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    — Como? — perguntou Nick. — Eu não consigo imitar um humano perfeitamente, já que não conheço tudo sobre a biologia humana.

    — Mas eu conheço — respondeu o Puro. — Vamos começar com um dedo, e eu lhe contarei tudo o que sei sobre ele. Com o novo conhecimento, você vai criar um novo dedo. Vamos passar por todas as permutações possíveis até você saber como criar qualquer tipo de dedo e como eles funcionam perfeitamente. Depois, seguimos para a próxima parte.

    — Tudo bem — respondeu Nick.

    Aquilo fazia muito sentido, e também ajudaria na habilidade de disfarce de Nick.

    Como ele já sabia como a máquina funcionava, apenas colocou seu dedo diante de uma lente e ordenou que a máquina analisasse.

    Um instante depois, a imagem de um dedo apareceu diante de Nick.

    — Eu não tenho uma Semente — disse o Puro.

    — Certo, me dê um momento — disse Nick.

    No momento seguinte, Nick conjurou várias peças e as montou.

    Alguns minutos depois, uma pequena máquina estava ao lado de Nick.

    Ele a ativou, e a imagem enviada à sua Semente foi redirecionada para a pequena máquina.

    Finalmente, a máquina projetou a imagem no ar como uma projeção 3D.

    Nick explicou ao Puro como alterar e manipular a imagem.

    Após apenas alguns segundos, o Puro entendeu perfeitamente como operar a máquina e começou a examinar diferentes partes.

    — A falange distal é a ponta do seu dedo, e ela… — transmitiu o Puro enquanto iniciava uma explicação profunda sobre todos os detalhes.

    Nick conhecia a maior parte do que ele dizia, pois eram apenas as noções básicas, mas ouviu mesmo assim.

    Como estavam conversando por transmissão de voz, o tempo gasto nas bases era praticamente nulo.

    Depois de cobrir o básico, o Puro falou sobre como a falange distal era moldada pela genética, pela nutrição e pelo estilo de vida do proprietário.

    Ele falou sobre deformações comuns, até mesmo entre Extratores.

    Em seguida, falou sobre os vasos sanguíneos da falange distal e para onde exatamente eles levavam.

    Esses também podiam mudar de forma dependendo do estilo de vida.

    Parecia simples, mas os detalhes intrincados já estavam muito além do que Nick sabia sobre anatomia.

    Quando o Puro começou a entrar em detalhes sobre genética, tornou-se realmente difícil para Nick acompanhar, apesar de sua alta inteligência.

    O motivo era que ele estava olhando apenas para uma parte do quadro geral, o que dificultava ver as conexões entre a pequena parte e o todo.

    — Máquinas biológicas não são como máquinas comuns — disse o Puro, referindo-se aos humanos como máquinas biológicas.

    — Elas estão repletas de erros e conexões ilógicas.

    — Existem inúmeras formas de melhorar o corpo humano, mas esse não é o corpo que os humanos herdaram.

    — Você precisa primeiro entender a natureza ilógica de por que os corpos humanos são feitos assim.

    Nick assentiu.

    Esse era outro motivo pelo qual isso não era tão fácil de entender quanto engenharia.

    Engenharia era cheia de lógica, e se algo não se encaixasse perfeitamente, podia-se simplesmente corrigir.

    No entanto, o corpo humano possuía inúmeras ineficiências e partes desnecessárias.

    Havia até partes remanescentes que haviam sido úteis quando os humanos ainda eram peixes.

    Claro, essas partes haviam perdido todo o sentido desde então.

    Pior ainda, havia partes desnecessárias que, de alguma forma, contribuíam para partes necessárias, tornando-se necessárias novamente.

    O apêndice era um bom exemplo.

    Ele agia como um refúgio para bactérias intestinais em caso de uma infecção grave, permitindo sua recuperação rápida, mas também podia causar enormes problemas.

    Removê-lo parecia uma aposta segura.

    No entanto, a escolha não era tão simples. Era verdade que se eliminava um grande perigo, mas, no quadro geral do corpo, essa remoção também trazia sinais prejudiciais.

    Algumas coisas desnecessárias se tornavam necessárias, e no fim, a máquina biológica que era o ser humano se formava.

    A adaptabilidade do corpo humano era aterrorizante.

    Ele podia até usar Zephyx para se tornar muito mais forte.

    Ainda assim, ao se olhar de perto, a maneira como funcionava era cheia de conexões horríveis e ilógicas.

    Aquilo lembrava Nick do grande Flexinador que o Técnico havia criado.

    Ele simplesmente crescera com o tempo e precisava de uma reforma completa.

    Existiam muitas maneiras de simplificar o corpo humano, mas só era possível tentar isso depois de se entender toda a imagem que aquele design idiota formava.

    Após apenas alguns meses, o Puro havia explicado pele, músculo e osso.

    Só com esse conhecimento, Nick já podia criar um disfarce que enganaria até mesmo o Puro.

    Essencialmente, para criar tal disfarce, Nick precisava contar uma história com seu corpo.

    Tinham que existir pequenas malformações que contassem a todos como ele empunhava suas armas.

    Tinham que existir pequenas fendas na pele que mostrassem quais expressões Nick usava mais.

    A densidade óssea precisava ser ligeiramente diferente entre as partes de um mesmo osso devido aos movimentos que ele realizara ao longo da vida.

    No passado, Nick apenas se disfarçava como um humano.

    Um quadro em branco.

    Claro, isso era suficiente para enganar quase todos, mas o Sol ou o Puro veriam através desse disfarce.

    Felizmente, ambos já sabiam que ele era um Espectro, e ele não precisava enganá-los fazendo-os acreditar que era humano.

    Após alguns meses, o Puro começou a explicar os órgãos em mais detalhes.

    No total, dois anos depois, o Puro também havia terminado essa parte.

    Finalmente, era hora da parte mais complexa da anatomia humana.

    O sistema nervoso, incluindo o cérebro.

    O cérebro passava pela maior quantidade de mudanças durante a vida.

    O cérebro mudava continuamente sempre que alguém fazia ou aprendia algo.

    Havia tantas mudanças que isso quase beirava o impossível de se prever.

    Na verdade, até para Nick, era impossível.

    Ele podia fazer muitas previsões, mas precisava de uma mente muito mais forte para entender por que um humano fazia o que fazia.

    Felizmente, o status de Espectro de Nick o ajudava nesse aspecto.

    No futuro, ele poderia criar habilidades que essencialmente fariam muitos dos cálculos por ele, semelhante à sua habilidade de ler mentes.

    Após mais cinco anos, eles terminaram também o sistema nervoso.

    Mas ainda havia uma última coisa que o Puro precisava ensinar a Nick.

    — Agora, vamos falar sobre as alterações, o Sincronizador Zephyx e como podemos mudar o corpo humano.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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