechados, sua esposa, que felizmente não percebeu seu estado, se apressou em preparar o chá.
“São folhas de chá enviadas do Principado. Vou preparar para você, porque gosto de beber algo frio para me recuperar do cansaço, está bem?” (Chloe)
“Sim, está bem. Está quente.”
“Está quente? Você está com febre?” (Chloe)
Chloe olhou pela janela aberta e tocou a testa de Damien. Seus olhos se abriram quando ela sentiu uma febre real e uma temperatura corporal ligeiramente alta.
“Sua Majestade, está sentindo alguma dor…?” (Chloe)
Depois de tomar dois grandes goles do chá gelado que ela mesma preparara, Damien colocou os lábios nos dela. A mão de Chloe em seu joelho tremia levemente quando o ar frio em sua boca e sua língua quente exploravam alternadamente o interior da boca de Claire.
Os lábios se separaram, emitindo um som.
“Não tenho tempo para ficar doente.”
Damien sorriu e passou a mão por suas sobrancelhas bem cuidadas. Um agradável aroma de menta pairava em seu hálito enquanto ele sussurrava.
“Minha Rainha cuida muito bem de mim, mas quando eu fico doente, viro um idiota reclamão.”
Chloe era a mulher perfeita, como esposa e como Rainha. Mais do que Damien havia percebido vagamente quando a viu pela primeira vez.
“Mas não fique acordada até o amanhecer, Chloe.”
“É que eu não sei quando você vai voltar.” (Chloe)
Chloe sorriu e sussurrou, olhando para ele um pouco envergonhada.
“E não é tão difícil. Se eu ler um livro ou tricotar, o tempo passa rápido.” (Chloe)
“E que tal você se juntar a mim hoje em seu itinerário do amanhecer?”
“Sua Majestade…” (Chloe)
Chloe corou com a sugestão sutil de Damien. Damien sentiu seu limite ao vê-la na sua frente, como se nunca pudesse conhecê-la completamente. A ideia de aproveitar ao máximo suas férias já havia sido empurrada para outro lugar.
“Vamos para o quarto?”
Foi quando Damien estava prestes a abraçá-la. Chloe o olhou e, pegando a bengala e segurando-a firmemente com ambas as mãos, apoiou-a no chão.
“Esta…” (Chloe)
“Sim?”
Damien levantou as sobrancelhas desajeitadamente enquanto a observava segurando firme a bengala que estava erguida no chão. Foi uma reação passiva, mas uma ação que mostrou sua vontade de não ser abraçada por ele.
“O quê?”
Damien logo relaxou sua expressão, sorriu e colocou sua mão sobre as costas da mão dela que segurava a bengala. Enquanto seu pulso acelerado se transmitia, a cabeça de Damien inclinou-se levemente novamente.
“Chloe, meu amor.”
“Sua Majestade.” (Chloe)
“O que aconteceu?”
A voz de Damien ainda era suave, mas seus olhos não. Chloe pareceu notar seu olhar e franziu os lábios.
“Não é nada…” (Chloe)
O fato de ela estar lutando para dizer algo era uma clara evidência de que algo estava acontecendo. A mão de Damien agarrou a dela e a bengala caiu no chão.
“Chloe.”
Diversas situações passaram pela mente do homem, que era especialista em imaginar todo tipo de possibilidades e perigos. Chloe o olhou e começou a recitar uma longa e pouco eloquente história.
“Sua Majestade parece estar muito ocupado estes dias, então tentei não distraí-lo. Na verdade, estava esperando o momento certo para lhe contar. Mas como faz vários dias que não me procura, não tive oportunidade…” (Chloe)
O aperto de Damien na mão de Chloe ficou mais forte.
“Você está triste porque te negligenciei?”
“O quê?” (Chloe)
Chloe revirou os olhos e sacudiu a cabeça. Damien suspirou suavemente. Os pensamentos preocupantes que estavam passando por sua mente até então desapareceram e ele se sentiu melhor. Saber que Chloe não reclamava facilmente o fez amá-la ainda mais por ter vindo aqui neste momento.
“Sua Majestade, não…” (Chloe)
Ainda segurando a mão de Chloe, ele tomou o chá que ela havia preparado de uma só vez antes de continuar.
“Assim que eu superar todas as malditas coisas que Weiss me deu justo antes das férias, poderemos ficar juntos sem que nada nem ninguém nos incomode.”
Ele já havia subornado Sophie e até planejado perfeitamente o calendário de férias dos gêmeos. Os gêmeos estavam tão animados quanto filhotes de coyote rosnando animados com o programa chamado ‘City Tour pelo Centro de Swanton’.
“Peço desculpas se te fiz sentir triste.”
Ele beijou suavemente o dorso de sua mão, mas a expressão de Chloe estava ainda mais estranha do que antes. Ao olhar para seus olhos tremeluzentes, Damien parou de tentar persuadi-la com palavras.
“Minha Rainha.”
Se sentindo ansioso, ele colocou os lábios nos dela novamente. Um pouco mais intensamente desta vez. Foi um beijo de cortejo onde línguas se misturaram e respirações foram compartilhadas, deixando claro que não havia tempo a perder. Felizmente, Chloe não o afastou. Na verdade, Chloe estava certa ao dizer que ele não podia se dar ao luxo de ignorá-la.
‘O que devo fazer? Como posso revelar isso?’ (Chloe)
“Meu amor. Por favor.”
Damien semicerrou os olhos e mordeu levemente o lábio dela. Chloe não teve escolha a não ser se mover como ele queria. O alto de seu nariz roçou sua bochecha aqui e ali, e um beijo quente e vermelho seguiu até a nuca.
“Ah…” (Chloe)
Finalmente, após um gemido escapar dos lábios de Chloe, Damien colocou sua mão sobre o robe dela. As alças que ela usava sobre o peito estavam desabotoadas, revelando um fino camisão de musselina. Enquanto Damien enterrava seu rosto em seu corpo, Chloe levantou a cabeça e pareceu impotente.
“Sua Majestade, as roupas…” (Chloe)
“A brisa do amanhecer ainda está fria.”
Seu hálito cosquichou seu corpo através do fino tecido. Enquanto sua mão vagava sem rumo, Damien a segurou e a fez tocar seu cabelo. Damien continuou beijando-a até que os dedos delicados de Chloe finalmente acariciaram suavemente os cabelos dourados de Damien.
“Sua Majestade, este é o escritório.” (Chloe)
“Sim. É meu espaço pessoal, onde ninguém pode entrar sem permissão.”
‘Exceto minha esposa.’ Adicionou Damien em um sussurro, simplesmente ignorando a negativa eufemística de Chloe. Isso porque o problema mais urgente que ele tinha que resolver estava bem na frente dele. Ele também estava no limite para suportar os desejos que não podia liberar porque estava afundado no trabalho.
“Acho que você já tomou uma decisão quando veio me ver a esta hora.”
“Haha.” (Chloe)
“Porque minha esposa não é tão tola a ponto de não perceber o quão louco seu marido está por ela.”
“Sua Majestade.” (Chloe)
“Damien.” (Damien)
Chloe respirou fundo enquanto o ouvia ordenar-lhe que o chamasse pelo nome. O desejo ardente transbordou quando suas mãos tocaram suavemente seu corpo.
“… Damien.” (Chloe)
“Meu amor.”
Damien semicerrou os olhos enquanto se colocava facilmente sobre ela. Chloe se viu envolvida por seus belos olhos e cobriu o rosto, que parecia esculpido por um artista, com as mãos.
“Olhe para mim.” (Chloe)
O rei, agora indefeso, agarrou a mão de sua esposa. Expressando seu desejo por ela, ele se envolveu ao redor da cintura esbelta de Chloe. O pijama de Chloe desceu sem fazer barulho.
O vento que soprava pela janela aberta fez as cortinas e alguns papéis que Damien estava olhando voarem para o chão, mas o dono do quarto não se importou.
“… Chloe?”
Chloe recuou ligeiramente e Damien franziu o cenho com suas belas sobrancelhas douradas. A mão em torno de sua cintura a segurou com mais força.
“Damien. Na verdade, tenho algo para confessar.” (Chloe)
“Diga enquanto fazemos isso.”
Chloe abriu os lábios e sentiu suas bochechas esquentarem. Ela tinha a sensação de que tinha que ser agora.
“São boas notícias para mim.” (Chloe)
“Ah.”
“Espero que sejam boas notícias para você também… ah!” (Chloe)
“Chloe, há um limite para o que posso aguentar.”
Damien finalmente a invadiu e sussurrou baixinho como uma besta. Se sentindo sobrecarregada, Chloe tremia levemente e mal conseguia abrir a boca.
“Alice está a caminho. Acho que ela chegará em dois dias, no dia em que começam nossas férias.” (Chloe)
“…”
Chloe engoliu em seco enquanto olhava para Damien, que ainda a segurava. Seu coração batia forte e seu corpo tremia com um formigamento.
“Passaram-se onze anos desde que ela esteve aqui, Damien.” (Chloe)
Damien respirou fundo e expirou quando sentiu Chloe agarrá-lo. A irmã mais nova de sua esposa, a quem ele viu muitos anos atrás. Embora seu rosto estivesse borrado, ele se lembrava claramente de que ela não tinha uma personalidade semelhante à de Chloe.
Uma garota infantil sem noção que estava flertando com um homem cujo status nem sequer conhecia naquele momento no Castelo das Rosas do Ducado. Uma mulher que ele não conseguia acreditar que fosse irmã de Chloe.
“Vamos enviar presentes suficientes para o castelo de Verdier.”
O rosto de Chloe ficou ainda mais rosado. Ela mordeu o lábio uma vez e o agarrou pelo ombro.
“Para Swann, ela está vindo… Eu também entrei em contato com meu pai…” (Chloe)
“Ah.”
Damien suspirou como se finalmente entendesse o que ela estava dizendo. Chloe estava se sentindo ainda mais envergonhada agora.
“Estávamos planejando passar nossas férias no Castelo das Rosas de qualquer maneira, então está tudo bem, certo?” (Chloe)
‘Estou ficando louco.’
Damien, é claro, não estava tudo bem. Ele queria devolver imediatamente ao Principado o navio em que Alice estava. No entanto, ele não pôde dizer nada, já que Chloe, que estava na frente dele, começou a se mover cuidadosamente para agradá-lo.
“… me diga algo, Damien.” (Chloe)
Os joelhos de Chloe ficaram vermelhos quando tocaram o sofá de veludo. A testa de Damien franziu. Ele levantou a cabeça e olhou para o teto. Seu pescoço tremia violentamente e emitia um som úmido.
“Maldição, tudo bem. Chloe.”
Chloe ignorou os palavrões de Damien e deu sentido às suas palavras.
“Você entendeu mesmo? Eu sabia. Pensei que você entenderia.” (Chloe)
Damien fez contato visual com ela com a testa franzida. Às vezes, quando sua esposa usava seu cérebro daquela maneira, era encantadora, mas ao mesmo tempo, ele sentia vontade de zombar dela com malícia.
“Você pensou que eu entenderia?”
Ele sorriu baixinho e levantou a parte superior do corpo. O coração de Chloe batia mais rápido quando seu corpo sólido se pressionou contra o dela.
“O motivo pelo qual amo vê-la mentir é porque estou muito feliz neste momento. Você sabe disso?”
Os olhos de Chloe se arregalaram como os de uma criança pega fazendo algo errado. Damien se imprimiu naqueles belos olhos e a abraçou com força. Um gemido semelhante a um suspiro escapou dos lábios entreabertos de Chloe.
“Bem, se você diz que não gosta…! Não consigo evitar… apenas! À rainha de uma nação, ah, Damien!” (Chloe)
“Rainha de uma nação?”
“Mesmo que seja uma visita privada, não funcionará se não houver uma diplomacia adequada… ah!” (Chloe)
Chloe não conseguia mais esquecer suas palavras. Porque Damien cobriu sua boca. Damien abraçou Chloe até amanhecer, quando o céu negro como a boca de um lobo se tornou roxo.
“O que você faria se eu dissesse não, Chloe?”
“Então eu levaria Alice para Verdier…” (Chloe)
“Chloe… você está ameaçando o rei agora?”
“Não é uma ameaça, Ah!” (Chloe)
Damien estava feliz por sua esposa ser inteligente, mas às vezes não conseguia evitar se sentir preso em emoções estranhas quando se sentia tão vulnerável.
“O que diabos fiz para você me punir assim?”
Chloe sorriu com os olhos nublados enquanto olhava para o rosto de Damien com genuína curiosidade.
“É seu pecado por me amar.” (Chloe)
A brisa da manhã era doce e amarga. Como o cheiro corporal de Damien.
Há dez dias, Principado de Carter.
No palácio real do Principado, o quarto do casal estava agitado durante a noite.
“O que há de errado em sair por um momento sem que ninguém saiba?” (Alice)
Alice bufou, suas bochechas coraram. Seu lindo cabelo loiro caía sobre seu camisão enquanto ela o passava pelas mãos.
“Não faz sentido a Rainha ir a um lugar como aquele.”
Erno se inclinou para trás no sofá, deu um gole em sua bebida e falou baixinho.
“Você diz que não vai lá para chamar atenção, então vai manter sua identidade oculta, e é por isso.”
“Paremos de falar sobre isso. Porque estou ficando irritada.” (Alice)
Erno sorriu para ela.
“Por que você não para de falar bobagem e cumpre seu dever como Rainha, Alice?”
A respiração de Alice se tornou mais rápida.
“Qual é o dever da Rainha?” (Alice)
Erno passou a língua pelos lábios enquanto tirava os preciosos anéis de seus dedos, um por um.
“Só te pedi uma coisa para fazer. Estar nos braços do rei quando ele quiser.”
“Erno!!!” (Alice)
Alice finalmente levantou a voz. Erno era e continuava sendo um tirano para ela. Alice, que vinha perdendo a paciência nos últimos dias para assistir à apresentação dos ciganos, chegou ao limite.
“Estou vivendo minha vida fazendo tudo certo por você, mas você não pode me fazer um pequeno favor?” (Alice)
No final, a arma mais poderosa saiu de sua boca. Erno, com as mãos nuas, apenas as enxugou com uma toalha molhada e não disse nada. Pensando que era a hora certa, Alice continuou seu ataque.
“Por amor, deixei minha família, minha identidade e o país em que vivia para te seguir.” (Alice)
Erno a olhou sem compreender. Através de seu cabelo cacheado, ele podia ver os olhos luxuriosos semicerrados que haviam feito Alice se apaixonar por ele. Alice não pôde resistir a esse olhar.
“Me apaixonei pelo olhar de um cigano que não tinha nada e me olhava através da fogueira como se estivesse me queimando.” (Alice)
Quando ela pensava no passado, seu coração batia mais rápido sem ela perceber, e Alice engoliu em seco com dificuldade. Erno, que a observava, jogou a toalha, se levantou do sofá e se aproximou dela.
Como na noite em que se conheceram.
Como quando em um instante ele atravessou uma fogueira ardente para alcançá-la, se inclinou, agarrou sua bochecha e a beijou.
Erno segurou a bochecha de Alice. Sua língua queimou avidamente o interior de sua boca enquanto o polegar cheirando a perfume estendia o lábio inferior dela. Um leve e tremido suspiro escapou dos lábios de Alice, que se separaram sozinhos e se moveram lentamente em direção a Erno.
Alice teve a ilusão de ouvir nos ouvidos as vozes de quem aplaudia e incentivava suavemente naquele dia. Embora Erno ouvisse assobios misturados com zombaria e inveja, ele não prestou atenção e mergulhou mais fundo na boca de Alice. Suas pestanas douradas tremeram, até finalmente caírem completamente.
“Quero estar com você hoje.”
“Quero estar com você hoje.”
Ao ouvir a voz de Erno sussurrando como naquela noite, Alice mal conseguiu se afastar. Se Erno tentasse seduzi-la com seu corpo, as coisas certamente terminariam como ele queria. Como sempre, a tentação de Erno era como uma doce droga da qual Alice não conseguia se livrar.
“Eddie.” (Alice)
Quando um nome que não era pronunciado há muito tempo saiu dos lábios de Alice, Erno arfou. A cinta da cintura do robe elegante se soltou e os músculos escuros do peito tremeram sob as roupas amarrotadas.
“Acha que faz sentido você mentir sobre sua identidade como Príncipe, fingir ser um cigano, vagar por outro país, me encontrar e então me dizer para ficar aqui e viver uma vida chata?” (Alice)
O sangue se acumulou em torno de seus olhos semicerrados, tornando-os vermelhos. Ele já não sorria.
“Por isso você não pode fazer isso, Alice. Por que não entende?”
“…” (Alice)
Alice franziu os lábios e Erno, abandonando a formalidade, a olhou intensamente e continuou a falar.
“Naquela época você já estava roubando roupas das servas e indo assistir às apresentações dos ciganos do vilarejo. Qual é o resultado de assistir à performance de uns vagabundos com esses lindos olhos brilhantes?”
“… e quanto ao nosso lindo Luca?” (Alice)
Um riso semelhante a um suspiro brotou dos lábios longos de Erno. Ele inclinou a cabeça e sussurrou em seu ouvido.
“Bem. Perdi o juízo, então no primeiro dia que nos conhecemos, nos enrolamos entre os arbustos e fizemos um precioso bebê.”
Alice engoliu em seco e apertou seus lindos lábios.
“Então. O que você quer dizer agora, Eddie?” (Alice)
De jeito nenhum. Alice só esperava que o tipo de coisa que não queria ouvir naquele momento saísse de sua boca. Mas, como sempre, Erno traiu suas expectativas.
“Maldição, quem pode garantir que um desgraçado cigano não vai chamar sua atenção?”
Erno rosnou como um animal. Ao vê-lo mostrar seu verdadeiro rosto, Alice não teve escolha senão dar-lhe um tapa.
Paf!
Erno, que recebeu obedientemente o tapa, a jogou na cama como se agora fosse sua vez. Alice foi segurada pelos pulsos e levantou os olhos enquanto o encarava.
“Por que não confia em mim? Como me vê aos seus olhos?” Erno pressionou seu corpo com força para impedi-la de se mover e então suspirou profundamente. A seus olhos, ela era como uma sereia mítica que enfeitiçava todos os homens do mundo.
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