Índice de Capítulo


    Gritos reverberavam no ar enquanto uma caravana de mercadores era atacada por bandidos.

    “Não, por favor, não machuquem minha filha!” uma mulher agarrou a perna do bandido enquanto implorava.

    O bandido segurava uma garotinha nos braços e zombava da mãe da menina. Claramente, ele não tinha a menor intenção de soltá-la.

    “Saia daqui! Eu não gosto de mercadoria usada!!” O bandido rugiu enquanto chutava a mulher para longe.

    “Nãããão! Mamãe!” a garotinha chorou ao ver o corpo da mãe colidir contra o chão.

    “Homens! Peguem o tesouro e todas as garotas bonitas. Quanto ao resto, matem todos!” O líder dos bandidos ordenou enquanto cortava a cabeça de um dos guardas da caravana.

    “”Sim!!”” os bandidos responderam em uníssono, seus olhos cheios de cobiça enquanto olhavam para as carruagens.

    A mulher se apoiou no chão com dificuldade, mas os ferimentos que sofreu a impediram de se levantar.

    “Lucy!” a mulher chamou o nome de sua filha enquanto lágrimas escorriam pelo rosto.

    “Mamãe!” Lucy chamou pela mãe.

    “Desculpe, garotinha, mas você não vai a lugar nenhum.”

    “Me solta! Me solta! Eu quero a minha mamãe! Uaaaaaaaaah!”

    A pequena lutou, mas foi em vão. O bandido era muito mais forte que ela, e tudo o que podia fazer era chorar e chamar por sua mãe.

    O grupo de mercadores havia mergulhado no caos enquanto os bandidos saqueavam e matavam sem piedade. Os guardas estavam lutando para contê-los, mas os bandidos tinham a vantagem numérica.

    Mais de cem bandidos surgiram do nada e os emboscaram.

    O líder do grupo mercante, Benjamin, comandava seus homens e lutava com todas as forças contra os bandidos. No entanto, seus inimigos eram simplesmente mais poderosos e experientes em combate do que eles.

    Quando toda a esperança parecia perdida e o fim se aproximava, o som de um assobio cortou o ar. Uma flecha cravou-se na testa do bandido que segurava uma garotinha nos braços, que ainda lutava para correr até sua mãe.

    Tudo aconteceu tão rápido que o bandido caiu no chão, sem nem saber como morreu.

    “Não desejo o dominio, mas não posso deixar os inocentes sofrerem,” a voz de um jovem garoto se espalhou pelo campo de batalha caótico.

    O líder dos bandidos lançou um olhar feroz na direção da voz e viu o que parecia ser um garoto vestindo um manto com capuz, montado em uma cabra Angoriana, segurando um arco e flecha.

    “Portal, abrir…,” William murmurou enquanto encaixava outra flecha no arco e tomava posição.

    Atrás dele, um portal se abriu, e um rebanho de Íbexes de Guerra Angorianos avançou contra os bandidos com fúria.

    A flecha de William voou reta e certeira, perfurando o pescoço de um bandido que carregava um garotinho no ombro.

    “Mamãe, use Grito de Guerra!” William ordenou.

    “Meeeeeeeeeeeeeeeh!”

    O Grito de Guerra de Ella ressoou pelo campo de batalha, fortalecendo as capacidades do rebanho de William em 30%.

    “P-Por que essas cabras são tão fortes?! Arghhh!” Um bandido gritou alarmado ao ser perfurado por um chifre azul brilhante.

    “I-Isto não pode ser! Isso é impossível!” O líder dos bandidos recuou quando os Íbexes de Guerra apareceram. “Como essas bestas de guerra das Regiões do Norte estão aqui?!”

    Benjamin, o líder do grupo mercante, percebeu que a maré da batalha havia virado a seu favor. Ele imediatamente ordenou que seus homens apoiassem os Íbexes de Guerra Angorianos que surgiram e lutassem contra os bandidos com renovado vigor.

    Benjamin nunca tinha visto essas bestas antes, mas as palavras do líder dos bandidos estavam carregadas de choque e descrença. Como mercador, ele conhecia bem as tribos do Norte, mas nunca tinha ido até lá para negociar. Mesmo assim, isso não era algo com que ele precisava se preocupar no momento.

    O que importava era que o recém-chegado estava do lado deles!

    “Homens! Matem todos eles!” Benjamin rugiu enquanto liderava seus homens na batalha.

    William continuou atirando suas flechas nos bandidos em fuga. As flechas que ele usava não eram comuns. Eram flechas de aço forjadas pelo maior ferreiro de Lont, Barbatos. Além de seu poder de perfuração, também continham um veneno paralisante extraído da Besta Milenar, Amphisbaena.

    Qualquer um que fosse atingido por uma flecha de William ficaria paralisado e incapaz de se mover por algumas horas. Esse era o quão forte o veneno da Besta Milenar era.

    “Retornar,” William ordenou, e as flechas que haviam perfurado os bandidos voaram pelo ar e voltaram para a aljava em suas costas. Algumas ainda estavam manchadas de sangue, mas William não se importou. Ele não tinha muitas flechas e cada uma delas era preciosa.

    “Quem é você?!” o líder dos bandidos rugiu enquanto avançava contra William com seu Machado de Guerra.

    “Apenas um pastor,” William respondeu enquanto guardava seu arco e flechas dentro de seu Anel da Conquista. “Venha… Stormcaller!”

    Um clarão roxo explodiu do anel. William agarrou a lança de dois metros com firmeza enquanto tentáculos de relâmpago percorriam sua lâmina.

    Ella entendeu a deixa e investiu contra o líder dos bandidos. William parecia um cavaleiro montado em um cavalo de guerra. Sua lança estava pronta para atacar enquanto o líder dos bandidos fechava a distância.

    “Arte de Guerra do Deus do Trovão, Décima Terceira Forma!” William rugiu. “Vá para o abate, Gae Bolg!”

    William lançou Stormcaller, e o corpo da lança estalou com relâmpagos. O líder dos bandidos sabia que não poderia enfrentar o ataque de frente, então saltou para o lado para desviar. Ele conseguiu e a lança passou ao seu lado por meros centímetros.

    O líder dos bandidos então se ergueu rapidamente do chão e se preparou para enfrentar William. No mesmo instante, uma sequência de palavras ecoou em seus ouvidos.

    “Omae wa mou…1)”

    O líder dos bandidos não entendeu essas palavras, pois eram ditas em uma língua desconhecida para ele. Foi nesse momento que sua expressão ficou vazia e suas pernas cederam sob seu peso.

    Quando o líder dos bandidos caiu, seu corpo deslizou pelo chão devido ao impulso e só parou diante das patas de Ella.

    Assim como o bandido que William havia atingido com sua flecha, o líder dos bandidos morreu sem nem saber como.

    William nem sequer lançou um segundo olhar ao cadáver sob as patas de Ella enquanto movia a mão para controlar Stormcaller. A relíquia da família Ainsworth serpenteou pelo campo de batalha, ceifando as vidas dos bandidos como o próprio Deus da Morte.

    Quando o último bandido caiu morto no chão, Benjamin e seus homens comemoraram, erguendo suas armas para proclamar a vitória.

    Todos no grupo mercante suspiraram aliviados por terem sobrevivido ao massacre iminente.

    Benjamin estava prestes a agradecer seu benfeitor quando percebeu que o jovem de capuz havia desaparecido. Até mesmo os Íbexes de Guerra Angorianos que haviam pisoteado e perfurado os bandidos não estavam mais lá.

    Um silêncio inquietante caiu sobre eles enquanto Benjamin e seus guardas se entreolhavam com expressões perplexas.

    “N-Nós acabamos de ser resgatados por um fantasma?” um dos guardas perguntou com a voz trêmula.

    “Isso não pode ser possível, certo?” outro guarda opinou.

    Esse era o pensamento de todos no grupo mercante, mas o fato permanecia: eles não conseguiam encontrar seu salvador. Como um fantasma, ele apareceu e desapareceu como uma brisa passageira.

    “Ele era real!” a garotinha que ajudava sua mãe a se levantar gritou. “Ele não era um fantasma. Ele me salvou e salvou a mamãe daqueles bandidos maus!”

    Todos olharam para a menina e assentiram. Eles haviam visto o jovem com seus próprios olhos, então era impossível dizer que ele não era real.

    “Sim, ele era real. Tão real quanto você e eu,” Benjamin respondeu. “Nós o agradeceremos devidamente se cruzarmos com ele novamente no futuro.”

    Isso era tudo o que Benjamin podia dizer para acalmar seu povo. Mesmo assim, no fundo do coração, ele desejava que um dia voltasse a encontrar o misterioso garoto que salvou suas vidas sem pedir nada em troca.

    Depois que esse grupo mercante chegou ao seu destino, a história de um jovem pastor liderando um rebanho de Íbexes de Guerra Angorianos se espalhou por toda a terra. Quando isso aconteceu, William já havia chegado à capital do Reino de Hellan e se matriculado com sucesso na Academia Real.


    Fim do Volume 1: O Pastor de Lont



    1. (@Asimov: Provém de um meme dos animes japonês, a frase completa seria ‘Omae wa mou shindeiru’ a tradução seria ‘Você já está… Morto’, se quiserem que eu traduza diretamente no lugar de deixar uma nota me falem nos comentários, seria a melhor maneira de saber se curtem essa dinâmica de agora[]
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