Olhamos um para o outro e sorrimos, a luz refletia nos olhos castanhos dele e brilhava. O sorriso dele era genuíno, geralmente algumas pessoas têm sorrisos fingidos que só de você olhar, reparar que o sorriso é esforçado. 

    Mas o dele era diferente, sentia que era verdadeiro. Não sabia explicar como eu estava me sentindo, mas eu me sentia atraída por ele. Aquele olhar profundo e misterioso, os lábios largos e rosados. Realmente ele era lindo.

    Imaginado tudo isso, a vontade de simplesmente deixar as coisas acontecerem falou mais alto do que a sensação de que eu não deveria ir.

    Saímos da festa às escondidas, perguntei quem havia lhe chamado para festa e ele me respondeu ser o noivo. Eles se conheceram numa festa e se tornaram amigos. Os homens geralmente fazem amizades muito rápido, é só terem alguns gostos em comum e pronto já são amigos. 

    Já a Susan e eu, foi um pouco complicado nos tornamos amigas. Em tempos tinha uma mania de não confiar nas pessoas, pensava que todos que se aproximavam tinham algum interesse. A Susan e eu conhecemo-nos na escola, ela era meio popular e eu mais reservada. Ela tinha um grupo de amigos, aqueles amigos descolados em que eram conhecidos pela escola toda. 

    A Susan e eu estudávamos na mesma turma. Só que ela não reparava em mim, estava sempre ocupada rodeada de pessoas. Ela mal reparava em mim até um certo dia em que caímos no mesmo grupo. Ela foi à minha casa e eu na casa dela e pouco a pouco começamos criando uma amizade. 

    Lembro que uma vez que ela deu um surto no refeitório e zangou todos do seu grupo, chamando-os de falsos. Por ela ser popular, as pessoas só se aproximavam dela para tirar vantagens, e ela sabia disso. Só que antes ela não ligava até o dia que começamos a sair juntas e ter vivido o que era uma verdadeira amizade sem julgamento ou fingimento, simplesmente uma amizade autêntica e verdadeira. 

    Foi um verdadeiro escândalo aquele dia, e os ditos amigos dela, se afastaram e mantiveram distância. E agora somos amigas inseparáveis.

     Pegamos um táxi. Ele me levou para um roulotte comer hambúrguer, fiquei chocada, pensei que ele me levaria para um restaurante chegando lá pedir uma garrafa de vinho mais cara para me impressionar e mostrar que era homem. Mas pelo incrível que pareça, ele não queria mostrar esses lados dos homens ou ele tinha reparado que eu não me impressionava por coisas materiais. 

    Fizemos o pedido, pedi um hambúrguer só com carne e salada e uma garrafa de água, já ele pediu um especial com tudo e uma coca cola. Também para sustentar aquele corpão tinha que comer bem ou qualquer coisa do gênero. Comemos e conversamos por um bom tempo, ele contou de como era popular na escola e como fazia sucesso com as meninas. 

    Parei de observar como ele falava de si mesmo e da sua família, pelos vistos eles tinham uma boa relação. E por momento ficou um silêncio na mesa, ele olhando para mim e eu fingindo que não estava vendo. Mas não aguentei e comecei a rir, coloquei a mão no queixo e inclinei a cabeça para o lado e ficamos por uns segundos encarando mutualmente, aí o meu celular tocou. 

    Era a Susan me perguntando aonde eu tinha ido, tentei explicar para ela sem se sentir constrangida, mas foi um fracasso total. Assim que desliguei o celular reparei o Jackson a rir de mim, ele comentou que estava corada enquanto tentava explicar a Susan onde eu estava. Foi vergonhoso demais.

    Apeguei naquele clima bom e perguntei o que havia acontecido no dia que ele foi no restaurante.

    Simplesmente depois daquela pergunta houve um silêncio mortal. Comecei a achar que não deveria ter feito aquela pergunta.

    — Bem… não se sinta obrigado em responder. Só fiquei curiosa mesmo — disse toda envergonhada.

    Ele terminou de mastigar, tomou um gole da cola e virou para mim.

    — Não é necessário ficares assim toda envergonhada. Aquele dia não foi um dos meus melhores dias. É que eu havia chegado de viagem, tinha ido ver a minha mãe que estava um pouco doente. Cheguei no trabalho um pouco chateado com o atraso do voo, e quando cheguei, recebi provocação de um colega de trabalho mesmo na porta ao entrar. Ele sempre pegava no meu pé, não sabia qual era o problema que ele tinha comigo.

    — Mas naquele momento eu o ignorei e fui falar com meu chefe. Mal sabia eu que ele já havia envenenado o chefe contra mim. O meu chefe me zangou, falou um monte de coisas que não tinham nada haver, mas por ele ser meu amigo só me deu uma chamada de atenção. 

    Ele parou por um instante e bebeu rapidamente sua coca, me encarou nos olhos, desviou os olhos para o lado e continuou:

    — E naquele mesmo dia era a festa de aniversário da empresa, fui para casa, me aprontei e voltei para a empresa e mesmo no momento de diversão o rapaz aparece de novo tirando sarro de mim. E eu já não suportava mais e brigamos — contou o Jack.

    — Entendo. Tem pessoas que não é necessário você fazer nada, são movidos pela inveja. Só me diz uma coisa, quem apagou mais? — perguntei sorrindo.

    — Claro… que é ele! — respondeu o Jack dando mais uma mordida no hambúrguer.

    Olhei para as horas e já era quase 1h da manhã, disse para ele que era melhor nós irmos que estava ficando tarde. Ele terminou de comer, se levantou e pagou o senhor, e fomos andando até o meu prédio. No caminho ele tirou o seu casaco e cobriu os meus ombros totalmente exposto. 

    Reparei que ele exitou um pouco ao ver onde eu morava, mas depois seguiu andando normal e eu também não me interessei muito. Nos despedimos, ele estava à espera que eu entrasse depois para ir embora.

    Parei e me virei, sabia que eu iria me arrepender. Mas decidi arriscar, passei a minha vida toda me privando e me isolando do mundo que agora que sei que posso morrer a qualquer momento irei arriscar mesmo que depois eu quebrasse a cara.

    — Queres entrar? — logo que falei, ele se virou para mim.

    — Tens a certeza? — respondeu

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