Índice de Capítulo

    Semanas haviam passados desde o evento global nomeado de “O Cataclismo Negro”. Ethan tentou recuperar os estragos, criando alianças com os ducados e condados da região, para que pudessem se ajudar mutuamente.

    O dia da conferência mundial tinha chegado. O dia onde todos os membros da Alta Corte iriam se unir para julgar o principal culpado de todo aquele caos…

    Alexander Cosmogéno e Christopher Zivot, dois dos cinco maiores gênios das Grandes Cinco Ordens…

    — Então, vocês apenas decidiram colocar as cabeças desses dois como a razão pelo caos? — Ethan indagou incrédulo.

    Na capital de Romerian, a cidade de Athenian, no Estado do norte Zethian, os mais influentes do mundo se uniram… Os Titãs. O grupo mais seleto que todas as nações podiam ter; força, poder, influência em todos os reinos…

    Eles era praticamente os deuses que ditavam as regras. Os homens acima da própria lei… 

    — Não nós, o Governo. A Ordem Mundial decidiu isso… — disse Lincoln Durham, o atual líder dos Titãs. Sendo o mais robusto e antigo dos Titãs, porém, mostrou seus olhos prateados confusos e sem esperança.

    — E desde quando o Governo tem poder contra vocês? Usem a força.

    — Não fique revoltado, Grande Mestre… — implorou Javier, um homem juvenil e de cabelos sedosos.

    — Como não? Lincoln, o que aconteceu com nós somos a poder acima da justiça?

    Lincoln engoliu em seco… Com um simples gesto de desviar os olhos, ele havia entregado que estava tão confuso quanto a decisão jurídica.

    Revoltado e sem acreditar na reação de Lincoln, o Duque levantou-se de sua cadeira e comentou:

    — Você virou um pacifista… O maior guerreiro da história… Virando um pacifista.

    — Opa, calma lá. Você abandonou os Titãs para viver uma vida de prefeito — retrucou Sergei Ivanov.

    Um olhar fervoroso escapou da pupila de Ethan, junto de um julgamento absoluto. Sergei foi analisado dos pés à cabeça em um segundo.

    — Não sabia que vocês estavam contratando bobos da corte para esse cargo…

    Se comparado com todos daquela sala, Sergei praticamente não tinha uma aura.

    — Ethan… — disse Lincoln — Você sabe de alguma coisa? Sua revolta não é de teu feitio.

    — Luanne — chamou Ethan, olhando para uma mulher no canto da mesa.

    Rapidamente, uma mulher alta de cabelos e olhos negros levantou-se carregando uma caixa coberta por um pano.

    Com as mãos protegidas por luvas especificas, ela retirou o pano branco e revelou uma caixa de vidro reforçado; tão grosso que estava turvo. Porém, o que estava dentro da caixa era identificável: um núcleo de energia com a tonalidade negra.

    Entretanto, não existia um núcleo de energia negro…

    — Isto é um núcleo corrompido — afirmou Luanne Darkmoon. — Retiramos de uma das máquinas de Loureto. A substância negra, essa névoa que conjura pequenas descargas de energia… Julgamos ser o motivo das falhas mecânicas.

    — E por quê? — perguntou Sergei. — É tão difícil assim admitir que houve uma falha na programação das máquinas?

    — Cem por cento de chance de falhas? — indagou Ethan — Lembre-se, não foram algumas… Foram todas as máquinas. Estávamos evoluindo tecnologicamente; automóveis, máquinas que colhem e plantam, equipamentos de comunicação… Tudo o que usava alguma parcela de núcleo resultou nessa catástrofe.

    Dando de ombros e sem mais argumentos, Sergei queria apenas contrariar.

    — Vai ver vocês não dominam os núcleos tão bem quanto achavam.

    Novamente, Ethan o encarou com um olhar afiado.

    — Lincoln, você sabe o que fazer com essa informação — disse Ethan, virando as costas para os demais Titãs.

    — Você já vai?

    Enquanto Ethan e Luanne saiam da sala, eles pararam e olharam para Lincoln com olhares amistosos.

    — Sim. Precisamos resolver algo em Loureto.

    A porta automática fechou-se, isolando os Titãs do resto do mundo. Joshua Betzen, conhecido como Titã do conhecimento, levantou-se aflito com a atitude de Sergei.

    — Você está maluco? Tratar Ethan Caesar com essa postura?! — disse Joshua.

    — E o que tem? — retrucou Sergei.

    — Você está pronto para morrer? — questionou Calebe Van Vouir — Quer declarar guerra a ele?

    Sergei riu.

    — Eu não tenho medo de um único homem.

    Evitando constranger o novo Titã, todos os Titãs seguraram suas gargalhadas. Eles não podiam diminuir nenhum membro, mas a falta de senso de Sergei estava conflitando com os ideais do grupo.

    — Ele foi o Titã mais forte — disse Lincoln.

    — E por quê saiu?

    — Ethan não depende de nós… Sendo tão forte quanto qualquer um de nós, ainda mais, tendo o apoio do Imperador de Romerian e do Coronel Leon, ele não depende de nós para nada.

    — Lembre-se, você acabou de dar um tapa na cara para o sobrinho preferido do Imperador. Além disso, o filho do Coronel Leon, o irmão e braço direito do Imperador Caesar. Está pronto para isso?

    — Pronto para morrer e ser negado até para o inferno? — completou Javier — Pois é exatamente isso que significa arrumar briga com àquela família.

    ☽✪☾

    Saindo do Palácio Eterno, onde o Governador de Zethian vive, Ethan desceu as escadas ao lado de Luanne. Abandonando os corredores majestosos, Darkmoon não conseguiu evitar perguntar sobre Theo.

    Afinal, Luanne era a madrinha de Theo.

    — Ele está bem — respondeu Ethan — Traumatizado… Mas bem. Recentemente recebeu alta e já está falando normalmente, mas naquele estilo meio abatido, sabe? Está com alguns ossos quebrados, mas Camille está se atentando em cuidar dele.

    ‘Ainda não entendo como esse homem consegue reagir tão calmamente a tudo isso…’ uma voz confusa disse na mente de Luanne.

    ‘Ele… Também está traumatizado’ respondeu Luanne.

    — Bom… Então, está na hora da madrinha vê-lo! — Luanne disse cruzando as mãos nas costas e dando passos desajeitados nos degraus.

    — Eh… — Ethan a encarou com cara de tacho. — Decidiu isso de última hora?

    — Não. Estava querendo vê-lo há muito tempo. Porém, os trabalhos no Culto de Alunne não estavam me deixando respirar… Além disso, os campeonatos anuais das Cinco Grandes Ordens estavam consumindo tudo de mim.

    — Continuam gastando dinheiro com esses eventos?

    — Sim. O Edward não vai participar?

    Ethan assentiu que não, balançando a cara com um certo receio.

    — Ed é um humano, não desviante. Não poderá entrar nas ordens tão cedo… 

    — Uhum… Mas, desde quando estão em Athenian?

    — Hum… Há umas duas semanas. Theo precisou ser transferido para cá, e eu também… Ficamos na casa do Elijah.

    — E por quê não me disse?! Eu viria rapidinho, sabe disso. Não teria que se submeter ao seu irmão detestável…

    Ele suspirou e deu de braços.

    — É. Mas, até que foi bom. A Sthefanny ensinou matemática e idiomas para o Theo, e ele estava ajudando a Chloe, filha do Elijah, a entender física e química.

    — Bom em física e química, mas ruim em matemática? — Luanne brincou.

    — Me surpreende uma criança de cinco anos entender essas duas áreas da ciência com tanta propriedade.

    Luanne concordou demonstrando um silêncio absoluto. Eles desceram totalmente o caminho, sem mais nenhuma palavra dita. Ambos mantiveram seus pensamentos em sigilo, embora fossem totalmente similares: se preocupavam arduamente com Theo.

    Ao chegarem na calçada, foram abordados por um soldados fã de carteirinha de Ethan…

    — Sir Ethan! — gritou Moris Ziziel.

    Assustado com um berro, mas sendo retirado dos pensamentos sufocantes, Ethan sorriu ao ver o jovem.

    — Moris!

    — O garoto demônio? — Luanne brincou, embora estivesse o chamando genuinamente daquele jeito.

    Há oito anos, quando Ethan ainda tinha dezenove anos e era apenas um candidato a Grande Mestre de Vagus, Moris Ziziel surgiu; um garoto sem espirito de luta, sem vontade de machucar qualquer um…

    Porém, com um talento tão bruto e latente que era comparado ao mais jovem entre os Titãs: Javier.

    ‘Não é à toa…’ A voz voltou a falar com Luanne. ‘Sua presença em si é esmagadora… Como o verdadeiro pecado da Ira.’

    ‘Sim…’

    — Vai ficar mais alguns dias em Athenian? — O brilho nos olhos de Moris pareciam estrelas quando falava com Ethan.

    — Não… — disse com medo de machucar Moris — Tenho que voltar com Theo para Loureto. Mas, eu volto em breve.

    — Em quantos anos? — Moris disse com uma voz hesitante. Da última vez, ficou sem conversar com seu ídolo por sete anos…

    — Hum… Seis meses, quem sabe?

    — Promete?! — Moris despertou alegremente. Seis meses era melhor do que um ano (equivalente há quinze meses nesse mundo).

    Ethan estendeu a mão.

    — Prometo, pelo meu vínculo com a Fênix.

    Moris apertou a mão do Duque.

    — Botei fé. Abrace o Jovem Mestre por mim!

    — Até mais, Moris! — Ethan despediu-se de costas.

    — Iremos buscar Theo? — perguntou Luanne, escondendo os braços nos bolsos largos e compridos do seu jaleco branco.

    Ethan assentiu que sim, mas só iriam partir para Loureto na outra manhã. Já estava no entardecer, então, Ethan não queria arriscar atravessar um continente durante a noite.

    Antes que a lua pudesse banhar aquele dia, uma coruja branca rasgou a eternidade, acompanhando Luanne do topo da criação.

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