Capítulo 77
Com os pés erguidos no ar, Cayena rapidamente teve que abraçar o pescoço de Raphael.
Ela podia sentir intensamente sua ansiedade. Ela o segurou com força e abriu a boca com cautela.
— Você ficou surpreso? Nada aconteceu com os empreiteiros.
Raphael suspirou, ouvindo sua voz, e enterrou o rosto em seu pescoço. A raiva e o arrependimento que tentavam deixá-lo louco gradualmente diminuíram.
Cayena não conseguiu esconder seu constrangimento causado por suas ações. Mas ela não conseguia sair do abraço de Raphael; ele deve ter ficado muito chocado.
— Duque?
Cayena não poderia ser segurada assim para sempre. Ela tinha que fazer uma varredura na pousada e cuidar de tudo com Raphael.
Raphael suspirou novamente quando Cayena se mexeu em seus braços. Sua pele podia sentir o fato de que ela estava segura. O sangue circulou por seu corpo frio.
Cayena havia se tornado tudo para ele.
Ele experimentou um desejo terrível de possuí-la. Ele até acalentou o pensamento maluco de que queria confinar Cayena em sua vila ou fugir com ela em seus braços para alguma terra estrangeira.
Ele não conseguia mais ficar parado. Ele não poderia estar satisfeito em apenas ajudá-la ao seu lado.
Raphael queria ser dela. E ele queria que Cayena fosse sua.
Ele precisava que eles estivessem perfeitamente unidos.
Ele abaixou a cabeça e sussurrou suavemente no ouvido de Cayena.
— Vossa Alteza me torna uma pessoa má.
— O que…
Ela abriu os lábios em confusão, mas vendo os olhos de Raphael, esperando pacientemente, ela fechou a boca novamente.
A atmosfera era incomum.
Sua respiração parecia estranha e sua pele parecia formigar.
Cayena não era jovem nem ingênua. Ela não podia interpretar mal essa tensão.
Ele estava calmamente pedindo permissão a ela.
Quando Cayena passou a mão levemente no cabelo de sua nuca, Raphael entendeu o sinal e roubou seus lábios.
O corpo de Cayena ficou rígido. Sua respiração estava fluindo em sua boca. Era robusto, mas gentil. Ela podia sentir seu desejo profundo na mão que a abraçava.
Ela engoliu um suspiro.
Cayena tinha evitado confrontar suas emoções, mas ela as estava enfrentando agora. Mesmo neste momento, ela deveria tê-lo afastado. Ela deveria ter fingido não ter conhecimento do que acabara de fazer. Ela deveria bater na bochecha dele e gritar com ele por seu atrevimento.
E ainda assim, Cayena fechou os olhos.
Em vez de afastá-lo, ela abraçou seu pescoço com mais força.
Seus corpos estavam trocando calor. Neste espaço silencioso, havia apenas o som de respiração ofegante.
Raphael, que avidamente roubou o fôlego de Cayena, eventualmente começou a tratá-la com mais cuidado e carinho.
A mulher que ele segurava nos braços era tão adorável que ele beijou seus lábios, uma e outra vez, ansioso e selvagem. Ele não temia que alguém pudesse encontrar esta cena. Em vez disso, ele queria ser visto assim e se tornar conhecido como o homem da princesa.
No entanto, os dois sabiam que aquele momento era apenas um sonho. O momento em que eles confirmaram seus sentimentos e compartilharam seus corações um com o outro logo terminaria.
Era por isso que Raphael não conseguia deixar Cayena. Ele apenas afrouxou seu domínio sobre ela por breves momentos para respirar antes de persistentemente perseguir aqueles lábios novamente. Repetidamente, ele a acolheu.
Ele continuou essa conversa silenciosa como se fosse a última.
Cayena beijou Raphael ainda mais fundo. Ele a deixou cair em algum momento, e Cayena, finalmente pisando no chão, puxou as bochechas de Raphael com as mãos e abriu os lábios.
Ela ofegou para respirar.
— Eu não consigo respirar.
Cayena se forçou a franzir a testa duramente e encontrar defeitos nele.
Raphael silenciosamente olhou nos olhos de Cayena. Foi um olhar que enfraqueceu seu coração.
Quando ele percebeu que Cayena estava vacilando, ele imediatamente uniu seus lábios.
Já havia passado tempo suficiente que seria suspeito se eles não voltassem. Cayena o empurrou, mas Raphael ignorou sua mão e tentou beijá-la novamente.
— Pare.
Cayena beijou Raphael primeiro para apaziguá-lo.
Então, ela falou com uma voz fria que contradizia aquele doce ato.
— Eu vou me tornar a imperatriz.
Raphael silenciosamente ouviu suas palavras.
— Portanto, não posso me tornar sua esposa, — disse ela.
Ele balançou a cabeça lentamente.
Cayena lentamente deixou seu abraço. Era hora de voltar à realidade.
— É porque o trono tem algum significado para você?
Os passos de Cayena pararam.
Nessa hesitação, Raphael decifrou seu coração: Era uma vingança contra Rezef.
— Eu não sou uma pessoa tão boa quanto você pensa que sou.
— Raphael.
— Faça como quiser.
Quando ela se virou, Raphael a prendeu em seus braços, como se estivesse esperando. Ele a beijou levemente e murmurou: — Eu também farei o que eu quiser.
Com essa declaração de guerra, ele roubou seu fôlego mais uma vez.
Yester, que estava esperando por Cayena no Grand Theatre depois que o público foi embora, enrugou o rosto até ficar parecido com um demônio.
— Por que o Duque Kedrey invadiu aquele lugar?! — A casa contratada e a fábrica de pólvora perto da favela foram atacadas.
— E quanto às evidências? Ele não percebeu que estava conectado a mim, não é?
— Enquanto as bocas dos membros estiverem fechadas, não haverá nada para ele encontrar.
— Eles estão mortos?
— Eu mandei um assassino.
Yester não conseguiu conter a raiva ao pensar no dinheiro que investiu na operação.
— Como diabos isso aconteceu?! — Ele destruiu a suíte do Grande Teatro por um tempo. Finalmente, ele respirou fundo.
— Você disse que um membro fugiu, certo?
O assessor baixou a cabeça e respondeu: — Sim. Seu nome é Jedaiah.
— Deixe-o entrar.
Yester foi até uma cadeira que não havia sido destruída por seu acesso de raiva e sentou-se. A porta se abriu e um homem na casa dos 30 anos com uma longa cicatriz na bochecha esquerda entrou. Imediatamente, ele se prostrou no chão em uma reverência.
— Você disse que tem notícias sobre a princesa? — Yester exigiu.
Jedaiah olhou brevemente para a sala bagunçada e abriu a boca.
— Eu a ouvi falando com alguém. Eles estavam falando sobre um celeiro que a família Evans não relatou à família imperial.
Yester exalou um suspiro longo e lânguido.
Sua expressão furiosa com o desaparecimento da operação de pólvora tornou-se mais clara.
— Um celeiro desaparecido…
Yester realmente gostou de como as palavras eram doces em sua boca.
— Sim. Eles cultivam cannabis lá. As drogas foram entregues no clube secreto de Henverton Gillian, que sequestrou a princesa outro dia.
— Cannabis! — Yester imediatamente se levantou e ajudou Jedaiah a se levantar do chão. Se Jedaiah fosse uma mulher, Yester teria beijado seus lábios imediatamente.
— Seu nome é Jedaiah, certo? Você será o gerente da nova filial da casa contratada.
Yester amava pessoas capazes.
Ele se lembrava de ter ouvido algumas vezes que Jedaiah cuidava dos trabalhos com muito cuidado.
— Obrigado.
Yester imediatamente chamou seu ajudante e pediu-lhe que encontrasse uma mansão para doar a Jedaiah.
— Espere um pouco. Não deve demorar muito para encontrar uma mansão para você.
Yester não demorou depois de tomar uma decisão. Ele tomava suas decisões rapidamente e as executava ainda mais rápido.
De repente, as pessoas entraram na sala e limparam a bagunça em um instante.
— Faça uma pausa enquanto a nova filial está sendo estabelecida.
Com essa dispensa, Jedaiah conseguiu sair da suíte.
Jedaiah ficou ainda mais assustado quando tudo aconteceu como estava escrito na carta que ele recebeu. Ela pode ser uma princesa, mas como ela poderia prever a situação com tanta precisão?
“Como ela sabia que eu ganharia uma mansão na capital?”
Ele não conseguia compreender.
Jedaiah caminhou pelo Grande Teatro por um tempo quando sentiu um olhar estranho. A uma curta distância, um homem estava olhando para ele. O homem mudou seu olhar quando seus olhos se encontraram.
“Parece a pessoa que eu vi na suíte antes…”
Ele inclinou a cabeça. Ele lentamente começou a andar novamente.
“Não há engano.”
O homem o estava vigiando. Jedaiah estava prestes a se aproximar e pegar o homem quando ouviu um chamado.
— Aí está você! — O ajudante de Yester, que recebera a ordem de fazer os arranjos para a mansão, foi até ele.
— Há uma mansão que você pode ocupar imediatamente. Eu vou te levar lá, então, por favor, me siga.
Jedaiah rapidamente olhou para trás. A pessoa que o observava havia sumido.
— Algo está errado?
— … não é nada.
Ele subiu na carruagem com o ajudante, e eles imediatamente deixaram o Grande Teatro.
O assessor era uma pessoa alegre. Ele não parecia perceber que tipo de pessoa Jedaiah era e falou com ele como se tudo estivesse normal. No entanto, quando a carruagem parou, ele estendeu a mão para Jedaiah.
— Estou ansioso pelo seu apoio.
— … ah, sim.
Quando eles apertaram as mãos, o ajudante deu um sorriso peculiar, diferente do anterior.
— Nunca traia o mestre.
— Perdão?
O ajudante deu um sorriso simpático novamente e cumprimentou-o.
— Então, se você precisar de mais alguma coisa, vou prepará-lo e enviá-lo assim que o dia clarear.
Perplexo, Jedaiah desceu da carruagem. Naquele momento, ele viu a mansão e engoliu em seco. Eles estavam perto do castelo imperial. Em outras palavras, a mansão ficava no centro da capital.
Jedaiah começou a entender o olhar que o havia seguido antes e as palavras do ajudante.
“Eles suspeitam que eu me tornei o espião da princesa.”
Yester não confiava nele. Jedaiah sorriu.
“Todos os nobres são monstros?”
Parecia que ele havia colocado os pés em um lugar escuro e sombreado que era incomparável ao mundo que ele deixou para trás.
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