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    Cena 21. A virtude do monarca.

    Quando não podia alterar o rumo, esperava o momento adequado sem respirar. Mas quando se apresentava a oportunidade, se assegurava de apresentar o máximo esforço.

    Cayena estava muito consciente desse fato. Na parte superior dos alimentos, pediu para enviar todos os ingredientes que não se pudessem usar aqui. Planejou percorrer toda a capital ao ponto de sacudi-la.

    Raphael cavalgou até o corredor de carga e descarga.

    — Cobrirei a metade da carruagem. Gostaria de agregar uma mão de obra com a família Winston.

    — Se é da família Winston, é a contribuição do Duque Kedrey?

    Duque Kedrey, que confiara na casa da Sra. Winston, parecia haver pressionado seu amigo para que se unisse.

    — É uma alta possibilidade. Não é o que quis dizer o Primeiro Ministro Debussy.

    Com recrutar mão de obra, definitivamente facilitava uma folga.

    — Obrigado.

    Se não fosse o banquete de maioridade, definitivamente não seria tão problemático.

    — O banquete deveria acontecer sem problemas.

    Se isso terminar bem, a opinião pública de Cayena mudará completamente.

    Cayena escreveu o recibo para Raphael na escrivaninha.

    — Não tenho um recibo da quantidade de comida que há nas carruagens. Será melhor deixar assim por enquanto.

    Enquanto ela pegava uma caneta, sem sentar-se na cadeira, e escrevia o recibo, Raphael apareceu por detrás e abraçou sua cintura.

    — Não há ninguém aqui, mas será melhor ter cuidado, Duque.

    — Pensei que estavas esperando que isso acontecesse, então restringi o acesso.

    Cayena riu.

    — É tão engenhoso.

    Deixou a caneta e o olhou.

    Quando se deu a volta após um selinho, ele a tocou suavemente, como se a persuadisse.

    — Sabe que temos de enviar homens aos bairros marginais amanhã, certo?

    — É por isso que estamos lidando com o montante de alimentos. Não quero interromper seu tempo.

    A mão de Cayena se deteve com tais palavras.

    O tempo. Sim, ele é sábio. Não o sabia, mas ela não tinha tempo. Quando pensava nisso, notara que pôs carinho adequado no momento exato. Sequer sabia quão seca estava. Então Raphael lhe mostrou o que não faria com tal personalidade.

    Quando recordava a história original, sempre fora maduro, tranquilo e, às vezes, o suficientemente amável. Sua aparência atual era mais simples e imprudente comparada à anterior, mas estava ansioso.

    “Foi assim que o transformei.”

    Tão pronto que se deu conta, voltou seu olhar a Raphael e abraçou-lhe o pescoço.

    “Pode ser que não tenha muito tempo para fazer isso.”

    Ela pensou que deveria ter uma opção

    — O que faria se morresse amanhã?

    Era uma pergunta estranha. Nada fácil de ser interpretado apenas como uma prova de seus verdadeiros sentimentos. Era como a suposição do que realmente aconteceria.

    Estava sensível demais? De fato, se fosse morrer amanhã, seria explicado seu comportamento distante demais. Mas Raphael negou tal opção. Fez vista grossa perante o fato de que tal coisa não deveria e nem iria acontecer.

    Entretanto, se acontecesse, salvaria Cayena da morte vendendo sua alma ao diabo. Abraçou-a como se nunca  fosse soltar, respondendo firmemente:

    — Sempre sentirei sua falta.

    Em resposta, sorrindo travessamente, ela perguntou:

    — Não me seguiria até a morte? Costumam dizer que irão morrer comigo em momentos como este.

    Também brincando, ele disse:

    — Poderia fazê-lo tanto como queira.

    Ela pensou que ele realmente o faria.

    — Nunca faça isso. Assegure-se de viver.

    Não só disse a ele que não o fizesse, mas o enfatizou.

    — Não fale como se me deixasse para trás… Tenho medo.

    Enterrou seu rosto nos braços de Cayena e disse penosamente.

    — Não me ama?

    — Raphael…

    — Não pode ser um pouco mais honesta comigo? Bem, não importa, sempre a amarei.

    Sussurrou com muito pesar nos olhos.

    — Sempre estou pronto para renunciar, jogar ou usar meu eu todo. Posso viver com esta lembrança.

    — Então está perdendo dinheiro.

    — Sendo assim, Vossa Alteza deve sentir pena por mim.

    Raphael se aproximou de seus lábios tanto como pode e murmurou de forma penosa para que ela sentisse pena dele.

    — Por favor, sinta pena por mim. Então, por favor, me olhe como se sentisse muito.

    Estava disposto a jogar sujo, por isso rogou atenção sem vergonha.

    — Isso é tudo que necessito.

    Cayena se sentiu sufocada. As confissões que brotavam do rastro de seus beijos logo tomaram seu ar.

    — Está fingindo ser lamentável e tentando me sacudir abominavelmente?

    — É uma boa notícia se lhe sacudi assim

    — É muito estranho…

    Não sabia que era como uma raposa. Raphael segurou Cayena com suavidade e a ergueu. Logo começou a distribuir o beijo que estava segurando. De repente, baixou os lábios na hora que um estranho gemido subiu em sua garganta.

    — Tem que dançar comigo primeiro hoje.

    — Bem.

    — Não por objetivos políticos, mas como sua primeira dança com um homem.

    Cayena arregalou os olhos.

    — Bem, desde quando estive tão familiarizada com tal homem?

    Tentou ter sua primeira dança com ele. Era momento de atuar seriamente e ganhar apoio público. Neste momento, a filha do Imperador estaria dançando com o chefe do Ducado Kedrey, o mais popular entre as pessoas. Entretanto, enquanto Raphael lia sua mente, declarará que seria sua primeira dança como amante, não por política.

    — Oh, certamente.

    Os olhos de Raphael se semicerraram com sua resposta. Mas logo sorriu e com olhos afetuosos a beijou.

    — Agora, voltamos ao trabalho?

    — O primeiro e último viciado ao trabalho em toda a família real é Vossa Alteza.

    — Não gosta disso?

    — Não.

    Lhe encantava tanto que chegava a ser um problema.

    Finalmente, ele beijou seus lábios até escutar um gemido e a soltou. Comprovou as poucas coisas que necessitavam de certificação notarial e se foi.

    Logo suas damas de companhia souberam das notícias e foram até ela.

    — Alteza! Está bem?

    Escutaram tudo o que a Sra. Dottie havia feito no caminho até aqui. Vera estava tão irritada que quase perdeu a cabeça.

    — Não está sequer um pouquinho bem.

    Cayena os olhou com calma e lhes entregou seu trabalho.

    — Talvez me acostumei tanto a você que quase me deito enquanto faço os demais trabalharem.

    Todas sorriram diante de sua fala.

    — Deve ter sido o suficientemente sério como para que o diga.

    Cayena conteve um suspiro com as palavras de Susan.

    — Foi horrível.

    A frase as fez estalar de rir novamente. O processamento dos alimentos se organizou em um instante com a adição de mais mãos.

    Julia disse:

    — Oh, por certo, um cortesão chamado Emil Habron fez uma visita a meu irmão ontem. É o homem com quem a Sra. Dottie esteve ultimamente.

    Um sorriso atravessou seu rosto, podiam supor ser uma das três peças de Heinrich.

    — O Marquês Rodrick deve ter informado Rezef.

    A Sra. Dottie já deve ter tido uma conversa privada com Rezef a este ponto.

    Toc, toc.

    Annie entrou.

    — O Duque Kedrey chegou com o pessoal adicional.

    — Ele também é rápido.

    A velocidade do trabalho de processamento foi o suficiente para que Cayena se desse conta de que a ofensiva dos alimentos não dava tempo para o descanso.

    Os olhos de Julia brilharam ao escutar o nome Duque Kedrey. Um homem bonito de cabelos pretos e olhos vermelhos, não podia não o conhecer com tal fama. Excelente aparência, mesmo quatro anos mais velho.

    “Mas, por que meu coração não late agitadamente como antes.”

    Julia não podia deixar de pensar em Rezef apesar de que encontrou uma pessoa tão incrivelmente perfeita. Quando o viu no salão de banquetes, ainda era bonito e colorido.

    “Por que é tão bonito que não consigo me render de imediato?”

    De todas as formas, as quatro damas imediatas de Cayena se encontravam no salão de banquetes. Olivia se deu conta rapidamente do olhar estranho que Julia teve quando olhou para Rezef. Oh meu deus. Olivia, com um olhar surpreso, deteve rapidamente Julia.

    — Ninguém o pode controlar a menos que seja a Princesa.

    Susan também ajudou.

    — Nunca poderá arrumar este homem. Há um rumor sobre o Príncipe, sabe qual é?

    Julia teve de assentir de maneira fosca e disse: 

    — O sei.

    Vera disse:

    — Pode suceder o Marquês e escolher um homem bonito para conhecer, verdade? Se for a Marquesa Evans, dedicaremos corpo e mente a isso.

    Isso soava bem.

    — Está bem, irei me recompor e conseguir o título.

    Julia teve mais clareza sobre seu objetivo de suceder o Marquês. Neste momento, Annie disse:

    — E a dama está até agora ajoelhada em frente ao Palácio pedindo perdão à Vossa Alteza.

    Cayena percorreu a borda da xícara de chá com o polegar.

    — Mas o vestido está rasgado por uma faca e seu cabelo estranhamente desorganizado.

    Era a advertência de Rezef para qualquer um que se atrevesse a machucar Cayena, cortaria seu braço esquerdo. 

    Enviou uma mensagem de advertência bastante provocativa. Não podia acreditar que a Sra. Dottie pediu perdão em frente ao Palácio Imperial fazendo uma confusão. Não é uma cena tão estimulante como de costume. A essa altura, essa interessante notícia chegou até todos os nobres que assistiram ao banquete. Como resultado, Lervans Dottie estava perfeitamente organizada, mas esse era o problema.

    Nesse momento, Olivia, como se estivesse preocupada, disse em voz baixa:

    — São quase duas em ponto.

    A partir das duas da tarde, começará oficialmente a cerimônia de maioridade.

    — Quando for ao grande salão, passará pelo pátio que a mesma se encontra. Não deveria tomar uma decisão?

    Não poderia fingir não ver a Sra. Dottie neste momento.

    — Perdoar a mulher que se atreveu a falar a você desse modo… ao menos a faça perder seu título!

    Vera disse com um rosto pensativo:

    — O perdão tampouco tem sentido para mim. Mas não é estranho? Se Sua Alteza realmente ia castigá-la, teria pedido o direito de investigar e anulado este último.

    — O que faremos?

    Cayena respondeu tranquilamente a pergunta de Annie:

    — Fingirei não saber.

    Ela umedeceu os lábios com o chá, estava um pouco frio. Ao contrário de sua aparência tranquila, estava organizando a situação em sua cabeça. Logo sorriu, riu e murmurou em voz baixa.

    — Me pergunto se é inteligente…

    Foi incrivelmente inteligente que um jovem de dezoito anos usasse a cabeça. Rezef estava colocando Cayena a prova, fingindo ser duro com ela para proteger a honra de sua irmã.

    “Escolha o que escolher, sou a irmã do próximo Imperador, então se comportem.”

    Rezef empurrou a presa sacrificada ao seu campo de visão. A instava a escolher entre dar por vencida ou lhe dar uma vida.

    Não importava o que fizesse, nada seria ruim para Rezef. Se perdoasse a Sra. Dottie, naturalmente estaria abaixo de Rezef. Tudo isso foi transmitido palavra por palavra. A fraude da Sra. Dottie por Emil Habron poderia estar composta pelas ações de Cayena. Faltava muito para encontrar provas de que ele era uma das peças de Yester.

    Além disso, se fosse Yester, riria tolamente e agregaria lenha. Queria arranhar o máximo que pudesse a Cayena, então geraria um grande insulto. Entretanto, mesmo se for uma trama bem organizada, é significativa quando o oponente é pego.

    — Não há nada com que se preocupar.

    As damas assentiram rapidamente, aliviadas apesar de que Cayena só disse tal frase, sem explicações.

    — Se Vossa Alteza diz, não há com o que se preocupar.

    Havia um efeito de aprendizagem.

    — Se ficarmos aqui por muito tempo, haverá rumores de que está no Palácio e zombamos da Sra. Dottie, então podem ir.

    — Sim, Vossa Alteza.

    As damas se foram e Cayena ficou só no escritório. Ela permaneceu em silêncio como se esperasse algo. Rezef iria ao salão de banquetes com tal situação?

    Era óbvio que Cayena estaria presa ali e não sairia até tomar uma decisão. Pode parecer um Príncipe tonto que se preocupa com sua irmã, mas provavelmente deve fazer visíveis suas mãos desalmadas.

    — Não posso segurá-lo, Rezef.

    O garoto ainda não sabia que as pessoas não são descartáveis.

    — É hora de sair à superfície… definitivamente é hora.

    Toc, toc.

    Annie esperava do lado de fora do escritório, parecendo envergonhada e disse com um olhar juvenil:

    — Alteza, o Marquês Miles Dottie solicita uma audiência.

    — Diga-o para entrar.

    Pouco depois, um homem vulnerável entrou no local. Era Miles, o Marquês Dottie. Seu cabelo cuidadosamente cortado, a barba, óculos no rosto e roupas de aspecto antigo se viam totalmente diferentes aos de sua esposa, Lervans Dottie.

    — Miles Dottie saúda a Princesa!

    Cayena se levantou.

    — Por favor, sente-se.

    Era um ancião que se mostrava extremamente relutante a se deixar levar pelo vento. Costumava mostrar seu rosto por um curto tempo num banquete onde todos estavam preocupados por não poder assistir. Uma pessoa assim não evitaria sair devido a uma grande crise em sua família. Entretanto, em lugar de sua esposa, pediu perdão e não quis encobrir o ocorrido.

    — Quero mudar de facção.

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