Todos ficaram ansiosos com a explicação de Jason, mas o que poderiam dizer? Não eram donos de si mesmos. Apenas deveriam fazer tudo que podiam pra sobreviver.

    — E por fim, vocês terão batalhas entre equipes. Depois da primeira missão, suas equipes vão se enfrentar todo mês pra decidir qual é a mais forte. O vencedor ganha um prêmio que beneficia o time inteiro.

    Ele fez uma breve pausa, deixando que as palavras afundassem antes de continuar.

    — Além disso, tem o torneio anual. Não é obrigatório, mas se quiserem, podem inscrever sua equipe pra desafiar um veterano. Se vencerem, serão promovidos de classe e transferidos pro Distrito Vermelho, se tornando guerreiros oficiais do Clã Moong.

    Os olhares se acenderam com a menção da promoção, mas Jason continou, cortando qualquer ilusão precoce.

    — E claro, as regras. São praticamente as mesmas de lá de cima: sem brigas desnecessárias e, principalmente, cuidado com o que dizem pra um superior… a não ser que queiram uma morte prematura. Acredito que já perceberam que passaram por um portal pra chegar aqui, esse vai ser o meio de transporte diário para a base de inteligência. Nossa secretária vai registrar um ponto de teleporte pra cada um de vocês.

    Ele respirou fundo e suspirou.

    — Agora vocês estão livres da nossa apresentação. Aproveitem o tempo livre porque amanhã, às 4h na madrugada, quero ver todo mundo aqui em frente ao prédio. Estão dispensados.

    Os professores deixaram a sala, um a um. Restaram apenas os alunos, que se entreolharam com incerteza. Alguns nem se conheciam, então começaram a se agrupar instintivamente.

    — Que tal irmos treinar? Acho que é a melhor forma de nos conhecermos melhor. — Einar sugeriu.

    — Interessante. — Greg abriu um sorriso de canto.

    — Por mim, tudo bem… — disse Sophia, dando de ombros.

    Chen e Maisie concordaram com um aceno, e o grupo saiu da sala.

    Estelle da Equipe I analisou o grupo com um olhar rápido.

    — Precisamos de um lugar pra treinar. Quanto mais longe desse prédio, melhor.

    Zoe, já se agachando ao lado de Lopez, comentou:

    — Ele tá respirando… então ainda serve.

    Aurora checou o pulso de Liam.

    — Esse aqui também. Meio morto, mas tá vivo.

    Estelle assentiu.

    — Carreguem os dois. A gente se organiza no caminho.

    Zoe jogou Lopez nas costas como um saco de batatas.

    — Tá leve. Deve ser a falta de cérebro.

    Aurora, com Liam nos ombros, resmungou:

    — Sempre quis bater nele. Isso aqui compensa um pouco.

    A Equipe I, ficou sob o comando de Estelle, que tomou um rumo parecido da Equipe de Einar. Ao lado de Lopez, Zoe, Aurora e Liam, ela sugeriu encontrar um local adequado para treinarem. Sem hesitar, Zoe e Aurora carregaram os desacordados Liam e Lopez nas costas e deixaram a sala.

    A equipe IV estava em pé, reunidos em um círculo no canto da sala, visivelmente exaustos. Os ombros caídos, os olhos semicerrados, e o peso da longa explicação do professor parecia ter drenado o resto de energia que tinham.

    — Só quero chegar no meu quarto e desmaiar na cama — resmungou Trevor, passando a mão no rosto como se quisesse acordar.

    — Tô contigo — murmurou Aisha, ajeitando o cabelo preso de qualquer jeito, sem forças nem pra bocejar.

    — Mas antes, vamos registrar o portal — lembrou Carter, com objetividade.

    — É, melhor resolver isso logo — concordou Lamir, esticando o pescoço para aliviar a tensão.

    — Então bora — disse Rivera, já dando o primeiro passo em direção à saída.

    Com passos lentos e corpos pesados, a Equipe IV deixou a sala, indo direto registrar o portal antes de finalmente poder descansar.

    Com apenas a equipe III restante na sala, Victoria assumiu a liderança e reuniu seu grupo.

    — Sei que o clima não é dos melhores, mas é um prazer conhecer vocês. Me chamo Vitória, tenho quinze anos. E vocês?

    — Alice, quartoze anos — respondeu de forma indiferente.

    — E-e-eu s-s-sou Peter. Tenho treze anos.

    — Prazer, sou o Taylor, tenho quinze anos.

    — Jaro.

    Vitória percebeu que a interação entre eles não seria das mais fáceis.

    — Como tudo ainda é muito recente, que tal trocarmos contato e descansarmos? E mais tarde a noite podemos nos reunir para discutir sobre a equipe.

    — Tanto faz… Mas não vou trocar contato com esse louco. — Alice apontou para Jaro, que ainda estava coberto de sangue.

    Jaro não reagiu. Seu silêncio só deixou Alice ainda mais irritada.

    — T-t-tá b-bom.

    — Tudo bem por mim. — Taylor disse, pegando um telefone flip antigo.

    Todos sacaram seus
    dispositivos para compartilhar contatos. Quando se voltaram para Jaro, ele apenas falou:

    — Não tenho telefone.

    Houve um breve silêncio. Todos se entreolharam, incrédulos.

    — Entendo… então que tal Peter passar no seu quarto? Tudo bem pra você, Peter? — Victoria sugeriu.

    — T-t-tudo b-b-bem.

    — Hum… certo. Meu quarto é o 203.

    — Ótimo. Agora vamos fazer o registro do nosso ponto de teleporte. — Vitória tomou a frente, e os outros a seguiram sem questionar.

    Na recepção do prédio, encontraram a Equipe IV já finalizando seu registro. Assim que saíram, o grupo se aproximou do balcão.

    — Bem-vindos, crianças. O que desejam? — perguntou a secretária sênior, chamada Elise.

    — Queremos registrar um ponto de teleporte. — Vitória respondeu.

    — Certo. Preencham este formulário. — Elise entregou um papel para ela.

    Formulário de Registro

    Nome da Equipe:

    Identidade dos Membros:

    Vitória olhou para o grupo.

    — Que nome colocamos?

    — Escolhe qualquer coisa… — disse Alice.

    — N-n-não s-s-o-ou bom com nomes…

    Taylor e Jaro permaneceram em silêncio, deixando claro que não se importavam.

    — Já que é assim… escolho “Fantasma”. — Vitória declarou.

    — Parece legal. — Taylor comentou.

    — T-t-também acho.

    — Não é meio esquisito? — Alice debochou passando os dedos entre o cabelo.

    — Tem um nome melhor? — Vitória retrucou, arqueando a sobrancelha.

    Todos olharam para Alice, esperando uma resposta. Ela bufou, desviando o olhar.

    — Não…

    O grupo soltou pequenas risadas com a reação dela. Em seguida, todos assinaram o formulário e preencheram com suas identidades. Victoria entregou o papel para Elise, que analisou o documento antes de inseri-lo em um dispositivo metálico futurista conectado a um computador. O monitor rudimentar piscou, e ela digitou algo rapidamente.

    — O ponto mais barato custa 150 Krons mensais e ele longe do dormitório.

    Kron… então esse é o dinheiro desse mundo. Jaro pensou.

    — Que caro… — Taylor murmurou.

    — Se dividirmos entre nós cinco, dá tranquilo. — Vitória calculou rapidamente.

    Os outros assentiram, e o registro foi finalizado. A equipe Fantasma estava oficialmente formado.

    — Não se preocupem com o pagamento deste mês essa taxa será cobrada apenas no sétimo dia do mês que vem.

    — Que bom, mas, como fazemos pra sair daqui? — perguntou Taylor em direção a secretária.

    — É só entrar no container que fica fora da base de inteligência, chegando lá apertem o botão de aço. Isso vai os teleportar pra o ponto escolhido.

    — Entendo, obrigado.

    Quando todos começaram a seguir para a saída, Jaro anunciou:

    — Eu ainda vou ficar. O professor Kyle me mandou ir até a sala dele.

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