Capítulo 58
Ela nunca havia sido sequestrada antes de seu retorno.
Henverton agarrou-se a ela como lama, mas outros homens também. Cayena só percebeu o quão louco ele estava depois de se casar com ele.
Ela esperava que ele tentasse machucá-la nesta vida, mas ela não considerou que ele pudesse tentar algo tão cedo.
“Por quê…?”
Henverton parecia estar fora de si. Ele estava drogado?
— Linda Cayena.
Cambaleando, ele caminhou até a Cayena que estava amarrada.
— Finalmente, você está em minhas mãos.
Ele segurou o rosto de Cayena rudemente como se ele não pudesse controlar sua força. Foi nojento. Ela sentiu como se insetos estivessem rastejando de sua mão para ela.
— Você certamente é a melhor peça da minha coleção.
Ele riu e ergueu o queixo de Cayena.
— Mas você sempre age com arrogância. Teremos que corrigir esse hábito.
Cayena estremeceu.
Ele disse que ela agiu com arrogância? Que ele consertaria esse hábito?
Essas foram as palavras que Cayena ouvia todos os dias trancada em seu quarto.
“Eu estava hesitante em me livrar dele porque ele ainda não tinha me feito mal.”
As memórias terríveis eram claras.
Mesmo neste momento, todos os tipos de lembranças que ela quase conseguiu esquecer caíram sobre Cayena. Ainda assim, tudo isso não aconteceu no presente tempo reverso.
Sinceramente, Cayena já havia decidido derrubar Henverton. Mesmo que ele não tivesse feito nenhum mal a Cayena ainda, ele já tinha pecado.
Ela sabia do clube social secreto que Henverton dirigia com seus amigos. Ela também sabia todo tipo de coisas nojentas que aconteciam ali.
Foi por isso que ela pensou em descobrir esse segredo e depô-lo. Ela pensou que seria o suficiente, que não precisaria se preocupar com Henverton sem a auréola do visconde Gillian atrás dele.
Ela poderia ter vivido com isso, ansiosa como estava por apagar o passado.
Cayena definitivamente tinha sido muito complacente. Cayena percebeu que tinha sido moderada demais ao tentar se arrepender pelos muitos anos que viveu como uma vilã.
Mas uma vilã era quem ela realmente era.
— Devo agradecer por me dar essa desculpa?
Cayena riu levemente.
Seu corpo doía por estar amarrado, mas ela não se importava muito. Em vez disso, foi agradável.
— Fico aliviado em ver sua verdadeira face, Henverton Gillian.
Seus olhos frios se voltaram para ele. Henverton, que recebeu aquele olhar, parecia atordoado.
Ele nunca pensou que seria capaz de ver a princesa com essa expressão.
Um arrepio percorreu suas costas.
Ela ainda era bonita, mas a boneca Cayena agora estava diferente.
Seus lindos olhos queimaram com um ódio gráfico e arrepiante.
— Hahaha! — Ele explodiu em loucura.
— Isso fará com que quebrar você seja mais delicioso! — Henverton se curvou para trás e riu.
Então, o homem que ficava olhando pela janela disse: — Seria bom começar a se mover agora. Está quase escuro.
Com isso, outro homem amordaçou a boca de Cayena.
Seria problemático para eles se ela gritasse enquanto a moviam.
— Sobrou algum remédio para dormir? Não seria melhor nocauteá-la?
— O outro cara pegou antes, mas ainda não voltou. Ele está terrivelmente atrasado apenas para cuidar da senhora da corte.
“Olivia!”
Cayena esperava que a gangue não se importasse com ela.
Henverton deu uma risadinha, apontando para Cayena, e disse:
— Mova-a para a minha carruagem.
As mãos ásperas dos rapazes a ergueram.
Clank.
As algemas em torno de suas pernas fizeram um som de arrepiar na espinha.
Eles limparam os arredores e desligaram as lâmpadas. Então-
— Aghh! — O homem que segurava Cayena gritou de repente.
— O que é?! — Um homem puxou Cayena com urgência enquanto os outros eram atingidos. Eles gritaram.
— Fomos traídos! — Henverton percebeu que Zenon Evans o havia esfaqueado pelas costas.
Ele gritou enquanto se debatia no interior escuro e difícil de ver.
— Seus idiotas! Arraste a princesa até aqui! Mate todos! — Cayena lutou com todas as suas forças.
Ela planejou escapar durante a confusão. Se o padre estivesse em seu juízo perfeito, ele não deixaria as coisas acontecerem depois de vê-la.
“Por favor!”
— Ack! Essa loucura…! — Cayena chutou um homem e ele a soltou.
Ela bateu no chão dolorosamente, mas continuou a engatinhar para frente. A porta estava bem na frente dela.
— Eugh-! — Então alguém a agarrou pelos cabelos.
— Eu peguei a princesa! Apresse-se e mate os traidores!
— Argh! — Um som horrível soou em seu ouvido.
Cayena fechou os olhos com força. Ela se lembrou da sensação de quando foi esfaqueada e desmaiou.
O homem que pegou Cayena a arrastou para o chão.
Henverton fumegou e chutou um corpo.
— Droga! Desgraçados inúteis!
O homem jogou Cayena ao lado do cadáver.
— Mano, isso não é o que você disse que seria! Dinheiro não vai servir para algo assim! — Henverton praguejou, enfurecido com a traição de Zenon.
— Eu vou te dar qualquer quantia de dinheiro, então cale a boca e faça o que eu disser! — Cayena estava enjoada com o cheiro nauseante de sangue. Mesmo assim, ela conseguiu suportar.
Tudo realmente acabaria se ela perdesse o foco agora.
“Não tem como Heinrich não agir.”
Ela estava inquieta. Por favor, alguém, venha ajudá-la. Qualquer um…
— Quem está lá fora?
A atmosfera na sala ficou dura com as palavras.
Alguém mais deveria ter vindo aqui? Henverton, segurando uma faca na mão, arrastou Cayena e a cobriu com um cobertor.
Seus olhos brilharam quando ele a advertiu.
— Se você fizer um som, você morre imediatamente.
Ele entregou a faca para o homem ao lado dele, dizendo que ele poderia matá-la se necessário.
Estava ficando mais difícil para Cayena respirar, especialmente a partir do momento em que sentiu uma sensação de frio na garganta.
Clique.
A luz amarela invadiu a sala.
Os homens de Henverton bloquearam rapidamente a entrada. A pessoa que invadiu o anexo entrou.
Henverton reconheceu quem era e gritou com ele como se fosse mastigá-lo.
— Sir Raphael Kedrey.
Cayena ficou chocada com o nome inesperado.
“Por que Raphael está aqui…?”
Raphael foi quem entrou na sala.
— Isso é sobre o quê? Este é o anexo que peguei emprestado do templo por meio de doações.
Henverton rosnou para ele, mostrando sua hostilidade.
— Você acha que pode trazer os cavaleiros aqui para uma área de não agressão?
Raphael o ouviu calmamente, então abriu a boca.
— Você cometeu dois erros em suas palavras.
As sobrancelhas de Henverton se contraíram. Era porque Raphael estava falando baixo com ele.
— Primeiro, você deve me chamar de Sua Excelência ou Meu Senhor, não de Sir Raphael.
— … o que?
Enquanto Henverton estava confuso, Raphael continuou falando em um tom calmo.
— Em segundo lugar, fui eu que aluguei este lugar.
— Que merda você está falando?! Eu aluguei este lugar! — Raphael olhou para o Henverton gritando.
— Você não sabe que o anexo será transferido para outra pessoa se ela pagar mais?
— … isso é uma mentira! Esta é uma área de não agressão! — Raphael não estava se sentindo muito bem.
Não, ele se sentia péssimo. Sua frustração incontrolável desde o momento em que Cayena foi sequestrada aumentou até o pico quando ele viu o rosto de Henverton.
— Sério, eu deveria ter matado você.
Raphael agarrou a cabeça de Henverton e a jogou contra a parede.
Bam!
— Aaaagh-! — Ele jogou Henverton, que gritou quando sua testa foi cortada, no chão.
Então ele deu uma ordem aos cavaleiros.
— Leve-os para dentro.
Pancada! Pancada! Pancada!
Os cavaleiros totalmente armados estavam dominando a luta. Naquela hora, o homem que sequestrou Cayena gritou:
— Pare! — Raphael viu Cayena amordaçada e desgrenhada.
Ele sentiu tanta fúria que mal conseguia se controlar.
— Se você não se retirar, a princesa morrerá. Você provavelmente não quer isso! — Ele deveria ter cuidado disso quando recebeu o relatório de Jeremy. Ele não havia vigiado o suficiente e deixou que tal incidente acontecesse.
Rafael ordenou aos cavaleiros,
— Dê um passo para trás.
Conforme eles passivamente recuaram, as expressões dos bandidos na sala iluminaram-se.
Houve um som de estalo no momento em que os cavaleiros se afastaram, e eles ouviram um assobio no ar.
Thwump!
O homem que segurava Cayena caiu no chão, com a cabeça perfurada por uma flecha.
O cavaleiro do lado de fora da porta havia preparado uma besta para o caso.
Assim que Raphael confirmou, ele correu para Cayena e a segurou em seus braços.
De perto, Cayena parecia pálida, mas não parecia ter se machucado.
Raphael disse:
— Prenda-os! — Como se os cavaleiros estivessem esperando o comando, todos os sequestradores foram presos e arrastados para fora.
Raphael tirou a mordaça ao redor da boca de Cayena e suas amarras. Ela estava tão quieta que era estranho.
Ele tinha que encontrar a chave para soltar as algemas de seus pés. Nenhum de seus assistentes estava presente na sala.
Ele fez uma pausa e perguntou,
— Sua Alteza, devemos ir agora. Tudo bem se eu carregar você?
— … por quê. Por que você está aqui?
Cayena ergueu os olhos para ele.
— Por que voce… eu…
Ela não conseguiu terminar suas palavras.
Foi porque Raphael gentilmente a ergueu em seus braços.
Ele consolou Cayena, que tremia, mal conseguindo se reconhecer.
— Está tudo bem agora.
Cayena fechou a boca.
— Você está segura agora.
No momento em que ela ouviu isso, seus nervos diminuíram.
Ah… ela não aguentava mais.
O mundo escureceu rapidamente.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.