Índice de Capítulo

    Faltava apenas uma semana para a cerimônia de maioridade. Cayena finalmente usou os vestidos completados.

    — O modificaram bem. Obrigada por seu trabalho duro.

    O alfaiate inclinou a cabeça.

    — Me sinto honrado de poder servi-la.

    O vestido era extravagante e bonito.

    Entretanto, não era exagerado porque a pessoa que o usava possuía uma grande beleza.

    — Susan, pode me dar luvas?

    — Sim, vossa Alteza.

    Enquanto colocava as luvas brilhantes que cobriam seu antebraço, Susan prendeu seu cabelo solto, levantando-o.

    Logo, um colar frio e pesado rodeou seu pescoço.

    Este possuía todo o tipo de jóias em forma de lua crescente, não passavam do tamanho de uma moeda e era um tesouro do Imperador Eldaim.

    O colar fora usado pela dama real em sua cerimônia de maioridade durante gerações, parecia ter completado sua beleza, atingindo o auge do esplendor.

    — O tempo se acabou.

    A servente disse com ansiedade, Cayena sorriu levemente.

    — Teve muito trabalho.

    — Queria que parecesse que estava preocupada demais pelo banho. — Melhor dito, seu esplendor era dominante.

    Seja por suas bochechas ou seus olhos profundos, Cayena tinha uma atmosfera refinada que não era possível de controlar.

    Toc, toc.

    O guarda que vigiava o exterior entrou no vestuário.

    — Vossa Alteza, o Príncipe Rezef está aqui.

    No vestuário?

    Nunca tinha visitado um lugar tão íntimo, não achava divertido vê-la se arrumar.

    Sua expressão era finamente dura. Seu ódio em direção a Rezef fora jogado ao fundo, mas não era tão fácil de controlar.

    Houvesse estado bem se a tivesse salvo do abuso de Henberton em sua primeira vida.

    Entretanto, Rezef estava completamente distraído pela inútil Cayena. O que dizia a novela?

    — Vossa Majestade, a Princesa lhe enviou outra carta.

    — Ela já não é a Princesa, senão a esposa de Lorde Gillian. Queime a carta e não me incomode…

    Se não conhecesse o conteúdo da novela, poderia ter pensado que o conteúdo da carta não chegaria até ele.

    Mas não foi assim. Foi implacável ao abandonar Cayena, pois já não era necessária.

    Histórias dolorosas que tentava não lembrar até agora correm por sua cabeça.

    “Estão no passado, não acontecendo agora.”

    Ela tentou pensar racionalmente, mas não era fácil.

    A pena por Rezef tinha coberto todas as recordações passadas, mas agora tinha desaparecido.

    Ela disse com um olhar perplexo:

    — Diga que entre.

    Ele, ao entrar no vestuário, se encontrou com ela utilizando seu vestido novo. Suas sobrancelhas arquearam.

    — O que foi, Rezef?

    Ele disse:

    — A cerimônia de maioridade está na volta de uma esquina, quis lhe dar um presente adiantado.

    Seus assistentes começaram a empilhar as caixas que tinham em mãos no vestuário.

    — Poderia ter enviado os presentes através de um servente, sem a necessidade de visitar-me desta forma.

    Cayena sorriu levemente sem demonstrar intenções de olhar seus conteúdos.

    — Obrigada.

    Rezef viu sua bonita figura com uma visão torcida.

    Originalmente, a beleza de sua irmã era sua arma – quanto mais bonita, mais valiosa para ele.

    Mas agora, sua beleza excessiva preocupava-o.

    “Os animais se tornaram loucos novamente.”

    Só o pensar sobre isto lhe deu dor de cabeça.

    Heinrich era o maior problema.

    No momento que conseguisse Cayena – a atual representante estatal – estaria em vantagem na luta pelo trono.

    Ele mesmo tinha a vantagem de que era sua irmã, mas se Yester casasse com ela, a história mudaria.

    “Não é de meu agrado, mas a melhor opção seria casá-la com Raphael, mas…”

    Simplesmente não queria ver sua irmã casada.

    Se isso acontecesse, não seria o primeiro a chegar até ela, mas sim seu marido e primeiro filho.

    A ideia obsessiva o fez explodir em violência incontrolada.

    Ele disse enquanto olhava seu vestido:

    — Creio que o vestido parece um pouco diferente do modelo anterior.

    Ela buscou em sua memória a imagem.

    O vestido original tinha uma sensação muito mais bonita que agora, o olhar de Cayena era um pouco infantil.

    Ele se aproximou lentamente e olhou ao redor.

    Susan, que segurava o cabelo de Cayena, o olhou e deu um passo atrás.

    Rezef se aproximou da princesa e arrumou o cabelo que havia caído solto.

    O rosto esbelto dela e seu fino decote chamaram atenção para o colar.

    Era o símbolo de sua maioridade.

    Possuía uma função similar a fita de envolver presentes de casamento.

    Com seus dedos recorreu a joia que adornava seu pescoço, girando-o lentamente.

    As inumeráveis gemas espalharam luz e brilharam intensamente, cativando-o com seu brilho.

    Nenhum membro da família imperial tinha um colar tão bonito. Não era apenas um colar,

    Ninguém possuía uma pessoa tão deslumbrante.

    Ele era o único.

    Até agora.

    “Gostaria de poder arrancá-lo e rompê-lo.”

    Rezef pensava violentamente enquanto passava os dedos em direção à joia central e deteve sua mão.

    — Rezef?

    Sua irmã o chamava com voz tranquila. Elevou a vista e fez contato com a mesma no espelho.

    — Bonito. Este colar.

    — É por ser um tesouro real.

    Se escutar o que digo, se irá.

    Ele sorriu e solidarizou com sua ideia.

    — Sim, um tesouro…

    As serventes olharam para ambos e contiveram a respiração.

    O motivo era que ambos pareciam estranhos juntos.

    Cayena olhou-o através do espelho. Seu rosto demonstrava vontade de estrangulá-la.

    Estava demonstrando demais seu desejo de me monopolizar.¹

    Talvez seja porque o interesse e carinho demonstrados por ela o mantiveram satisfeito. Pode ser que seja um infortúnio sentir falta do afeto devido ao matrimônio. Não, estava seguro.

    Rezef agora queria uma irmã como um peão, não uma marionete.

    Mas para Cayena, Rezef não era o único. Melhor dito, era alguém que se machucava por conta própria.

    “Rezef não sabe como se entregar aos demais.”

    Não sabe como dividir. Entendia esse comportamento como privação. Cayena agarrou a mão dele e a tirou do colar ainda com um sorriso amável.

    — É o banquete de maioridade que marca o começo de uma nova temporada social. Temos de prestar mais atenção que nunca.

    Rezef perguntou com olhos foscos:

    — Por culpa do casamento?

    — Sim, é minha primeira vez no comércio casamenteiro.

    É tão bonita uma pessoa que sonha com se casar?

    Cayena estava tão bela hoje apesar de não ter se vestido apropriadamente.

    Rezef segurou sua mão e a levantou. Ela, que todo este tempo olhara para o espelho, olhou-o diretamente.

    Como se fossem dançar logo, ele disse:

    — Estou seguro de que terá a primeira dança comigo, verdade?

    Cayena sorriu.

    — Certamente.

    Rezef beijou o dorso de sua mão e a soltou. Ela baixou a mesma e apertou o punho sem que nada o notasse.

    Seu beijo não significava respeito, mas uma marca.

    Desviou sua atenção:

    — Não vejo Lorde Evans.

    Não pode deixar de notar.

    Ele respondeu de forma rasa:

    — Sim, simplesmente desapareceu. Estou tentando investigar o ocorrido.

    O corpo de Zenon deve ter sido recuperado pela família Evans.

    Logo disfarçaram o escândalo de drogas como obra do mesmo que, ao não poder vencer a pressão, se suicidou.

    Foi muito bem planejado.

    Cayena respondeu como se perdesse o interesse:

    — Entendo.

    Entretanto, o interesse real não havia desaparecido. Seus olhos se semicerraram e ela teve uma espécie de premonição:

    “Parece que se ocupou de Zenon.”

    Se o homem desaparecesse repentinamente sem dizer uma palavra, Rezef não teria sido o que falasse tão tranquilamente.

    Não foi suficiente mesmo se no caminho se tornasse louco ao dizer que estava enganado. Entretanto, Rezef agora não possuía nenhum interesse em Zenon.

    Esse era o rosto da fera que terminara de caçar.

    Havia uma loucura juvenil arraigada em seus olhos.

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