Capítulo 95: Domador da noite branca.
“O líder da guilda Martelo Imortal, me conhecer?”
Perguntou Ken, seu tom de voz permanecendo neutro, que Magnus respondeu com um sorriso.
“Sim, desde o momento em que ouvi que um jovem exterminou aquele grupo de criminosos, fiquei bastante ansioso para conhecer tal pessoa.”
“…”
Ken podia perceber cada falsidade presente em seu rosto e nas suas palavras. Na verdade, ele podia perceber o leve brilho de fúria presente em seus olhos que tentava esconder.
“Você até foi chamado pelo prefeito que também reconheceu seu grande feito, realmente impressionante. Então, sobre o que vocês falaram?”
“…”
Ken agora percebeu onde ele queria chegar com tantos elogios. O que ele realmente queria era saber se o prefeito estava tramando alguma coisa contra ele trazendo Ken consigo.
Mas Ken não iria cair em seu jogo, então respondeu.
“Sobre minha recompensa.”
“Sério? E nada mais?”
“Sim.”
“…Estou vendo, para te chamar apenas para lhe dar uma recompensa, o prefeito deve realmente começar a gostar bastante de você~”
Suas palavras carregavam sarcasmo, o que mostrava que ele não acreditava nas palavras de Ken.
“De qualquer forma, também soube que você tinha entrado em uma briga com alguns de meus homens antes de tudo isso acontecer. Como chefe deles, não posso apenas ficar apenas em silêncio, não achas?”
“Então vieste buscar retaliação?”
“Ahaha, retaliação? Longe disso. Na verdade, também estou interessado em você.”
Disse Magnus com uma gargalhada.
“…Interessado?”
Perguntou Ken erguendo uma sobrancelha, surpreso pelo interesse repentino de Magnus por ele, mesmo sabendo que eliminou um grupo que fazia parte de sua afiliação.
Magnus, confundindo a mudança de expressão de Ken com algo positivo, ergueu os lábios em um sorriso, e falou.
“Sim, então serei direito. Ken Wolff, que tal entrar na minha guilda como um membro de alto escalão? Dinheiro, reputação, mulheres, tudo isto estará disponível para você caso aceites entrar na minha guilda e me considerares seu mestre. O que me dizes? Não é uma oferta ruim, não achas?”
“!…”
A oferta de Magnus pegou seu subordinado de surpresa, fazendo-o olhá-lo com olhos arregalados, como se não pudesse acreditar que seu líder realmente estava pensando em recrutar Ken, ainda mais com tamanha oferta. Mas ele se conteve para não argumentar, com medo de irritar seu líder.
‘Não tem como recusar tamanha oferta.’
Pensou Magnus, ignorando a surpresa de seu subordinado.
O líder da guilda estava bastante confiante com sua oferta. Que mercenário não aceitaria viver confortavelmente enquanto aproveitava a luxúria carnal sem consequências?
Mas isto era apenas uma isca, no início ele o deixaria desfrutar de todo conforto, mas depois o iria espremer com todos os tipos de trabalhos sujos. Afinal, embora estivesse realmente interessado nele, Ken ainda ousou desafiar sua autoridade, então ele planejava fazê-lo pagar por tudo.
Tudo que ele precisava era ouvir era um simples sim, e a coleira já estaria presa em seu pescoço.
“Não, obrigado.”
“!”
“!”
Mas a resposta indiferente de Ken foi como se tivesse levado um tapa na cara, deixando o líder da guilda e o subordinado sem palavras.
“Ei.”
Chamando com um tom frio, o subordinado de Magnus não suportou conter sua fúria e se aproximou ameaçadoramente de Ken, ficando cara a cara com ele.
“Que ousadia a sua recusar a oferta do líder, você acha que é qualquer um que teria a chance de receber tamanha oferta? Ainda mais pelo próprio líder?”
Seu tom de voz era frio e seu olhar para Ken era de total desprezo. Depois, pousou sua mão direita no ombro de Ken e o apertou com força, tentando intimidá-lo.
Ele estava com inveja pelo líder ter demonstrado interesse em Ken, mas ficou ainda mais irritado quando Ken recusou sua oferta sem hesitação, como se não fosse grande coisa.
Com um olhar frio, Ken olhou para a mão que foi colocada por cima de seu ombro. Mas o subordinado, não percebendo a mudança de humor de Ken, ou talvez tenha percebido mas acreditava que ele não faria nada, continuou com sua ameaça.
“O líder ficou interessado em você, então, te aconselho a reconsiderar sua oferta, se não…-khua!?”
Antes que o subordinado tivesse a chance de terminar suas ameaças, Ken pegou seu pulso e o torceu fazendo o subordinado cair de joelhos no chão, completamente imobilizado.
*Crack!*
E depois o quebrou, junto do braço.
“Ghuaaaaaaa!!!”
O subordinado começou a gritar, não suportando a dor de ter seu pulso e braço quebrados ao mesmo tempo.
“…O que significa isso?”
Perguntou Magnus, sua expressão irritada e ameaçadora, não com o sorriso falso de antes.
“…”
Mas Ken não se intimidou com sua mudança de expressão e apenas o recebeu com um olhar ainda mais frio e ameaçador.
“…”
“…”
O silêncio era tão ensurdecedor enquanto ambos trocavam olhares ameaçadores, tornando o ar tão denso que um conflito poderia ocorrer a qualquer momento.
“…Autodefesa.”
Mas então Ken se acalmou e quebrou o silêncio respondendo a sua pergunta, depois começou a andar, passando ao lado de Magnus, que não fez nada e apenas o deixou passar.
“Não penses que vou deixar as coisas assim.”
Ameaçou Magnus enquanto Ken passava por ele.
“Estarei esperando.”
Respondeu Ken sem parar de andar ou olhar para ele, deixando os dois para trás até desaparecer pela escadaria.
‘Aquele desgraçado!…’
Depois de estar longe deles, o rosto de Ken voltou a se contorcer em total desgosto que até as veias começaram a saltar de suas têmporas e seus punhos se apertaram com força.
‘Têm cheiro de cultista demoníaco!’
A razão que Ken parecia tão irritado era porque aqueles dois tinham cheiro de cultistas demoníacos, o que desencadeou um ódio profundo.
§§§§
Após deixar o castelo municipal, Ken agora se encontrava andando pelas ruas da cidade, com seu rosto coberto pelo capuz de seu manto. Já era de noite, mas os postos de luz feitos com dispositivos mágicos iluminavam as ruas da cidade, possibilitando a movimentação das pessoas mesmo de noite.
Depois de muito andar, ele chegou até a praça da cidade, que tinha diversos caminhos que levavam a várias áreas chaves da cidade. Normalmente, Ken teria voltado na hospedaria que frequentou desde que chegou para esta cidade, mas desta vez ele tinha outros planos.
Ao invés de pegar o caminho que levava para a hospedaria, Ken começou a andar por um caminho do lado leste, longe da hospedaria. Depois de vários minutos andando, ele chegou até uma área bastante iluminada, onde diversas mulheres ficavam paradas nas calçadas chamando a atenção dos homens com suas vozes mais doces, algumas até andavam de mãos dadas com alguns homens e os levavam para dentro de suas residências.
Esta é uma área da cidade chamada de ‘ponto de laser’, o principal ponto onde você encontra todas as melhores prostitutas e melhores bordéis da cidade. Uma completa área de lazer.
“Oi grandalhão~, que tal você brincar comigo esta noite?~”
“Querido~olhe aqui~”
“Aposto que seu amigão deve ser tão grande quanto sua altura~”
Enquanto andava pelas ruas, diversas prostitutas nas calçadas tentavam chamar sua atenção, mas Ken apenas as ignorava, já tendo seu destino em mente.
Depois de muito andar, Ken parou na frente de um bordel chamado de [Prazer dourado]. O prazer dourado é um dos bordéis mais prestigiados do ponto de lazer. Seu edifício de cinco andares era bastante elegante e requintado, chamando a atenção de qualquer um mesmo aqueles que estivessem longe.
Ken andou até a entrada.
“Parado aí.”
Mas foi impedido por um segurança que estendeu a mão a sua frente, impedindo sua entrada, e continuou.
“Não sei quem é você, mas ao menos que você tenha bastante dinheiro, não é qualquer um que pode entrar neste bordel. E quem é que anda com capuz de noite?”
“…”
Ao invés de responder, Ken simplesmente retirou seu capuz e olhou para ele.
“!…”
O segurança ficou chocado com a aparência de Ken, e logo em seguida, se afastou da entrada.
“D-desculpe, pode entrar.”
O segurança então começou a se desculpar nervoso e até abriu a porta para que Ken pudesse entrar, como se a aparência de Ken fosse suficiente como passe de entrada.
Ken não recusou seu gesto de boa vontade e simplesmente entrou.
“…”
O interior do bordel foi como Ken imaginava apenas olhando pela aparência exterior. O local era bastante iluminado com diversos lustres pendurados nos tetos, feitos de esferas de luz mágicas e não velas. Elegantes mesas redondas estavam espalhadas pelo lado esquerdo e direito do salão criando um caminho no centro até o balcão. As mesas estavam repletas de homens rindo de orelha a orelha enquanto as cortesãs serviam-lhes bebidas extremamente caras e petiscos que devem custar o salário inteiro de um plebeu.
Depois de examinar o local, Ken começou a se aproximar do balcão com passos leves, onde um homem se encontrava por trás dela.
“Oi, querido~”
Antes que Ken tivesse a chance de sequer falar com o balconista, uma bela mulher de meia idade se aproximou dele e envolveu suas mãos em seu braço direito.
“Que tal me seguidores para uma sala privada?”
“?”
As palavras da bela cortesã fizeram Ken levantar uma sobrancelha.
Seu tom de voz estranhamente não carregava sedução, mesmo parecendo ser uma das cortesãs. Ken então olhou ao redor do bordel, percebendo que estava chamando a atenção da maioria das cortesãs e até de alguns clientes.
Depois, Ken voltou seu olhar para a cortesã ao seu lado, percebendo que ela queria tirar Ken daí para não atrapalhar os negócios, mas sem ofendê-lo, por isso ofereceu uma sala privada.
Ela pode não ter notado, mas Ken percebeu tudo isso com apenas esta pequena interação que tiveram, e estava realmente admirado com a rapidez de como este lugar era gerenciado, realmente condizente com sua reputação de um dos melhores bordéis do ponto de lazer.
Uma sala privada é o lugar onde apenas pessoas de influência e com poder financeiro podiam frequentar, já que você pode beber, comer e receber entretenimento de belas cortesãs de forma privada.
Mas parecia um gasto necessário para não perder o fluxo dos negócios.
“Aceito.”
Então Ken não teve escolha a não ser aceitar a oferta.
“Ótimo. Por favor, siga-me.”
A cortesã então começou a guiar Ken pelo bordel até a escadaria, levando-o nos pisos superiores, mas no meio disso, Ken falou.
“Ao invés de uma sala privada, por favor, me dê um quarto.”
“…Um quarto? Tem certeza?”
Perguntou a cortesã, a dúvida presente em sua voz, porque recusar uma sala privada de graça era como perder uma chance única, embora um quarto neste bordel também não era barato, já que é onde o verdadeiro trabalho das cortesãs era feito.
“Sim, faça isso.”
“…”
A cortesã ficou um pouco pensativa com a resposta indiferente de Ken, mas logo respondeu.
“Certo, farei isso. Mas neste bordel, o pagamento é feito primeiro, então…”
Antes que ela pudesse terminar, Ken retirou de seu manto três moedas de ouro e botou na mão da cortesã.
“!”
Os olhos da cortesã se arregalaram de surpresa enquanto olhava para as moedas de ouro na palma de suas mãos.
“Em meia hora, me traga três de suas melhores cortesãs.”
Enfatizou Ken.
§§§§
Depois de meia hora, três cortesãs estavam paradas na porta do quarto onde Kern se encontrava. Elas eram umas das mais belas e jovens cortesãs do bordel, portanto, também eram mais caras que as demais.
“…Porque tiveram que chamar três de nós?”
Perguntou uma delas.
“Não sei, a gerente simplesmente disse para nós servirmos ele. Mas chamar a nós três? será que ele aguenta?”
Disse outra.
“Se ele aguenta ou não, desde que sejamos pagas, vamos apenas fazer o nosso trabalho.”
Disse a terceira.
“Sim, você tem razão.”
“Sim…”
Concordaram as outras duas.
Com isso, a terceira respirou fundo e começou a bater na porta.
*Toc, toc, toc.*
Depois de bater, ela esperou por uma resposta do outro lado, mas mesmo depois de um minuto ter se passado, não houve resposta do outro lado, então ela estava se preparando para bater de novo.
“Podem entrar.”
“?”
“?”
“?”
Mas antes que ela voltasse a bater, veio uma resposta do outro lado, autorizando para que entrassem.
Pelo tom de voz, elas puderam perceber que o cliente era um jovem, provavelmente da mesma idade que elas. Com isso, a terceira abriu a porta e as três entraram no quarto.
Mas quando entraram, não puderam encontrar o cliente em lugar nenhum do quarto, nem na cama e em nenhum lado do cômodo.
“Onde está ele?…?”
Perguntou uma delas, que recuou de costas para procurar pelo cliente, mas esbarrou em alguma coisa dura, o que a fez olhar para trás.
“!”
Ela deu um susto assim que olhou para trás, depois, seu rosto corou parecendo um tomate com olhos arregalados, e levou a mão à boca.
As outras cortesãs acharam estranho a reação repentina da outra cortesã e também olharam para trás, apenas para terem a mesma reação.
Ken, que não parecia estar em lado nenhum, esteve o tempo todo atrás delas desde que entraram. Ele estava vestido com apenas uma toalha que cobria a parte inferior de seu corpo, gotas de água escorriam em seu peito nu, branco como papel e musculado, com seu cabelo solto e úmido, que cobria parte de seu rosto.
“O que estão esperando?”
Disse Ken, puxando seu longo cabelo para trás, revelando seu rosto.
“Vamos para cama.”
§§§§
“Ei, você viu aquele homem que entrou?”
“Qual? te referes a aquele alto com o rosto pálido?”
Dois homens responsáveis pela segurança do bordel discutiam e fofocavam em um dos corredores do primeiro andar do bordel [Prazer dourado].
“Sim, parece que a gerente lhe providenciou uma sala privada, ainda mais de graça, você acredita nisso?”
Disse o segurança 1, reclamando pelo que ele achava ser uma injustiça.
“Na verdade, parece que ele recusou a sala privada e ao invés disso pediu por um quarto.”
Respondeu o segurança 2.
“Sério? Ele realmente recusou por uma sala privada?”
“Sim, e além do mais, ele também pediu para três cortesãs lhe servirem, das mais jovens.”
“Quê?…”
O segurança 1 pareceu genuinamente chocado com a informação que acabou de receber.
“Uma noite com uma destas cortesãs são praticamente três meses de todo meu salário, e ele pediu por três?”
“Sim, você acredita nisso?”
Respondeu o segurança 2.
“…Hmph, que convencido, aposto que ele não irá durar nem cinco minutos com uma delas, ele provavelmente só queria se exibir.”
“Sim, aposto que eu iria satisfazê-las melhor do que ele.”
“Hmph, melhor que eu? Duvid-”
“AHHH~AH~”
“?!”
“!?”
Antes que o segurança 2 terminasse de falar, foi cortado por altos gemidos que surpreenderam os dois, vindo dos andares superiores.
“…O que foi isso?…”
Perguntou um deles.
“AHH~~”
Os altos gemidos continuavam, chamando a atenção não apenas dos dois seguranças do primeiro andar, mas também das pessoas no segundo, terceiro, quarto e até no quinto andar também eram capazes de ouvir.
“O que é que se passa?…”
“O que…é isso?…”
Algumas das cortesãs que estavam entretendo seus clientes nas salas privadas e nos quartos também podiam ouvir, ficando curiosas de onde vinham esses gemidos.
“AHH~AHH~”
A gerente também podia ouvir os gemidos, e então começou a subir pela escadaria até onde o gemido era mais forte, o que a levou até o quarto andar.
“?”
Mas quando chegou lá, se surpreendeu com a multidão de cortesãs já presentes no andar, rodeando a porta de onde vinham os gemidos.
“O que é que se passa?”
Perguntou a gerente.
As cortesãs se assustaram assim que viram a gerente, embora também não sabiam o que responder, então simplesmente abriram espaço para a gerente, revelando o quarto de onde vinham os gemidos.
“Aqui?…”
A porta, inesperadamente, era do quarto que ela havia oferecido para Ken e as três cortesãs que ela providenciou.
Percebendo isso, a gerente se virou para as outras cortesãs e falou em tom baixo.
“O que estão fazendo aqui, voltem aos seus trabalhos, chó, chó.”
Ela começou a expulsar os curiosos de volta aos seus trabalhos, que embora com relutância, começaram a se dispersar. Depois, a gerente voltou sua atenção para a porta.
‘O que será que está acontecendo ali dentro? Só espero que não demore tanto.’
Pensou na cortesã.
Mas infelizmente, ao contrário do que ela pensava.
“Ahh~”
Uma hora, duas horas, três horas, quatro horas se passaram e os gemidos ainda continuavam altos, parando apenas depois de cinco horas.
Em apenas esta noite, um apelido já estava sendo circulando pelo bordel, para o homem que fez três cortesãs gemeram durante a noite toda.
O Domador da noite branca.
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